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Jovem cria mapa de regiões mais vulneráveis a enchentes em Brasiléia e tira nota máxima na UFAC

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A aplicação do modelo “Hand” com uso de dados de alta resolução espacial para mapeamento da susceptibilidade de inundações na porção centro-sul do município de Brasiléia criado por Fabio Lucio, estudante Bacharelado em Geografia da Universidade Federal do Acre (UFAC), demonstra as regiões do município que são consideradas as mais vulneráveis em situação da enchente do rio Acre devido o baixo relevo no local.

“Através do projeto Dados à Prova D’Água-FGV/EASP, (projeto de engajamento de stakeholders na governança sustentável dos riscos de inundações para resiliência urbana), pude unir os conhecimentos adquiridos ao longo do curso e juntamente com o intercâmbio e o aprofundamento na temática de inundações, me senti na obrigação um estudo para minha cidade natal e que pudesse ter um certo impacto na sociedade, não ficando preso somente as prateleiras da universidade”, relata Fábio ao jornal oaltoacre.com.

Atualmente, com o agravamento das mudanças climáticas estima-se que 21 milhões de pessoas são afetadas todos os anos por eventos de inundação, número este que pode saltar para 54 milhões até 2030. Só o Brasil gasta em torno de U$3 bilhões em virtude dos danos ocasionados por inundações fluviais. Estima-se que pelo menos 266 mil pessoas moram em locais de risco de inundação, podendo alcançar 400 mil até 2030 motivado pelo crescimento urbano desordenado e pelas mudanças no clima.

Em Brasiléia, o último estudo elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, utilizou variáveis censitárias (média mensal de renda, situação domiciliar, alfabetização, cor ou raça, idade e gênero) na identificação de pessoas em situação de risco geológico de movimento de massa e inundação. As variáveis associadas à população indicam que na cidade de Brasiléia/AC aproximadamente 4.864 pessoas residem em áreas de risco geológico de movimentos de massa e/ou inundações.

Região do Alto Acre em uma das maiores enchentes registradas, no ano de 2015. (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Nesse cenário, o município de Brasiléia, nas últimas décadas sofreu veemente com diversas inundações, podemos citar as duas ocorrentes na última década (2012 e 2015), sendo a de (2015) a mais severa, onde tivemos o registro da maior cota fluvial (15.55m), área inundada (287,45ha) e aproximadamente 2.502 pessoas diretamente afetadas. Desse modo, a identificação de áreas de inundação, figura como uma importante ferramenta ao planejamento territorial urbano, principalmente no tocante a prevenção de desastres naturais que ocorrem simultaneamente à expansão urbana, bem como facilita a gestão das áreas ocupadas, principalmente às próximas a recursos hídricos.

Ruas da cidade de Brasiléia, no pós enchente mostraram cenário de destruição – Foto: Alexandre Lima/Arquivo

Para elaboração do projeto foi utilizado dados de aerofotogrametria por drone, para construção de uma base cartográfica que pudesse ser utilizada como dado de entrada para o Modelo HAND. O Modelo HAND, Height Above the Nearest Drainage ou (altura acima da drenagem mais próxima) é um modelo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, a qual representa de forma física o potencial gravitacional relativo ao terreno, com base na diferença de altitude de um ponto de um Modelo Digital de Elevação – MDE, e a rede de drenagem mais próxima, podendo ser empregado na identificação de áreas susceptíveis a inundação.

Após a criação da matriz HAND, a sua classificação foi feita por um sistema de informação geográfica (SIG) “QGIS 3.16 LTR”. Na classificação adotada para este trabalho, foi utilizado como base a mancha de inundação do ano de (2015) que apresentou a cota máxima em que se tem registro de (15,55m). Diante disso, foram definidas as seguintes classes de susceptibilidade considerando a proximidade do pixel da matriz em relação a rede de drenagem:

  • Muito alta: 0 – 9 metros;
  • Alta: 9 – 11,5 metros;
  • Média: 11,5 – 15,5 metros;
  • Baixa: 15,5> metros.

De acordo com o mapa, observa-se que desse total de 323,3 ha de susceptibilidade gerado pela matriz HAND, 15% da área se encontra localizada em regiões de susceptibilidade muito alta, seguido de 38% para alta propensão a ocorrência de um fenômeno de inundação, seguido de 28% com média susceptibilidade e 19% para áreas de baixa (gráfico 1). Essas áreas mais susceptíveis, por se situarem mais próximas do canal fluvial, necessitam de uma atenção especial por parte do poder público, pois em um evento de inundação serão as áreas que mais serão afetadas mesmo em baixa intensidade.

As áreas categorizado de risco muito alto, são geralmente áreas próximas ao rio que, devido o baixo relevo a água chega com mais facilidades.

No outro mapa, é possível visualizar todos os bairros que foram contemplados no estudo finalizado sobre o município, ao todo, 8 bairros tem parcial área de alto risco ou risco muito alto.

O bairro Leonardo Barbosa, é um dos que mais sofrem em períodos de enchentes, uma vez que o evento acontece, o bairro fica ilhado sem acesso ao resto do município correndo um sério risco da área deixar de pertencer ao Brasil e passar a pertencer à Bolívia caso a única rua denominada Olegário França vier a se romper.

Em relação ao percentual por bairro, os maiores valores registrados foram do bairro Sumaúma com 22,8% para susceptibilidade muito alta, 18,6% para o bairro Centro e 15,1% no Eldorado.  Já na alta susceptibilidade o maior valor registrado ficou para o bairro Centro com 66%, seguido pelo Leonardo Barbosa com 49,9%, Eldorado 33,3% e Sumaúma com 20,1%. Na média susceptibilidade o bairro Raimundo Chaar lidera com 71,5%, logo adiante temos o bairro 3 Botequins apresentando 38,9%. Por fim, na baixa susceptibilidade o bairro Ferreira Silva apresentou o maior valor 41,8%, em seguida temos o 3 Botequins com 36,5% e Eldorado com 16,1%

Ao finalizar o estudo, Fabio Lucio conclui que cerca de 15% das áreas de todos os bairros contemplados são considerados áreas de muito alto risco por ter menor relevo facilitando assim a chegada da agua do rio Acre. Seu objetivo, é que a metodologia possa ser replicada em outros trabalhos, expandido a área de investigação para todo o perímetro urbano da cidade ou mesmo englobando os municípios adjacentes de Epitaciolândia e Cobija/Bolívia, enfatizando também a análise da vulnerabilidade social das áreas próxima a rede de drenagem, análise do risco, que é outro conceito fundamental a ser explorado, validando e melhorando ainda mais o método aqui apresentado, proporcionando melhorias na resiliência urbana para fenômenos de inundações e contribuindo efetivamente com a gestão de risco de desastres hidrológicos.

Durante a entrevista, Fabio reforça os agradecimentos a Universidade Federal do Acre (UFAC), principalmente ao Dr. Foster Brown pela cessão dos dados base para realização do estudo, ao pesquisador da Embrapa Dr. Evandro Figueiredo pela disponibilidade de conversa sobre os dados por ele levantados em campo e a Defesa civil municipal em nome do Francisco Lima e Eng. Ivan e todos os demais que participaram direta ou indiretamente na concepção do estudo.

O estudo feito, foi lisonjeado pelo professor levando o então estudante a tirar a nota máxima no projeto desenvolvido.

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Apenas Brasiléia e Rio Branco estão aptas a receber recursos do governo federal por estarem adimplentes no CAUC

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Dos 22 municípios do Acre, 20 estão impossibilitados de receberem recursos do governo federal por não cumprirem recomendações do Sistema de Informações sobre Requisitos Fiscais (CAUC).

Apenas Brasiléia e Rio Branco estão adimplentes com esse sistema, atendendo a todas as exigências legais para a celebração de convênios e o recebimento de transferências voluntárias de recursos da União.

Fruto de um trabalho técnico e bem elaborado, Brasiléia voltou a adimplência, depois de anos nessa batalha, o que deixou o prefeito Carlinhos do Pelado bastante animado. “Fechar o ano com o município totalmente regular no CAUC, além de conquistar o Selo Ouro de Transparência e uma certificação nacional em governança, demonstra que estamos no caminho certo. Isso é fruto de muito trabalho, organização e compromisso da nossa equipe com o dinheiro público e com a população de Brasiléia”, afirmou o gestor.

O CAUC é um sistema informatizado, de acesso público e atualização diária, que reúne informações sobre o cumprimento de requisitos fiscais necessários para que estados e municípios possam receber transferências voluntárias da União. Ele consolida dados financeiros, contábeis e fiscais em um único documento, facilitando a verificação da regularidade dos entes federativos.

Entre os pontos avaliados estão o cumprimento dos limites constitucionais e legais, as obrigações de transparência, o adimplemento na prestação de contas de convênios e a regularidade financeira, regularidade no pagamento de precatórios, transparência da execução orçamentária, adoção do SIAFIC, aplicação correta dos recursos do Fundeb do município, dentre outros.

A regularidade no CAUC garante que os municípios continuem aptos a captar recursos, firmar parcerias e investir em áreas essenciais como saúde, educação, infraestrutura e assistência social. É um trabalho contínuo, que exige atenção diária e integração entre as secretarias em favor da gestão como um todo.

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Polícia Civil prende dois suspeitos pela morte do jornalista Moisés Alencastro em Rio Branco

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Primeiro a ser detido foi Antônio de Souza Morais, de 22 anos, estava escondido em uma área de mata na região do Eldorado, nas proximidades do bairro Quixadá.

Crime ocorrido no fim de semana teve repercussão estadual; polícia aponta motivação passional e segue investigando a dinâmica do assassinato

A Polícia Civil do Acre prendeu os dois principais suspeitos envolvidos no assassinato do ativista cultural e jornalista Moisés Alencastro, encontrado morto em seu apartamento na noite da última segunda-feira (22), em Rio Branco. O crime ocorreu no domingo (21), mas só foi descoberto após uma amiga registrar boletim de ocorrência informando o desaparecimento da vítima.

Moisés Alencastro foi encontrado morto na segunda-feira (22) no apartamento onde morava — Foto: Arquivo pessoal

Diante da ausência de contato, amigos foram até o imóvel, arrombaram a porta e encontraram Moisés deitado sobre a cama, já sem vida. A cena apresentava sinais claros de violência, levantando de imediato a suspeita de homicídio.

Durante as diligências iniciais, a Polícia Civil localizou o veículo da vítima abandonado no bairro São Francisco, na parte alta da capital, o que reforçou as investigações e auxiliou na identificação dos envolvidos.

No início da semana, a polícia deteve o primeiro suspeito, na casa de quem foram encontrados objetos pessoais pertencentes à vítima. O nome não foi divulgado para não comprometer o andamento do inquérito.

Na madrugada desta quinta-feira (25), Antônio de Souza Morais, de 22 anos, se entregou à polícia após ter a prisão decretada. Ele estava escondido em uma área de mata entre os bairros Eldorado e Quixadá, conforme denúncias recebidas pelos investigadores. Antônio teria confessado a autoria do crime, mas os detalhes ainda não foram tornados públicos.

Ainda nesta quinta-feira, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu o segundo suspeito, Nataniel Oliveira de Lima, em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado.

Ainda nesta quinta-feira, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu o segundo suspeito, Nataniel Oliveira de Lima, em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado. A prisão foi realizada após análise da perícia, que apontava a participação de mais de uma pessoa na dinâmica do crime.

Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação indica que o homicídio pode ter sido motivado por razões passionais. As investigações seguem em andamento para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação individual de cada suspeito.

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Suspeito de homicídio de jornalista Moisés Alencastro se entrega à Polícia Civil após se esconder em área de mata em Rio Branco

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Investigado foi localizado na região do Eldorado e conduzido à Delegacia de Homicídios para interrogatório e audiência de custódia

Antônio de Souza Morais, de 22 anos, principal suspeito de um homicídio ocorrido recentemente em Rio Branco, se entregou à Polícia Civil na madrugada desta quinta-feira, após intensas buscas realizadas pela equipe da Delegacia de Homicídios. O investigado estava escondido em uma área de mata na região do Eldorado, nas proximidades do bairro Quixadá.

Segundo o delegado responsável pelo caso, as diligências começaram ainda na quarta-feira, logo após a expedição do mandado de prisão, e seguiram de forma ininterrupta ao longo do dia e da noite. Durante os trabalhos, a polícia recebeu denúncias de que o suspeito estaria refugiado em uma região de mata, o que orientou as equipes até o local.

Durante a madrugada, Antônio procurou pessoas ligadas à sua família, o que permitiu à polícia chegar à localização exata. Com a aproximação dos agentes, ele decidiu se entregar sem oferecer resistência.

“Diante dessas informações, nós fomos até o local e ele acabou se entregando à equipe da Delegacia de Homicídios. Em seguida, foi conduzido até a nossa sede, onde passou por interrogatório e por todos os procedimentos legais, sendo encaminhado conforme prevê a lei, inclusive para a audiência de custódia”, explicou o delegado.

Questionado sobre a motivação do crime, o delegado informou que o suspeito relatou a dinâmica dos fatos durante o interrogatório, mas que, por estratégia investigativa, os detalhes ainda não serão divulgados. A Polícia Civil também apura a participação de outras pessoas no crime.

De acordo com a autoridade policial, a perícia realizada no local já indicava a possível presença de um segundo envolvido. “No cenário do crime, é possível perceber a dinâmica de uma terceira pessoa. Agora estamos trabalhando na identificação desse outro suspeito para dar continuidade às buscas e efetuar a prisão do coautor”, afirmou.

O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Acre.

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