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Imigração: Trump defende green card para graduados. Biden protege estrangeiros casados com americanos

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No chamado Projeto 2025, plano que é resultado de um esforço de mais de cem organizações conservadoras e nomes ligados a Trump, o republicano apresenta entre as propostas uma reforma do visto de trabalho H-1B. Trata-se de um instrumento amplamente utilizado por empresas que contratam estrangeiros

O país, a cada ano, está ficando mais latino, por conta da imigração e dos filhos dos imigrantes. E aí vem o cálculo político. Foto: montagem

Fonte: Inteligencia Financeira

A todo vapor, a corrida eleitoral nos Estados Unidos foi marcada nesta semana pelo tema da imigração. O candidato republicano à presidência, Donald Trump, disse na quinta-feira (20) que os estrangeiros graduados em faculdades do país deveriam receber automaticamente um green card. A declaração, apontada por críticos como eleitoreira, ocorreu dois dias após o atual presidente, Joe Biden, anunciar um programa para garantir mais proteção a imigrantes em situação ilegal, mas casados com cidadãos americanos.

“Como o presidente da vez é o Biden, e ele adotou uma medida concreta, Trump tem que propor alguma coisa que amenize a iniciativa para não perder os votos dos imigrantes. Foi daí que surgiu a proposta de conceder green card para quem se graduar nos Estados Unidos”, analisa Vladimir Maciel, coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.

Do ponto de vista prático, entretanto, é um “morde e assopra dos dois lados”, nas palavras do professor. “Só que Biden não assume nenhuma posição radical em relação à imigração. Ele não fala que é contra, mas também não fala que vai facilitá-la. Agora Trump já fala que é contra e tem um discurso agressivo”, pontua Maciel. A seguir, entenda o que está por trás da promessa de Trump e da medida adotada por Biden neste ano de eleições americanas.

Migração e eleição americana

A migração é um dos temas centrais da campanha americana. “É uma questão muito mal resolvida por lá. Trata-se de um país que é um grande destino de imigrantes da América Latina, e a economia depende deles para poder funcionar, principalmente em atividades de setores como serviços e operações mais braçais”, afirma coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.

De acordo com Maciel, o tema traz à tona o problema do nacionalismo. “Nesse sentido, há sempre um discurso de você dificultar e proibir a imigração. E o Trump encabeça esse discurso de enrijecer a imigração”, pontua o professor.

Entretanto, na prática, tanto Biden quanto Trump, quando assumem a presidência, “são restritivos até a página dois”, defende o especialista. “Por que até a página dois? Porque você vai precisar desses imigrantes. Assim, não dá para você ser muito rígido. Então, é um tema que mobiliza esse sentimento nacionalista. Por outro lado, você também está disputando esses votos”, destaca Maciel.

Diferenças entre Biden e Trump

De acordo com o coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, o Biden não tem um discurso contra a imigração, mas também não é favorável. “Ele não sai a público apoiando e dizendo que vai facilitar o processo. O Trump já tem um discurso contra a imigração. Na prática, entretanto, os dois acabam impondo algum grau de restrição”, pontua o professor.

Maciel destaca que a diferença entre o republicano e o democrata está na questão do simbólico. “O Trump tem um discurso mais aguerrido, tem aquela coisa de construir um muro na praia, na fronteira entre o Texas e o México. Há esse simbólico que o Biden não tem, justamente porque o democrata não assume uma posição muito forte nem de um lado ou de outro. Mas, do ponto de vista de enrijecimento de controle de fronteiras, na prática, eles não são tão diferentes”, avalia o especialista.

Green card para estudantes estrangeiros: a promessa de Trump

A fala de Trump em defesa do green card para estrangeiros graduados em faculdades dos EUA ocorreu durante o podcast All-In, que discute temas relacionados a negócios e tecnologia. “Se você se formar em uma faculdade, deveria receber automaticamente, como parte de seu diploma, um green card”, disse o republicano.

De acordo com Vladimir Maciel, a promessa de Trump é “algo do momento” para rebater a medida adotada por Biden. “É mais uma forma de dizer: ‘Atenção, imigrante que já está legal, eu vou facilitar aqui de um jeito [a sua vida]”, explica o professor.

Em sua participação no podcast, Trump, que vem adotando posicionamentos duros em relação à migração, também criticou os esforços de Biden para conter a entrada nos EUA de pessoas em situação irregular. O número de migrantes detidos na fronteira do país com o México ultrapassou 2 milhões tanto no ano fiscal de 2022 como de 2023.

Projeto 2025

No chamado Projeto 2025, plano que é resultado de um esforço de mais de cem organizações conservadoras e nomes ligados a Trump, o republicano apresenta entre as propostas uma reforma do visto de trabalho H-1B. Trata-se de um instrumento amplamente utilizado por empresas que contratam estrangeiros. Assim, Trump defende que o visto seja limitado apenas “aos melhores e mais brilhantes”, e desde que não prejudique trabalhadores americanos.

Em relação ao green card para graduados, não ficou claro se Trump se referia a todos os estrangeiros, incluindo aqueles que entraram nos EUA de forma ilegal, ou somente àqueles cujos documentos expiraram ou que possuem vistos de estudante.

Biden aposta em programa para cônjuges sem documentos

A declaração de Trump ocorreu dois dias após Biden anunciar proteção a imigrantes casados com cidadãos americanos. Na terça-feira (18), o presidente dos EUA apresentou um programa que beneficiará cerca de 500 mil cônjuges sem documentos. Trata-se da medida mais abrangente em relação ao tema em pelo menos uma década. Os contemplados serão protegidos da deportação e poderão trabalhar legalmente em território americano.

O programa mira aqueles que se casaram com um cidadão americano, o que geralmente oferece um caminho para a cidadania, mas cruzaram a fronteira ilegalmente. Normalmente, essas pessoas precisam retornar aos países de origem para aguardar o processo de obtenção de um green card.

O anúncio de Biden veio duas semanas depois de ter fechado a fronteira com o México. De acordo com o presidente norte-americano, o objetivo dele é manter famílias de migrantes unidas. Biden aproveitou para cutucar Trump. O presidente disse que o republicano “fez o contrário, quis separá-las”.

Na quinta-feira (20), em cerimônia na Casa Branca, Biden criticou novamente Trump. Segundo o democrata, o adversário foi responsável por separar famílias na fronteira e tem sido inconsequente ao abordar o tema na corrida eleitoral. O republicano já havia dito que os migrantes estavam “envenenando o sangue” dos EUA.

Cálculo político

Na avaliação de Vladimir Maciel, tanto a promessa de Trump quanto a medida adotada por Biden fazem parte do que o professor chama de “cálculo político”. “É mais um reconhecimento do que já está consolidado e muito menos no sentido de facilitar e mudar uma política. Então, a política de imigração, de fato, não mudou. Quem está casado, que tem família, já é um cidadão do ponto de vista econômico, mas ainda não tem todos os seus direitos civis garantidos. E o aluno que está se graduando pode vir a ser uma mão de obra necessária. E, mais importante do que isso, durante o processo em que ele está se graduando, ele contribui para o desenvolvimento da ciência, da pesquisa etc, sendo aluno. Tanto um quanto outro já estão agregando, não é alguém que chegou com as mãos abanando. São imigrantes eleitores, votos que os candidatos não querem perder. Ou seja, nem Biden nem Trump estão fazendo alguma proposta no sentido de ser menos restritivo ao imigrante”, resume o professor.

Além disso, reforça Maciel, a tendência é que, ao longo das décadas, proporcionalmente, a comunidade latina tenha um peso cada vez maior nas eleições. “A comunidade que mais cresce nos EUA é a latina, fruto de imigração legal ou ilegal. Então, do ponto de vista de grupo de eleitores, é o que mais cresce. O país, a cada ano, está ficando mais latino, por conta da imigração e dos filhos dos imigrantes. E aí vem o cálculo político: eu faço um discurso para agradar aquele cidadão conservador, nacionalista, mas não posso perder o voto dos imigrantes. Nesse sentido, cria-se algum mecanismo de reconhecimento para o estrangeiro”, finaliza o coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.

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Governo Federal entrega novos ônibus escolares a 18 municípios acreanos; Assis Brasil, Epitaciolândia, Capixaba e Brasiléia serão beneficiados

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Nova frota financiada pelo Novo PAC inclui ar-condicionado, Wi-Fi e poltronas acessíveis para melhorar o transporte dos estudantes.

A medida visa não apenas garantir um transporte mais seguro e confortável para os estudantes, mas também facilitar o acesso à educação, promovendo melhores condições de aprendizado

Dezoito municípios do Acre serão beneficiados com a entrega de novos ônibus escolares equipados com tecnologias modernas, anunciou nesta quinta-feira (27) a Deputada Federal Socorro Neri, visando a melhoria no transporte escolar da região. A iniciativa faz parte do programa Caminhos da Escola, do Governo Federal, inserido no âmbito do Novo PAC.

“A inclusão desses recursos nos ônibus escolares representa um avanço significativo para a educação em nosso estado”, afirmou a Deputada. A medida visa não apenas garantir um transporte mais seguro e confortável para os estudantes, mas também facilitar o acesso à educação, promovendo melhores condições de aprendizado.

Os novos veículos são equipados com ar-condicionado, proporcionando conforto aos alunos especialmente em meio às altas temperaturas que a fetam o estado, além de Wi-Fi para promover a conectividade durante as viagens e também poltronas acessíveis, visando atender estudantes com necessidades especiais.

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Acre gastou mais de R$ 200 milhões com presos em 2022, revela levantamento do Ipea/FBSP

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O Acre ocupa a sétima posição entre os estados que mais investiram na manutenção de detentos, ficando atrás de Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Santa Catarina e Tocantins.

Os dados fazem parte do Atlas da Violência, publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foto cedida

Em 2022, o governo do Acre destinou uma média de R$ 39.071 por ano para cada preso, conforme informações da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os dados fazem parte do Atlas da Violência, publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Os dados mencionados revelam um aspecto significativo dos gastos públicos relacionados ao sistema prisional no estado do Acre. Destinar uma média de R$ 39.071 por ano para cada preso indica um alto custo per capita no contexto carcerário.

Esses números são frequentemente utilizados para analisar não apenas o impacto financeiro, mas também para avaliar a eficácia das políticas públicas relacionadas à segurança e ao sistema prisional. O Atlas da Violência, citado como fonte, é uma importante publicação que compila dados sobre diversos aspectos da violência no Brasil, incluindo informações sobre o sistema carcerário.

As informações pode gerar debates sobre a eficiência do uso de recursos públicos, a gestão do sistema prisional e as possíveis alternativas para reduzir custos sem comprometer a segurança pública e a ressocialização dos indivíduos envolvidos no sistema criminal.

Os dados fornecidos destacam a significativa despesa pública associada ao sistema carcerário no Acre. Com uma população carcerária de 5.923 indivíduos e um gasto médio de R$ 39.071 por ano para cada preso, o estado gastou aproximadamente R$ 200,3 milhões ao longo de um ano com a manutenção desses detentos. No panorama nacional, o Acre ocupa a sétima posição entre os estados que mais investiram na manutenção de detentos, ficando atrás de Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Santa Catarina e Tocantins.

A posição do Acre como o sétimo estado que mais investiu na manutenção de detentos no Brasil indica não apenas um alto custo absoluto, mas também uma priorização considerável de recursos para o sistema prisional, em comparação com outros estados. Isso reflete desafios significativos enfrentados pelo estado em lidar com questões de segurança pública e gestão do sistema penitenciário.

Esses dados são importantes para debates sobre políticas públicas, sugerindo a necessidade de avaliação crítica das estratégias atuais de gestão de custos, bem como possíveis iniciativas para otimização dos recursos destinados ao sistema prisional, visando melhores resultados em termos de segurança, ressocialização e eficiência financeira.

O Atlas da Violência ressalta que as cifras apresentadas refletem apenas os custos diretos da manutenção dos presos, excluindo outras despesas significativas como os orçamentos para policiamento, investigação, processamento judicial e os custos sociais e econômicos que impactam as famílias dos presos e a sociedade em geral.

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Depois de 28 anos, filha é registrada pelo pai e pede “benção” pela primeira vez durante Justiça Rápida Itinerante

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O projeto é ofertado à população desde a década de 1980, foi oficialmente instituído nos anos 1990 e tem como missão facilitar o acesso à Justiça para todos os rondonienses.

Emocionado ao sair do barco com a certidão da filha em mãos, o pai agradeceu às equipes da Justiça Rápida pelos trabalhos na operação. Foto: cedida

“Benção, pai”, foi o que Aline de Souza disse após ter incluído o nome do pai, João Evangelista Borges, em sua certidão de nascimento. O reconhecimento de paternidade aconteceu no distrito de Ressaca, região ribeirinha de Porto Velho, durante a Justiça Rápida Itinerante.

O abraço entre pai e filha aconteceu dentro do Barco da Justiça. “Eu tenho 28 anos e vim colocar o nome do meu pai no meu registro porque só tinha o da minha mãe. Meu nome era Aline Ferreira de Souza e agora vai ser Aline Ferreira de Souza Borges”, comemorou.

Emocionado ao sair do barco com a certidão da filha em mãos, o pai agradeceu às equipes da Justiça Rápida pelos trabalhos na operação. “Dessa vez com a vinda do barco aqui, eu não poderia perder a oportunidade”, disse.

Com linguagem simples, direta e compreensível a todos os cidadãos, magistrados, servidores do TJRO e de instituições parceiras atendem moradores das localidades de Demarcação, Calama, Ressaca, Papagaio, Santa Catarina, Nazaré, Cavalcante e São Carlos entre os dias 19 a 29 de junho.

A Justiça Rápida Itinerante Fluvial é realizada pela Corregedoria Geral da Justiça (CGJ) do TJRO, por meio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) e apoio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc).

O projeto é ofertado à população desde a década de 1980, foi oficialmente instituído nos anos 1990 e tem como missão facilitar o acesso à Justiça para todos os rondonienses.

Serviços e parcerias

Nesta edição são oferecidos serviços jurídicos, de cidadania e de apoio psicossocial, como a emissão de CPF, certidões de casamento, certidões de nascimento, solução de conflitos visando reconhecimento de paternidade, pensão alimentícia, pagamento de pequenas dívidas, além de atendimentos odontológicos, de enfermagem e escuta humanizada realizada pelas equipes de psicólogos e assistentes sociais do TJRO.

A gama de serviços prestados à população é possível graças aos parceiros envolvidos no projeto, como a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Tudo Aqui e a Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE-RO).

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