Acre
Governo do Acre defende solução definitiva para problema do transporte aéreo no Acre
A solução definitiva para o problema de transportes aéreos no Acre foi defendida pelo secretário de Turismo do Estado, Marcelo Messias, em audiência pública sobre o problema, realizada na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 10, em Brasília, por iniciativa da deputada federal Socorro Neri, que debateu a qualidade desses serviços.
O secretário representou o governador Gladson Cameli no encontro, quando expôs os problemas acarretados para a população e para o desenvolvimento do estado, incluindo o turismo.

Secretário Marcelo Messias defende solução para problemas de voos no Acre, em audiência na Câmara Federal. Foto: Dilma Tavares/Seplan
A aviação é meio de sobrevivência no Acre”, disse o secretário, lembrando a importância do serviço para pessoas que precisam de tratamento específico de saúde fora do estado e, também, para o desenvolvimento local, além de regional.
Marcelo Messias exemplificou o problema da escassez de voos e dos altos preços das passagens aéreas com os impactos negativos, principalmente no turismo, incluindo fluxo de turistas e captação de investimentos.
“A Secretaria de Turismo tem feito um trabalho de reestruturação do turismo no estado, além de divulgação e aperfeiçoamento, mas não adianta fazer todo esse trabalho se não se consegue levar o turista para o estado”, disse exemplificando a dificuldade de acesso até entre o Acre e o estado vizinho, Rondônia, cujo trajeto “ou é feito por estrada, que leva umas 8 horas, ou tem que ser via Brasília, para depois voltar”.
O problema, explicou Messias, também afugenta os investimentos na área. “Hoje, para um empresário montar um negócio na área de turismo no Acre, ele pensa dez vezes, porque investirá um valor gigantesco, sabendo que não se conseguirá levar o turista para o estado”, disse lembrando que essas dificuldades abrangem a região Norte.
“Todo mundo quer visitar a Amazônia, mas o turista não consegue fazer turismo dentro da região”, lembrou ele, que pediu um “olhar com mais carinhoso para o Acre e para o Norte” do país.
Na audiência, que também contou com a participação da Secretaria de Planejamento (Seplan), por meio do seu braço em Brasília – a Diretoria de Relações Federativas (DIRRF) -, foram lembradas, ainda, ações feitas pelo governador Gladson Cameli para resolver o problema, como a redução máxima do ICMS dos combustíveis da aviação, baixando de 25% para 3%, mas sem o retorno esperado por parte das companhias áreas.
Em entrevista, Marcelo Messias lembrou também diversas outras iniciativas do governador, como audiências com autoridades federais e junto à bancada federal, na busca de solução. “E o governador não descansará enquanto isso não for resolvido”, afirmou.

Integrantes do governo do Acre e da bancada federal do estado debateram soluções para o transporte aéreo em audiência pública. Foto: Dilma Tavares/Seplan
Balanço
Antes, ao abrir os debates, a deputada Socorro Neri fez um relato da situação enfrentada no estado e no Norte do país, em virtude da escassez de voos, horários difíceis e altos preços das passagens e das iniciativas já realizadas em busca de solução. Ela lembrou, inclusive, que os governos estaduais “pouco podem fazer em relação ao tema”, mas destacou medidas como a redução do ICMS dos combustíveis da aviação por parte do governo do Estado.

Deputada Socorro Neri articulou audiência na Câmara dos Deputados para tratar sobre crise aérea no Acre. Foto: cedida
Socorro Neri defendeu a união de esforços onde “representantes do governo, especialistas em aviação, companhias aéreas e órgãos reguladores possam identificar gargalos regulatórios e propor medidas que estimulem a competição, a eficiência e a acessibilidade do setor”, e concluiu: “Precisamos garantir uma experiência de viagem mais acessível e confortável para os usuários e promover o desenvolvimento econômico da região”.
A defesa de solução também foi feita pelos deputados federais Roberto Duarte e coronel Ulysses. “O que mais se fala é em Amazônia, mas cadê a solução para quem vive lá?”, cobrou Duarte. Ulysses pediu, inclusive, apoio para projeto de sua autoria que visa ampliar o acesso a voos, permitindo a empresas estrangeiras sediadas na Amazônia Continental realizarem voos domésticos no país.
Por meio de videoconferência, a procuradora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do Ministério Público do Estado do Acre – que participou como representante da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) – Alessandra Marques, defendeu ajustes na regulação da aviação no país, buscando solucionar a questão.
“No modelo regulatório do transporte aéreo há uma imensa distorção com a Região Norte, em particular com o Acre, e não dá mais para não corrigir essa falha”, frisou.
A presidente do Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) do Acre, Alana Albuquerque, afirmou que dados do órgão apontam que os preços das passagens aéreas no Acre são superiores à média nacional e defendeu a criação de uma rota regional.
Presentes, os representantes das empresas aéreas Gol e Azul falaram de dificuldades como preços dos combustíveis e custos. Alberto Fajerman, da Gol, disse que “estamos analisando e vendo o que dá para fazer”, fazendo ressalvas quanto ao preço das tarifas. Amanda Fortaleza, da Azul, disse que a empresa está fazendo estudos “com possibilidades reais de voltar a operar no estado”.

Crise do transporte aéreo no Acre foi debatida em audiência pública na Câmara Federal. Foto: Dilma Tavares/Seplan
Também participaram representantes dos órgãos nacionais de aviação e de proteção ao consumidor, como o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ricardo Bisinotto; Daniel Ramos, da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SNAC); e o coordenador-geral de Estudos e Monitoramento da Secretaria Nacional do consumidor, do Ministério da Justiça, Vitor Hugo do Amaral. Este último pediu, inclusive, que o órgão sejam acionados para providências.
O coordenador da bancada federal do Acre, senador Alan Rick, fez um relato de projetos de sua autoria que visam soluções: um que permite o uso de recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) para subsidiar o querosene de aviação para a Região Norte; e outro que abre o mercado local para o voo de cabotagem, que permite às companhias aéreas sul-americanas operarem no Acre. Para ele também, a solução é conjunta. “Estamos construindo juntos as propostas para a solução”, disse.
A audiência foi articulada entre a deputada Socorro Ner, junto ao deputado federal Bebeto, representante do Rio de Janeiro. Também participaram dos debates o técnico da Seplan lotado na DIRRF, Leandro Naveca; o secretário de Agricultura, Luiz Tchê, e a deputada federal Helena Lima, de Roraima, cujo estado, explicou, também passa por problemas semelhantes ao do Acre e também está em busca solução local e regional.

Secretário Marcelo Messias e técnico da Seplan, Leandro Naveca, em audiência pública sobre voos no Acre. Foto: Dilma Tavares/Seplan
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Corregedor do Ministério Público realiza visita institucional à Prefeitura de Assis Brasil
Na manhã desta terça-feira (06), o Procurador de Justiça e atual Corregedor-Geral do Ministério Público do Estado do Acre, Dr. Álvaro Pereira, esteve em Assis Brasil para uma visita institucional à sede da Prefeitura. A ocasião foi marcada por uma reunião com o vice-prefeito Reginaldo Martins e a secretária municipal de Educação, Vanderléia Araújo.
Durante o encontro, foram discutidos temas importantes para o município, com destaque para a educação infantil, além de outras pautas voltadas ao fortalecimento dos serviços públicos. O corregedor ressaltou que o Ministério Público tem buscado aproximar-se dos municípios, com o objetivo de estabelecer parcerias institucionais.
“Viemos em busca de estabelecer parcerias com a Prefeitura de Assis Brasil. Saio muito feliz com tudo que foi tratado na reunião e com a receptividade da gestão municipal”, destacou Dr. Álvaro Pereira.
A visita reforça o compromisso do Ministério Público em atuar de forma integrada com os gestores locais, visando melhorias na qualidade de vida da população.
A Prefeitura de Assis Brasil agradece a presença do Corregedor-Geral e reafirma sua disposição em dialogar com as instituições, sempre buscando o desenvolvimento do município.
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ICMBio deve usar georreferenciamento para delimitar Resex, diz MPF

Foto:ICMbio
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realize o georreferenciamento das áreas ocupadas pelas famílias extrativistas Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, localizada no estado do Acre. Tais áreas são chamadas colocações e caracterizam-se pelo uso coletivo da floresta pelas famílias extrativistas que habitam a unidade de conservação.
Segundo o MPF, a ausência de delimitação precisa dos territórios ocupados contribui para conflitos entre moradores, dificulta a responsabilização por infrações ambientais e compromete o cadastramento correto das famílias beneficiárias. A Resex Chico Mendes abriga cerca de 4.500 famílias e enfrenta graves problemas de desmatamento, uso irregular da terra e fracionamento indevido das colocações, o que afeta diretamente os objetivos de conservação e sustentabilidade da unidade.
A ação destaca que a falta de georreferenciamento impede a aplicação das regras previstas no Plano de Utilização da Resex, como os limites para atividades agropecuárias e o uso sustentável dos recursos naturais. Além disso, compromete a fiscalização e dificulta a implementação de políticas públicas, como a recuperação de áreas degradadas e a atribuição de responsabilidade por embargos ambientais.
O MPF pede que o ICMBio elabore, no prazo de cinco meses, um plano de delimitação das colocações com participação das associações comunitárias, núcleos de base e moradores, com a previsão do material necessário para a execução das atividades. Em caso de descumprimento, o MPF pede a aplicação de multa diária no valor de R$ 50 mil.
Após a apresentação do planejamento, o Instituto deverá concluir o georreferenciamento no prazo de até 24 meses e disponibilizar todas as informações em banco de dados público pela internet, sob pena de multa de diária de R$ 50 mil
A ação ressalta ainda que a delimitação georreferenciada é essencial para a efetiva gestão compartilhada da Resex, prevista em lei. Para o MPF, a medida é indispensável para preservar os modos de vida das populações tradicionais e frear o avanço da degradação ambiental na unidade. No entanto, a ação aponta que o ICMBio permanece omisso desde 2017, quando foi enviada recomendação para o órgão.
Fonte: Ascom/MPF
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Sesacre reprova greve dos médicos em meio a surto de síndromes respiratórias

UPA Franco Silva, na baixada da Sobral, em Rio Branco (imagem ilustrativa) – Foto: Whidy Melo/ac24horas
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou uma nota pública nesta terça-feira, 6, posicionando-se oficialmente sobre a greve anunciada pelos médicos da rede pública estadual. A paralisação, prevista para a próxima sexta-feira, 9, foi decidida em assembleia-geral extraordinária promovida pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) na noite de segunda-feira, 5.
A mobilização deve afetar os atendimentos ambulatoriais e as cirurgias eletivas, mantendo, no entanto, os serviços de urgência e emergência.
Na nota, assinada pelo secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, afirma que o governo respeita o direito constitucional à greve, mas expressa preocupação com o impacto da paralisação no atual cenário epidemiológico do estado, evidenciando que, o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente entre crianças, torna o momento inadequado para ações que possam comprometer o atendimento à população mais vulnerável.
“A Secretaria de Saúde reforça que não é o momento para paralisações que coloquem vidas em risco”, destaca o texto, que também afirma que as principais reivindicações da categoria médica estão sendo atendidas. Entre os avanços mencionados estão a reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), a apuração e o pagamento de verbas retroativas, como o auxílio-alimentação, adicional de insalubridade, gratificações de urgência e emergência, além da substituição da diretoria assistencial da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito.
Ainda segundo a Sesacre, as portas continuam abertas ao diálogo com os profissionais de saúde. “Reafirmamos nosso compromisso com os profissionais e, sobretudo, com a vida dos acreanos”, conclui o secretário.
A greve foi deflagrada após os médicos reivindicarem gratificações e o pagamento de plantões extras. De acordo com o presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, a categoria decidiu coletivamente pela paralisação e só retornará ao trabalho após o cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo.
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