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Em RR, índios Yanomami votam pela primeira vez em reserva indígena

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Oito comunidades da etnia votaram na aldeia Sikamabiu, em Alto Alegre.
Apesar da conquista, votos poderão ser anulados, conforme adiantou TRE.

G1

O indígena Charles Xirixana foi às urnas na comunidade Sikamabiu, reserva Yanomami, em Roraima (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

O indígena Charles Xirixana foi às urnas na comunidade Sikamabiu, reserva Yanomami, em Roraima (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

Pela primeira vez em Roraima, mais de 1.200 indígenas da etnia Yanomami puderam votar em terra própria. Uma parceria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com a Fundação Nacional do Índio (Funai) instalou uma seção eleitoral na comunidade Sikamabiu, no município de Alto Alegre, região Oeste do estado. Após o fim da votação, as informações serão enviadas via satélite direto da comunidade por um ponto instalado especialmente para a ocasião.

Segundo o líder indígena Carlos Nilson Xirixana, de 26 anos, a seção é um marco para a comunidade que poderá, enfim, exercer a cidadania sem ter que se deslocar horas de barco até Boa Vista, Alto Alegre ou outros municípios. “Foi uma conquista para o nosso povo”, afirmou Nilson Xirixana.

Emerson Xirixana, professor da comunidade e presidente da seção, frisou que a votação foi importante, pois eles puderam escolher seus representantes. A seção atendeu outras oito aldeias da mesma etnia que ficam na calha do rio Uraricoera.

Apesar de já existirem outras zonas eleitorais em comunidades indígenas, pela primeira vez o direito ao sufrágio chega a uma área de difícil acesso, em zona de mata fechada. Para acessar as terras Yanomami, a viagem é de quatro horas de carro e mais oito horas de barco, em época de seca.

A logística para viabilizar a votação foi iniciada no sábado (4), quando o Exército levou as urnas de helicóptero ao local de votação e o TRE enviou um técnico para treinar o presidente e mesário da seção, que são da própria comunidade.

“Eu apresentei um vídeo pelo notebook explicando o procedimento. Eles não tiveram dificuldade no treinamento”, afirmou Jardel Dantas, técnico de transmissão do TRE.

Iniciativa
A possibilidade da votação ser realizada na comunidade surgiu por interesse dos próprios indígenas. Nas últimas eleições, alguns deles foram levados para Alto Alegre por candidatos a vereador para votar, mas foram abandonados na cidade após o pleito e não tinham como retornar.

Foi uma conquista para o nosso povo”
Carlos Xirixana, líder indígena

A comunidade formou, então, uma assembleia com todas as lideranças Yanomani e, após uma votação, encaminharam um documento para o TRE solicitando a criação da seção.

Após o tribunal autorizar a criação da seção, em março de 2014, começou o processo de transferência de títulos e emissão de novos para os que não possuíam. Apesar disso, muitas pessoas ficaram sem votar por não ter a documentação necessária.

Para a próxima eleição, a Funai pretende fazer uma parceria com a Justiça Itinerante do Tribunal de Justiça de Roraima e viabilizar a emissão de documentos como carteira de identidade e CPF para que todos possam tirar título de eleitor e votar.

Jovens indígenas
Apesar de a maioria da comunidade ser formada por adultos, os jovens participaram da votação de forma ativa e as crianças ficavam circulando a urna, que foi instalada na escola, de forma curiosa.

As jovens Priscila Xirixana, 16 anos, e Sheila Xirixana, 17 anos, votaram pela primeira vez (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

As jovens Priscila Xirixana, 16 anos, e Sheila Xirixana, 17 anos, votaram pela primeira vez (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

Sheila Xirixana, de 17 anos, que votou pela primeira vez, disse que não teve dificuldades, e afirmou que a ação é importante para a comunidade, principalmente na construção de uma nova escola, já que a atual foi construída de forma precária com restos de madeira. “Eu gostei de votar”, disse.

Passível de anulação
Apesar da vitória conquistada pela comunidade, segundo o técnico do TRE, os votos poderão ser anulados, pois todos os eleitores estavam com a ‘cola’ dos mesmos candidatos, o que poderia levar a conclusão de que haviam sido comprados. Ainda de acordo com Jardel, um candidato da oposição que verificar que todos os votos são para as mesmas pessoas pode pedir a anulação dos votos.

Visão aérea da comunidade Sikamabiu, reserva Yanomami (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

Visão aérea da comunidade Sikamabiu, reserva Yanomami (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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