Conecte-se conosco

Cotidiano

“É provável que o coronavírus chegue ao Acre”, diz infectologista sobre vírus que se espalha facilmente

Publicado

em

Na conversa, o especialista explica o que é a doença, se o sentimento de pânico entre a população é necessário e, principalmente, o que todo mundo quer saber, se o coronavírus pode chegar ao Acre.

“O coronavírus também é frequente no reino animal. O que ocorreu dessa vez foi uma mutação no vírus e o vírus novo que circulava nos animais passou a circular entre nós seres humanos”.

Por Leônidas Badaró

O mundo tem uma nova preocupação na área de saúde que atende pelo nome de coronavírus. Já são mais de 80 mil casos em 50 países, sendo a maior parte ainda concentrada na China, onde surgiu a doença. Na mesma velocidade que sobe o número de casos, também crescem as notícias falsas sobre a doença. As ‘fake news’ são tamanhas que obrigaram o Ministério da Saúde a criar um selo de informação verdadeiro ou falso para orientar a população.

Como as pessoas ainda têm muitas dúvidas em relação à doença, a reportagem conversou como médico Thor Dantas, um dos mais respeitados infectologistas do Acre. Na conversa, o especialista explica o que é a doença, se o sentimento de pânico entre a população é necessário e, principalmente, o que todo mundo quer saber, se o coronavírus pode chegar ao Acre.

O que é o coronavírus?

Médico Thor Dantas – “Coronavírus é um grupo de vírus que ocorre com muita frequência nas infecções entres seres humanos, sendo responsável por 30% dos resfriados que ocorrem entre a gente. Só que o coronavírus também é frequente no reino animal. O que ocorreu dessa vez foi uma mutação no vírus e o vírus novo que circulava nos animais passou a circular entre nós seres humanos promovendo um quadro de infecção respiratória, que na maioria das vezes se apresenta como resfriado comum, mas que também pode se apresentar com quadro grave maior”.

Quais as formas de transmissão?

Médico Thor Dantas – “É por via respiratória, como toda gripe ou resfriado por meio da tosse, do espirro. Mas assim como todos os vírus respiratórios, também é transmitido pelas mãos. Temos o hábito de quando tossimos ou espirramos colocarmos a mão para proteger, ao fazer isso e tocar ou cumprimentar uma pessoa ou até tocar em uma mesa, por exemplo, já existe a possibilidade de outra pessoa se infectar”.

Os sintomas se assemelham a de uma gripe comum. O diagnóstico se torna mais difícil?

Médico Thor Dantas – “A única forma de distinguir o coronavírus de outras gripes ou resfriados comuns é fazendo o exame. Mas esse exame só é necessário se você tem a suspeita de ter tido contado com alguém que tenha o coronavírus. No quadro atual, onde o único caso registrado no Brasil é de alguém que veio da Itália, só se tem suspeita se alguém teve contato com esse paciente ou tenha voltado do exterior”.

Qual o nível de preocupação que a população deve ter em relação ao coronavírus?

Médico Thor Dantas – “Eu diria que o nível de preocupação que devemos ter é o mesmo que qualquer país do mundo está tendo. A gente não tem que ficar em pânico. Se fizemos uma comparação com a gripe, que tem uma vacina e que a gente recomenda que se vacinem, já que muitos idosos morrem todos os anos, é mais ou menos o que tá acontecendo com o coronavírus. Um grupo pequeno de pessoas, geralmente os idosos e quem tem doença crônica são os que têm o risco de um quadro mais grave. A maior parte das pessoas vai ter um quadro leve”.

É questão de tempo para que o coronavírus chegue ao Acre?

Médico Thor Dantas – “É muito provável que chegue, que esse vírus se dissemine por todos os países do mundo porque é muito fácil a transmissão de um vírus respiratório que encontra uma população suscetível. Pode ser que com a vigilância a gente impeça que se espalhe, pode ser que o nosso clima quente ajude, já que os vírus respiratórios se disseminam mais rápido em locais frios. Isso só o tempo vai dizer, mas se chegar, temos que está preparados e sem pânico para enfrentar a situação”.

Há algo que cada pessoa pode fazer para evitar a disseminação do vírus?

Médico Thor Dantas – “Existem medidas de âmbito individual e coletivo. Na questão individual, qualquer um que está com uma infecção respiratória precisa adotar o chamamos de etiqueta respiratória, que é evitar contato com outras pessoas, aglomerações, evitar beijos e abraços, é preciso evitar também tossir ou respirar sem o lenço e logo após, além de descartar esse lenço, lavar bem as mãos com água e sabão ou com álcool gel. Na parte coletiva, a saúde pública tem o papel que é identificar o primeiro caso e evitar que esse caso se torne em novos casos. Se identifica, se isola esse paciente para que ele não entre em contato com outras pessoas, pode ser até na sua própria casa, e isso já faz com que se evite passar o vírus para outras pessoas”.

O Acre está preparado para identificar e tratar possíveis casos de coronavírus?

Médico Thor Dantas – “Eu diria que ninguém tá 100% preparado para encarar uma doença que não existia antes. O que a gente está fazendo, que é o que todo estado está fazendo, é se preparando. Tenho visto o Acre se preparando com as áreas técnicas da Sesacre, fazendo capacitação, organizando as redes de assistência, os fluxos de atendimento, de coleta e diagnóstico. Se preparando é que se faz o dever de casa. Estamos todos nos preparando e vejo um grande empenho da secretaria nesse sentido”, finaliza.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Cotidiano

Chuva aumenta e Defesa Civil alerta para riscos na captação de água e navegação no Rio Acre

Publicado

em

O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando. Foto: captada 

Suene Almeida

Apesar de Rio Branco não registrar volumes extremos de chuva nos últimos dias, a Defesa Civil Municipal tem monitorado de perto o comportamento do Rio Acre e suas consequências para a capital. Em entrevista nesta sexta-feira (5), o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, detalhou a situação, chamou atenção para riscos menos aparentes e reforçou que o momento exige cautela.

Segundo Falcão, até a manhã de hoje o acumulado de chuva dentro do perímetro urbano estava em cerca de 18 milímetros. No entanto, o volume que atinge a cidade desde o início da tarde tende a alterar esse cenário.  “Daqui a pouco, quando a gente finalizar essa chuva aqui, vamos perceber que o que choveu hoje equivale praticamente à semana inteira”, explicou.

Ele reforça que, embora o índice acumulado não pareça alto dentro de Rio Branco, o quadro regional é mais preocupante. “Mesmo não tendo chovido muito na cidade, nós temos um acumulado na bacia de 250 a 300 milímetros só nesta primeira semana de dezembro, que nem terminou ainda. Ainda é sexta-feira.”

Oscilações do nível do Rio Acre preocupam

O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta, uma queda significativa em poucos dias. Apesar disso, Falcão esclarece que não há risco de enchente neste momento.

O alerta da Defesa Civil, porém, está focado em outro ponto, que é na presença de balseiros, grandes aglomerados de troncos e vegetação que descem com a correnteza e podem causar danos a estruturas e embarcações.

“Existe uma preocupação atual nossa em relação a essa oscilação de nível, que é a formação de balseiros. Esses balseiros colocam em risco a captação de água e a navegação, trazendo grandes possibilidades de acidentes”, afirmou o tenente-coronel.

Ele explica que, mesmo sem perspectiva de transbordamento, o comportamento irregular do rio traz desafios que exigem vigilância constante. “A gente não está preocupado com o transbordamento, que não vai acontecer agora, mas estamos atentos às outras consequências que o nível do rio traz quando ele oscila dessa forma”, destacou.

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando, “Essas primeiras chuvas já mostram que a gente precisa ficar alerta. O momento é de atenção, não de pânico”, concluiu.

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Prefeito de Rio Branco anuncia pagamento do salário e 13º de servidores para o dia 19 de dezembro

Publicado

em

Tião Bocalom afirmou que os depósitos devem injetar cerca de R$ 80 milhões na economia local e destacou que a gestão mantém todos os pagamentos em dia

A confirmação foi feita durante coletiva de imprensa realizada na Praça da Revolução. Segundo o gestor, os dois pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia local. Foto: captada 

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (5) que o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores municipais serão depositados no próximo dia 19. Segundo o gestor, os pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia da capital.

Bocalom destacou que a política da administração municipal é a de antecipar parte do 13º apenas mediante solicitação do servidor, prática que, de acordo com ele, é pouco comum.

— A grande maioria dos nossos trabalhadores deixa para receber tudo no final do ano, como foi pensado quando o 13º foi criado — afirmou.

O prefeito explicou ainda que adiantar o pagamento no meio do ano pode reduzir o impacto financeiro do benefício devido aos descontos obrigatórios, o que, em sua visão, “desvirtua” o propósito original da gratificação natalina. Ele também reafirmou o compromisso da gestão com a pontualidade nos pagamentos.

— Nunca atrasamos salários, férias ou qualquer outro direito. Fechamos o ano mais uma vez com tudo em ordem, pagando todos os nossos trabalhadores — completou Bocalom.

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026

Publicado

em

Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada 

A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.

O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.

— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.

De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.

O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada 

Nota da Prefeitura de Rio Branco

A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.

O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.

Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.

Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.

A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada 

Comentários

Continue lendo