Acre
“É evidente que o meu estilo é diferente do meu irmão Tião”, afirma senador Jorge Viana
Ray Melo, do ac24horas
O senador Jorge Viana (PT) voltou a criticar o direcionamento político que o Partido dos Trabalhadores vem adotando em relação à crise política que as administrações petistas mergulharam nos últimos meses, na manhã desta segunda-feira (6), durante entrevista coletiva. O petista acredita que o PT precisa acertar um novo discurso, admitindo os erros e fazendo com que o partido se revigore politicamente, promovendo uma reaproximação com o contraditório para ter uma nova postura e assumir novos compromissos.
Jorge Viana afirma que a administração da presidente Dilma Rousseff (PT) passa por três diferentes crises, uma de comunicação — por não ter boa relação com os grandes veículos de comunicação, uma crise política de relacionamento com os partidos da base de sustentação e a crise econômica que depende de aprovação de medidas de austeridade que estariam paradas no Congresso Nacional, por falta do estabelecimento de uma linha de diálogo com a Câmara e o Senado.
Segundo o petista, o primeiro passo para superar a crise, teria que partir dos cardeais petistas. Ele reafirma que é necessário o próprio PT reconheça que há erros graves no governo e dentro do partido. “É preciso que reconheçamos que há erros graves no governo e no próprio partido. Não tem nenhum grande veículo de comunicação simpático ao PT. É preciso sempre se perguntar se a gente está carregando o atraso, ou é o atraso quem está carregando a gente”.
O parlamentar destaca que 2015, “está tão complicado para nós do PT, que deveria ser proibido falar em 2016”, disse Jorge Viana ao comentar a antecipação do debate sobre as eleições municipais do próximo ano. Viana destaca ainda que o assunto foi recorrente na última reunião do ex-presidente Lula com os presidentes regionais do PT. “A totalidade dos debates na reunião com Lula foi em torno de 2016, o Lula deu uma dura nos dirigentes”, enfatiza.
“É um equivoco falar em 2016 agora. Se chegar em 2016, nós convidarmos o Marcus, ele será o protagonista. Quem falar agora é para queimar o nome e não ser ouvido. Quem faz este debate está trabalhando contra nosso projeto. Se eu pudesse decretava o fim de 2014, e o inicio de 2015, que teima em não começar. O Tião e o Marcus é quem devem conduzir o processo. Todos nós do PT temos que cortar o salto e sempre que puder andar descalço”, ressalta Jorge Viana.
Para ele é necessário que a FPA retome o debate com as comunidades e estabeleça uma linha de diálogo para recuperar a confiança do eleitor, falando dos feitos das administrações petistas, mas falando também dos erros cometidos. “Temos que reconquistar o que já tivemos. Temos que ter pelo menos mais 20% dos votos para termos 70%. Nós não estamos com esta bola toda. As eleições têm sido muito difíceis para nós. O PT pode se reposicionar”.
O senador tem insistido que os cardeais petistas assumam as falhas na condução do processo político, admitindo os erros administrativos e partidários, mas tem agido como um ator que protagoniza um monólogo no atual cenário de debates do PT. Questionado se ele se manteria como o único cardeal a pedir mudanças e redirecionamento dos ideais do partido para se diferenciar das demais legendas, Jorge Viana foi enfático: “eu não quero ser farinha do mesmo saco”.
O senador falou da diferença entre seu governo, o de Binho Marques e o atual de Sebastião Viana. Jorge Viana volta a questionar a falta de comunicação de secretários e cargos comissionados de seu irmão. “Tião tem um jeito bem diferente do meu, isso não é ruim. Ninguém trabalha mais que ele, agora são estilos diferentes. É necessário ficar mais exposto. O PT tem que conversar mais. Esta é uma parte que não pode faltar, principalmente num momento como este”.
O petista enfatiza a necessidade de uma reforma política, excluindo o financiamento de campanha através de empresas. A aliança com o PMDB também foi lembrada, já que o partido do vice Michel Temer exige mais espaço e cargos. “Não pode ter um casamento mal feito. Que tenha mais espaço, mas que tenha também mais fidelidade. O PMDB do Senado é mais fiel que o PMDB da Câmara. Ajoelhou tem que rezar. Estar junto? Tem que estar junto mesmo”.
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Acre
Chuva intensa supera volume previsto para dezembro e deixa Defesa Civil em alerta em Rio Branco
Precipitação extrema provoca alagamentos em pelo menos 10 bairros e elevação rápida dos igarapés da capital

Foto: Jardy Lopes
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Acre
Rua da Baixada da Sobral é tomada pela água após forte chuva em Rio Branco

Foto: Instagram
A Rua 27 de Julho, no bairro Plácido de Castro, na região da Baixada da Sobral, ficou tomada pela água após a forte chuva que se iniciou na noite de terça-feira, 16, e segue até a manhã desta quarta-feira, 17.
O volume de água acumulado dificultou a circulação de veículos e pedestres na área e invadiu residências.
Um vídeo publicado pelo perfil Click Acre no Instagram mostra a rua completamente tomada pela água e os quintais das casas alagados.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, nas últimas 24 horas já foram registrados 71,8 milímetros de chuva em Rio Branco. Para efeito de comparação, a cada hora tem chovido o equivalente a um dia inteiro do mês de dezembro.
Ainda segundo a Defesa Civil, o volume de precipitação já ultrapassou o esperado para todo o mês de dezembro até a data de hoje.



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