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Acre

Diante de incapacidade técnica Acre vai convidar as Cáritas para gestão imigratória

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Jairo Carioca – do ac24horas

Virou papo de cafezinho. Não se comenta outra coisa na cidade que não a briga institucional entre os governadores do Acre, Sebastião Viana e a secretária de direitos humanos de São Paulo, Eloíza Arruda. Importante deixar claro que agora começa – se a Justiça acatar a ação – outra investigação, a que Sebastião Viana pede indenização por danos morais por se sentir ofendido ao ser chamado de irresponsável, e isso pode demorar ainda um pouco para que saibamos quem está fazendo o certo na política migratória. Tanta polêmica assim não poderia dar outra coisa: o assunto é viral na internet , o Bispo do Acre, Dom Joaquín pediu ajuda ao Papa, e esta semana, o secretário de direitos humanos do Acre, Nilson Mourão, resolveu dar uma apimentada a mais na polêmica confessando em entrevista ao ac24horas, que o grupo contratado para gestão dos imigrantes que chegam pela fronteira desde 2010, não tem experiência migratória.

“Deparei-me com um fato de certa incapacidade técnica junto com minha equipe. Trabalhamos por intuição, nenhum de nós tem experiência migratória,” confessou.

A declaração do experiente secretário foi dada no campo de refugiados montado no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, em Rio Branco, no Acre. Vai de encontro a toda prepotência de seu chefe, o governador Sebastião Viana, que tem demonstrado irritação com a exposição negativa de sua imagem no cenário político nacional, por ter, segundo Eloísa Arruda, conduzido mal a política migratória. Tudo às vésperas de uma reeleição.

Mas analisando friamente as palavras de Nilson Mourão, elas expressam uma realidade nua e crua do que vem sendo essa gestão.

A coisa se agravou com a cheia do Rio Madeira e o fechamento total do fluxo pela BR 364. Cerca de 2.500 imigrantes se acumulavam em lajes de prédios abandonados, nas praças, em casas alugadas, parques, e o que parecia ser um episódio isolado, em 2010, se consolidou sabe-se lá como, na rota mais alternativa para entrada de imigrantes ao Brasil.

“Estamos realizando uma pesquisa para saber como os primeiros imigrantes chegaram e qual o tipo de informação que eles tiveram que contribuiu para essa demanda,” acrescentou Mourão.

DECLARAÇÕES

Diferente do que foi informado na ação que pede indenização por danos morais divulgada esse semana contra a secretária de direitos humanos paulista, a decisão de facilitar o transporte dos haitianos para as regiões sul e sudeste atendeu a uma ordem do governador Sebastião Viana.

“Estudei o caso e enviei um documento a ele explicando a situação. O governador nos deu um prazo de 30 dias para reduzir ao máximo o número de imigrantes no Acre”, revelou Mourão.

Ao justificar a atitude do governador Sebastião Viana de ajudar no envio dos haitianos para as regiões sul e sudeste, aproveitando a logística montada para a cheia do Rio Madeira, com a utilização de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), Mourão revelou que teve medo de brigas, de incêndio, da transmissão de doenças e outros problemas com tanta gente circulando nas cidades de Brasileia e Epitaciolândia. Até o fechamento da fronteira chegou a ser proposto.

“O abrigo em Brasileia em condições austera só tinha capacidade para 300. Disse ao governador que deveríamos tomar uma atitude imediata, cheguei até a propor o efeito sanfona, que seria o fechamento provisório da fronteira enquanto se resolvia o envio dessas pessoas. Propus o compartilhamento dessa situação com o Peru. Depois íamos abrindo e fechando conforme a situação.” Acrescentou o secretário acreano.

IMIGRANTES

Para Mourão o problema com imigrantes não é tarefa fácil de resolver. “Se fosse fácil de resolver, Estados Unidos e países europeus já tinham achado uma solução para a migração. Hoje o Acre não é apenas uma rota onde parentes chamam parentes. Os coiotes organizaram o refúgio para o Brasil passando por Assis Brasil, Brasileia e Epitaciolândia e isso não tem prazo para acabar”, avisou.

Tanto não tem prazo que o Estado vai pedir ajuda das Cáritas (organização da sociedade civil que ajuda refugiados) para a gestão dos imigrantes. O Secretário de Direitos Humanos do Acre mostra através de números que São Paulo em nenhum momento foi rota preferida pelos haitianos. E classificou como destempero a atitude da secretária de direitos humanos paulista, Eloísa Arruda em acusar o governador do Acre.

imigrantes-ac-187x300 “Rio Grande do Sul, Panará, Santa Catarina, São Paulo, Cuiabá, Mato Grosso e Rondônia. Nessa ordem eles escolhem onde vão ficar a partir do momento que saem de Rio Branco. Conhecem o Brasil, não vieram para ficar no Acre. 50% deles vão para o sul,” garante.

Em meio a toda crise, na última sexta-feira (2) o secretário e sua equipe comemoraram o retorno das contratações de haitianos por empresas do sul do Brasil. Um consultor de um grupo de 13 empresas de Minas Gerais, Leandro Paiva, selecionou 88 deles, legalizados para trabalharem na região.

“Eles saem daqui com emprego garantido de carteira assinada,” comentou Paiva que vem pela terceira vez recrutar os serviços no Acre.

Para o ex-deputado federal Nilson Mourão, com o retorno das contratações e a normalidade da situação via BR 364, São Paulo não terá outro argumento para desviar o foco da crise de abastecimento de água.

“Os reservatórios estão abaixo de 11%, eles utilizam os imigrantes para esconder essa crise”, concluiu.

Essa semana está agendada uma reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin  e o prefeito Eduardo Haddad, no Ministério da Justiça. O governador do Acre, Sebastião Viana ainda não foi comunicado e nem convidado para o encontro que deverá discutir a ajuda humanitária para os imigrantes no Brasil.

FRASES-DA-SEMANA

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Acre

Associação Família Azul deve suspender atendimentos e cobra apoio do poder público ao autismo; mais de 100 crianças ficarão sem acompanhamento

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Dell Pinheiro

A falta de recursos financeiros levou a Associação Família Azul do Acre a suspender integralmente seus atendimentos a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O anúncio foi feito pela presidente da entidade, Heloneida da Gama, em um vídeo divulgado nas redes sociais, no qual ela faz um apelo direto às autoridades e denuncia a ausência de apoio do poder público à causa do autismo no Estado.

Segundo Heloneida, o encerramento das atividades deixou mais de 100 crianças sem acompanhamento especializado, sem qualquer previsão de retomada. A dirigente afirma que, apesar da relevância social do trabalho desenvolvido pela associação, não houve até o momento articulação concreta para garantir a continuidade dos serviços.

Durante o desabafo, a presidente questionou a destinação das emendas parlamentares dos deputados estaduais. De acordo com ela, cada parlamentar dispõe de aproximadamente R$ 4,5 milhões, sendo cerca de R$ 2,5 milhões obrigatoriamente direcionados à saúde e à Educação, enquanto o restante pode ser aplicado conforme a escolha de cada deputado.

Para Heloneida, pequenas parcelas desses recursos seriam suficientes para manter o atendimento de entidades que atuam diretamente com famílias atípicas. “O que custa combinar com outro deputado e dizer: cada um contribui com R$ 50 mil ou R$ 80 mil?”, questiona, ao destacar que valores considerados modestos dentro do orçamento parlamentar poderiam assegurar a continuidade de serviços essenciais.

A presidente também fez um apelo às famílias e aos eleitores, lembrando que 2026 será ano eleitoral. Ela orienta que a população cobre dos candidatos, durante a campanha, quais ações efetivas foram realizadas em favor do autismo e se houve destinação concreta de recursos para associações como a Família Azul.

Outro ponto levantado foi a fragilidade da rede pública de atendimento no Acre. Segundo Heloneida, atualmente há mais de 5 mil crianças e adolescentes aguardando a primeira consulta, além de outras 4 mil na fila da segunda avaliação. Ela também denuncia a escassez de psiquiatras, especialmente para o acompanhamento de adolescentes acima dos 17 anos, e a demora excessiva no diagnóstico, fatores que comprometem o tratamento precoce.

A dirigente destacou ainda o peso financeiro enfrentado pelas famílias e pela própria associação. Somente a folha de pagamento mensal da entidade gira em torno de R$ 20 mil, valor inviável de manter sem apoio institucional. Mesmo diante do fechamento dos atendimentos, segundo ela, nenhum deputado estadual se manifestou publicamente em defesa da associação.

 

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Acre

Ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morre aos 63 anos

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O ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morreu no final da tarde deste domingo (14), aos 63 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Ele estava internado no Hospital João Câncio Fernandes, onde realizava tratamento contra um câncer de pulmão. O óbito foi confirmado por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atenderam a ocorrência na unidade hospitalar.

Nilson Areal teve trajetória marcante na política acreana. Foi prefeito de Sena Madureira por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, período em que conduziu importantes ações administrativas no município. Além da atuação no Executivo municipal, também exerceu o cargo de deputado estadual.

O ex-prefeito deixa esposa, dois filhos e três netos. A morte causou grande comoção em Sena Madureira e entre lideranças políticas do Acre.

O governador Gladson Cameli divulgou uma nota de pesar, na qual lamentou a morte do amigo de longa data e destacou a contribuição de Nilson Areal para a vida pública e o desenvolvimento do município.

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Acre

Mailza arrecada mais de 2 mil brinquedos para crianças com Corrida Solidária

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A Corrida Solidária com Mailza, realizada neste sábado, 13, reuniu milhares de corredores em um grande ato de solidariedade, esporte e celebração da vida. Promovida pela vice-governadora Mailza Assis, em comemoração ao seu aniversário, a iniciativa arrecadou mais de 2 mil brinquedos, que serão destinados a crianças em situação de vulnerabilidade neste Natal.

Com clima favorável, sol aparecendo ao longo do percurso e muita animação, a corrida transformou-se em uma verdadeira festa popular. Antes da largada, os participantes cantaram parabéns para a vice-governadora. Ao final, além da entrega das medalhas, teve bolo de aniversário e um animado banho de mangueira garantido pelo Corpo de Bombeiros, fechando o evento em clima de alegria e confraternização.

Mailza agradeceu a participação do público e destacou o significado da ação. “Quero agradecer a cada pessoa que colaborou, que sonhou comigo esse momento, que trouxe um brinquedo e participou dessa corrida. É um gesto que simboliza compartilhar, solidarizar com as famílias que mais precisam, especialmente as nossas crianças. Também é cuidar da saúde, rever amigos e viver um momento de descontração. Esse evento foi preparado com muito amor e carinho, e juntos vamos fazer um Natal diferente para muitas crianças”, afirmou ela que também é secretária de Assistência Social e Direitos Humanos.

Entre os participantes, histórias de inclusão e afeto marcaram o evento. Regimar Souza do Nascimento e Leide Fernandes prestigiaram a corrida acompanhados da filha Jayane, de 24 anos, que tem paralisia cerebral.

“Ela quis vir, disse: ‘mãe, eu quero ir’. Trouxemos ela para participar e também homenagear o aniversário da vice-governadora”, contou Leide.

Regimar também parabenizou a iniciativa. “É uma ação linda. Ela transforma o próprio aniversário em um presente para quem mais precisa, para as crianças. Isso é algo que Deus abençoa, e que inspira outras pessoas a fazerem o bem”, afirmou.

Entre os grupos que mais chamaram atenção pelo entusiasmo esteve o Funcional da Polícia Militar do Acre, formado exclusivamente por mulheres, que chegaram animadas e abrilhantaram ainda mais a festa.

“Foram mais de 100 mulheres aqui. As meninas estavam muito ansiosas para participar, porque é um evento solidário. Nós trabalhamos em bairros periféricos, como Cidade do Povo, Taquari e também na Arena da Floresta. Ao todo, são 106 mulheres, todas muito alegres e felizes por estarem aqui hoje”, relatou a instrutora Halida Prado.

Resultados da corrida

Na categoria masculina, o grande vencedor foi Kauan Vitor, seguido por Jefferson Ramos em segundo lugar e Manoel Cunha em terceiro.
Kauan parabenizou a vice-governadora e ressaltou a importância do esporte aliado à solidariedade.

“Sou da corrida amadora há dois anos. Além de promover o esporte, essa ação ajuda as crianças do nosso Acre. Nem todo mundo consegue dar um presente no Natal, então é maravilhoso poder ajudar fazendo o que a gente ama”, disse.

Jefferson Ramos, corredor amador há dez anos, destacou os benefícios da prática esportiva.

“Qualquer esporte é importante para a nossa saúde. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se cuidar mais. E hoje, além disso, estamos fazendo o bem”, ressaltou.

Na categoria feminina, Dalvanir Alves conquistou o primeiro lugar, seguida por Fran Melo em segundo e Juliane Souza em terceiro. Dalvanir celebrou a iniciativa.

“Uma oportunidade maravilhosa de incentivar o exercício físico e, ao mesmo tempo, proporcionar um Natal mais feliz para as crianças. A vice-governadora festejou seu aniversário da melhor forma, junto à população”, destacou.

Fran Melo, corredora profissional há oito anos, também elogiou o evento. “Foi uma ação linda. Quem ganha de verdade são as crianças, porque as doações foram brinquedos. Parabéns à vice-governadora por essa iniciativa”, afirmou.

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