Brasil
Contas públicas têm déficit de R$ 48,899 bilhões em junho
Dívida bruta está em 73,6% do PIB
As contas públicas fecharam o mês de junho com saldo negativo, resultado principalmente da queda de receitas extraordinárias do governo federal. O setor público consolidado – formado por União, estados, municípios e empresas estatais – registrou déficit primário de R$ 48,899 bilhões no mês passado, ante superávit primário de R$ 14,395 bilhões em junho de 2022.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28), em Brasília, pelo Banco Central (BC). O déficit primário representa o resultado negativo das contas do setor público (despesas menos receitas), desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, na comparação interanual, a conta do Governo Central teve piora de R$ 60,2 bilhões. A queda na arrecadação dos governos regionais também contribuiu negativamente com o resultado das contas públicas, com piora do resultado primário em R$ 1,8 bilhões.
Em 12 meses, encerrados em junho, as contas acumulam déficit primário de R$ 24,270 bilhões, o que corresponde a 0,24% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
Considerando o resultado em 12 meses, houve pico do superávit primário em agosto do ano passado, quando chegou a R$ 230,6 bilhões (2,44% do PIB). Desde então, esse resultado positivo vem caindo no acumulado em 12 meses, sendo essa a décima primeira redução mensal consecutiva, passando agora para um déficit.
Em 2022, as contas públicas fecharam o ano com superávit primário de R$ 125,994 bilhões, 1,27% do PIB.
Esferas de governo
No mês passado, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou déficit primário de R$ 46,480 bilhões ante o superávit de R$ 13,710 bilhões em junho de 2022. O resultado é explicado pelo aumento das despesas em R$ 8,9 bilhões (4,9%) e pela redução das receitas em R$ 51,4 bilhões (26,1%).
O principal motivo para a queda nas receitas foi o pagamento de R$ 27,5 bilhões da concessão de usinas hidrelétricas pertencentes à Eletrobras, privatizada em junho do ano passado. Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagou R$ 19,5 bilhões em dividendos à União no mesmo mês. Em junho desse ano, nenhuma dessas receitas extraordinárias se repetiu.
O montante do déficit do Governo Central difere do resultado divulgado ontem (27) pelo Tesouro Nacional, de déficit de R$ 45,223 bilhões em junho, porque, além de considerar os governos locais e as estatais, o BC usa uma metodologia diferente, que leva em conta a variação da dívida dos entes públicos.
Já os governos estaduais tiveram superávit no mês passado de R$ 2,645 bilhões, ante déficit de R$ 1,492 bilhão em junho de 2022. Enquanto isso, os governos municipais anotaram déficit de R$ 3,573 bilhões em junho deste ano. No mesmo mês de 2022, houve superávit de R$ 2,348 bilhões para esses entes.
No total, os governos regionais – estaduais e municipais – tiveram déficit de R$ 927 milhões em junho de 2022 contra resultado positivo de R$ 856 milhões no mesmo mês de 2022. A piora no resultado interanual é explicada pela redução de 5,2% nas receitas com o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal fonte de arrecadação dos governos estaduais e municipais.
Já as transferências regulares do governo federal, no âmbito do compartilhamento de impostos e outras normas federativas, ficaram estáveis no mês com pequena variação positiva de 0,3%.
As empresas estatais federais, estaduais e municipais – excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras – tiveram déficit primário de R$ 1,492 bilhão no mês passado.
Despesas com juros
Os gastos com juros ficaram em R$ 40,726 bilhões no mês passado, contra R$ 98,188 bilhões de junho de 2022.
Nesse aumento, há os efeitos das operações do Banco Central no mercado de câmbio (swap cambial, que é a venda de dólares no mercado futuro), que, nesse caso, contribuíram para a melhora da conta de juros na comparação anual. Os resultados dessas operações são transferidos para o pagamento dos juros da dívida pública, como receita quando há ganhos e como despesa quando há perdas.
No mês passado, a conta de swaps teve ganhos de R$ 20,5 bilhões contra perdas R$ 39,9 bilhões em junho de 2022.
Na comparação interanual, a queda da inflação também ajuda a reduzir os juros. Por outro lado, contribuem para a evolução dessa conta o aumento do estoque da dívida e a alta da taxa Selic no período, que passou de 12,75% ao ano em junho do ano passado para os atuais 13,75% ao ano.
O resultado nominal – formado pelo resultado primário e os gastos com juros – aumentou na comparação interanual. Em junho, o déficit nominal ficou em R$ 89,625 bilhões contra o resultado negativo de R$ 83,793 bilhões em igual mês de 2022.
Em 12 meses, o setor público acumula déficit R$ 662,381 bilhões, ou 6,42% do PIB. O resultado nominal é levado em conta pelas agências de classificação de risco ao analisar o endividamento de um país, indicador observado por investidores.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público – balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 6,096 trilhões em junho, o que corresponde a 59,1% do PIB. Em maio, o percentual da dívida líquida em relação ao PIB estava em 57,8%.
Em junho deste ano, a dívida bruta do governo geral (DBGG) – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 7,594 trilhões ou 73,6%, mantendo-se estável como proporção do PIB em relação ao mês anterior (R$ 7,563 trilhões ou 73,6% do PIB). Assim como o resultado nominal, a dívida bruta é usada para traçar comparações internacionais.
Edição: Kleber Sampaio
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Polícia Militar do Amazonas apreende mais de meia tonelada de entorpecentes e sete fuzis

Um homem foi preso durante a ação e os policiais militares também apreenderam duas lanches e um veículo
FOTOS: Adson Mekaiim / PMAM
A Polícia Militar do Amazonas (PMAM), por meio da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), apreendeu mais de meia tonelada de maconha tipo skunk, sete fuzis, duas lanchas e um veículo, em ocorrência registrada na tarde de quarta-feira (06/08), no bairro Educandos, zona sul de Manaus. Durante a ação, um homem, de 27 anos, foi preso.
Por volta das 16h30, a equipe policial estava em patrulhamento próximo à ponte do bairro Educandos, quando avistaram duas pessoas em atitude suspeita, que fugiram em direção às margens do rio.
Quando a equipe chegou ao local, encontrou 10 suspeitos desembarcando material de duas lanchas para um veículo, um Fiat Fiorino, de cor Branca e placa TCM-1H74, onde foram encontrados todos os materiais ilícitos.
Segundo o comandante-geral da PMAM, Klinger Paiva, a apreensão foi realizada por uma equipe do policiamento convencional da 2ª Cicom, composta por um sargento e uma soldado recém-formada em 2024, aprovada no concurso público da PMAM de 2022.
“A equipe se deparou com uma atitude suspeita e conseguiram fazer a abordagem. Houve uma troca de tiros com alguns elementos que conseguiram fugir e a equipe pediu apoio, que chegou posteriormente, mas conseguiram na abordagem apreender esse material. Importante frisar que os suspeitos estavam com armamento muito pesado. A gente enaltece o trabalho da dupla que estava lá e o apoio da Força Tática e das demais equipes”, disse o comandante-geral da PMAM.

Um homem foi preso durante a ação e os policiais militares também apreenderam duas lanches e um veículo
FOTOS: Adson Mekaiim / PMAM
O comandante da 2ª Cicom, Sérgio Oliveira, destacou que o material apreendido foi encontrado dentro do veículo e das duas embarcações, que foram apreendidas e apresentadas junto com toda a materialidade.
“No local, haviam duas embarcações abarrotadas com várias caixas com os entorpecentes envelopados, e uma Fiorino branca com várias armas e entorpecentes no veículo. Foi verificado um indivíduo dentro do veículo e, constatado os fatos, foi dada voz de prisão, conduzindo ele para o 1º DIP”, informou o comandante.
No total, foram apreendidos 523 quilos de entorpecentes, sete fuzis, sendo seis de calibre 7.62 e um de calibre 5.56; duas lanchas com motores 200HP e um Fiat Fiorino. Os entorpecentes apreendidos representam um prejuízo estimado de mais de R$ 10 milhões ao crime organizado. Todo o material foi encaminhado para o 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Avanço no combate ao crime organizado
Com a apreensão de entorpecente registrada pela 2ª Cicom, a Polícia Militar do Amazonas chega a 18 toneladas apreendidas neste ano. Com as ações da PMAM e da Polícia Civil do Amazonas, o Sistema de Segurança já registra mais de 27 toneladas de entorpecentes apreendidas em 2025.

Um homem foi preso durante a ação e os policiais militares também apreenderam duas lanches e um veículo
FOTOS: Adson Mekaiim / PMAM
Fonte: Polícia Militar do Amazonas (PMAM)
Para o secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), Vinicius Almeida, os resultados são fruto do investimento do Governo do Amazonas em viaturas, equipamentos e nas Bases Arpão, Tiradentes e Paulo Pinto Nery.
Com as ações, as Forças de Segurança vêm acompanhando as rotas usadas pelo narcotráfico para o transporte de drogas dos países vizinhos para o Amazonas.
“A gente vem acompanhado a rota desde 2020, quando mudamos a metodologia de busca e apreensão de drogas no estado. Até 2019, nós tínhamos uma média de apreensão de 9 toneladas de droga no ano. Então começou um investimento muito forte do Governo do Estado, visando combater as organizações criminosas de uma maneira mais eficiente”, destacou o secretário Vinicius Almeida.
Segundo o secretário, em 2024, as Forças de Segurança apreenderam mais de 43 toneladas. Esse ano, as apreensões já ultrapassaram o mesmo período de 2024. “Esse ano já são mais de 27 toneladas, no mesmo período em 2024 nós tínhamos 24 toneladas. Então já estamos batendo o recorde no período com relação a ano passado. E como vem sendo feito isso? Com o empenho e dedicação da Polícia Militar e da Polícia Civil. Os méritos todos são dos profissionais que estão na ponta”, disse.
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CNN Esportes Neymar e Bruna Biancardi descobrem câmeras escondidas e deixam mansão; veja

Neymar, Bruna e Mavie aproveitando dias na praia • Instagram/ Bruna Biancardi
Neymar e Bruna Biancardi não moram mais na mansão em Cotia, no interior de São Paulo. O casal de famosos deixou o local depois de descobrir que vinha sendo monitorado pelas câmeras de segurança.
Os advogados da influenciadora entraram com uma ação contra os proprietários da residência, em abril. De acordo com o documento, obtido pela CNN, Bruna sentiu que “teve a sua vida acompanhada como se fosse um reality show”. No entanto, após negado silêncio de justiça, a empresária desistiu da ação.
A ação foi protocolada com intuito de declarar inadimplemento contratual e rescisão. A advogada de Biancardi pediu a devolução total dos R$ 129.690,73 mil da caução, além de indenização em R$ 10.000 por danos morais.
Em seu pleito, Biancardi alegou abalo psicológico diante da violação de sua intimidade e da experiência de ter sua localização divulgada a terceiros. A influencer também afirma que foi tratada de maneira invasiva pelo casal, que pediu fotos com Neymar.
O casal de famosos pagava R$ 41,401,47 de aluguel e tentou acordo amigável com os proprietários antes de entrar com a ação. Eles também são acusados de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Desistência da ação
Bruna havia pedido que a tramitação do processo ocorresse sob segredo de justiça, já que a ação envolvia “questões íntimas e financeiras” do casal. O juiz, contudo, indeferiu a solicitação de Biancardi.
Após a decisão do magistrado, a empresária optou por desistir do processo.
Nesta quinta-feira (7), em razão da notoriedade do caso, a advogada de Bruna voltou a pedir a conversão em sigilo de todos os documentos que contêm informações bancárias pessoais da influencer, além do arquivamento dos autos com máxima urgência.
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Tribunal de Portugal aponta inconstitucionalidade em lei anti-imigração
Texto voltará ao Parlamento do país para ser alterado; presidente havia pedido análise da Corte Constitucional

Bandeira de Portugal • Luís Feliciano/Unsplash
O Tribunal Constitucional de Portugal apontou inconstitucionalidades na Lei de Estrangeiros, um projeto anti-imigração que havia sido aprovado pela Assembleia Nacional do país em 16 de julho. A decisão da corte foi proferida nesta sexta-feira (8).
Agora, o projeto apresentado pelo governo português voltará para o Parlamento e deve ser alterado. O presidente Marcelo Rebelo de Souza havia solicitado que o tribunal analisasse o projeto antes de aprová-lo ou não.
Partidos portugueses já haviam criticado a aprovação do projeto, destacando que não foram ouvidas associações de imigrantes ou constitucionalistas, por exemplo.
Wilson Bicalho, especialista em Direito Migratório, pontuou que a decisão da corte foi correta, avaliando que as alterações previstas no projeto violavam os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana.
O professor disse que isso reforça que o poder dos partidos “vai sempre encontrar a fronteira e a proteção que as pessoas têm na Constituição da República”.
“O próprio tribunal disse [sobre] a importância de se fazer a regra para a entrada, saída e permanência de pessoas, a legislação sobre a imigração, mas também é importante fazer a regra de olho na Constituição”, concluiu.
O que a lei previa?
Entre os principais pontos que haviam sido alterados pelo Parlamento está a questão do reagrupamento familiar — ou seja, de pessoas que conseguiram residência legal em Portugal e querem levar a família para lá.
Segundo o projeto, uma pessoa que conseguisse autorização para residência em Portugal deveria esperar dois anos para reunir a família e ainda precisaria comprovar que morava com essas pessoas no país de origem.
Nesta sexta, o presidente do Tribunal Constitucional confirmou que os juízes entenderam que este é um ponto inconstitucional no texto, sendo “incompatível com a proteção constitucionalmente devida à família”.
Outro ponto que poderia afetar os brasileiros é sobre o visto de procura de trabalho. Ele só seria concedido a profissionais que forem considerados “altamente qualificados”.
À época em que o projeto foi aprovado pela Assembleia, não havia sido especificado o que seria considerado um trabalho qualificado, mas Bicalho explica que, geralmente, diz respeito a uma pessoa com uma graduação ou diploma maior.
Além disso, um outro ponto é que cidadãos de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que entrarem em Portugal sem visto teriam restrição para pedir autorização de residência.
Antes, quem entrou regularmente no país (por exemplo, como turista) e foi contratado por uma empresa portuguesa poderia solicitar a autorização de residência.
Fonte: CNN
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