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Cotidiano

Com mais de 200 denúncias, Aleac discute combate a ‘golpe do falso advogado’; vítimas chegam a perder até R$ 2 mil

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Crime é cometido por golpistas que utilizam fotos e nomes de advogados reais para criar perfis falsos e encaminhar mensagens a clientes cobrando valores por serviços que não existem. Advogados, forças de segurança e parlamentares debateram o problema durante reunião

Golpistas se passaram pela advogada Gicielle Rodrigues para pedir dinheiro a clientes. Foto: Reprodução

De repente, uma mensagem surge cobrando o pagamento de uma taxa para a liberação de valores fruto de uma ação judicial. A pessoa que recebe o contato já aguardava este valor há meses ou até anos, e, diante da chance de finalmente ser atendida, transfere os valores pedidos na mensagem. Apenas para, pouco tempo depois, descobrir que se tratava de um golpe.

Este é o chamado golpe do falso advogado que, em 2024, pode ter vitimado mais de 200 pessoas no Acre, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Além de prejudicar as vítimas financeiramente, o esquema também mancha a reputação de advogados, que precisam zelar por seus nomes para manter a clientela.

Uma das profissionais que tiveram os dados utilizados no golpe foi a advogada Gicielle Rodrigues, de Rio Branco. Ela conta que desde setembro do ano passado recebe mensagens de clientes desesperados após transferirem valores supostamente solicitados por seu escritório, mas através de números falsos.

Conforme a advogada, a situação continuou até o mês de março deste ano. Os clientes perderam entre R$ 300 e R$ 2 mil, valores que, muitas vezes, eram reservas mantidas com muito custo pelas vítimas.

Gicielle registrou boletins de ocorrência e comunicou os casos á Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB-AC) para alertar sobre a situação.

Clientes começaram a me ligar em desespero, chorando, após realizarem pagamentos a estelionatários, acreditando que estavam lidando comigo. São pessoas que enfrentavam dificuldades financeiras, algumas juntando economias com sacrifício, outras pedindo dinheiro emprestado na esperança de resolver suas pendências judiciais. Uma das clientes, viúva e mãe de dois filhos, me ligou desesperada porque tinha usado parte do dinheiro destinado às despesas básicas mensais da família. Outra, idosa e aposentada, acreditou que finalmente receberia um valor que aguardava e pagou para os golpistas, e posteriormente descobriu que foi enganada”, relata.
Audiência pública

Audiência debateu combate ao golpe do falso advogado. Foto: Sérgio Vale/Aleac

Diante do número cada vez maior de relatos semelhantes, a OAB-AC articulou, junto à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) uma audiência pública para debater o problema e discutir possíveis soluções. A reunião, promovida na sexta-feira (28), contou com a participação de advogados, forças de segurança e parlamentares.

Durante a audiência, o delegado Fabrizzio Sobreira, representante da Sejusp no encontro, explicou que o número de notificações de possíveis vítimas do golpe do falso advogado tem crescido a níveis preocupantes desde 2018, quando foram nove casos. Já em 2023 a quantidade subiu para 140 ocorrências,chegando a 245 ocorrências no ano passado.

Somente nos primeiros três meses de 2025, ainda segundo o delegado, foram 113 registros.

“A Polícia Civil tem trabalhado de forma intensa para mapear e combater essas práticas criminosas, mas é fundamental que haja uma integração maior entre os poderes e as forças de segurança. O crime cibernético não tem fronteiras, e precisamos estar à altura desse desafio para proteger advogados, operadores do direito e a sociedade como um todo”, alegou.

Também participou da audiência, como presidente da OAB, a advogada Thais Moura, que enfatizou a necessidade de integração entre vários órgãos para diminuir a ocorrência de golpes desse tipo.

“Precisamos pensar em medidas concretas, seja unificando a investigação desses crimes com a Delegacia de Combate aos Crimes Cibernéticos, seja estabelecendo procedimentos no Tribunal de Justiça para rastrear acessos a documentos, ou ainda promovendo reuniões com operadoras de telefonia e instituições bancárias para criar diretrizes eficazes”, disse.

Conforme a OAB-AC, a audiência pública firmou compromisso para a criação de um comitê interinstitucional de enfrentamento aos golpes digitais e crimes cibernéticos, que vai buscar mecanismos para fortalecer o enfrentamento ao estelionato em âmbito digital.

Atenção redobrada

Esquema tenta reproduzir linguagem de advogados em conversas com clientes em tentativa de golpe. — Foto: Reprodução

“Esses relatos me deixaram profundamente indignada e sensibilizada, pois mostram como a credibilidade da advocacia está sendo explorada de forma criminosa para prejudicar justamente aqueles que mais precisam de justiça. Essas pessoas não perderam apenas dinheiro – perderam a tranquilidade, o planejamento financeiro e, em muitos casos, comprometeram suas necessidades básicas por conta do golpe. Essa dor, não pode ser ignorada. É por isso que essa luta não é apenas pela advocacia, mas principalmente pela proteção da sociedade”

Enquanto as soluções são discutidas, a advogada Gicielle ressalta que o público deve sempre desconfiar de mensagens, principalmente as que pedem a transferência de valores.

“Sempre verifique a identidade do advogado antes de realizar qualquer pagamento. Essa consulta pode ser feita diretamente no site da OAB, onde é possível confirmar se o profissional está devidamente registrado e regularizado. Sempre buscar contato direto com o advogado responsável pelo caso, de preferência, por canais oficiais, como telefone ou endereço do escritório. Para maior segurança, recomenda-se até mesmo uma videochamada com o advogado”, alerta.

Caso seja constatado o pagamento de valores a golpistas, é recomendado o registro de boletim de ocorrência. Também podem ajudar na apuração capturas de tela das conversas. A advogada ressalta ainda que é preciso desconfiar de qualquer solicitação de pagamento antecipado para a liberação de valores judiciais, já que alvarás e sentenças são expedidos pelo Judiciário e não dependem de taxas cobradas por advogados.

“A realização da audiência pública foi um grande passo, pois conseguimos reunir diversas autoridades para discutir o problema e buscar soluções concretas. A criação de um comitê especializado é uma das propostas mais eficazes para monitorar e coibir esse tipo de crime. Além disso, reforçamos a importância de campanhas de conscientização para que a população saiba identificar e denunciar golpes”, acrescenta.

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Obras da nova maternidade de Rio Branco avançam para a segunda fase

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As obras da Maternidade Marieta Messias Cameli, em Rio Branco, seguem para a segunda fase. A primeira etapa está em fase de acabamentos, com serviços de instalação elétrica, de gás e ar-condicionado, pintura e revestimentos. Já na segunda, avançam as construções dos prédios anexos e a fundação do prédio principal.

O fiscal da obra e diretor de Execução e Fiscalização da Secretaria de Obras Públicas, Denis Amorim, explica o andamento dos trabalhos. “A primeira etapa está próxima dos acabamentos. Na segunda fase, trabalhamos no momento nos prédios anexos, com a parte de contrapiso, pilares, vigas, fundações, laje do primeiro pavimento, bem como da infraestrutura, com instalações de esgoto e elétricas, e sistema de proteção contra descargas atmosféricas [SPDA]”, disse.

A maternidade está sendo construída em cinco etapas. Quando concluída, terá 150 leitos de enfermaria clínica e obstétrica, 16 salas de pré-parto, parto e pós-parto, sete salas de cirurgia e parto cesariano, além de leitos de UTI adulto, UTI neonatal e unidades de cuidados intermediários. Também contará com a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera, para atendimento de gestantes de alto risco.

De acordo com o secretário de Obras Públicas, Ítalo Lopes, os blocos prontos são entregues gradualmente para a Secretaria de Saúde. “O governador Gladson Cameli tem determinado celeridade nas obras, visando trazer quanto antes eficiência e modernização ao Acre. A nova maternidade terá uma estrutura digna de ser referência no país e poderá beneficiar a população a cada etapa que concluirmos”, afirmou.

Mais de 60 operários trabalham na construção. O pedreiro José Francisco Marques afirma que a obra gerou empregos para profissionais que estavam sem trabalho. “É a oportunidade de trabalho que tem ajudado no sustento da minha família, assim como tem sido para outros que também estavam desempregados”, disse.

As informações são da Agência de Notícias do Acre.

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Xapuri é escolhida pelo CNJ para sediar programa Justiça Itinerante na Amazônia Legal em 2025

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Iniciativa levará serviços jurídicos e cidadãos à população em junho; cidade foi selecionada por indicadores sociais e ambientais, junto com Boca do Acre (AM)

Os critérios para a escolha das duas cidades foram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), as taxas de desmatamento, de pobreza, de assentamentos, de unidades de conservação e a população indígena. Foto GM/Xapuri

Xapuri, no Acre, foi um dos dois municípios selecionados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para receber a 3ª edição do Programa Justiça Itinerante Cooperativa na Amazônia Legal, prevista para junho deste ano. A outra cidade escolhida foi Boca do Acre, no Amazonas.

Serviços oferecidos:

Documentação civil básica
Regularização fundiária e ambiental
Atendimento previdenciário e trabalhista
Ações para infância, juventude e populações indígenas

Critérios de seleção:

O CNJ considerou:

  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
  • Taxas de desmatamento e pobreza
  • Presença de assentamentos e unidades de conservação
  • População indígena local
Resultados da edição 2024:

Na última edição, realizada em Lábrea e Humaitá (AM), o programa realizou:

14 mil atendimentos
Serviços em 7 eixos temáticos
Atendimento a comunidades remotas

“Esta é uma oportunidade para levar cidadania a populações que enfrentam dificuldades de acesso aos serviços judiciários”, destacou representante do CNJ. Em Xapuri, a expectativa é beneficiar especialmente:

  • Comunidades rurais
  • Populações tradicionais
  • Famílias em situação de vulnerabilidade
Próximos passos:

As instituições locais já começam a articular a logística para receber a caravana itinerante, que deve mobilizar:

  • Juízes
  • Servidores do judiciário
  • Representantes de órgãos parceiros

A iniciativa reforça o compromisso do Poder Judiciário em reduzir as desigualdades regionais e garantir acesso à justiça na Amazônia Legal. Em breve serão divulgadas datas específicas e locais de atendimento em Xapuri.

Por que Xapuri foi escolhida?
  • Histórico de desafios fundiários
  • Presença de comunidades extrativistas
  • Necessidade de serviços jurídicos especializados

Os serviços foram oferecidos com base nos eixos temáticos da cidadania, previdenciário, trabalhista, ambiental, fundiário, da infância e indígena.

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Acre registra aumento de 101% nos casos de violência doméstica em 2025, com 905 mulheres agredidas em dois meses

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Dados do MPAC revelam que Rio Branco concentra 51,8% das ocorrências; especialistas alertam para necessidade de políticas urgentes de proteção às vítimas

Esses dados destacam a urgência de ações para combater a violência doméstica no estado e oferecer apoio às vítimas. Foto/Art

Os primeiros dois meses de 2025 registraram um cenário alarmante de violência contra mulheres no Acre: 905 casos de agressão doméstica foram contabilizados pelo Painel de Registros de Ocorrências do Ministério Público Estadual (MPAC). Os números representam um aumento de 101,11% em relação ao mesmo período de 2024, quando 450 casos foram reportados.

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), intensifica as ações de conscientização e atendimentos para mulheres, com o objetivo de ofertar suporte às vítimas de violência e prevenir que aconteçam novos casos, inclusive de feminicídios. Os serviços jurídicos, de assistência social e psicológicos também são realizados nos municípios do interior do Acre.

Secretaria da Mulher intensifica ações de conscientização e atendimentos para mulheres. Foto: Neto Lucena/Secom

Destaques dos registros:
  • Janeiro/2025: 441 casos
  • Fevereiro/2025: 464 casos
  • Rio Branco: 469 ocorrências (51,82% do total)
  • Cruzeiro do Sul: 95 casos
  • Sena Madureira: 57 registros
  • Santa Rosa do Purus: 1 caso (menor incidência)
Análise territorial:

A capital Rio Branco responde por mais da metade das ocorrências, seguida por Cruzeiro do Sul, que já apresenta quase 100 casos em 60 dias. Os dados revelam uma epidemia de violência de gênero que atinge todo o estado, com variações entre os municípios.

“Estes números exigem uma resposta imediata e multissetorial”, afirma a promotora Dulce Helena Franco, do MPAC. “Precisamos fortalecer a rede de proteção, melhorar a fiscalização de medidas protetivas e investir em políticas preventivas.”

Ações em andamento:

Intensificação do monitoramento eletrônico de agressores
Campanhas educativas em escolas e comunidades
Ampliação dos canais de denúncia
Capacitação de agentes públicos

Como denunciar:

As vítimas podem buscar ajuda através do Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), Delegacias Especializadas ou diretamente no Ministério Público. O MPAC ressalta a importância de romper o ciclo de violência através da denúncia.

O Acre segue a tendência de aumento de casos observada em outros estados brasileiros, reforçando a necessidade de políticas públicas eficazes no enfrentamento à violência contra a mulher. Os dados de 2025 projetam um ano crítico para a segurança das mulheres acreanas caso não haja intervenções imediatas.

Cruzeiro do Sul ocupa a segunda posição, com 95 casos, seguido por Sena Madureira, que registrou 57 casos, e Tarauacá, com 26. Foto: cedida 

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