Duas comunidades rurais já sofrem com os efeitos da alagação do Rio Acre: as comunidades do Panorama e do Catuaba, na região do Belo Jardim. Essas comunidades também estão recebendo auxílio da Prefeitura de Rio Branco.
Acre
Cadastramento de pobres atinge 451 mil pessoas no Acre

Combate à fome é um verdadeiro quebra-cabeça. Série especial vai mostrar números não revelados pela propaganda oficial. Desde sua criação em 2006 mais de 44 mil famílias já aderiram aos programas de transferência de renda do governo federal. Busca ativa pode mostrar dados mais assustadores.
Da redação, com ac24horas
O Acre com seu vasto território e diversos tipos de manifestações culturais e regionais ainda sofre com os grandes problemas como desigualdade social. A fome é um problema grave até para aquelas famílias que em tese, deveriam viver de forma sustentável: os seringueiros, ribeirinhos e povos da floresta. O jornalismo do ac24horas começa uma série de reportagens sobre a miséria no estado. Onde estão essas famílias que vivem abaixo da linha de pobreza? Quem são? O que fazem?
Especialistas falam sobre as ações desenvolvidas para ajudar uma faixa de 451 mil pessoas envolvidas de alguma forma nos programas de transferência de renda. Dados exclusivos fornecidos pelo governo do Acre desenham o mapa da miséria na capital e no interior. Fatores que transformam o esforço do governo em um verdadeiro quebra-cabeça cada vez mais difícil de identificar a fonte dos problemas.
O Acre tinha 133.410 moradores em situação de extrema pobreza no ano de 2010 quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou a pedido do programa Brasil Sem Miséria as pessoas que viviam nessa faixa. Os dados correspondiam a 18,9% da população. O estado era o sexto com maior miséria no país. Passados três anos, o governo de Sebastião Viana garante que retirou 33 mil famílias da linha de pobreza, mas dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) apontam que a taxa de crescimento de famílias inseridas no Programa Bolsa Família (PBF) aumenta 11,9% a cada ano, enquanto que o aumento da população em média foi de 2,7% ano. Desde que foi criado, na gestão do ex-governador Jorge Viana, mais de 44,3 mil famílias foram inseridas no Programa Bolsa Família (PBF).
Nos bolsões de miséria do Acre falta comida e não há trabalho para todo mundo
Atualmente 132,5 mil famílias estão inseridas no CADúnico. Dessas, mais de 68,5 mil sobrevivem com renda per capita familiar de até R$ 70. O número ultrapassa 93 mil quando a renda é até R$ 140 e 109 mil famílias vivem com renda de até meio salário mínimo. Em todo o estado 73.124 recebem PBF.
É o caso de Vanderlucia da Silva Botelho, moradora da invasão do Amapá, área alagadiça de Rio Branco. Mãe de dois filhos (um de 3 anos e outro de um ano e dois meses), ela não tem emprego fixo, mora sozinha e não é cadastrada no Programa Bolsa Família. “Nunca fui atrás, também não fui procurada”, informou.
Sem emprego, ela sustenta a família sozinha fazendo bicos em uma lanchonete e trabalhando como diarista. Junta pouco mais de R$ 300 por mês. Valterlúcia é uma das 24 mil pessoas da população economicamente ativa que está desocupada, segundo dados do IBGE (2010).
Busca ativa pode revelar dados mais alarmantes
É em busca dessas famílias que o governo do Acre organiza um novo formato para que aconteça o cadastramento e a inclusão no programa social. A garantia foi dada em entrevista exclusiva do secretário de estado de desenvolvimento social, Antônio Torres. Ele explica que essa busca ativa é responsável pelo aumento no número de famílias beneficiadas pelos programas sociais.
“O que acontecia é que as pessoas estavam vivendo abaixo da linha de pobreza sem serem identificadas”, informou.
Depois do programa Brasil Sem Miséria, equipes volantes dentro dos municípios têm papel especifico de buscarem essas famílias pobres ou de perfil CADúnico. Para isso elas foram qualificadas e treinadas.
“O governo quer enxergar mais essas pessoas que não sabem onde estão localizados os CRAS, onde existem os postos para atualização cadastral”, comenta Torres.
Essa busca ativa pode revelar números ainda mais alarmantes quando o assunto é extrema pobreza no Acre. 69,5 mil pessoas estão cadastradas com renda per capita de até R$ 70 por mês faixa que tem garantia de cobertura pelo Brasil Sem Miséria que a partir do final do ano passado, passou a garantir transferência de renda para faixa de 0 a 14 anos.
De olho nesses dados e nas metas exigidas pelo governo federal para 2014, o governo do Acre concentra seu esforço na busca ativa de quem está na zona rural, no meio das florestas e às margens dos rios. Essa zona tem a maior mobilidade social. O primeiro desafio é chegar onde essas famílias estão, o que o secretário de desenvolvimento social do Acre chama de “movimento contrário”.
“Essas populações que precisam ser inseridas tem dificuldades a ausência de documentação civil; residência em territórios conflagrados; pertencimento a populações tradicionais que habitam áreas isoladas ou distantes; pertencimento a segmentos socialmente excluídos e desconhecimento de seus direitos”, comentou.
Como o governador Sebastião Viana vai se aproximar e conhecer esse público é o maior gargalo apontado pela secretaria de desenvolvimento social. O secretário Torres aponta como saída um trabalho coeso com os municípios.
“Se os municípios não abraçarem essa causa todo o esforço pode chegar a não valer, Os prefeitos tem que vir junto com o governador, eles é que tem autonomia dentro de suas cidades, portanto, devem fazer esse pacto de forma periódica para atingir a população”, analisou.
PRÓXIMA REPORTAGEM:
Você sabia que a população indígena foi uma das que mais cresceu na última década? A próxima reportagem vai mapear o perfil do programa Bolsa Família em cada município. Por que a transferência de renda não chegou às aldeias?
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Acre
Prefeitura de Rio Branco intensifica ações de emergência para famílias afetadas por fortes chuvas
Diante da situação crítica, a administração municipal, em conjunto com a Defesa Civil estadual, está concentrando esforços nos 19 bairros mais atingidos pelos alagamentos

O volume acumulado de água em razão das fortes chuvas, fez o nível do Rio Acre subir rapidamente e provocou o transbordamento de igarapés que cortam a cidade. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco mobilizou, nas primeiras horas deste sábado (27), uma força-tarefa para atendimento às famílias afetadas pelas fortes chuvas registradas nas últimas 48 horas na capital.
O volume acumulado de água fez o nível do Rio Acre subir rapidamente e provocou o transbordamento de igarapés que cortam a cidade, atingindo diversas áreas urbanas. Diante da situação, o prefeito Tião Bocalom convocou uma reunião de emergência em seu gabinete, reunindo todos os secretários municipais para alinhar ações imediatas de resposta e assistência.
Logo após o encontro, o prefeito visitou a Escola Álvaro Vieira da Rocha, no bairro Conquista, onde 10 famílias — totalizando 36 pessoas — já estão abrigadas pela Defesa Civil Municipal e pela Secretaria de Assistência Social.
Tião Bocalom destacou o trabalho integrado das equipes municipais e reforçou que todas as providências vêm sendo adotadas desde o início das ocorrências.
“Não é com prazer, é com tristeza. Mas fazer o quê? Infelizmente, as chuvas chegaram e as inundações começaram a aparecer. Desde ontem, nossas equipes da Defesa Civil, apoiadas por todas as secretarias, estão em campo até duas horas da manhã para retirar famílias. Aqui nesta escola estão 10 famílias, 36 pessoas, e estamos tomando todas as providências possíveis. A prefeitura está fazendo a sua parte, como sempre fizemos, junto ao governo do Estado e à Defesa Civil. Tanto é que em 2021 ganhamos o prêmio de melhor acolhimento da Defesa Civil Nacional. Fazemos tudo com dor no coração, porque sabemos o quanto é difícil para as famílias, mas seguimos firmes para garantir apoio a quem mais precisa.” ressaltou o prefeito de Río Branco

Tião Bocalom destacou o trabalho integrado das equipes municipais e reforçou que todas as providências vêm sendo adotadas desde o início das ocorrências. Foto: capadas
Após visitar as famílias abrigadas, o gestor seguiu para o Parque de Exposições, onde equipes já iniciam a preparação para novas ações de acolhimento e prevenção, caso o nível das águas continue subindo.
A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que está de prontidão para atender novas ocorrências decorrentes das chuvas.

A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que está de prontidão para atender novas ocorrências decorrentes das chuvas. Foto: assessoria
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Acre
Com 40 bairros atingidos pela cheia do Rio Acre e enxurradas, Prefeitura de Rio Branco já abrigou mais de 70 famílias
Acre
Vídeo: Cheia do Rio Acre vira cenário de lazer para donos de jet-skis e lanchas em Rio Branco
Calçadão da Gameleira e bairro da Base reuniram banhistas, famílias e embarcações recreativas durante a tarde de domingo
A cheia do Rio Acre em Rio Branco, que tem causado transtornos a dezenas de famílias ribeirinhas, também acabou se transformando em cenário de lazer para proprietários de veículos aquáticos, como jet-skis e lanchas, que aproveitaram o nível elevado do rio para se divertir neste domingo.
As regiões da Gameleira e do bairro da Base concentraram a maior movimentação. Em meio à descida de balseiros e à água barrenta, diversos condutores colocaram suas embarcações na água para realizar passeios e manobras, atraindo a atenção de quem acompanhava tudo do calçadão.
No calçadão da Gameleira, centenas de pessoas — entre adultos, crianças e até animais de estimação — aproveitaram a tarde ensolarada para caminhar, socializar e observar a movimentação no rio, transformando o local em um ponto de encontro informal.
Apesar de algumas manobras consideradas arriscadas, não houve registro de acidentes envolvendo jet-skis ou lanchas ao longo do dia, segundo informações apuradas.
As autoridades, no entanto, reforçam o alerta para que os condutores mantenham cautela, especialmente durante o período de cheia, quando há aumento do fluxo de balseiros, troncos e outros obstáculos que podem representar riscos à navegação recreativa.
























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