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Bolsonaro sobre Coronavac: “Só com certificação da Anvisa”
Governo federal assinou em agosto uma Medida Provisória que liberou R$ 1,9 bilhão para a produção e aquisição de 100 milhões de doses da vacina do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford contra a Covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – Foto: CNN
Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo
Em mensagem publicada em sua conta no Facebook nesta quarta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou uma justificativa para a decisão de o governo federal não comprar a Coronavac, vacina produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
“Para o meu Governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA”, escreveu Bolsonaro, se referindo à Coronavac como “a vacina chinesa de João Doria”.
O presidente afirmou ainda que a população brasileira “NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM”. “Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, concluiu.
Pouco antes, em comentários a internautas em outra publicação na mesma rede social, Bolsonaro já havia dito que a vacina “não será comprada” pelo governo, revertendo anúncio feito na véspera pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Na terça-feira (20), após reunião com governadores, o Ministério da Saúde definiu a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, o que faria o país chegar a um total de 188 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19 já adquiridos.
Apesar de usar os argumentos financeiro e de comprovação científica para rejeitar a aquisição da Coronavac, o governo federal assinou em agosto uma Medida Provisória que liberou R$ 1,9 bilhão para a produção e aquisição de 100 milhões de doses da vacina do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford contra a Covid-19.
Tanto o imunizante da AstraZeneca quanto a Coronavac estão na fase 3 de testes clínicos. Enquanto a vacina inglesa é testada no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o imunizante chinês é testado em parceria com o Butantan.
Sem diálogo
Bolsonaro reafirmou, em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (21), o cancelamento da compra da vacina chinesa, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac e pelo Instituto Butantan. Bolsonaro disse ainda que “uma pessoa tentou tirar proveito político em cima disso [da discussão da Coronavac]”, referindo-se ao governador de São Paulo, João Doria. Bolsonaro disse ainda que não há possibilidade de diálogo com Doria.
“Ele tinha audiência marcada para hoje com o ministro Pazuello, mas ele passou mal. Depois o ministro fez uma videoconferência com os outros governadores, onde o João Doria entrou no circuito e ele [ Doria], acabando a vídeoconferência, correu para a imprensa falar que ele havia assinado protocolo para aquisição da vacina chinesa, estas são as palavras dele”, afirmou.
“Houve uma distorção, por parte do João Doria, no tocante ao que ele falou. Ele tem o protocolo de intenções, mas já mandei cancelar. O presidente sou eu e não abro mão da minha autoridade, até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessada por ela, a não ser, nós.”
“Nada será expedido agora para comprarmos uma vacina China que eu desconheço, mas parece que nenhum país do mundo está interessada nesta. As vacinas têm que ter comprovação científica, diferente da hidroxicloroquina, que eu posso falar sobre isso, e tem que ter sua eficácia. Não pode inalar algo em uma pessoa onde o malefício ser maior do que o possível benefício.”
E continuou: “Acho que a população está, por demais, inalada com discursos de terrorismo, desde o começo da pandemia. Chega. Os números têm apontado que a pandemia está indo embora. Agora, perseguimos a vacina e lá atrás destinamos recursos para Oxford não apenas para comprar vacina, mas para participar da pesquisa e desenvolvimento e com uma cota de quantidade de vacina para nós”.
O presidente também voltou a citar o Programa Nacional de Imunização e reafirmou que compete ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, definir sobre a obrigatoriedade da vacina.
“Inclusive, tem um vídeo do senhor João Doria, de poucos dias, onde ele disse que obrigaria, os aproximadamente 40 milhões de habitantes de São Paulo a se vacinar. Isto é uma atitude autoritária, que dispensa comentários. Isso tudo, esta questão de vacinação ou não, que é uma lei de 1975 que é bem clara que o Programa Nacional de Vacinação compete ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello”, reiterou.
“Estamos perfeitamente afinados com o Ministério da Saúde trabalhando na busca de uma vacina confiável, nada mais além disso. Fora isto, é tudo especulação e é um jogo político que, infelizmente este governador só sabe fazer isto.”
Bolsonaro está cumprindo a agenda no interior de São Paulo nesta quarta. Na parte da manhã, o presidente visitou o Laboratório de Enriquecimento Isotópico (LEI), em Iperó (SP), a cerca de 120km da capital paulista.
Rejeição à Coronavac
Apesar dos resultados positivos apresentados pelo governo de São Paulo, pesquisa realizada pelo Instituto RealTime Big Data, encomendada pela CNN Brasil, mostra que quase metade dos brasileiros (46%) afirma que não tomaria uma vacina contra a Covid-19 de origem chinesa.
A rejeição a um imunizante chinês é maior do que de origem russa, rejeitada por 38% dos entrevistados, de Oxford (Reino Unido) ou dos EUA/Alemanha, ambos com rejeição de 22%.
Para a microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Natália Pasternak, esse dado é resultado de uma “politização em cima da vacina”, e é importante se atentar para que este movimento não atrapalhe as campanhas vacinais.
A especialista reforçou ainda que todas as vacinas “são igualmente promissoras”. “Não há motivos para ter medo de uma ou de outra e, principalmente, não há motivos para confiar mais em uma, do que em outra. Elas são igualmente promissoras. Não há motivo para esta desconfiança”, explicou em entrevista à CNN.
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Vídeo: ROTAM apreende adolescentes envolvidos com tráfico de drogas em Rio Branco
Operação no bairro Estação Experimental resulta na apreensão de entorpecentes, simulacro de arma e prisão de maior de idade
Uma ação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), por meio da Companhia de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), resultou na apreensão de dois adolescentes e na prisão de um jovem adulto por envolvimento com o tráfico de drogas, na noite de sábado (3), no bairro Estação Experimental, em Rio Branco.
A equipe realizava patrulhamento de rotina na rua Coronel Fontenele de Castro quando identificou movimentação suspeita em frente a uma residência já conhecida por ser ponto de venda de entorpecentes. Na abordagem a um casal e outro homem que saíam do local, os policiais localizaram substâncias ilícitas prontas para comercialização.
Ao todo, foram apreendidos sete invólucros de skank, doze trouxinhas de cocaína, oito sacos de merla, uma balança de precisão, um simulacro de pistola e R$ 512 em espécie. Também foram encontrados adesivos com a imagem do personagem Tio Patinhas, utilizados como símbolo de identificação dos traficantes.
Os suspeitos foram identificados como um adolescente de 17 anos, uma jovem de 16, e um adulto de 20 anos, cujas iniciais são C.S. de A.R. Em depoimento, o menor afirmou que traficava para ajudar no sustento da família após a morte do pai.
Os três foram encaminhados à Delegacia Central de Flagrantes (DEFLA), onde permanecem à disposição da Justiça. A operação evidencia a crescente atuação de adolescentes em atividades criminosas e reforça o esforço das forças de segurança no combate ao tráfico de drogas na capital acreana.
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Com apoio do governo do Acre, filha resgata pai desaparecido há 38 anos em Bogotá
A região onde Joaquim viveu é uma das mais remotas da Amazônia, com pouca presença do Estado e difícil acesso. Mesmo morando em território brasileiro, o contato com a família foi completamente perdido

Técnicos da Divisão dos Direitos Humanos da SEASDH acompanharam a chegada de seu Joaquim e a filha, no aeroporto de Rio Branco. Foto: Jairo Carioca/SEASDH
Quando o voo GOL 1246 pousou em Rio Branco por volta das 22h29 da última quinta-feira, 1º, chegava ao fim uma verdadeira maratona de quase sessenta dias vivida pela administradora Ana Maria Lima e sua família. Durante esse período intenso e carregado de esperança, Ana Maria se dedicou incansavelmente à missão de reencontrar e resgatar seu pai, Joaquim Olício de Lima, desaparecido há 38 anos.
“Eu tenho muito o que agradecer, primeiro a Deus, depois à Embaixada Brasileira na Colômbia e ao governo do Acre, na pessoa da vice-governadora Mailza. Essas instituições me ajudaram a reencontrar e trazer de volta ao nosso convívio o meu pai, após 38 anos sem notícias”, declarou Ana Maria, emocionada.
A história, marcada por fé e persistência, comoveu a todos que acompanharam a busca. Ao desembarcar em Rio Branco, Joaquim Olício relembrou os acontecimentos que o afastaram da família. Ele deixou a Vila Bittencourt em 1987, aos 30 anos, para trabalhar no garimpo e acabou vivendo por décadas na região de Traíra, no Departamento de Vaupés, área de fronteira com a Colômbia.
“Ajudei muito o Exército Brasileiro, vivi esse tempo todo do lado brasileiro. Lá [em Traíra] a gente atravessa o rio e muda de nacionalidade, eu tive que conviver com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia”, contou ele.
A região onde Joaquim viveu é uma das mais remotas da Amazônia, com pouca presença do Estado e difícil acesso. Mesmo morando em território brasileiro, o contato com a família foi completamente perdido. Após quase quatro décadas, foi por meio de um amigo da família, identificado como Jonathan, morador da Vila Bittencourt, que Ana Maria recebeu notícias do pai logo após o Carnaval deste ano. A informação era preocupante: Joaquim estava muito debilitado e havia sido transferido para Mitú, capital de Vaupés, e de lá, levado de helicóptero para Bogotá, onde deu entrada sem documentos em um hospital particular – já que a Colômbia não possui sistema público de saúde.
O tratamento só foi possível graças a uma cota social financiada pelo município de Bogotá. Após muitas buscas, Ana Maria conseguiu localizar o pai por meio do serviço social do Hospital Universitário Méderi Barrios, onde fez o primeiro contato por videochamada.
“Nossa, não consigo mensurar a emoção. Descobri que ele estava sem nenhum documento e que a cota social estava prestes a vencer. O prazo era 28 de abril. Independente do estado de saúde, ele seria deportado para a região de fronteira novamente”, explicou Ana Maria.

Aos 68 anos, Joaquim relembrou momentos em que conviveu com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e de colaborações dadas ao Exército Brasileiro na faixa de fronteira amazônica. Foto: Jairo Carioca/SEASDH
A etapa seguinte era localizar os documentos de nascimento de Joaquim. A família fez buscas sem sucesso em cartórios de Tefé, Japurá, Maraã e Jataí, região do Médio Solimões. Diante da urgência, a filha acionou a ouvidoria do Instituto de Identificação do Amazonas, que recomendou contato com a Embaixada do Brasil na Colômbia.
No Acre, Ana Maria tinha apenas a passagem de ida, quando procurou o Centro de Referência dos Direitos Humanos, vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH). Em apenas duas semanas, com o aval da vice-governadora e titular da pasta, Mailza Assis, o governo estadual providenciou todo o translado para que pai e filha pudessem retornar ao Brasil.
Paralelamente, a Embaixada Brasileira autorizou que Joaquim deixasse o país apenas com uma autorização definitiva – registro civil consular – enquanto o governo colombiano, sensibilizado pela situação, perdoou as multas pela estada irregular.
A viagem de volta ao Acre foi desafiadora, Ana Maria saiu de Rio Branco rumo a Assis Brasil, seguiu até Puerto Maldonado, embarcou para Lima e, finalmente, chegou a Bogotá. No dia 28 de abril – exatamente o último dia da cota hospitalar – pai e filha embarcaram juntos para Brasília e, de lá, para Rio Branco.

Momento emocionante que seu Joaquim recebeu a notícia no Hospital Universitário, de liberação pela Embaixada Brasileira. Foto: arquivo da família
O reencontro foi o desfecho de uma história marcada pela força de uma filha, a cooperação institucional e o cuidado com a dignidade humana. Ana Maria e Joaquim agora têm a oportunidade de reconstruir o vínculo interrompido por quase quatro décadas, com o apoio daqueles que acreditaram nessa causa.
“Eu fiz questão de registrar essa história porque as pessoas vivem tão desacreditadas nas instituições. Mais ainda tem servidor público e gestor comprometido em servir”, concluiu Ana Maria.
Garantia de direitos
A chefe da Divisão do Centro de Referência dos Direitos Humanos da SEASDH, Liliane Moura, destacou que, por determinação da vice-governadora e titular da SEASDH, Mailza Assis, o Estado seguirá acompanhando de perto o caso de Joaquim Lima, que retornou ao Brasil vindo de Bogotá sem ter uma nacionalidade oficialmente reconhecida.
“A orientação da nossa diretora, Joelma Pontes, e da vice-governadora Mailza é garantir todo o suporte necessário nesse processo. Vamos acompanhar a regularização da documentação e oferecer todo o acolhimento possível à família, com foco na proteção dos direitos fundamentais e na reintegração plena do senhor Joaquim que está muito feliz em pisar no solo acreano”, afirmou Liliane.

Momentos que marcaram a volta de seu Joaquim ao Brasil. Entre eles, a assinatura do registro civil consular na Embaixada Brasileira. Foto: arquivo da família
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Mulher sofre afogamento no Igarapé Preto e é resgatada por bombeiros
Após essa fatalidade, foi anunciada a contratação de quatro guarda-vidas civis para atuar no balneário, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul e o Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros reforça a orientação para que visitantes dos balneários respeitem os limites físicos, evitem áreas com correnteza e sigam sempre as instruções das equipes de segurança. Foto: cedida
Juruá em Tempo
Neste último sábado (3), um resgate rápido e eficiente evitou uma possível tragédia no Balneário Igarapé Preto, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Uma mulher de 27 anos, identificada pelas iniciais L.S.A., foi salva após sofrer um princípio de afogamento ao tentar atravessar o igarapé ao lado do esposo. A força inesperada da correnteza a deixou desorientada e incapaz de manter a flutuação, colocando sua vida em risco.
Por sorte, a equipe do Corpo de Bombeiros, composta pelo sargento Bernardo e pelo soldado David, estava presente no local realizando serviços de prevenção. Ao perceberem a situação, agiram prontamente e conseguiram retirar a vítima da água ainda consciente. O atendimento imediato revelou que se tratava de um caso de afogamento leve (grau 1), sem necessidade de encaminhamento hospitalar.
O resgate foi elogiado pelo vereador e bombeiro militar da reserva, Coronel Rômulo Barros, que destacou a importância da atuação dos profissionais de segurança aquática. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele reforçou a necessidade de atenção dos banhistas e celebrou o sucesso da ação dos bombeiros: “Graças à expertise da equipe, hoje podemos comemorar mais um salvamento. É fundamental garantir a presença de guarda-vidas nos balneários para evitar acidentes e preservar vidas.”
A preocupação com a segurança no Igarapé Preto se intensificou após um episódio trágico no início do ano, quando o jovem José Francisco Santos de Melo, de 18 anos, perdeu a vida ao tentar salvar uma garota. Na ocasião, o local não contava com profissionais de prevenção aquática, o que evidenciou a necessidade de medidas mais eficazes para garantir a proteção dos frequentadores.
Após essa fatalidade, foi anunciada a contratação de quatro guarda-vidas civis para atuar no balneário, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul e o Corpo de Bombeiros. A iniciativa visa aumentar a segurança dos banhistas e evitar que novos casos de afogamento aconteçam.
Diante dos riscos, o Corpo de Bombeiros reforça a orientação para que visitantes dos balneários respeitem os limites físicos, evitem áreas com correnteza e sigam sempre as instruções das equipes de segurança. A conscientização e a prevenção continuam sendo as melhores ferramentas para preservar vidas.
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