Cotidiano
Após decisão do STF, Hemoacre muda protocolo e aceita doação de sangue por homens gays
Antes, só era permitida doação se homossexuais passassem um ano sem relações sexuais com outros homens.
Por Iryá Rodrigues
Após decisão recente do Superior Tribunal Federal (STF) que derrubou as restrições à doação de sangue por homens gays, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre) mudou o protocolo e passou a aceitar as doações dos homossexuais.
Em maio, a Corte decidiu que normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que limitam a doação de sangue por homens que fizeram sexo com outros homens são inconstitucionais.
Antes, o Ministério da Saúde e Anvisa só permitiam a doação sanguínea se homossexuais passassem o período de um ano sem relações sexuais com outro homem. A decisão do STF derruba a proibição e garante que homens gays, bissexuais e mulheres trans passem pela triagem clínica regular feita a todos os demais doadores voluntários.
Sobre se houve um aumento na procura para doação de sangue após a mudança no protocolo, a enfermeira da captação do Hemoacre, Késia Nogueira, disse que ainda é recente e que, portanto, não é possível fazer esse tipo de análise.
A mudança no protocolo, segundo ela, foi apenas a retirada de uma pergunta do questionário feito com os doadores para saber se os homens tinham tido relação sexual com pessoa do mesmo sexo nos últimos 12 meses.
“Mudou na semana passada e, na verdade, foi apenas uma pergunta que foi retirada do nosso questionário que é estabelecido pelo Ministério da Saúde. Então, a partir do momento que a gente retira essa pergunta, a gente não tem como mensurar o gênero e se houve aumento nas doações”, disse a enfermeira.
Os critérios para doação continuam os mesmos, isto é, ter idade entre 16 e 69 anos, se menor de 18 anos precisa estar acompanhado de um responsável; pesar mais de 50 kg; não ter ingerido álcool nas últimas 24 horas; estar em boas condições de saúde.
A enfermeira informou ainda que o Hemoacre tem mantido contato com a Associação de Homossexuais do Acre (Ahac) para buscar estratégias de divulgação da nova medida.
“Estamos conversando com o representante do movimento LGBT+ e pretendemos divulgar nas redes sociais, compartilhar com o pessoal sobre esse assunto, porque tem muita gente que ainda não está sabendo”, afirmou Késia.
A reportagem tentou contato com o presidente da Ahac, Germano Marino, mas até última atualização desta reportagem não obteve resposta.
Estoque de sangue
Apesar de ter ficado com estoque crítico em meio à pandemia do novo coronavírus, a enfermeira informou que o banco de sangue apresentou melhora em junho, mês de incentivo à doação de sangue.
Para facilitar e incentivar ainda mais as doações, o Hemoacre lançou um aplicativo chamado ‘Sangue Amigo’, para o sistema Android e IOS, onde é possível fazer o agendamento da doação, saber qual tipo sanguíneo está em menor quantidade no estoque e o local mais próximo para fazer a doação.
“A gente continua com agendamento por telefone e tem a opção também do aplicativo que tem tido uma boa aceitação. Essa última semana tivemos uma equilibrada no estoque, com apoio de algumas empresas e também do Exército que tem nos ajudado. Então estamos conseguindo manter estável o estoque. Mas, continuamos fazendo chamamento do pessoal que é O+”, concluiu a enfermeira.
Para fazer o agendamento pelo celular, o doador só precisa baixar o app na loja, e depois cria um conta de usuário e em seguida pesquisa o Hemonúcleo mais próximo por meio do CEP, o aplicativo vai mostrar o Hemoacre e é só clicar na opção agendar.
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Após palestra em escola, jovem denuncia sofrer estupro desde os 7 anos em Tarauacá
Durante o evento, a vítima teve coragem de relatar anos de abusos sofridos, desde os 7 anos de idade, por parte do padrasto. Ela revelou que, apesar de ter contado à mãe sobre os abusos
Com Juruá Comunicação
Sebastião da Silva do Carmo, acusado de estupro de vulnerável contra sua enteada, de 13 anos, foi preso nesta segunda-feira, 2, pela Polícia Civil de Tarauacá. Segundo a polícia, ele abusava da menina desde que ela tinha 7 anos.
As investigações começaram após uma palestra educativa realizada na Escola Rosaura Mourão da Rocha. Durante o evento, a vítima teve coragem de relatar anos de abusos sofridos, desde os 7 anos de idade, por parte do padrasto. Ela revelou que, apesar de ter contado à mãe sobre os abusos, não recebeu o apoio necessário, e os crimes continuaram ocorrendo.
O Conselho Tutelar foi acionado e a vítima recebeu apoio e encaminhamento para exames periciais. Com base nas provas obtidas, a Justiça expediu o mandado de prisão, que foi cumprido pela equipe policial hoje.
Sebastião agora está à disposição do Poder Judiciário e responderá pelo crime hediondo de estupro de vulnerável, previsto no Art. 217-A do Código Penal.
“A Polícia Civil do Acre reafirma sua dedicação na apuração de crimes dessa gravidade, garantindo que os culpados sejam responsabilizados. Se você ou alguém que conhece é vítima de abuso, denuncie! Sua informação pode salvar vidas. Ligue para o 181 ou procure a Delegacia mais próxima. Estamos atentos e prontos para agir contra qualquer forma de violência. Juntos, construímos um Acre mais seguro e justo”, citou o delegado Ronério Silva.
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Caso Géssica: relembre os desdobramentos um ano após enfermeira ser morta em ação policial no Acre
Géssica Melo de Oliveira tinha 32 anos quando foi morta a tiros, em 2 de dezembro de 2023, por dois PMs, após furar um bloqueio policial. Caso de repercussão é rodeado de polêmicas e acusados seguem em prisão domiciliar.
No dia 2 de dezembro de 2023, a enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, foi assassinada ao furar um bloqueio policial em Capixaba. O caso começou com uma acusação da polícia de que Géssica estava armada em seu carro e chegou ao indiciamento de dois policiais militares.
Géssica foi seguida por uma viatura da Polícia Militar (PM-AC) até Senador Guiomard, na BR-317, onde morreu após ser baleada. Após a morte, a polícia divulgou ter achado uma pistola 9 milímetros, restrita das forças armadas, jogada próximo do local do acidente. A família negou que fosse de Géssica. Durante as investigações, ficou comprovado que a arma não pertencia à vítima e nem possuía seu DNA.
Exatamente um ano após o caso, Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas, que respondem por homicídio duplamente qualificado e fraude processual, estão em prisão domiciliar.
Quem são os acusados?
Em julho, os policiais militares Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e fraude processual. A qualificadora, segundo o Ministério Público (MP-AC), foi a morte por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ainda na denúncia, o órgão pediu a prisão cautelar dos agentes, a perda do cargo público e o pagamento de indenização de R$ 100 mil à família da vítima. A denúncia foi recebida pela Justiça no dia 28 de junho.
A dupla já havia sido indiciada pela Polícia Civil no dia 17 de junho, após sete meses de investigação. O indiciamento contra Vilas Boas e Souza foi por homicídio qualificado, na forma tentada e consumada, e fraude processual. Vilas Boas foi denunciado por um outro homicídio, contra o adolescente Álvaro Praxedes Santana, ocorrido no dia 1º de outubro de 2020, em Brasiléia, interior do Acre. No entanto, por falta de provas suficientes, a Justiça arquivou o processo.
A Justiça decretou a prisão preventiva da dupla ainda no dia 2 de dezembro de 2023. Em julho deste ano, eles conseguiram decisão favorável e seguem em prisão domiciliar.
Veja abaixo o indiciamento de cada um:
- Cleonizio Marques Vilas Boas – indiciado por homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e fraude processual
- Gleyson Costa de Souza – indiciado por tentativa de homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e fraude processual
Para a defesa dos agentes, eles se depararam com uma pessoa armada, em um carro com vidros escuros e em alta velocidade. Silva ressalta que a morte de Géssica é lamentável, mas que a ação letal foi necessária para evitar a perda de outras vidas na pista.
O que as investigações apontam?
A investigação do Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC) apresentou provas de DNA que comprovam que a arma encontrada no local da perseguição não era de Géssica. De acordo com o laudo de perícia criminal da Polícia Civil do Acre (PCAC), o DNA encontrado na arma não é compatível com o DNA da Géssica, e foram encontrados traços genéticos masculinos na estrutura da arma, carregador e munições.
Um laudo pericial criminal feito pelo Departamento de Polícia Técnico-científica, da Polícia Civil do Acre (PCAC) revelou ainda que o carro que Géssica dirigia foi atingido por 13 disparos.
A investigação do MP conclui que houve indícios do crime de homicídio doloso, com intenção de matar, aliado ao crime de fraude processual, após os policiais inserirem uma pistola no local do ocorrido, dizendo pertencer à vítima. A possível fraude processual também ficou evidenciada pelo fato de os familiares da vítima terem demonstrado não haver qualquer indícios de que houve capotamento no veículo da enfermeira.
Imagens obtidas mostram o início da perseguição ao carro de Géssica por uma equipe da PM-AC de Capixaba na área urbana da cidade. Depois, há imagens da perseguição fora de Capixaba pela mesma equipe policial.
Walisson dos Reis Pereira, advogado da Géssica, afirma que os policiais mentiram, não houve confronto e eles mataram a mulher.
Portanto, as investigações apontam, até o momento, que a arma encontrada no local não tinha o DNA de Géssica e foi implantada próximo ao carro da enfermeira pelo sargento Cleonizio Vilas Boas. Por conta disso, o MP-AC também denunciou o PM por porte ilegal de arma.
Quem era Géssica?
A enfermeira morava no bairro Jorge Lavocat, em Rio Branco e tinha depressão. Oliveira relembra que, cerca de 25 dias antes do caso, a irmã teve uma recaída e teve um surto.
O irmão dela, José Nilton de Oliveira afirmou também que o carro usado por Géssica está no nome de uma amiga dela, que inclusive é médica e a atendeu no hospital de Senador Guiomard.
“O carro era da Géssica, mas estava no nome da Fabíola, não tinha transferido ainda. Eram amigas, tinha comprado esse carro há algum tempo”, complementou.
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Brasileirão: veja as chances de rebaixamento após a 36ª rodada
Fluminense e Athletico Paranaense empataram na briga contra o Z-4
Com Lance!
A 36ª rodada do Brasileirão chegou ao fim neste domingo (1º) com atualização nas chances de rebaixamento dos clubes. Red Bull Bragantino empatou com o Cruzeiro, assim como o Fluminense, que ficou no 1 a 1 com o Athletico Paranaense. Veja as probabilidades de queda, segundo o site “Infobola”:
De acordo com o portal do matemático Tristão Garcia, tanto Red Bull Bragantino (18º) quanto Criciúma (17º) têm 82% de chances de rebaixamento no Brasileirão. Ambos somam 38 pontos, na zona da degola. Atlético-GO e Cuiabá já caíram para a Série B.
Com 40 pontos, o Fluminense tem 26% de chances de rebaixamento, na 16ª posição. Juventude (42 pontos) tem 5%; Athletico Paranaense (42), 4% e Atlético-MG (44), 1%. Com os resultados da rodada, Vasco (44 pontos), Grêmio (44) e Vitória (45) não têm mais chances matemáticas de queda.
Veja os próximos jogos dos clubes ainda com chances de queda:
37ª rodada
– Vasco x Atlético-MG
– Criciúma x Flamengo
– São Paulo x Juventude
– Fluminense x Cuiabá
– Athletico Paranaense x Red Bull Bragantino
38ª rodada
– Juventude x Cruzeiro
– Red Bull Bragantino x Criciúma
– Atlético-MG x Athletico Paranaense
– Palmeiras x Fluminense
Chances de título no Brasileirão
Fortaleza e Internacional, que começaram a rodada ainda com chances de título no Brasileirão, agora não podem mais ser campeões. O Tricolor perdeu para o Vitória, enquanto o Colorado foi derrotado pelo Flamengo. Líder com 73 pontos, o Botafogo tem 79% de chances de título, enquanto o Palmeiras, com 70, tem 21%. Nas próximas rodadas, o Alvinegro encara Internacional e São Paulo, enquanto o Alviverde duela contra Cruzeiro e Fluminense.
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