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Adolescentes e depressão pós Baleia Azul
O assunto do jogo Baleia Azul e da série da Netflix, Os 13 Passos, vai deixando de ter a repercussão que ganhou nas mídias em geral. Nada mais costumeiro que a perecibilidade da notícia.
Entretanto, a discussão em torno da depressão na adolescência e a vulnerabilidade que os estados depressivos impõem aos jovens é de suma importância e não deve ser desconsiderada. “Em 2014, a taxa de suicídio entre os adolescentes aumentou 30%, segundo a Organização Mundial da Saúde. É alarmante. Devemos aumentar a percepção sobre o comportamento desses jovens”, alerta a médica psiquiatra Alexandrina Meleiro, membro da Comissão de Estudo e Prevenção de Suicídio da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e do Conselho Científico da ABRATA – Associação Brasileiras de Apoio aos Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos.
Na visão dela, o jogo Baleia Azul e a série Os 13 Passos são, de fato, extremamente preocupantes: no primeiro, o adolescente é induzido a praticar atos de periculosidade crescente e que podem culminar no suicídio do jogador e o segundo, a série, romantiza o suicídio. “O Baleia Azul, por exemplo, pode sim deflagrar uma crise que vem se engendrando silenciosamente no interior desses adolescentes”, diz.
Entretanto, ela lembra que o aumento significativo da depressão e da taxa de suicídio entre adolescentes está diretamente associado a um cenário que vem se formando ao longo do tempo: “os núcleos familiares mudaram muito, com pais separados, sobrecarregados pelas obrigações laborais, o que impacta a qualidade da atenção dada aos filhos. Vemos também um processo de terceirização da educação, dando à escola a incumbência de educar. Além disso, a tecnologia disponibiliza qualquer informação a qualquer público, precipitando, muitas vezes, o contato com realidades que os adolescentes não têm ainda estrutura emocional para lidar”, avalia Alexandrina.
É neste cenário de intensa pressão emocional externa associada à particularidade do adolescência – um momento de transformações de toda ordem – que o adolescente mais frágil pode sucumbir à angústia. “Esses jovens estão extremamente vulneráveis a qualquer chamado, seja ele positivo ou não. Quando são negativos podem deflagrar crises e, eventualmente, terminar em suicídio. A questão do jogo Baleia Azul é pontual. Os jovens já se suicidavam antes disso. Por isso, é preciso estar atento a mudanças importantes no comportamento desses jovens. Isolamento, reclusão, mudança na maneira que se vestem, pensamentos negativos, depreciação, alterações no ciclo do sono, são questões para estar alerta”, explica.
Grupos de Apoio– A psiquiatra sugere aos pais procurar ajuda profissional sempre que necessário. “A participação de um profissional – um psicólogo ou um psiquiatra – com experiência com adolescentes pode ajudar muito os jovens e também os seus pais, definindo um diagnóstico e um eventual tratamento”, diz.
A ABRATA – Associação Brasileiras de Apoio aos Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos, organiza desde 2015 grupos de apoio específicos para adolescentes portadores de transtornos de humor (depressão e transtorno bipolar). “Tradicionalmente os grupos de apoio que organizamos estão orientados a adultos, mas identificamos um aumento significativo de consultas feitas por adolescentes muito angustiados em busca de ajuda e apoio”, diz a presidente da ABRATA, Neila Campos.
Atualmente o Grupo de Apoio Mútuo para Adolescentes – o GAMA acontece às quintas- feiras, das 19 às 20:30 horas, quinzenalmente na unidade da ABRATA em São Paulo. “É importante deixar claro que não se trata de terapia de grupo, mas um espaço terapêutico onde se pode falar sobre a doença e todo o universo relacionado à ela”, explica a neuropsicóloga Lucy Sposito, uma das facilitadoras que participa dos grupos. “Para participar é necessário fazer inscrição por telefone, e em geral quem faz isso são os pais, que frequentam o Grupo de Apoio Mútuo de Família”.
Segundo Lucy, expor-se não é tarefa fácil para os jovens. “Hoje sabemos que a depressão atinge um número significativo de jovens e essa moçada prefere expor suas experiências e seus sentimentos nas redes sociais. No caso do suicídio, o assunto é falado de maneira franca, pelos jovens que vêm ao grupo, e que de acordo com a frequência, vão estabelecendo uma relação de confiança”, avalia.
Nova sede – Este mês a ABRATA mudou de endereço. A nova sede da associação fica na Rua Dr. Diogo de Faria, 102, na Vila Clementino. Associação civil, sem fins lucrativos, com 17 anos de existência, a ABRATA está voltada à necessidade de atender pessoas com depressão e o transtorno bipolar, assim como seus familiares e amigos. A associação possui um conselho científico composto por 10 profissionais, que norteia toda a sua atuação. “Nossa missão é levar esperança, acolhimento, apoio e educação para a melhoria da qualidade de vida às pessoas com transtornos de humor e seus familiares”, explica Neila.
No ano passado, a ABRATA alcançou 3 milhões de pessoas com as atividades promovidas e informações distribuídas. “Temos hoje cerca de 6 mil associados entre familiares e pessoas que apresentam depressão e transtorno bipolar. Nossa gestão é feita por familiares e portadores no modelo de voluntariado”, explica Neila. Além dos grupos de apoio às pessoas com o diagnóstico de depressão e transtorno bipolar e a familiares, a associação tem uma intensa agenda de atividades psicoeducacionais, palestras e encontros.
Sobre a ABRATA
Inaugurada em 1999, a ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos – é uma associação civil, sem fins lucrativos, voltada à necessidade de atender pessoas portadoras de transtornos do humor: a depressão e o transtorno bipolar assim como seus familiares e amigos. A entidade foi uma iniciativa dos próprios portadores, familiares e profissionais da área de Saúde Mental do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, através do GRUDA – Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria. Todas as ações da ABRATA são coordenadas e desenvolvidas pelo corpo de voluntários, suportados pela estrutura de uma Diretoria Executiva, um Conselho Fiscal e o Conselho Científico, composto por 10 profissionais. Por meio de palestras psicoeducacionais e dos grupos de apoio a familiares, portadores, adultos e adolescentes, a associação promove a interação e facilitação entre todos os indivíduos que recorrem à ABRATA, com o objetivo de levar esperança, acolhimento, apoio e informação para todos.
Assessoria de Imprensa – ABRATA
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MPAC recorre de decisão que concedeu prisão domiciliar a mulher envolvida na execução do jovem João Vitor
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) recorreu da decisão que concedeu prisão domiciliar a uma mulher acusada de envolvimento na execução do jovem João Vitor, em Cruzeiro do Sul. O crime, atribuído a integrantes de uma organização criminosa, ocorreu em uma área verde do bairro Saboeiro.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, a acusada, amiga da vítima, teve um papel fundamental no crime ao atraí-lo para uma emboscada. O corpo de João Vitor foi encontrado às margens do Rio Juruá, próximo ao município de Guajará, no Amazonas, com as mãos amarradas para trás e diversas perfurações de faca nas costas.
Durante a audiência de custódia, o MPAC se manifestou pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. No entanto, a Justiça concedeu a prisão domiciliar, levando o órgão ministerial a recorrer da decisão, considerando a gravidade do crime.
Além disso, o MPAC instaurou um procedimento administrativo para acompanhar o andamento das investigações sobre o caso.
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Afluente do Rio Acre, Riozinho do Rola ultrapassa cota de transbordo

Foto: Kennedy Santos/ac24horas
O Riozinho do Rola, principal afluente do Rio Acre, ultrapassou nesta sexta-feira, 14, a cota de transbordamento, que é de 15 metros, atingindo 15,19 metros às 15h15, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
O transbordamento manancial ocorreu por volta das 10 horas da manhã, quando o rio atingiu a marca de 15 metros. Desde então, o nível tem se mantido acima da cota de inundação, com tendência de aumento.
Além do Riozinho do Rola, o nível do Rio Acre também preocupa em Brasileia, onde a cota de transbordamento é de 8 metros. Nesta sexta-feira, 14, às 15h15, o rio registrou 6,94 metros, um aumento de quase 60 centímetros em relação ao início do dia.
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Rio Acre supera cota de transbordamento em Porto Acre

Foto: Jardy Lopes/ac24horas
O município de Porto Acre, o último do estado banhado pelas águas do Rio Acre, está com nível acima da cota de transbordamento, que é de 12,50 metros. Na última medição desta sexta-feira,14, o rio marcava 12,98 metros.
Apesar de a água já alcançar os quintais de algumas residências, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil informou que, até o momento, não há famílias desalojadas.
De acordo com o boletim da Defesa Civil, nesta sexta-feira, 14, o rio marcou 12,91 metros na medição das 6h. Às 9h, o nível subiu para 12,94 metros e, ao meio-dia, atingiu 12,98 metros.
Segundo a Defesa Civil, quando o rio chega a 12,90 metros, a água começa a alcançar os primeiros quintais, mas ainda não invade as casas. No entanto, caso a elevação do nível continue no mesmo ritmo, a primeira família poderá precisar de realocação ainda hoje.
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