Acre
Acre registra taxa alarmante de prematuridade e falta de atendimento especializado, alerta especialista
Representante da ONG Prematuridade.com no Estado destaca mortes evitáveis e defende força-tarefa com equipe multidisciplinar para acompanhamento dos bebês

A ONG Prematuridade.com busca parcerias com gestores locais e nacionais para ampliar a rede de apoio às famílias e recém-nascidos. Foto: captada
A Nutricionista especialista em prematuros e representante da ONG Prematuridade.com no Acre, Janilda Moraes, revelou em entrevista à TV Gazeta, em Rio Branco, que o estado enfrenta uma taxa preocupante de prematuridade, variando entre 13% e 14% nas três regiões acreanas. O dado, superior à média nacional, preocupa devido à carência de atendimento especializado nos 21 municípios.
Como coordenadora de políticas públicas da ONG, Dra. Janilda Moraes tem mobilizado esforços para garantir uma força-tarefa com equipe multidisciplinar — incluindo enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos — essencial para o acompanhamento contínuo dos recém-nascidos prematuros. A medida pode prevenir sequelas graves e reduzir mortes evitáveis, já registradas em diversas cidades do estado.
“A situação é alarmante. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com uma estrutura adequada e acompanhamento especializado”, afirmou a Janilda Moraes, destacando a urgência de políticas públicas voltadas para a saúde neonatal no Acre.

A ONG Prematuridade.com busca parcerias com gestores locais e nacionais para ampliar a rede de apoio às famílias e recém-nascidos, mas a implementação de equipes permanentes e capacitadas ainda é um desafio no estado.
Em meio a taxas de prematuridade que chegam a uma porcentagem acima da média nacional -, a ONG Prematuridade.com trava uma corrida contra o tempo para estabelecer parcerias com gestores municipais, estaduais e federais. O objetivo é criar uma rede integrada de atendimento aos recém-nascidos prematuros, mas a implementação de equipes multidisciplinares permanentes esbarra em desafios estruturais.
“Estamos em negociações avançadas com a Sesacre (Secretaria de Estado de Saúde) e alguns municípios prioritários”, revela Dra. Janilda Moraes, representante da ONG no estado. “Mas precisamos superar obstáculos como a rotatividade de profissionais e a carência de recursos em cidades do interior.”
Dados da ONG mostram que:
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6 em cada 10 municípios acreanos não possuem UTI neonatal
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Apenas Rio Branco e Cruzeiro do Sul oferecem atendimento completo
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38% das transferências de prematuros ocorrem em condições precárias
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A proposta inclui a criação de núcleos regionais com:
• Equipes volantes multidisciplinares
• Capacitação continuada para profissionais da atenção básica
• Sistema de telemedicina para orientação remota
“Já temos compromisso com prefeitura na regional do alto acre para o projeto-piloto”, adianta Moraes. A expectativa é que as primeiras ações comecem ainda no segundo semestre de 2025, dependendo da liberação de recursos.
Enquanto isso, famílias como a da dona de casa Maria Silva, 28, que perdeu um bebê de 28 semanas em Feijó, aguardam soluções. “Ficamos 12 horas esperando transporte adequado. Se tivesse atendimento lá, talvez meu filho estivesse vivo”, desabafa.
Números da Prematuridade no Acre
- 13-14% dos nascimentos são prematuros
- 21 municípios com carência de especialistas
- 3 regiões críticas (Vale do Acre, Alto Juruá e Purus)
- 62% das mortes neonatais são evitáveis
Veja vídeo entrevista:
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Acre
Governador pede doação de sangue após estoques do Hemoacre atingirem níveis críticos
Gladson Cameli fez apelo em vídeo nas redes sociais; com queda típica de fim de ano, centro de hemoterapia ajustou horário de atendimento para evitar desabastecimento

Nesta quinta-feira, 25, feriado de Natal, a unidade estará fechada. No entanto, o atendimento será retomado nos dias 26 e 27, das 7h às 18h. Foto: captada
O governador Gladson Cameli fez um apelo urgente à população para a doação de sangue, após os estoques do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre) atingirem níveis críticos. O pedido foi divulgado em um vídeo publicado nas redes sociais nesta semana.
“Olá, população acreana. Eu, como governador e cidadão, venho em público fazer um pedido a cada um de vocês. No Hemoacre está muito baixo o estoque de sangue. Eu preciso da compreensão de todos e da solidariedade para que cada um de nós possa doar sangue para salvar vidas. Esse é o nosso compromisso”, afirmou Cameli.
Com a chegada do período de festas de fim de ano, o Hemoacre enfrenta uma redução significativa no número de doações – cenário que se repete anualmente, mesmo com a demanda hospitalar mantida em todo o estado.
Horário especial de atendimento:
Para minimizar o risco de desabastecimento, a unidade ajustou o funcionamento durante as festas:
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Quinta (25/12) – Natal: Fechado
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Sexta (26/12) e sábado (27/12): Atendimento das 7h às 18h
Como doar:
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Requisitos básicos: Estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 precisam de autorização), pesar mais de 50 kg e apresentar documento oficial com foto.
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Local: Hemoacre, em Rio Branco, ou hemocentros regionais.
A diminuição de doadores em dezembro e janeiro é um problema crônico no país, agravado por viagens, festas e alteração na rotina. Um único doador pode salvar até quatro vidas.
Além do ajuste de horário, o Hemoacre estuda parcerias com empresas e igrejas para realizar mutirões de doação nas primeiras semanas de janeiro.
O tipo sanguíneo O negativo – doador universal – é o mais afetado pela escassez e o mais necessário em emergências e cirurgias.
Veja pedido do governado:
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Viagens intermunicipais e interestaduais caem 16,6% na rodoviária de Rio Branco em plena véspera de Natal
Terminal registrou pouco mais de 9,4 mil embarques, contra 11,3 mil no mesmo período de 2024; gestor aponta aumento de transporte irregular como possível causa da redução

O chefe da divisão explica que o maior volume de passageiros costuma se concentrar no período mais próximo do Natal e do Ano-Novo, quando a procura por viagens rodoviárias tende a crescer. Foto: captada
As viagens interestaduais e intermunicipais com saída da capital acreana registraram uma queda de 16,6% no movimento em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados são da Rodoviária Internacional de Rio Branco e foram divulgados pela assessoria.
Números comparativos:
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Até 21/dez 2024: 11.342 embarques
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Até 21/dez 2025: 9.448 embarques
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Queda: 1.894 passageiros
Principais destinos:
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Intermunicipal: Cruzeiro do Sul (636 km de Rio Branco)
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Interestadual: Porto Velho (RO) – usada como conexão para outros estados
O chefe da Divisão de Terminais Rodoviários, Francisco Ribamar de Lima, avalia que a redução pode estar ligada ao aumento do transporte irregular, como táxi compartilhado e viagens não regulamentadas, que desviam passageiros do terminal oficial.
Tendência mensal:
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Novembro/2024: 13.140 embarques
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Novembro/2025: 11.546 embarques
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Queda no mês: 1.594 passageiros
Expectativa para o fim do ano:
Apesar da redução até agora, a procura deve crescer nas próximas hora, com o Natal e Ano-Novo, período tradicionalmente movimentado no transporte rodoviário. A queda reflete mudanças no comportamento do viajante acreano, que tem buscado alternativas informais, muitas vezes mais baratas ou diretas, em detrimento do transporte rodoviário regular.
A gestão do terminal avalia medidas para atrair passageiros, como melhoria nos serviços e campanhas de conscientização sobre os riscos do transporte irregular. Enquanto isso, a fiscalização sobre práticas informais pode ser intensificada.
A redução no movimento pode afetar diretamente a receita das empresas de ônibus e a geração de empregos no setor, sobretudo em um período que costuma ser de alta temporada.

De acordo com o chefe da Divisão de Terminais Rodoviários, o destino mais procurado pelos passageiros que viajam dentro do estado segue sendo Cruzeiro do Sul, localizado a cerca de 636 quilômetros de Rio Branco. Foto: captada
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Assis Brasil ultrapassa meta nacional de vacinação contra HPV, com 101% de cobertura em meninas
Município acreano lidera imunização no estado e supera índice de 90% preconizado pelo Ministério da Saúde; outros municípios, como Jordão, também registram bons resultados

O município de Assis Brasil alcançou índices destacados na vacinação contra o HPV em crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, ultrapassando a meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde. Dados parciais de 2025, referentes ao período de janeiro a outubro, apontam que o município atingiu 101,99% de cobertura no público feminino e 91,36% no masculino.
Desempenho no Acre:
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Assis Brasil: 101,99% (meninas) e 91,36% (meninos)
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Jordão: 91,76% (meninas) e 84,70% (meninos)
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Porto Walter: 82,52% (meninas) e 73,34% (meninos)
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Média estadual: 56,16% (meninas) e 47,66% (meninos) – abaixo da meta nacional
Estratégias de sucesso:
O resultado positivo é atribuído a ações de fortalecimento do PNI, como busca ativa de não vacinados, ampliação do acesso às salas de vacina e campanhas de conscientização sobre a importância da imunização.
A vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente pelo SUS e previne infecções pelo papilomavírus humano, associado a cânceres do colo do útero, pênis, boca e garganta. A imunização completa requer duas doses com intervalo de seis meses.
As informações foram coletadas pelo Ministério da Saúde por meio da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e estão disponíveis na plataforma SEIDIGI/DEMAS Vacinação HPV.
Embora alguns municípios tenham desempenho exemplar, a média estadual ainda preocupa. A Secretaria de Saúde do Acre deve reforçar estratégias regionais para elevar a cobertura, especialmente entre meninos, que historicamente têm índices mais baixos.
A cobertura acima de 100% em Assis Brasil pode ser explicada pela vacinação de adolescentes de fora do município ou por registros de doses aplicadas em anos anteriores no sistema atual, fenômeno comum em campanhas intensivas.

No comparativo estadual, Assis Brasil figura entre os municípios com melhor desempenho na imunização contra o HPV no Acre. Fot: captada

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