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A bola murcha e a vitória iraniana fora dos gramados na “Copa dos protestos”

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Protesto dos jogadores da Alemanha antes da partida contra o Japão na Copa do Catar Anne Christine Poujoulat/AFP

Por Jairo Carioca

Quando o sol se pôs, ontem (29), a Copa do Mundo para o Catar passou a ser uma lembrança. Foi o último dia para a população catariana pintar as cores do país no rosto e trazer a família para os estádios. Os anfitriões entraram para a história como o time de pior campanha em um mundial. A terceira derrota consecutiva para a Holanda deixou o evento mais laranjado na chamada “Copa dos Protestos”, a mais politizada dos últimos anos.

De um lado lembranças de uma bola murcha que gerou debates sobre direitos humanos, direitos trabalhistas e a guerra da Rússia. Diferente do que a FIFA pediu, manifestações e protestos ganharam as quatro linhas dos gramados e as arquibancadas. O foco não é apenas o futebol, mas, principalmente, as tradições islâmicas que no Catar se diferenciam do comportamento mais liberal do Ocidente.

Para Tatiana Martins, presidente da Comissão Mulher Advogada, OAB/AC, convidada do quadro Papo de Cafezinho da Rádio Aldeia FM em Rio Branco, “é necessário respeitar a religião, mas, o problema está quando essas regras entram em confronto com os direitos humanos”, comentou. Ela criticou duramente a ausência da liberdade de expressão quando o assunto é a violência contra a mulher e foi além do debate sobre o sistema de tutela masculina vivido no Catar.

“São correntes que essas mulheres usam, arrastam, tudo em nome da religiosidade. O véu da religião é utilizado como subterfúgio para minimizar os ataques. O direito do homossexual, da mulher, é valioso tanto na esquerda como na direita, dentro ou fora da religião. O nome da cultura, o nome da religião não pode ser utilizado como forma de mutilar pessoas, aniquilar direitos, vilipendiar a pessoa enquanto ser existente”, acrescentou Tatiana.

Nem tudo está perdido.

A população do Catar chorou a terceira derrota consecutiva em jogos pela Copa, mas, se orgulha da organização do evento que conseguiu unir, por 90 minutos, países sem nenhuma relação diplomática. Isso aconteceu quando Estados Unidos e Irã entraram em campo nesta terça-feira, 29.

No mundo do futebol – ainda bem que existe – os jogadores são apenas seres humanos que têm pela frente nem amigos e muito menos inimigos, mas, um time de uniforme diferente que compete com igualdade e dignidade. Diferente de outros protestos, envolvendo artistas, autoridades políticas, segmentos sociais, o jogador e o torcedor iraniano não se manifestaram contra o país anfitrião ou a própria FIFA.

Uma torcedora do Irã é fotografada dentro do estádio antes da partida enquanto protestava — Foto: Dylan Martinez/REUTERS

Quando vaiou o próprio hino no primeiro jogo o torcedor do Irã levou bandeiras e cartazes defendendo “a vida”, “a liberdade” e “as mulheres”. A morte da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini foi o estopim para a crise que ganha as ruas de Teerã e outras cidades próximas em busca de liberdade e o fim da violência contra a mulher.

E não é em vão toda essa batalha iraniana.

O movimento My Stealthy Freedom (“minha liberdade vigiada”, na tradução para o português), mostrou como o esporte é uma paixão nacional. Detalhe: recentemente a mulher iraniana conquistou o direito de entrar nos estádios.

Nossa esperança é que a seleção brasileira seja finalista e hexa campeã. Longe do toque de bola da canarinho, as manifestações contra o jogador Neymar e o cantor Gilberto Gil, mostraram que estamos ainda divididos politicamente, muitos ativistas, artistas, autoridades políticas não desceram do palanque.

Policiais confiscam uma bandeira iraniana de torcedores dentro do estádio antes da partida — Foto: Dylan Martinez/REUTERS

Mas, independentemente do resultado final do dia 18 de dezembro, em Lusail, fora do gramado, a seleção do Irã e sua torcida foram campeões dessa Copa do Mundo na luta por liberdade e direitos humanos.


*Jairo Carioca é jornalista e assessor de imprensa. Coordena a Rede Aldeia de Rádios FM do Sistema Público de Comunicação.

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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – AVISO DE PRORROGAÇÃO E PRORROGAÇÃO

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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas / Sebrae

AVISO DE PRORROGAÇÃO

Pregão Eletrônico nº 17/2025

1. OBJETO

Contratação de serviço de vigilância patrimonial armada cumulado com monitoramento eletrônico com câmeras em circuito fechado com acesso remoto via IP em sistema de comodato para o SEBRAE/AC conforme especificações constantes neste edital e seus anexos.

2. RECEBIMENTO E ABERTURA DAS PROPOSTAS.

Local da realização: www.redeempresas.com.br;

Término do prazo para envio de propostas: 03 de setembro de 2025 às 10h45min;

Início da sessão de disputa de preço: 03 de setembro de 2025 às 11:00h.

Será sempre considerado o horário de Brasília.

3. ESCLARECIMENTOS DE DÚVIDAS.

Questionamentos poderão ser encaminhados ao SEBRAE/AC, somente por escrito pelo e-mail: cpl@ac.sebrae.com.br, aos cuidados da Comissão de Licitação, até 02 (dois) dias úteis antes da data de abertura da sessão pública.

Rio Branco-AC, 26 de agosto de 2025.

(mais…)

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BRASILEIA – AVISO DE SUSPENSÃO

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ESTADO DO ACRE

PREFEITURA MUNICIPAL DE BRASILEIA

COMISSÃO DE CONTRATAÇÃO

AVISO DE SUSPENSÃO

PREGÃO ELETRÔNICO N° 018/2025 – COMPRAS.GOV 90118/2025

A Prefeitura Municipal de Brasiléia através da Comissão de Contratação informa os interessados sobre a SUSPENSÃO do Pregão Eletrônico supracitado para retificação do termo de referência, considerando pedido de esclarecimento.

Objeto: Aquisição de Material Esportivo para atender as demandas da Gerência de Esporte, da Secretaria Municipal de Cultura e Esportes no âmbito dos projetos sociais, escolinhas esportivas, campeonatos municipais (urbanos e rurais), eventos esportivos e ações de incentivo à prática esportiva no município de Brasiléia/AC.

O Edital Retificado e seus anexos serão divulgados após a devida retificação:

https://externo.tceac.tc.br/portaldaslicitacoes/menu/, https://www.gov.br/compras/pt-br e  https://www.brasileia.ac.gov.br/.

Brasiléia/AC, 26 de agosto de 2025.

Thaísa Batista Monteiro Pontes

Pregoeira

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Sem climatização e com falhas na infraestrutura, hospital de Brasiléia volta a viver o fantasma do abandono

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Com uma sensação térmica que parece beirar os 38 graus, servidores do Hospital Raimundo Chaar, em Brasileia, reclamam da falta de funcionamento dos condicionadores de ar. O setor de atendimento, ambulatório, sala de sutura, sala de pequenos procedimentos, maternidade e as salas de observação não possuem climatização. Plantonistas, grávidas e outros pacientes são obrigados a ficar no calor.

Com a falta de funcionamento do ar-condicionado central, o pronto-socorro é mantido com uma ventilação precária, dependendo de um equipamento que não consegue dar conta de todo o ambiente. A situação se agrava ao se olhar para o teto, que apresenta infiltrações, fissuras e rachaduras, dando a impressão de que a estrutura pode estar comprometida.

O forro de gesso da semi-intensiva também apresenta falhas que causam receio de acidentes na equipe que trabalha no local. O mesmo ambiente possui um espaço improvisado para o repouso de médicos, enquanto a sala de higienização também se transforma em uma copa.

A Diretoria do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) realizou duas visitas técnicas ao hospital, uma em 27 de abril e outra em 16 de agosto, tendo enviado relatórios ao Ministério Público Estadual, Conselho Regional de Medicina e Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Os documentos apontam ainda a sobrecarga de trabalho.

Ainda se constatou a falta de medicamentos, a ausência de prontuário eletrônico, além da carência de itens básicos, como colchões, lençóis e cadeiras quebradas, bem como falhas como a ausência de plantonistas na ultrassonografia, no raio-x e na tomografia durante o período noturno.

“Pelas omissões recorrentes, vale a pena questionar a possibilidade de responsabilização dos gestores que têm conhecimento das falhas, mas não realizam as mudanças necessárias”, finalizou a diretora Cibele Brígido.

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