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32 anos: Aniversário de morte do ex-governador Edmundo Pinto

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Edmundo Pinto de Almeida, se preparava para depor numa CPI do Congresso sobre corrupção e desvios de recursos públicos. Àquela época uma onda de escândalos no Acre e no Brasil viraram manchetes na imprensa. Era o governo Collor.

Edmundo Pinto foi morto a tiros por três homens no apartamento 707 do Hotel Della Volpe Garden na Rua Frei Caneca na capital paulista

Há 32 anos, o Acre perdia o governador Edmundo Pinto, assassinado durante um assalto no Hotel Della Volpe, em São Paulo (SP). Ele estava hospedado no apartamento 704 quando três criminosos invadiram o local e anunciaram o roubo. Na perícia feita pela Polícia Civil de São Paulo, havia indícios de que Edmundo lutou contra a morte. Haviam sinais de uma luta corporal.

Edmundo Pinto de Almeida Neto era casado com Fátima Almeida e deixou três filhos, um deles, Rodrigo Pinto, que foi vereador de Rio Branco, inclusive.

Filho de Pedro Veras de Almeida e de Angelina Veras de Almeida. Advogado com Bacharelado em Direito na Universidade Federal do Acre iniciou sua carreira política na legenda da (ARENA), sendo derrotado como candidato a deputado estadual em 1974 e a vereador em Rio Branco em 1976. Após o fim do bipartidarismo graças a uma reforma política aprovada no governo João Figueiredo ingressou no PDS e em 1982 foi eleito vereador em Rio Branco e deputado estadual pelo Acre em 1986.

Advogado com Bacharelado em Direito na Universidade Federal do Acre iniciou sua carreira política na legenda da (ARENA). Foto: internet

Na Assembleia Legislativa do Acre foi opositor dos governos Flaviano Melo e Edison Cadaxo, ambos do PMDB e em 1990 foi eleito governador do Acre numa disputa onde superou Jorge Viana (PT) em segundo turno sendo empossado em 15 de março de 1991.

Assassinato

Na madrugada de domingo, 17 de maio de 1992, Edmundo Pinto foi morto a tiros por três homens no apartamento 707 do Hotel Della Volpe Garden na Rua Frei Caneca na capital paulista. O relógio marcava pouco mais de 5h30m quando três homens invadiram o apartamento 704 do luxuoso Hotel Dell Volpe Garden, centro de São Paulo (SP), e atiraram por três vezes. Dois tiros acertaram o executivo que ainda tentou se defender, mas sem chances. Edmundo morreu.

Os criminosos roubaram Cr$ 500 mil do apartamento que ele ocupava desde 14 de maio e ainda roubaram US$ 1.500 de John Franklin Jones, hóspede do apartamento 714 e funcionário do banco norte-americano Northeast. Jones disse para a polícia que os assaltantes eram três mulatos e seu depoimento foi um dos que permitiram a prisão dos criminosos.

Edmundo também se preparava para comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional que investigava supostos atos de corrupção em verbas. Foto: internet

O assassinato ocorreu menos de 48 horas antes de depor na CPI do Congresso que investigaria suspeitas que o próprio governador foi dos dos responsáveis pela malversação de verbas para a construção do Canal da Maternidade com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) num caso onde citou-se o ex-ministro Antônio Rogério Magri, cujo envolvimento não se confirmou. Houve suspeitas também sobre disputas partidárias acrianas e até “queima de arquivo”. A polícia concluiu como latrocínio (roubo seguido de morte), já que houve luta corporal visto que Edmundo Pinto foi atingido por um tiro de raspão na cabeça e outro certeiro no coração.

Houve novas investigações sobre o caso em 1993 e 2003, e o mesmo foi alvo da CPI da Pistolagem em 1992 quando Gilson José dos Santos, um dos acusados de matar o governador, disse que recebera dinheiro para cometer o crime.

A morte do governador até hoje deixa um sentimento de injustiça e falta de mais compromisso das forcas de segurança do estado do Acre e de São Paulo e Federal, que nunca procuraram chegar mais afundo nas contradições apresentadas no inquérito. A família do ex-governador e o povo acreano até hoje não aceita a tese de latrocínio. Acredita-se que a morte se tratou de um crime de pistolagem, uma vez que Edmundo Pinto iria depor em uma CPI na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Casado com Fátima Barbosa de Almeida com quem teve três filhos: Pedro Veras de Almeida Neto, Rodrigo Barbosa de Almeida Pinto e Nuana Naira Barbosa de Almeida. Foto: internet

Depois de 32 anos, a família do governador, a viúva Fátima Almeida, os filhos Rodrigo, Pedro e Nuana, que eram crianças na época do crime, que sempre defendeu que Edmundo Pinto fora vitima de um crime de caráter político, aos poucos se refez e já não busca mais a reabertura do caso. Rodrigo Almeida, que adotou o nome e sobrenome do pai, chegou a exercer mandato de vereador em Rio Branco mas, decepcionado com a política, retirou-se da vida pública e saiu inclusive do Brasil. Mora em Dubai, nos Emirados Arabes, onde trabalha como instrutorde artes marciais.

Nesta sexta-feira, 17, marca-se o 32º ano do assassinato do ex-governador Edmundo Pinto. O político, que estava prestes a completar 40 anos, foi morto na manhã de domingo, 17 de maio de 1992, no Hotel Dell Volpe Garden, no centro de São Paulo. Foto: internet

O laudo cadavérico do corpo do governador revelou que, além dos tiros que o mataram, Edmundo Pinto chegou a ser espancado a murros e teve um dente quebrado. Suas unhas também tinham pele de seus algozes, num sinal de que ele tentou se defender lutando contra seus matadores. Isso reforça a ideia de que, na verdade, Edmundo Pito abrira a porta do apartamento para alguém que ele conhecia. Seu ajudante de ordens, o então capitão PM ,Marcus Wisman, que dormia num apartamento ao lado, disse, no curso das investigações, que não ouviu nenhum barulho vindo do quarto onde estava o governador, justificando que costumava dormir com o volume do som da televisão bem alto.

A morte do governador até hoje deixa um sentimento de injustiça e falta de mais compromisso das polícias Civil de São Paulo e Federal, que nunca procuraram chegar mais afundo nas contradições apresentadas no inquérito. A família do ex-governador e o povo acreano até hoje não aceita a tese de latrocínio. Acredita-se que a morte se tratou de um crime de pistolagem, uma vez que Edmundo Pinto iria depor em uma CPI na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Edmundo Pinto foi assassinado naquela manhã no apartamento de número 704 do Hotel Della Volpe Garden. Três homens atiraram por três vezes no executivo. Ele tentou se defender, mas sem chances.

INVESTIGAÇÕES, CPI’S

Pinto tornou-se alvo ainda da CPI da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e com uma morte precoce, cruel, coube ao Congresso iniciar também uma investigação paralela para apurar a causa central do assassinato. A grande maioria já prognosticava durante a “CPI da Pistolagem”: foi sob encomenda. O deputado e relator da CPI à época, Edmundo Galdino, bem que palpitou, mas o entendimento da Polícia e do Judiciário de São Paulo, narraram outra tese: latrocínio (roubo seguido de morte).

LATROCÍNIO?

Para chegar a hipóteses de latrocínio, a Polícia paulistana investigou que os criminosos roubaram Cr$ 500 mil cruzeiros do apartamento que o governador ocupava no hotel. Os mesmos criminosos teriam roubado US$ 1.500 dólares de John Franklin Jones, hóspede do apartamento 714 e funcionário do banco norte-americano Northeast. Jones acabou sendo chamado para depor. “Três mulatos”, como ele classificou, teriam entrado nas dependências do hotel. Posteriormente, os acusados foram presos. Um deles foi chamado para depor no Congresso, Gilson José dos Santos, informou que recebeu dinheiro para cometer o crime.

CRIME POLÍTICO?

Em 1993, o governador de São Paulo, à época, Luís Antônio Fleury Filho mandou reabrir o inquérito a pedido da viúva, Fátima Barbosa e da bancada acreana no Senado. Por hora, a tese de crime político reacendeu sobre o caso.

Em um documentário de uma plataforma internacional, o filho de Edmundo, Rodrigo Pinto, que tinha apenas 12 anos quando o pai foi assassinado, deu detalhes do que se lembra à época. Ele citou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou violência e sinais de tortura no corpo do governador acreano. “Embalsamaram o corpo do meu pai, blindaram o corpo dele, impossibilitando que víssemos as atrocidades que fizeram com ele”, descreveu Rodrigo.

Edmundo Pinto deixou Fátima Barbosa de Almeida, viúva, e três filhos: Rodrigo, Pedro e Nuana.

VITÓRIA DE EDMUNDO SOBRE JORGE

O bom desempenho de Edmundo Pinto no legislativo chancelou o credenciamento à disputa do Governo. A homologação do seu nome na convenção do PSD, em 1990, possibilitou a disputa contra Jorge Viana (PT). Edmundo obteve a primeira colocação no 1° turno e respectivamente no 2° turno. Pinto foi eleito com quase 72 mil votos, sendo o 12° governador eleito do Acre. Ele foi o único candidato do PSD candidato ao cargo entre os Estados. De fato, ele assumiu o Palácio Rio Branco no dia 15 de março de 1991. Antes dele, Flaviano Melo era governador.

UM GOVERNO ‘METEÓRICO’

O Governo Edmundo Pinto não foi marcado apenas por questões políticas ou da tragédia em si. Enquanto esteve no comando do executivo, Edmundo assinou a emancipação de 11 municípios, criou o Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE), concluiu o asfaltamento da BR-364 (Rio Branco – Porto Velho), deu início ao Aeroporto Internacional de Rio Branco, investiu em Estações de Tratamento de Esgoto e inaugurou e expediu obras em Escolas Públicas.

MEMÓRIA VIVA

Nas redes sociais, existem perfis que relembram a trajetória política e de vida de Edmundo Pinto. Um dos editores da página no Facebook – Edmundo Pinto – é o próprio ex-vereador de Rio Branco, Rodrigo Pinto, que vive atualmente no exterior. Recentemente, alguns registros únicos do governador foram republicados no espaço, que é um memorial.

Concluindo esse resgate histórico, tomamos a iniciativa para republicar uma legenda inserida em uma das fotos de Edmundo Pinto ao desembarcar de um avião, e que resume muito bem todo o caso: “O grande erro do Edmundo, foi confiar demais. Ele fazia questão de estar presente com o povo sem segurança, fazer caminhadas, viajar como uma pessoa comum. Na noite do seu assassinato, ele foi ao shopping assistir um filme e voltou para o Hotel onde foi assassinado”.

Acredita-se que a morte se tratou de um crime de pistolagem, uma vez que Edmundo Pinto iria depor em uma CPI na Câmara dos Deputados, em Brasília. Foto: internet

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Justiça aceita denúncia contra PMs por morte de enfermeira e substitui prisão domiciliar por preventiva

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Após a decisão, os agora acusados Cleonizio Marques Vilas Boas e Gleyson Costa de Souza deverão ser levados a uma unidade prisional militar. Advogado da família de Géssica Melo, morta em dezembro de 2023, ressalta que é preciso investigar e punir o que chamou de “selvageria” dos PMs.

Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e fraude processual — Foto: Arquivo/PM-AC

A Justiça do Acre acolheu a denúncia contra os policiais militares Cleonizio Marques Vilas Boas e Gleyson Costa de Souza pela morte da enfermeira Géssica Melo e substituiu a prisão domiciliarpor preventiva. Após a decisão, os agora acusados deverão ser levados a uma unidade prisional militar.

Géssica furou um bloqueio policial, no dia 2 de dezembro de 2023, em Capixaba, foi seguida por uma viatura da Polícia Militar até Senador Guiomard, na BR-317, onde morreu após ser baleada.

Após a morte, a polícia divulgou ter achado uma pistola 9 milímetros, restrita das forças armadas, jogada próximo do local do acidente. A família negou que fosse de Géssica. Durante as investigações, ficou comprovado que não pertencia à vítima e nem possuía seu DNA.

O juiz Romário Divino Faria, da Vara Criminal da Comarca de Sena Madureira, recebeu parecer encaminhado pelo Ministério Público do Acre, que pediu que os PMs respondam por homicídio duplamente qualificado e fraude processual, além da prisão cautelar dos agentes.

De acordo com o magistrado, a medida visa garantir a ordem pública. Além disso, Faria ressalta que Vilas Boas possui reiteração criminosa, já que respondeu pela morte de outra jovem em um confronto.

“Ressalta que os denunciados são policiais militares, função de Estado que exige do seu ocupante conduta ilibada, diferentemente daquelas que ora se imputa, e, até mesmo em razão das prerrogativas do cargo, estão constantemente em contato com pessoas vítimas potenciais de seus atos ilícitos e que não se pode, pois, aguardar a próxima vítima fatal”, afirma a decisão.

A reportagem entrou em contato com a defesa dos policiais acerca desta decisão e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O advogado da família de Géssica, Walisson Reis, destacou que desde o início da investigação pedia a prisão preventiva dos dois agentes.

Denúncia do MP

Os militares foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e fraude processual. A qualificadora, segundo o MP, foi a morte por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ainda na denúncia, o órgão pediu a prisão cautelar dos agentes, a perda do cargo público e o pagamento de indenização de R$ 100 mil à família da vítima.

A dupla já havia sido indiciada pela Polícia Civil no dia 17 de junho, após sete meses de investigação. O indiciamento contra Vilas Boas e Souza foi por homicídio qualificado, na forma tentada e consumada, e fraude processual.

As investigações apontaram também que a arma encontrada no local não tinha o DNA de Géssica e foi implantada próximo ao carro da enfermeira pelo sargento Cleonizio Vilas Boas. Por conta disso, o MP-AC também denunciou o PM por porte ilegal de arma.

Géssica Oliveira foi morta por policiais durante perseguição na BR-317 em dezembro do ano passado — Foto: Arquivo pessoal

Veja abaixo o indiciamento de cada um:

  • Cleonizio Marques Vilas Boas – indiciado por homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e fraude processual
  • Gleyson Costa de Souza – indiciado por tentativa de homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e fraude processual

“Eles plantaram aquela arma no local do crime para acusar e justificar a conduta criminosa a qual tiveram, de matar a enfermeira, mãe de três filhos, de 3, 6 e 9 anos, que nunca mais terão o carinho da mãe. É um absurdo que policiais militares usem o aparato do Estado para matar pessoas”, pontuou o advogado da família da enfermeira, Walisson dos Reis Pereira.

‘Pessoa armada’

O advogado dos policiais, Wellington Silva, ressaltou que os agentes utilizaram de todos os meios para que Géssica parasse o veículo que conduzia, mas que ela desobedeceu a ordem, seguiu dirigindo em alta velocidade e fazendo movimentos de ziguezague em via movimentada, o que colocou em risco a vida de outros condutores.

Para a defesa dos agentes, eles se depararam com uma pessoa armada, em um carro com vidros escuros e em alta velocidade. Silva ressalta que a morte de Géssica é lamentável, mas que a ação letal foi necessária para evitar a perda de outras vidas na pista.

“O resultado da perícia é açodado, despedido de base científica crível, cheia de ilações, conjecturas, termos abstratos e conclusões permeadas em hipóteses ou probabilidades, sem que haja elemento probatório irrefutável. As meras deduções não podem colocar em dúvida a ação policial praticada por militares que ostentam comportamento disciplinar irretocável nas suas carreiras”, acrescentou o advogado.

Laudo pericial mostra que veículo foi atingido 13 vezes por tiros de fuzil — Foto: Reprodução

Pistola de origem ilícita

Ainda na denúncia, o MP-AC destaca que a pistola calibre 9 milímetros encontrada próximo ao local do crime é de uso restrito e e foi apreendida anteriormente pela polícia. Após ser apreendida, a arma foi encaminhada em 2017 para o Exército Brasileiro para que fosse destruída, contudo, ‘de forma inexplicável estava sendo portada pelo denunciado’.

Conforme o inquérito policial, as armas dos policiais foram apreendidas e enviadas para a perícia. Três dos tiros que atingiram o carro foram efetuados por Gleyson Costa de Souza e três por Cleonizio Marques Vilas Boas. Um dos tiros disparados por Cleonizio atingiu Géssica, que perdeu o controle do carro e entrou na área da fazenda.

“Durante todo o trajeto, exceto no momento em que foi abordada no posto fiscal de Senador Guiomard, a vítima permaneceu com a porta e vidros fechados”, diz o inquérito.

Segundo o processo, ao chegar no local do acidente, o policial Cleonizio Vilas Boas avisou aos policiais rodoviários federais que iria se aproximar da área isolada para procurar um telefone que havia perdido, ‘momento em que implantou a arma de fogo’.

“Após a chegada da perícia, a área foi devidamente isolada e os trabalhos periciais iniciaram, tendo sido encontrada a suposta arma de fogo utilizada pela Géssica, a qual, ao final, foi demonstrado ter sido implantada no local”, destaca a investigação.

Ao todo, a Polícia Civil ouviu 18 policiais, entre militares do Gefron, de Senador Guiomard e Capixaba e da Polícia Rodoviária Federal, quatro testemunhas e dois trabalhadores que atuavam em uma obra na estrada na época da perseguição.

Apenas os policiais do Gefron alegaram que a vítima estava armada. O carro de Géssica foi perseguido inicialmente pela PM de Capixaba, depois por duas viaturas do Gefron, uma equipe da PRF e outra da PM de Senador Guiomard.

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Servidores do Ifac encerram greve após assinatura de acordo

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Servidores estavam de greve desde 5 de abril e decidiram suspender o movimento nessa quinta-feira (27) após assinatura de acordo com o governo federal. Aulas voltam na segunda (1º).

Atividades nos campi do Ifac retornam na próxima segunda-feira (1º) — Foto: Victor Lebre/g1

Após quase três meses de greve, os servidores do Instituto Federal do Acre (Ifac) decidiram suspender o movimento e voltar com as atividades em todos os campi do estado. A decisão foi tomada nessa quinta-feira (27), após assinatura de termo de acordo com o governo federal.

Os servidores estavam em greve desde o dia 5 de abril. No Acre, o Ifac tem seis campi e a reitoria. O primeiro campi a entrar em greve foi Sena Madureira.

Em Tarauacá e Cruzeiro do Sul, no interior, a greve acabou nos últimos dias 14 e 21, respectivamente. Nos demais campi, Rio Branco, Baixada do Sul/Transacreana, Xapuri, Sena Madureira e na reitoria as aulas voltam na segunda (1º).

“Com a assinatura do termo de acordo, a rede federal de ensino suspendeu o estado de greve. No Ifac, já retomamos com nossas atividades no dia primeiro, as propostas foram acordadas entre as entidades e o governo e temos alguns ganhos positivos”, explicou Arielly Ribeiro, diretora executiva do Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) no Acre.

Segundo a diretora, esses foram os acordos firmados:

  • 9% e 5% de reajuste para os técnicos administrativos em 2025 e 2026, respectivamente;
  • 9% e 3,5% de reajuste paras os docentes em 2025 e 2026;
  • Reconhecimento de saberes e competências (rsc) para os técnicos administrativos;
  • Revogação da portaria 983/2020, que regulamenta a atividade docente de forma prejudicial;
  • Recomposição de parte do orçamento do instituto;
  • Reestruturação, em parte, das carreiras.

A greve geral do Ifac foi aprovada na 188ª assembleia Sinasefe, em 27 de março. Na mesma plenária, foi deliberado sobre a ação de movimento ‘paredista’ (relativo a parede ‘greve’ ou adepto desse movimento), o que quer dizer que coletivamente as classes se uniram para uma intervenção imediata, recorrendo à paralisação, até que o governo as atendam efetivamente.

O movimento nacional reivindicava melhorias nas carreiras, nos salários e nos orçamentos das instituições federais de Educação. Além das pautas nacionais, durante as assembleias ocorridas com os servidores dos campi do Ifac foram levantadas as demandas locais, entre elas: melhorias estruturais, segurança e garantias de recursos para difusão de pesquisas.

Greve na Ufac

A greve dos professores da Universidade Federal do Acre (Ufac), que já dura quase 2 meses, foi mantida após uma proposta do governo federal ser rejeitada durante assembleia geral da Associação de Docentes da Ufac (Adufac), que ocorreu no dia 20 de junho.

O Ministério da Educação (MEC) envolveu na negociação a recomposição parcial do orçamento das universidades e institutos federais, implementação de reajuste de benefícios e aumentos salariais de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026.

Segundo o governo, caso as paralisações em todo o país sejam suspensas, a Portaria 983/2020, que elevou a carga horária mínima semanal dos docentes, será revogada.

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Sob Gladson, Acre mantém saldo positivo na geração de emprego; 4,1 mil postos em cinco meses

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Sob Gladson, Acre mantém saldo positivo na geração de emprego; 4,1 mil postos em cinco meses

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Pelo quarto mês consecutivo, o Acre manteve saldo positivo na geração de empregos e consolidou 4.194 novos postos de trabalho entre janeiro e maio, segundo os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Em maio, foram 924 novas vagas, configurando assim um estoque de 108.043 vínculos de emprego ativos.

Os setores que mais geraram emprego nestes cinco meses foram serviços e construção civil, com 2.774 e 686 postos, respectivamente. Comércio e indústria também se mantiveram com saldo positivo. Só em maio, foram 924 novos postos de emprego no estado. Serviços, construção civil e comércio lideram o ranking dos setores que criaram vagas.

Ao avaliar o crescimento de postos de trabalho e as movimentações econômicas, o titular da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanípal Mesquita, diz que o estado tem sido protagonista. Para este ano, grandes obras e o estreitamento das relações comerciais do governo do Acre com outros países que podem se tornar potenciais compradores de produtos regionais devem impulsionar ainda mais os números.

“O governo do Estado tem aí um pacote, uma variedade de frentes de ação que vão realmente impactar a economia, gerando mais esperança, oportunidades e trabalho e distribuindo mais renda para toda a nossa sociedade. Posso destacar aqui algumas dessas iniciativas, olhando para o campo, para a produção rural, para o agronegócio; a gente tem aí a perspectiva da continuidade da produção agrícola, do milho, da soja e da produção familiar, que devem aquecer a economia”, explica Assurbanípal.

O fortalecimento do Programa de Compras Governamentais (Comprac) também deve ser decisivo para o sucesso desses números. “Ele já vem beneficiando diversos setores, como o moveleiro, de confecções, gráfico e agora vai ampliar para o setor de alimentos e outros setores industriais, como um incentivo que o governo vem dando. Então, o Comprac é um programa que vai ter, este ano, uma ampliação da sua demanda”, relata o secretário.

Uma das medidas para ampliar e fortalecer esse setor foi tomada em maio, quando o governador Gladson Cameli ampliou os segmentos da indústria local com prioridade no Comprac. “Tenho dito sempre nos meus pronunciamentos que o Acre é um grande diamante que precisa ser lapidado por todos nós que aqui vivemos, e a maneira dessa lapidação acontecer é pela geração de empregos e oportunidades para todos os acreanos e acreanas”, afirmou, ao assinar o decreto.

Saldo de cada segmento nos cinco meses

– Serviços: 2.774
– Construção: 686
– Comércio: 395
– Indústria: 352
– Agropecuária: -6

Dados da capital

Outro indicador que estabelece essa alta na empregabilidade foi uma pesquisa da Federação do Comércio (Fecomércio-AC), divulgada na quinta-feira, 27,que apontou que 54% da população rio-branquense tem trabalho fixo, enquanto ao menos 27,2% estão desempregadas. O estudo, feito com 205 pessoas domiciliadas na capital acreana, acrescentou ainda que 5,9% disseram viver de trabalhos não fixos e 12,9%, aposentados.

Ainda segundo o estudo, da população com trabalho fixo, 55% reforçou possuir carteira de trabalho assinada, enquanto o restante, de 45%, revelou trabalhar de maneira informal.

Aproximadamente metade da população de Rio Branco (59,9%) têm renda média de até R$1.412 por mês. Outra parcela, de 29,7%, informa renda entre R$1.413 a R$2.824 e 7,4% de R$2.825 a R$7.070. No mais, 3,0% tem renda mensal acima de R$7.070.

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