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Tenente do Bope dava droga e munição a membros de facção e recebia dinheiro do crime, diz MP-AC
Policial e mais 22 pessoas foram denunciadas pelo MP-AC por envolvimento com facção criminosa. Processo mostra interceptação entre tenente do Bope e membros de facção.
Por Jefson Dourado e Tácita Muniz

Tenente do Bope dava droga a membros de facção e recebia dinheiro de criminosas, diz MP-AC — Foto: Reprodução
“Antes da droga chegar no coisa (sic), na delegacia, ele já me dava um pedacinho simbólico”. Esse é um trecho do depoimento de Agilberto de Lima, conhecido dentro de um grupo criminoso como Jiquitaia ou Zoio. À polícia, ele explica a relação que tinha com o tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Josemar Farias, que foi preso na Operação Sicário em dezembro do ano passado.
O G1 teve acesso ao relatório do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Nele, o Ministério público denuncia 23 pessoas integrantes de uma facção criminosa que atua no estado.
Farias foi denunciado por promoção de organização criminosa, inclusive, prendendo membros de facções rivais, defesa de territórios sob a influência da facção, por proteger facção da atuação policial, por fornece armas e munição ao grupo criminoso, corrupção passiva e prevaricação.
O tenente conversava, principalmente com Jiquitaia, mas também aparece em contato com mais dois envolvidos, como Antônio Aguiar, conhecido como Neném Rolinha.
No processo, o MP-AC aponta que “durante a investigação, que Farias auxiliava lideranças como Agilberto Soares de Lima, conhecido pela alcunha de ‘Jiquitaia’ (responsável pelo bairro Rosalinda) e Antônio Ferreira Aguiar, conhecido pela alcunha de “Neném Rolinha” ou “Coroa” (responsável pelo bairro Conquista) a manter e expandir seus territórios, seja realizando a prisão de integrantes de facções rivais”, destaca o relatório.
Ainda em depoimento, Jiquitaia cita uma operação do Bope que apreendeu 92 quilos de maconha escondidos dentro de freezer em chácara no Bujari. Ele conta que apontou o local à polícia e recebeu droga por ter ajudado na operação.
“A única vez que eu ganhei uma peça foi quando a gente foi…depois do Bujari. Eles foram pra depois do Bujari e me levaram, no caminho eu fui também, lá eles encheram a baguala do carro de maconha. Pegaram mais de cem quilos de maconha. Aí, quando pensou que não, chegou o tenente Farias com outro carro. A situação já tava toda (gesticula com as mãos em sinal de positivo indicando que a situação já estava resolvida). Aí, o tenente chegou, ai conversou com os rapazes, inclusive com outro rapaz do Bope lá que eu não conheço, só se eu ver. Que é que o pegou o dinheiro o botou no negócio da farda” (sic).
Disse ainda que ao chegarem até o militar, o sentimento foi de decepção, uma vez que o tenente Farias era atuante e parceiro da Polícia Civil.
“Durante esses monitoramentos, identificamos um militar que falava com esses integrantes. E com um olhar mais atento, pra nossa surpresa, descobrimos que era o tenente Farias. Pra nós foi um choque, uma pessoa sempre muito atuante. Sempre com uma parceria muito forte com a DIC, [Divisão de Investigação Criminal], e um apoiador das ações da Polícia Civil. Para nós, foi motivo de decepcionar, tendo atenção maior e ele passou a ser alvo da investigação também”, destaca.
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19ª Copa AAJJ de Jiu-Jitsu reúne mais de 400 atletas e destaca nova equipe da Baixada da Sobral
No último dia 14 de dezembro, foi realizada, na quadra de esportes da ABB, a 19ª edição da Copa AAJJ de Jiu-Jitsu, evento já tradicional no calendário do jiu-jitsu acreano. A competição reuniu mais de 400 atletas, com disputas em diversas categorias, abrangendo desde crianças até adultos, e contou com a participação de inúmeras equipes consagradas do estado.
Entre os destaques do evento esteve a equipe Magno de França Atitude, representante do núcleo da Visual Academia, localizado na Baixada da Sobral. Apesar de ser uma equipe recente no cenário competitivo, com apenas um ano de existência, o grupo demonstrou alto nível técnico e surpreendeu pelos resultados expressivos.
Mesmo levando um número reduzido de atletas, a equipe alcançou um desempenho notável: a cada três competidores inscritos, dois subiram ao pódio, índice que a colocou à frente de equipes maiores, algumas com o dobro ou até o triplo de atletas inscritos. O resultado evidenciou a qualidade técnica do trabalho desenvolvido.
O excelente desempenho é atribuído à atuação dos instrutores e à coordenação do supervisor do projeto, o major da Polícia Militar Magno de França. O núcleo conta com dois instrutores faixas-pretas: o perito criminal Charles França e o professor de jiu-jitsu Antônio José, conhecido como professor Tony, ambos com longa trajetória no ensino da modalidade no Acre.
Além de atletas e disseminadores do jiu-jitsu, o major Magno de França e o perito criminal Charles França atuam há mais de 20 anos no ensino de modalidades de lutas policiais, o que contribui significativamente para o aprimoramento técnico aplicado ao jiu-jitsu.
Os bons resultados se estenderam por todas as categorias, das infantis às adultas. Um dos grandes destaques individuais foi o atleta Raísson, que se consagrou campeão na categoria pesadíssimo adulto. O atleta já vinha de uma conquista anterior no Campeonato Acreano, promovido pela Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Acre, realizado nos meses anteriores.
Com isso, o núcleo de jiu-jitsu da Visual Academia / Magno de França Atitude passa a deter atualmente dois títulos importantes na categoria pesadíssimo adulto: o da Copa AAJJ e o da Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Acre, consolidando-se como uma equipe promissora e de alto nível técnico no cenário do jiu-jitsu acreano.
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Consumidor pagará menos na conta de luz em janeiro
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a adoção da bandeira verde reflete um cenário de segurança energética, no qual não há necessidade de acionamento intensivo de usinas termelétricas

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (23) que o ano de 2026 começará sem custo extra na conta de energia para a população. Em janeiro, será aplicada a bandeira tarifária verde.

A agência reguladora destacou que apesar de o período chuvoso ter iniciado com chuvas abaixo da média histórica, em novembro e dezembro houve no país, de um modo geral, a manutenção do volume de chuvas e do nível dos reservatórios das usinas.
“Em janeiro de 2026 não será necessário despachar as usinas termelétricas na mesma quantidade do mês anterior, o que evita a cobrança de custos adicionais na conta de energia do consumidor”, explicou a Aneel.
Neste mês de dezembro já houve a redução na bandeira tarifária vermelha no patamar 1 para amarela.A medida reduziu em R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (KW/h) consumidos e passou a R$ 1,885.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a adoção da bandeira verde reflete um cenário de segurança energética, no qual não há necessidade de acionamento intensivo de usinas termelétricas. Essas unidades, além de apresentarem custo de geração mais elevado, utilizam combustíveis fósseis e contribuem para a emissão de gases de efeito estufa.
“Apesar da crescente participação de fontes renováveis como solar e eólica na matriz energética brasileira, a geração hidrelétrica segue como base do sistema elétrico nacional. A capacidade de produção das usinas depende diretamente do volume de chuvas que incide sobre as principais bacias hidrográficas, fator que tem se mostrado”, lembra a pasta.
Custos extras
Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em cores, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas residências, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.
Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimo a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido.
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Prefeitura de Rio Branco assina contratos de R$ 850 mil para auxílio emergencial durante seca
Acordos para cestas básicas e combustível foram firmados em dezembro e publicados no DOE; recursos, autorizados por portaria federal, poderão ser usados até março de 2026

Os recursos poderão ser utilizados até 15 de março de 2026, conforme estabelecido pela Portaria nº 2.817 do governo federal, que autorizou o repasse de verbas à capital. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco assinou dois contratos emergenciais, no valor total de R$ 850.875, para atender famílias em situação de vulnerabilidade durante a seca que atinge o Acre. Os acordos foram firmados em dezembro de 2025 e publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) na última terça-feira (23/12), após correções de informações.
Destinação dos recursos:
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R$ 825 mil para aquisição de cestas básicas, contratadas com a empresa A. A. Souza Ltda;
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R$ 25.875 para fornecimento de combustível à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), firmado com o Jaguar Auto Posto Acre Ltda.
As contratações foram feitas por meio da Dispensa de Licitação nº 06/2025, com fundamento na Lei nº 14.133/2021, que permite procedimento direto em situações de calamidade pública. A justificativa aponta a estiagem prolongada e o risco de desabastecimento de água, reconhecidos por atos municipais, estaduais e federais ao longo de 2025.
Os recursos poderão ser utilizados até 15 de março de 2026, conforme estabelecido pela Portaria nº 2.817 do governo federal, que autorizou o repasse de verbas à capital. A seca foi classificada como desastre natural, levando a prefeitura a decretar situação excepcional em agosto, posteriormente reconhecida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).
Os contratos foram firmados pelo secretário municipal da Casa Civil, Valtim José da Silva, pelo coordenador da Comdec, tenente-coronel Cláudio Falcão de Sousa, e pelos representantes das empresas fornecedoras.
Embora as medidas atendam a uma resposta imediata, especialistas apontam a dependência de ações paliativas diante da falta de políticas estruturais para enfrentar os efeitos da estiagem. A cada nova ação emergencial, fica evidente a vulnerabilidade da cidade e a necessidade de planejamento que vá além da lógica da urgência.
A Comdec deverá prestar contas sobre a aplicação dos recursos. Enquanto isso, a população aguarda a implementação de soluções de longo prazo para conviver com os períodos de seca, que têm se intensificado nos últimos anos.
Os contratos emergenciais reforçam a gravidade da crise hídrica no Acre e a necessidade de ações coordenadas entre município, estado e União para mitigar os impactos sobre as famílias mais pobres.












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