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Tempestade deixa 2.000 mortos, 10.000 desaparecidos e cria “cidade fantasma” na Líbia
Sistema de baixa pressão provocou inundações na Grécia antes de cruzar o Mediterrâneo
CNN-Brasil
Cerca de 2.000 pessoas morreram e 10.000 estão desaparecidas após as chuvas provocadas pela tempestade Daniel causarem o rompimento de duas barragens no nordeste da Líbia, fazendo com que a água fluísse para áreas já inundadas.
“O número de mortos é enorme e cerca de 10.000 estão desaparecidos”, disse Tamer Ramadan, chefe da delegação da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) na Líbia, durante uma conferência de imprensa em Genebra, nesta terça-feira (12).
Cerca de 6.000 pessoas estão desaparecidas só na cidade de Derna, disse Othman Abduljalil, ministro da Saúde do governo apoiado pelo parlamento oriental da Líbia, à TV Almasar da Líbia.
Abduljalil, ministro da Saúde do governo apoiado pelo parlamento oriental da Líbia, visitou Derna, a cidade mais atingida do país, na segunda-feira (12), descrevendo partes dela como uma “cidade fantasma”.
“A situação [em Derna] era catastrófica. Os corpos continuam espalhados em muitos lugares”, disse Abduljalil à TV Almasar da Líbia.
“Há famílias ainda presas dentro de suas casas e há vítimas sob os escombros. Presumo que as pessoas tenham sido arrastadas para o mar e amanhã (terça-feira) de manhã encontraremos muitas delas”, disse ele.
Derna é apenas uma área afetada pelas inundações que varreram várias cidades no nordeste do país, na costa do Mar Mediterrâneo.
A chuva é o resultado de um sistema muito forte de baixa pressão que provocou inundações catastróficas na Grécia na semana passada e deslocou-se para o Mediterrâneo antes de se transformar num ciclone tropical conhecido como Medicane (do inglês, furacão do Mediterrâneo). O sistema climático é semelhante às tempestades tropicais e furacões no Atlântico ou aos tufões no Pacífico.
Anteriormente, a Cruz Vermelha da Líbia estimou que mais de 300 pessoas morreram em Derna, de acordo com uma publicação nas redes sociais.
Ahmed Mismari, porta-voz do Exército Nacional da Líbia (LNA), baseado no leste, disse que duas barragens ruíram sob a pressão das inundações.
“Como consequência, três pontes foram destruídas. A água corrente levou bairros inteiros, acabando por depositá-los no mar”, disse ele.
O chefe da autoridade de Emergência e Ambulâncias da Líbia, Osama Aly, disse à CNN que após o rompimento da barragem “toda a água foi direcionada para uma área perto de Derna, que é uma área costeira montanhosa”.
As casas nos vales foram arrastadas por fortes correntes lamacentas que transportavam veículos e detritos, acrescentou. As linhas telefônicas na cidade também caíram, complicando os esforços de resgate, disse Aly, com os trabalhadores impossibilitados de entrar em Derna devido à forte destruição.
Aly disse que as autoridades não previram a escala do desastre.
“As condições meteorológicas não foram bem estudadas, os níveis da água do mar e das chuvas [não foram estudados], as velocidades do vento, não houve evacuação de famílias que poderiam estar no caminho da tempestade e nos vales”, disse Aly.
“A Líbia não estava preparada para uma catástrofe como esta. Nunca testemunhou esse nível de catástrofe antes. Admitimos que houve deficiências, embora esta seja a primeira vez que enfrentamos esse nível de catástrofe”, disse Aly ao canal Al Hurra anteriormente.
Mismari, porta-voz do LNA, disse que as inundações afetaram várias cidades, incluindo Al-Bayda, Al-Marj, Tobruk, Takenis, Al-Bayada e Battah, bem como a costa oriental até Benghazi.
‘Inundações sem precedentes’
A Líbia, um país de seis milhões de habitantes, está dividida entre facções em conflito desde 2014, após a revolta de 2011 apoiada pela Otan contra Muammar Gadhafi.
O chefe do governo apoiado pelo parlamento oriental da Líbia, Osama Hamad, descreveu a situação como “catastrófica e sem precedentes”, de acordo com um relatório da organização de notícias estatal Agência de Notícias da Líbia (LANA).
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram carros submersos, prédios desabados e torrentes de água correndo pelas ruas.
Hospitais na cidade oriental de Bayda foram evacuados após graves inundações causadas por chuvas causadas por uma forte tempestade, conforme mostraram vídeos compartilhados pelo Centro Médico de Bayda no Facebook.
“As Nações Unidas na Líbia acompanham de perto a emergência causada pelas condições meteorológicas severas na região oriental do país”, disse a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia numa publicação no X, anteriormente chamado de Twitter.
Vários países enviaram as suas condolências e ofereceram ajuda à Líbia enquanto as equipas de resgate lutam para encontrar sobreviventes sob os escombros e escombros.
Aviões turcos que entregam ajuda humanitária chegaram à Líbia, segundo a Autoridade de Gestão de Emergências da Turquia (AFAD) nesta terça-feira (12).
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o país enviaria 168 equipes de busca e resgate e ajuda humanitária para Benghazi, segundo a agência de notícias estatal Anadoulu Agency na terça-feira.
A Embaixada dos EUA na Líbia disse no X, que estava em “contato próximo com as Nações Unidas e com as autoridades na Líbia para determinar a rapidez com que podemos levar a assistência onde é mais necessária”.
O presidente dos Emirados Árabes Unidos, Zayed Al Nahyan, ordenou o envio de ajuda e equipes de busca e resgate, ao mesmo tempo que oferece suas condolências às pessoas afetadas pela catástrofe, informou a agência de notícias estatal.
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PF apreende R$ 5 mil em notas falsas enviadas pelos Correios em Belém
Encomenda partiu do Rio Grande do Sul; destinatária confessou o crime e foi indiciada
A Polícia Federal apreendeu R$ 5 mil em cédulas falsas que chegaram a Belém (PA) pelos Correios, em uma encomenda enviada do Rio Grande do Sul.
Segundo a PF, os agentes identificaram a destinatária da remessa, que, ao ser interrogada, confessou o crime e foi indiciada por recebimento de moeda falsa. O nome da suspeita não foi divulgado.
A corporação destacou que a circulação de notas falsificadas é um crime grave, com impactos diretos na economia e na sociedade. As investigações seguem para identificar os responsáveis pela produção e envio das cédulas, além de apurar a possível participação de outros envolvidos.
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Homem morre após ser atingido por flechas indígenas no Amazonas

Foto: Reprodução
A Polícia Civil investiga um conflito envolvendo indígenas da etnia Pirahã que resultou na morte de um homem e deixou outra pessoa ferida, no quilômetro 45 da BR-230 (Transamazônica), no sul do Amazonas. O caso ocorreu nessa semana e gerou protestos de moradores, que chegaram a interditar a rodovia na quarta-feira (17).
Segundo relatos da comunidade, os Pirahã vivem de forma nômade e recebem assistência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Moradores afirmam que, em períodos de falta de apoio, principalmente de alimentos, os conflitos com comunidades vizinhas acabam se intensificando.
De acordo com testemunhas, pessoas que estavam em uma canoa em um rio da região foram atacadas com flechas. Uma das vítimas morreu no local, e o corpo foi encontrado pouco depois. A outra pessoa foi atingida no abdômen e levada ao Hospital Regional de Humaitá.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Humaitá conduz as investigações iniciais e avalia se o caso será encaminhado à Polícia Federal para medidas complementares.
A Funai declarou que acompanha a situação junto ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e que as forças de segurança foram acionadas. A autarquia destacou que não executa diretamente ações de segurança pública, mas pode articular e acionar os órgãos competentes quando necessário.
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Impunidade levou Congresso a rever blindagem parlamentar em 2001
Outro caso que contribuiu para aprovação da EC 35 foi o do senador Ronaldo Cunha Lima, da Paraíba. Quando era governador, ele atirou contra seu rival político, o ex-governador Tarcísio Burity, em um restaurante de João Pessoa, em 1993.
Cunha Lima chegou a ser preso, mas conseguiu habeas corpus. Em 1995, foi eleito senador e contou com a imunidade que duraria 8 anos. Ainda em 1995, o STF pediu licença para processar o parlamentar, mas o Senado só analisou o caso quatro anos depois, em 1999, negando a autorização.
Cunha Lima só foi processado depois da emenda 35. Porém, em outubro de 2007, a poucos dias de ser julgado no STF, o parlamentar renunciou ao cargo para levar o caso para a 1ª instância do Judiciário.
A família de Burity reagiu com indignação. “Ele passou 14 anos ludibriando a Justiça. Agora, quando sabia que ia ser julgado, renunciou para ser julgado pelo Tribunal do Júri. É uma palhaçada”, lamentou à época a viúva do político, Glauce Burity.
Constituinte de 1988
Quando o constituinte de 1988 incluiu na Constituição a exigência de autorização para processos criminais contra deputados e senadores, ele tinha em mente criar uma proteção aos deputados depois de 21 anos de ditadura militar.
Tereza Cruvinel, que também cobriu a Constituinte de 1988, destacou que, na época, os constituintes temiam perseguições políticas após a redemocratização.
“A constituinte, que vinha para encerrar uma ditadura, teve a intenção de proteger os parlamentares contra eventuais futuros abusos, um retrocesso, uma nova ditadura ou meia ditadura. O deputado de hoje, por outro lado, está pensando em garantir uma blindagem contra quaisquer iniciativas da Justiça, inclusive dos delitos que envolvem emendas parlamentares”, acrescentou.
Segundo especialistas e organizações que trabalham com o combate a corrupção, a atual PEC da Blindagem pode favorecer a corrupção no uso de emendas.
A analista legislativa Orlange Maria Brito escreveu artigo sobre o tema e destacou que a proteção pensada para os parlamentares que saíam de uma ditadura começou a ser questionada uma vez que foi “desviada da sua correta utilização”.
“Permite-nos questionar a necessidade e atualidade em tempos em que não mais existiam a situação de autoritarismo do momento histórico e político em que foram concebidas”, ponderou.
Ainda segundo a especialista, “diante de inúmeros fatos, ocorridos à época, instalou-se a preocupação em evitar que a imunidade se degenerasse como mecanismo que lograsse acobertar atos delituosos que não deveriam fugir da atuação do Poder Judiciário”.
Proteger o Parlamento
Os defensores da PEC 3 de 2021 afirmam que a proposta visa proteger o exercício do mandato parlamentar contra interferências indevidas do Judiciário e contra supostas “perseguições políticas”.
O relator da PEC na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA), rejeita o argumento de que a proposta limite as ações criminais contra parlamentares.
“Isso aqui não é uma licença para abusos do exercício do mandato, é um escudo protetivo da defesa do parlamentar, da soberania do voto e, acima de tudo, do respeito à Câmara dos Deputados e ao Senado”, justificou.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu que o Congresso Nacional não barraria investigações contra quem cometeu crimes.
“Quem cometer crime vai pagar, uai. É simples assim, a gente vota, e a gente mostra que essa casa é contra criminoso”, disse Nikolas durante a sessão.
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