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SUS completa 35 anos com histórias de vida transformadas no Acre

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Fruto da luta popular e da mobilização da 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), o SUS ganhou forma na Constituição de 1988, que consagrou a saúde como direito de todos e dever do Estado

Todo atendimento de Isabel se deu pelo SUS. Foto: cedida

“Sempre falo para todo mundo que o SUS me devolveu a visão. Desde o meu primeiro atendimento até o transplante de córnea, nunca precisei pagar nada e fui tratada com rapidez, cuidado e dedicação.”

Este é depoimento de Isabel Timóteo, 19 anos, moradora de Rio Branco, que teve sua vida transformada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que completa 35 anos de existência nesta sexta-feira, 19. Em 2021, uma bactéria provocou uma úlcera em sua córnea, deixando sequelas que a colocaram na fila para transplante. Em 2024, foi chamada para a cirurgia na Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo. O procedimento foi realizado com sucesso e, desde então, Isabel reencontra no SUS não apenas o direito à visão, mas também a certeza de que a saúde pública é sinônimo de esperança.

Assim como Isabel, outras histórias no Acre revelam a força do SUS em transformar vidas. Nerian Brito é um desses exemplos.

“Há 11 anos sofri um acidente, fraturei as duas pernas e tive perda óssea na tíbia direita. Durante muito tempo esperei por uma cirurgia, mas não tinha condições de viajar para realizá-la. Quando recebi a notícia de que seria a primeira pessoa a realizar transplante ósseo no nosso estado, e pelo SUS, fiquei imensamente feliz.”

Nerian passou por avaliação em janeiro de 2024 e, no dia 3 de junho, foi submetida ao procedimento na Fundação Hospitalar. A cirurgia foi conduzida pelo médico ortopedista Dr. Nelson Marquezine e contou com acompanhamento multiprofissional. “Não tive complicações, a recuperação foi muito boa e já iniciei fisioterapia na mesma semana da cirurgia. Só tenho a agradecer a toda a equipe, especialmente ao Dr. Nelson, grande profissional.”

Sem complicações pós-cirurgicas, Neirian hoje faz acompanhamento com fisioterapeutas do estado mantendo sua recuperação pelo SUS.

Esses relatos ilustram o impacto do SUS na vida de acreanos que encontraram, na rede pública, o acesso a procedimentos de alta complexidade antes restritos a grandes centros do país.

Conquistas

Fruto da luta popular e da mobilização da 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), o SUS ganhou forma na Constituição de 1988, que consagrou a saúde como direito de todos e dever do Estado. Em 1990, a Lei nº 8.080 regulamentou o sistema em todo o território nacional, abrindo caminho para um novo modelo de assistência.

Antes de sua criação, apenas trabalhadores formais vinculados à Previdência Social tinham acesso garantido aos hospitais públicos. O restante da população dependia de caridade, serviços filantrópicos ou pagamento direto. Hoje, o SUS assegura atendimento integral a todos: são 213 milhões de brasileiros, dos quais 76% dependem exclusivamente do sistema. Por ano, são realizados 2,8 bilhões de atendimentos, com o suporte de cerca de 3,5 milhões de profissionais de saúde.

Acesso é integral e alcança qualquer pessoa que buscar atendimento no serviço publico de saúde, sendo ele brasileiro ou não. Foto: reprodução

O SUS no Acre

No Acre, a presença do SUS é sentida nos mais diversos cantos do estado. Da capital às comunidades isoladas, o atendimento chega por meio das equipes de Estratégia de Saúde da Família, do Saúde Itinerante, das unidades básicas, do Pronto-Socorro, Unidades de Pronto Atendimento, Hospitais e centros especializados, da Fundhacre, dos Centros de Atenção Psicossocial, instituições privadas parceiras, entre outros.

Iniciativas como a Telessaúde ampliam o acesso especializado, encurtando distâncias para quem vive em áreas rurais e ribeirinhas. Parcerias com a Secretaria de Estado de Segurança, agilizam o resgate de pacientes com o uso de aeronaves. Programas como o SAMU 192 garantem também resgate e atendimento de urgência em minutos, enquanto o Programa Nacional de Imunizações mantém o Acre no mapa das grandes campanhas de vacinação do país.

Para o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, cada conquista reafirma a importância do sistema: “O SUS é fruto da luta coletiva do povo brasileiro e da dedicação de seus profissionais. Aqui no Acre, o governo do Estado busca continuamente fortalecer essa rede para que ela chegue com qualidade, humanidade e resolutividade a cada cidadão.”

O SUS é muito mais do que hospitais e consultórios. Ele está no copo de água tratado, na segurança dos alimentos, nas campanhas de prevenção, no controle de epidemias e na proteção de quem precisa. É também o sistema que garante cirurgias de alta complexidade, como os transplantes que devolveram a visão de Isabel e a mobilidade de Nerian.

Histórias como a delas mostram que o SUS não é apenas uma política pública: é um pacto coletivo pela vida. Aos 35 anos, o maior sistema de saúde universal do mundo segue se reinventando para enfrentar novos desafios e reafirmando, todos os dias, seu compromisso de cuidar de todos.

Secretário destacou a manutenção e melhoria dos serviços no Acre. Foto: arquivo

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Maioria dos trabalhadores de Rio Branco vive sob forte pressão financeira, aponta pesquisa

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Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos

Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. Foto: captada 

Ascom Fecomércio/AC

A combinação de baixa renda, avanço da informalidade e alto nível de endividamento está empurrando a maior parte dos trabalhadores de Rio Branco para um cenário de forte restrição orçamentária. A conclusão é da pesquisa do Instituto DataControl, encomendada pela Fecomércio/AC e divulgada nesta quinta-feira, 4.

Segundo o estudo, realizado com 200 pessoas economicamente ativas no final de novembro de 2025, 61,5% sobrevivem com até R$ 1.518 por mês, enquanto 51,5% possuem dívidas parceladas, das quais metade compromete mais de 20% da renda familiar. O aperto é tão grande que 27,5% recorrem a “bicos” para completar o orçamento, 16,5% buscam empréstimos e 10% deixam de pagar alguma conta considerada menos essencial. Apenas 41% conseguem poupar qualquer valor ao final do mês.

O levantamento mostra que 83,3% exercem alguma atividade remunerada, mas nem sempre em condições estáveis. Apenas 35,5% têm vínculo formal. Outros 17% trabalham sem contrato, sendo 11,5% realizando bicos e 5,5% atuando como empresários. Há ainda 12,5% de aposentados. Esse cenário de precariedade se reflete no fato de que 38% dos entrevistados não declaram um emprego fixo.

A taxa de desemprego atinge 16,7% da população e revela profunda desmotivação. 44,4% dos desempregados não procuram mais uma vaga, enquanto 31,9% buscam trabalho há mais de dois anos e 17,4% sequer lembram desde quando estão sem emprego. O estudo também aponta que 19,5% trocaram de emprego no último ano, reforçando o cenário de instabilidade.

Para o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó, os dados reforçam uma tendência já percebida no setor produtivo. “Estamos diante de um mercado de trabalho que emprega, mas ainda não garante estabilidade financeira para grande parte das famílias. A renda é baixa, o endividamento é alto e a margem para poupar é mínima”, afirmou.

Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos, o que intensifica a demanda por recursos. Contudo, essa carga muitas vezes não é distribuída de forma proporcional. Em 44,4% das famílias, o sustento recai sobre os ombros de uma única pessoa, e em 39,5%, apenas dois membros arcam com todas as despesas.

É neste cenário que a percepção de insuficiência se cristaliza. Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. “Isso evidencia um descompasso estrutural entre o tamanho das responsabilidades e a capacidade financeira disponível para suportá-las”, detalhou o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó.

A gestão das dívidas e a capacidade de planejamento financeiro revelam um cenário de constante tensão. O estudo aponta que 33,3% gastaram mais com compromissos, enquanto 37,5% mantiveram o nível de desembolso. Para mais da metade (54%) dos entrevistados, as parcelas mensais já representam uma dificuldade clara para o equilíbrio das contas. Ainda que a maioria (57,5%) declare realizar algum tipo de planejamento de gastos, a prática não é suficiente para evitar os apertos.

Quando o orçamento estoura, uma esmagadora maioria de 77,5% depende da negociação de prazos de até 30 dias para se reerguer, e 9,5% necessitam de mais de 45 dias, indicando uma fragilidade significativa na capacidade de absorção de choques.

A pesquisa também detalhou o perfil do mercado de trabalho de Rio Branco. 53% dos trabalhadores são mulheres, e 61,5% estão na faixa etária economicamente mais ativa, entre 16 e 44 anos. Em termos de formação, 37% concluíram o ensino médio, enquanto 16% possuem diploma de nível superior. A estrutura ocupacional é liderada pelo setor de serviços (21,5%), seguido pelo comércio (19%) e pelo setor público (16,5%).

A mobilidade urbana também pesa no bolso e no tempo dos trabalhadores. 29,5% consideram grande a distância entre casa e trabalho, enquanto 27,5% usam transporte coletivo, 18,5% a moto e 15% o carro próprio.

Egídio Garó explicou que os números são um alerta claro para a necessidade de mais oportunidades de emprego formal e de melhor remuneração em Rio Branco.

“A alta proporção de pessoas com a renda comprometida e sentindo a insuficiência de seus ganhos demonstra que a recuperação econômica precisa chegar com mais força ao bolso do trabalhador”, concluiu.

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Nota pública sobre atendimentos da Secretaria de Agricultura, Cageacre e Emater

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A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), informa que as instituições listadas abaixo estarão com atendimentos presenciais nos seguintes locais:

  • Emater – pontos de atendimento na Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), localizada no Hotel Pinheiro – Rua Rui Barbosa, 450, Centro – Rio Branco – AC;
  • Cageacre – Rua Estado do Acre, número 16, no Bairro da Base; pontos de atendimento no Mercado dos Colonos, localizado na Rua Estado do Acre, número 16, no bairro da Base, Centro – Rio Branco – AC;
  • Seagri – ponto de atendimento no novo prédio da Secretaria de Educação, situado na Avenida Nações Unidas, 1955, em frente ao 7º Batalhão de Engenharia de Construção (7º BEC), nas salas 501 e 502.

A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos. O governo do Estado agradece a compreensão de todos e reforça o compromisso com a eficiência e a qualidade no atendimento à população.

Rynaldo Lúcio dos Santos

Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

Pádua Cunha

Presidente da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre

José Luís Tchê

Secretário de Estado de Agricultura

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Governo do Acre celebra conquista de servidor público em premiação nacional de fotojornalismo

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Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação

Imagem vencedora é de reportagem que retrata coleta de coquinhos caídos das palmeiras, sementes de um ouro vegetal que alimenta sonhos e sustenta famílias: o murumuru. Foto: Pedro Devani/Secom

A Secretaria de Estado de Comunicação, por meio da Agência de Notícias do Acre, conquistou o segundo lugar no Prêmio Ampla de Jornalismo, na categoria Fotojornalismo, com um trabalho assinado pelo fotojornalista Pedro Devani. A imagem premiada ilustra a reportagem “Do murumuru ao mundo: mulheres do Acre moldam a bioeconomia com saber ancestral e cuidado com a floresta”, escrita pela repórter Tácita Muniz.

O reconhecimento reforça a excelência do trabalho desenvolvido por profissionais da comunicação do Estado e evidencia o resultado direto dos investimentos que o governo do Acre vem realizando na capacitação contínua de seus servidores.

Promovido pela Ampla Amazônia, o prêmio reconhece as melhores produções jornalísticas sobre Amazônia, inovação, impacto social e ambiental. A cerimônia oficial foi realizada nesta quarta-feira, 3, em Belém (PA), reunindo grandes nomes da comunicação e do jornalismo da região.

A Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Um laboratório de ideias e gerador de debates. Buscando fomentar o empreendedorismo no Pará e na Amazônia, dialogando com o setor público e fortalecendo o setor privado.

Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Foto: Marcos Nascimento

Pedro Devani também foi convidado a participar da cerimônia, simbolizando a importância da presença de profissionais que atuam diariamente na produção de conteúdo sobre a Amazônia. “Estou muito feliz”, afirmou Devani. “É um prêmio que destaca a bioeconomia na Amazônia, valorizando uma família de mulheres, que tira seu sustento da coleta diária de murumuru, coquinho. Há um detalhe curioso: a mulher retratada na foto que fiz é paraense e reside em Cruzeiro do Sul há mais de dez anos.”

“Sinto-me honrado por representar a Agência e, mais ainda, por este reconhecimento à fotografia e aos fotógrafos. Neste momento, represento o Acre, sendo o único a ganhar este prêmio de fotografia até agora. Lembro que no ano passado a [jornalista] Tácita [Muniz] se inscreveu e conquistou o terceiro lugar na categoria texto”, concluiu.

Pedro Devani tem mais de três décadas atuando na comunicação pública do estado do Acre. Foto: Marcos Nascimento

Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. “Essa conquista demonstra que investir na formação e no aprimoramento dos nossos servidores gera resultados concretos. Pedro Devani é um exemplo do comprometimento e do talento que temos dentro do Estado”, destacou a secretária de Comunicação, Nayara Lessa.

Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. Foto: José Caminha/Secom

Pedro atua como fotojornalista em diversas coberturas institucionais, registrando o cotidiano acreano com sensibilidade e rigor técnico. Sua vitória, além de celebrar o talento individual, reforça o compromisso do governo em fortalecer o jornalismo público, valorizando profissionais que ajudam a contar a história do Acre e da Amazônia com responsabilidade e profundidade.

A premiação representa mais um marco para o reconhecimento nacional da comunicação pública do Acre, que segue se destacando pela qualidade do conteúdo produzido e pela valorização dos servidores que constroem diariamente essa narrativa.

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