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STF pode deixar para depois decisão sobre doações eleitorais de empresas

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Pressão e agenda cheia ameaçam conclusão de julgamento de ação proposta pela OAB

O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a analisar neste ano o financiamento de campanhas eleitorais por meio de doações de empresas privadas. O julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que questiona a legalidade desse tipo de contribuição a políticos nas disputas eleitorais foi suspenso no início de dezembro em virtude de um pedido de vistas do ministro Teori Zavascki.

A expectativa é de que a análise da Adin seja retomada no primeiro semestre de 2014. Mas existe uma torcida de setores do governo e de assessores jurídicos de partidos contrários à proibição do financiamento privado para que o julgamento seja retomado apenas no segundo semestre. A possibilidade é concreta, conforme alguns juristas ouvidos pelo iG, visto que o Supremo deverá julgar, no retorno de suas atividades em 2014, a correção dos planos econômicos dos anos de 1980 e 1990 e os embargos infringentes do mensalão.

Assim, uma eventual decisão do STF contra as doações de empresas privadas nas campanhas, caso seja definida apenas no segundo semestre, valeria somente para o pleito de 2016. Isso porque, pela lei eleitoral, qualquer regra relacionada a financiamento de campanhas pode entrar em vigor no ano em que ela for estabelecida, desde que a mudança ocorra no máximo até junho. Se houver uma decisão antes de junho, haverá a possibilidade de a proibição valer já para 2014.

Até o momento, quatro dos onze ministros se manifestaram contra as doações de empresas privadas: o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa; o relator da ação, ministro Luiz Fuz e os ministros Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli. Em ocasiões anteriores, pelo menos mais dois ministros deram sinais de que têm posição nesse sentido: Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski. Nos corredores do Supremo, acredita-se também que as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber sejam contra o financiamento privado por meio dessas doações. São tidos como votos a favor, atualmente, apenas os ministros Gilmar Mendes e Teori Zavascki.

Justamente temendo uma mudança drástica de cenário em virtude de pressões de partidos e até mesmo do governo federal, entidades a favor da Adin pretendem pressionar o ministro Teori Zavascki a retomar o quanto antes o julgamento. Na visão dessas entidades, quanto maior a demora na retomada da análise da ação, maior a probabilidade de haver mudanças de postura de alguns ministros que são contra o financiamento privado das campanhas.

Além disso, essas entidades temem algum tipo de manobra dos partidos no Congresso relacionada a legislações sobre o tema, o que poderia transformar a Adin em uma ação jurídica inócua. No Congresso e Senado já se fala da possibilidade de aprovação de novas regras para o financiamento de campanha. A possibilidade mais ventilada é a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) legitimando as doações, conforme sugestão do grupo de trabalho sobre reforma política coordenado pelo deputado Cândido Vacarezza (PT-SP). Pela PEC, estão previstos três tipos de financiamento: o público, o privado e o misto (privado/público). Os críticos afirmam que a proposta regulamenta o financiamento privado das campanhas.

Dúvida

Apesar da decisão da Adin no STF caminhar para uma maioria, existe uma dúvida dos ministros quanto à possibilidade de “modulação” da decisão, ou seja, de se dar uma aplicação a essa norma. O próprio presidente do Supremo defende que oSTF não module uma eventual proibição do financiamento privado, deixando a questão de como ficará o custeio das campanhas para o Congresso Nacional. O ministro Luiz Fux, do outro lado, acredita que o STF pode determinar algumas regras temporárias para o caso enquanto o Congresso não se manifeste oficialmente sobre o tema.

Os ministros contrários à modulação sobre o financiamento de privado afirmam que a Corte pode receber mais críticas do que o necessário caso determine as regras para o financiamento das campanhas eleitoras do ano que vem.

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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