Brasil
Soja e milho representaram 30,4% do valor das exportações do primeiro quadrimestre de 2021 no Acre

Em 2021 obtivemos o maior saldo da balança comercial desde 1997
Orlando Sabino
Pela primeira vez nos registros das transações do Acre com o mercado externo à soja, um tradicional produto do agronegócio brasileiro assume a liderança das exportações, superando produtos tradicionais da produção local como a madeira, a castanha do brasil e a carne e derivados de bovinos.
Tendo a soja como a grande responsável, no primeiro quadrimestre do ano de 2021, o estado atingiu o seu maior saldo na balança comercial (exportações – importações) desde 1997 (ano de início dos registros do comércio internacional). O saldo de 19,3 milhões de dólares no primeiro quadrimestre de 2021, superou em 7,1 milhões de dólares o então maior saldo, alcançado no mesmo quadrimestre de 2018 (12,2 milhões de dólares).

O perfil das exportações do primeiro quadrimestre de 2018
No primeiro quadrimestre de 2018 tivemos o até então, maior saldo do primeiro quadrimestre da série histórica. As exportações foram lideradas pela Castanha do Brasil US$ 6,48 milhões, seguida pela madeira e derivados, US$ 4,13 milhões e pela carne e derivados de bovinos com US$ 2,79 milhões. Naquele quadrimestre, o predomínio dos produtos florestais (madeira e castanha) já ditavam o maior volume das exportações, representando quase 76% de tudo que foi exportado, conforme pode ser verificado no gráfico abaixo. É importante verificar que nem a soja nem o milho, ou qualquer outro produto de origem vegetal faziam parte da nossa pauta de exportações. Naquele ano, somente a partir do mês de outubro a soja (em maior escala) e o milho já começaram a ter uma participação no valor das exportações acreanas.

A entrada da Soja e a mudança no perfil das exportações
No primeiro quadrimestre de 2021, a soja aparece vigorosamente nas estatísticas das exportações acreanas e já representa 29,1% do valor de tudo o que foi exportado, totalizando mais de US$ 5,94 milhões. Outro dado interessante é que as exportações de milho já aparecem com uma certa significância. Com um valor de US$ 275 mil, o produto representou 1,3% do valor total das exportações.
Se dividirmos os principais produtos de produção local em 3 grupos, a saber: produtos florestais (castanha e madeira), produtos vegetais (soja e milho) e produtos animais (carnes e derivados de bovinos e suínos), vemos que os produtos vegetais que não apareciam nos números do primeiro quadrimestre de 2018, no quadrimestre de 2021 já ocupam a segunda colocação com mais de US$ 6,22 milhões, correspondendo a 30,4% de tudo o que foi exportado. A liderança ainda é do grupo da produção florestal, correspondendo a 49,4% dos valores exportados (75,8% no quadrimestre de 2018). Em terceiro lugar vem o grupo da produção animal, com valor correspondente a 14,6% do valor exportado (19,9% no mesmo quadrimestre de 2018).
Os novos números do mercado externo acreano não deixam de ser uma boa notícia. Indicam que está havendo uma mudança estrutural no setor primário da nossa economia, ditados pela expansão do agronegócio. Precisamos agora saber se essa mudança estrutural está gerando também, efeitos positivos nos demais setores da economia local. Verificar se a expansão está se dando de forma concentrada, nas mãos de poucos, concentradas nas mãos de grandes produtores, ou se a produção está conseguindo gerar uma cadeia de benefícios para o comércio, para os serviços e, principalmente, gerando os empregos que tanto precisamos.

O Agronegócio e a geração de empregos
O Acre, conforme o IBGE, encerrou 2020, com 39 mil pessoas ocupadas no setor (agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura), número que corresponde a 12,9% dos 303 mil do total dos que estavam ocupados. No terceiro trimestre de 2019, os ocupados no setor chegaram a 43 mil (o maior registro dos últimos dois anos).
Notícias indicam que o agronegócio brasileiro mudou o mercado de trabalho no país, o perfil dos empregados e também dos empregadores do setor rural. Existem indicadores que apontam que a qualificação da mão de obra passou a ser uma exigência da agricultura familiar ao gerente das multinacionais e a ocupação deixou de ser destinada exclusivamente aos proprietários de terras e seus herdeiros.
Conforme a Revista Globo Rural, o último levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) sobre a população ocupada no agronegócio aponta que, para cada pessoa trabalhando no campo, tem outra na cidade trabalhando diretamente com o agronegócio. Indústria, serviços e o setor de insumos empregaram 9,217 milhões de trabalhadores, mais do que o total ocupado diretamente pelas atividades dentro da porteira, que foi de 8,07 milhões de pessoas” (https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Opiniao/noticia/2021/05/agronegocio-mudou-o-mercado-de-trabalho-no-brasil.html).
Precisamos urgentemente que essa dinâmica se replique no Acre.
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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