Acre
Só Rio Branco e Epitaciolândia prestam contas dos recursos gastos com saúde e educação
Ainda não completaram seis meses nos cargos e os novos prefeitos já começam a trabalhar com velhas e falidas práticas de administração. Dos 22 municípios do Acre, apenas dois, Rio Branco e Epitaciolândia, estão adimplentes com os Ministérios em Brasília.
Os outros 20 prefeitos estão perdendo milhões em recursos para obras de infraestrutura, principalmente do programa Calha Norte, que repassa dinheiro para municípios pobres da região Norte. Quem estiver inadimplente não pode receber recursos da União.
Desde o início do ano, quando os novos prefeitos assumiram, a AMAC – Associação dos Municípios do Acre luta para que os gestores façam as prestações de contas que estavam atrasadas e não esqueçam de enviar os relatórios atuais. No início da gestão, em janeiro, eles até se esforçaram. Cerca de oito municípios estão em dia com as prestações de contas, mas, só, foi passar, alguns dias, e a velha prática retornou.
Os prefeitos estão deixando de enviar as prestações de contas dos recursos que comprovem o gasto mínimo com saúde e educação. Eles tinham até 30 de abril para enviar os documentos. Já estamos quase na metade do mês de maio, e nada de enviar o relatório para Brasília.
A AMAC está entrando em contato com os prefeitos, só que a relação dos ministérios, onde está a inadimplência está crescendo. Até quem tinha colocado a papelada em dia deixou de lado uma exigência legal que é a prestação de contas. Somando os recursos, que deixam de chegar aos municípios, dá mais de R$ 20 milhões. Esse bolo pode crescer ainda mais se as prefeituras não começarem a se explicar onde estão gastando os recursos recebidos.
Adaílson Oliveira
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Acre
Tarifaço de Donald Trump atinge 99% das exportações do Acre para os Estados Unidos
O novo pacote de tarifas do presidente norte-americano Donald Trump, em vigor desde a última quarta-feira, 06, atinge em cheio o comércio exterior do Acre. De acordo com levantamento da Folha de S. Paulo com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), entre 99% dos produtos acreanos vendidos aos Estados Unidos passarão a ser sobretaxados em 50%.
A medida eleva em 40 pontos percentuais as tarifas sobre importações brasileiras, atingindo segmentos estratégicos para o Acre, que, apesar de não figurar entre os grandes exportadores nacionais com apenas 5%, mantém pauta concentrada em produtos de baixo valor agregado e não contemplados na lista de 694 isenções da Casa Branca.
O cenário acreano é semelhante ao de outros estados do Norte e Nordeste, como Amapá, Tocantins, Rondônia e Ceará, que terão praticamente todas as suas exportações para o mercado americano afetadas.
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Acre
Rio Acre atinge 1,31 m e está a 8 cm de igualar menor nível da história

Foto: Sérgio Vale/arquivo ac24horas
O nível do Rio Acre em Rio Branco atingiu, na manhã desta segunda-feira, 11, a marca de 1,31 metros, conforme boletim da Defesa Civil Municipal. A medição foi realizada às 5h15 e aponta queda em relação aos dias anteriores, mantendo o rio a apenas 8 centímetros de igualar a menor cota já registrada na história da capital acreana: 1,23 metros, em setembro de 2024.
Segundo a Defesa Civil, o monitoramento oficial do manancial na cidade é realizado desde 1971, e o recorde anterior à marca de 2024 havia sido registrado em 2 de outubro de 2022, com 1,25 metros. A ausência de chuvas nas últimas 24 horas e o avanço do período seco agravam a crise hídrica no Acre.
A cota de alerta para o Rio Acre é de 13,50 metros e a de transbordo, 14 metros, níveis muito acima do atual, que reflete um cenário de estiagem severa.
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Acre
MPAC abre procedimento para avaliar políticas culturais no Acre e em Rio Branco
Órgão quer verificar efetividade de ações públicas e privadas voltadas à valorização da cultura; secretarias têm 15 dias para enviar informações
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou, em 4 de agosto de 2025, um procedimento administrativo para avaliar a efetividade das ações públicas e privadas de proteção, valorização e promoção da cultura no estado e na capital Rio Branco.
A medida considera que o exercício dos direitos culturais é um direito humano fundamental, previsto na Constituição Federal, em tratados internacionais e na Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Lei nº 14.399/2022).
Segundo o MPAC, o patrimônio cultural brasileiro — material e imaterial — representa a identidade e a memória dos diversos grupos formadores da sociedade, incluindo povos indígenas, comunidades tradicionais, ribeirinhos, seringueiros, populações urbanas periféricas e outros coletivos socioculturais. A portaria destaca ainda a importância estratégica da cultura acreana, marcada por influências indígenas, nordestinas, africanas e europeias, preservada em manifestações populares, festivais religiosos, festas juninas e espaços históricos como o Palácio Rio Branco, o Museu da Borracha e o Sítio Histórico Quixadá.
No âmbito do procedimento, o MPAC determinou que as Secretarias Estadual e Municipal de Cultura enviem, em até 15 dias, relatórios e informações sobre ações realizadas nos últimos dois anos, incluindo a existência de Pontos ou Centros de Cultura. No mesmo prazo, a Fundação de Cultura Elias Mansour deve informar o andamento da adesão às leis de fomento, e os Conselhos Estadual e Municipal de Cultura precisam apresentar documentos sobre composição, funcionamento e atas de reuniões no período.
A assessoria jurídica da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania ficará responsável por secretariar o procedimento, que foi publicado no Diário Eletrônico do MPAC. O órgão afirma que a fiscalização e o acompanhamento das políticas culturais são instrumentos essenciais para a cidadania, a diversidade e o desenvolvimento sustentável.
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