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Sesacre realiza primeiro procedimento de ablação para arritmia grave

Foto: Luan Martins/Sesacre
A jovem Gideane de Souza, 31 anos, natural de Assis Brasil, entrou para a história neste sábado, 28 de junho, ao se tornar a primeira acreana a ser submetida ao procedimento de ablação cardíaca no Estado do Acre. O procedimento foi realizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), no Centro Hemodinâmico e Cardiológico (Hemocardio).
O meu coração começava a acelerar, mas logo ele acalmava. Até que um dia ele acelerou, e não normalizou mais. Achei maravilhoso [poder fazer o procedimento no Acre], porque a gente que é de município pequeno, se deslocar pra outro estado-maior é mais ‘dificultoso’, então eu achei muito bom,” relatou Gideane.
O médico cardiologista Pablo Saad foi o responsável pela condução do procedimento e explicou sobre a importância do diagnóstico e tratamento, uma vez que a arritmia cardíaca oferece alto risco de morte súbita. “Em todos os casos de arritmia, a gente envolve primeiro o diagnóstico, que a gente chama de estudo eletrofisiológico, que é estudar a parte elétrica do coração de onde nascem as arritmias. É um procedimento minimamente invasivo, não tem corte, não tem costura. A gente faz todo esse procedimento através de uma punção na veia e leva esse material dentro do coração. E esse material é capaz de diagnosticar onde está a arritmia, o foco, tudo. Fazemos o estudo eletrofisiológico e, aí, partimos para a segunda fase, que é feita no mesmo ato, que é a parte da ablação. Ablação já é a terapia, que é o tratamento, a gente cauteriza, que a gente chama de ablacionar o foco da arritmia pra eliminar aquele problema. Então, ela pode sair daqui da sala completamente curada, sem nenhum problema de saúde e sem risco futuro,” esclareceu.
O procedimento minimamente invasivo realizado com sucesso em Gideane trata arritmias cardíacas e marca um avanço na oferta de procedimentos cardíacos de alta complexidade no estado. Ele utiliza cateteres que aplicam energia (calor ou frio) em áreas específicas do coração que estão gerando ritmo anormal. Isso cria pequenas cicatrizes que interrompem sinais elétricos defeituosos, restabelecendo o ritmo cardíaco normal. A indicação é para arritmias supraventriculares, ventriculares e casos de fibrilação atrial.

Foto: Luan Martins/Sesacre
Com a realização do procedimento no Acre, o governo busca reduzir a necessidade de transferência de pacientes para outros estados e ampliar a capacidade de atendimento especializado dentro da rede estadual.
“O Acre hoje dá um passo importante nos procedimentos cardíacos. Hoje temos a Gideane, mas já temos outros 13 pacientes na fila que provavelmente iriam para os grandes centros, e nós vamos iniciar esse procedimento com boas perspectivas para tratar nossos pacientes aqui no nosso território, como é a proposta do nosso secretário Pedro Pascoal e a missão entregue a nós pelo governador Gladson Camelí,” afirmou Ana Cristina Moraes, secretária adjunta de Atenção à Saúde da Sesacre.
A médica cardiologista Rejane Velloso reforçou que o procedimento foi realizado gratuitamente, através do Sistema Único de Saúde. “Nós estamos há 14 anos já no estado do Acre, salvando vidas. E hoje damos um passo muito importante para a saúde do Acre. A paciente é do SUS, e essas doenças de arritmia grave matam o paciente muito rápido. Quero parabenizar toda a minha equipe, meus sócios, Márcio Messias, Janaína Longuini, Rogério Holanda, agradecer o meu esposo Eduardo Veloso, deputado federal e médico, que tem trabalhado incansavelmente pela melhoria da saúde no estado do Acre, e agradecer também o nosso grande parceiro, que é o Hospital Santa Juliana. É mais um sonho realizado hoje,” afirmou.
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Gari agredido com tijolada no rosto em Rio Branco segue sem mastigar dois meses após cirurgia
Francisco Ferreira, 47 anos, ainda se alimenta apenas de líquidos e relata dormência no rosto; agressor presta auxílio financeiro enquanto caso é acompanhado

Gari agredido em serviço ainda se recupera com alimentação líquida dois meses após tijolada no rosto. Foto: captada
Dois meses após ser agredido com uma tijolada no rosto durante a coleta de lixo em Rio Branco, o gari Francisco Ferreira da Silva, 47 anos, ainda enfrenta dificuldades para se alimentar, mastigar e recuperar a sensibilidade do lado atingido. Em entrevista, ele relatou que só consegue ingerir alimentos pastosos, como caldos, sopas e mingau, mesmo após ter passado por uma cirurgia de reconstrução óssea no dia 17 de novembro.
“Ainda está tudo inchado e dormente, a minha situação não está melhor não. Nesse período, só consigo beber caldo, mingau, sopa, leite e suco. Mesmo depois da cirurgia, continuo com o queixo travado, não consigo mastigar nada”, desabafou o trabalhador.
No procedimento, foram colocados dois pinos para fixar a estrutura óssea danificada. Ele explica que ainda tem pontos internos na boca e que não consegue usar a dentadura devido à dor. A previsão inicial de 40 dias para retomar a alimentação normal já se esgotou, mas a recuperação tem sido mais lenta que o esperado.
O suspeito da agressão, cuja identidade não foi divulgada, tem prestado auxílio financeiro a Francisco — incluindo vale-alimentação, medicamentos, vale-transporte para a esposa e até parcelas para a compra de um celular novo, já que o aparelho do gari foi danificado durante o ataque. O caso segue sendo acompanhado pelas autoridades, mas Francisco segue afastado do trabalho e em processo de recuperação.

Francisco Ferreira, 47 anos, relata dormência facial e dificuldade para mastigar; agressor presta auxílio financeiro durante investigação do caso em Rio Branco. Foto: captada
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Detento acusado de liderar rebelião que deixou cinco mortos em Rio Branco é transferido de volta ao Acre
Cleidivar Alves de Oliveira, preso em penitenciária federal no RN, retornou sob sigilo e segurança máxima após decisão da Justiça Federal

O retorno foi autorizado após o encerramento do período de permanência no sistema penitenciário federal e o indeferimento do pedido de prorrogação para que ele continuasse na unidade. Foto: captada
O detento Cleidivar Alves de Oliveira, apontado como um dos líderes da rebelião que resultou na morte de cinco presos no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, em setembro de 2023, retornou ao sistema prisional do Acre no último domingo (21). Ele estava custodiado na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) desde o ocorrido e foi transferido após decisão da Justiça Federal e o encerramento do período legal de permanência no sistema federal.
A transferência foi realizada com esquema de segurança reforçado e de forma sigilosa, conforme informou o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC). O pedido de prorrogação da custódia em unidade federal foi indeferido pela Justiça, o que determinou o retorno do preso ao estado.

A rebelião começou na manhã de 26 de julho de 2023 quando presos renderam policiais penais e tiveram acesso às armas que foram usadas para tomar o pavilhão de isolamento da unidade. Foto: captada
Cleidivar é acusado pelo Ministério Público de ter participação ativa no planejamento e execuçãoda rebelião, que, segundo investigações, foi articulada semanas antes com o objetivo de promover uma facção criminosa, tentar fuga e eliminar integrantes de um grupo rival.
Outros presos envolvidos no motim continuam em penitenciárias federais. A custódia de Cleidivar no Acre seguirá os protocolos de segurança máxima da unidade.

Treze detentos estavam no pavilhão no dia da rebelião. Imagens de câmeras internas do presídio, que estavam funcionando, mostram o momento exato que a tentativa de fuga começou. Foto: captada
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Prefeitura de Rio Branco regulamenta gestão de resíduos de Grandes Geradores
A Prefeitura de Rio Branco publicou o Decreto nº 3.418, de 18 de dezembro de 2025, que regulamenta o artigo 115 da Lei Municipal nº 1.330/1999 e dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos gerados por Grandes Geradores no município. A medida fortalece a Política Municipal de Meio Ambiente e alinha Rio Branco às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O decreto define como Grande Gerador de Resíduos Sólidos todo empreendimento público ou privado que produza mais de 300 litros de resíduos sólidos urbanos por dia, conforme as categorias listadas em anexo, como supermercados, shoppings, hotéis, instituições de ensino, estabelecimentos de saúde privados, bares, restaurantes, indústrias, condomínios e grandes edificações.

“É uma medida que protege o meio ambiente, melhora a eficiência dos serviços públicos e traz mais transparência para a sociedade”, destacou Flaviane. (Foto: Secom)
A secretária municipal de Meio Ambiente, Flaviane Stedille, explica que a regulamentação traz mais clareza e justiça social à gestão de resíduos no município.
“Esse decreto organiza de forma clara as responsabilidades dos grandes geradores de resíduos sólidos em Rio Branco. Estamos fortalecendo a gestão ambiental, garantindo rastreabilidade, destinação final adequada e mais justiça no sistema, ao aplicar o princípio do poluidor-pagador. É uma medida que protege o meio ambiente, melhora a eficiência dos serviços públicos e traz mais transparência para a sociedade.”
Fim da coleta pública para Grandes Geradores
A partir de 1º de janeiro de 2026, o Poder Público Municipal deixará de ofertar o serviço de coleta e transporte dos resíduos sólidos gerados por Grandes Geradores. A partir dessa data, esses empreendimentos passam a ser integralmente responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos que produzem, devendo realizar a segregação, o acondicionamento, o armazenamento temporário, a coleta, o transporte e a destinação final ambientalmente adequada, conforme as normas ambientais vigentes.
A coleta e a destinação deverão ser realizadas exclusivamente por empresas licenciadas, sendo vedado o descarte de resíduos em vias públicas, contêineres ou equipamentos destinados à coleta domiciliar.
Cadastro, PGRS e monitoramento
Os Grandes Geradores deverão se cadastrar junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), acompanhado de contrato com empresa coletora licenciada e demais documentos exigidos. O prazo para apresentação do PGRS é de 90 dias a contar da publicação do decreto.
O cadastro e a aprovação do plano passam a ser condicionantes para a concessão ou renovação da Licença Ambiental da atividade. Além disso, os empreendimentos deverão apresentar relatórios trimestrais de comprovação da destinação final adequada e um Relatório de Monitoramento Anual, garantindo rastreabilidade e transparência na gestão dos resíduos.
Isenção da Taxa de Coleta de Lixo
O decreto prevê que os Grandes Geradores poderão solicitar isenção da Taxa de Coleta de Lixo, desde que comprovem trimestralmente a destinação final ambientalmente adequada de 100% dos resíduos gerados e não utilizem o serviço público de coleta. A solicitação deverá ser realizada anualmente junto à Secretaria Municipal de Finanças, por meio de processo administrativo devidamente instruído.
Identificação e controle social
Os empreendimentos enquadrados como Grandes Geradores deverão afixar, em local visível, placa ou adesivo de identificação padronizado pela Semeia, contendo informações como a inscrição “Grande Gerador – Coleta Particular”, o nome da empresa coletora licenciada, o responsável técnico pelo PGRS, o número da certificação emitida pela secretaria e um QR Code para consulta pública.
Fiscalização e penalidades
A Secretaria será o órgão responsável pela fiscalização, monitoramento e aplicação das sanções previstas no decreto. O descumprimento das normas poderá resultar em advertência, multa, suspensão da licença ambiental, cassação do cadastro de Grande Gerador e até a suspensão do recebimento de resíduos em unidades municipais, conforme a gravidade da infração e a legislação vigente.
Com a regulamentação, a Prefeitura de Rio Branco reforça o compromisso com a gestão ambiental responsável, a correta destinação dos resíduos sólidos e a aplicação dos princípios da responsabilidade compartilhada e do poluidor-pagador, promovendo mais sustentabilidade, transparência e qualidade ambiental para o município.


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