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Sauditas fecham acordo com Embraer e avaliam investimentos no Novo PAC

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O governo saudita fechou um acordo com a Embraer e estuda um aporte de US$ 9 bilhões (R$ 43,9 bilhões) em investimentos no Brasil até 2030, principalmente nas áreas previstas no Novo PAC. Os dois governos ainda projetam mais que dobrar o comércio bilateral até o final da década, e Riad abrirá um escritório de investimentos em São Paulo, a InvestSaudi.

Essas são alguns dos resultados da missão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Arábia Saudita hoje. A viagem ocorre em um momento de aproximação entre os dois países. Mas tem sido criticada por mandar mensagens contraditórias sobre o compromisso do Brasil com direitos humanos e com o clima.

Um dos caminhos propostos pelo Brasil para a concretização dos investimentos sauditas é a criação de um fundo comum, com a participação do BNDES e recursos sauditas. O tema será debatido nos próximos meses, enquanto a Apex também avalia abrir um escritório na capital saudita.

Investimentos de US$ 2,6 bilhões da Vale também foram mencionados pelo presidente da agência de promoção de exportações, Jorge Viana.

Embraer e setor de defesa saudita
O Palácio do Planalto ainda anunciou que a Embraer assinou três acordos de cooperação com o governo e empresas sauditas nas áreas de aviação civil, defesa e segurança, e mobilidade aérea urbana. Antes da guerra na Ucrânia, a Arábia Saudita havia se transformado no maior importador de armas e material de defesa do mundo.

“Estes acordos permitirão à empresa estabelecer diversas linhas de colaboração e iniciativas conjuntas, públicas e privadas, expandindo oportunidades de investimento e parcerias com a indústria local, além de incrementar exportações a partir do Brasil”, disse o governo.

Os acordos assinados pela Embraer na Arábia Saudita são:

Cooperação e Parcerias com o governo saudita (Ministério de Investimento da Arábia Saudita e o Gaca, a autoridade aeronáutica saudita)
Memorando de entendimento com a Sami, empresa saudita de Defesa;

Memorando de entendimento da EVE, o “carro voador”, com a FlyNas, sobre operações de táxi aéreo naquele país.

Ontem, o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, se reuniu com Lula. “Os dois discutiram o fortalecimento das relações bilaterais, investimentos nas duas direções e oportunidades para empresas nacionais no país árabe”, afirmou o Planalto.

“Um dos pontos da conversa foi o investimento de US$ 10 bilhões [R$ 48,8 bilhões] que o Fundo Soberano Saudita planeja aplicar no Brasil. Desse montante, US$ 9 bilhões estão previstos para os próximos sete anos”, destaca.

Entre os setores de interesse estão projetos na área de energia limpa, hidrogênio verde, defesa, ciência e tecnologia, agropecuária e aportes em infraestrutura conectados ao Novo PAC.

Durante o encontro, Lula destacou o potencial do Brasil para a transição energética e ações de combate à crise climática. “Ele antecipou ao príncipe que o Brasil vai apresentar na COP28, em Dubai, avanços no controle do desmatamento e ações conectadas à preservação e proteção das florestas tropicais”, disse.

Segundo o governo, a Arábia Saudita tem objetivos de sustentabilidade que envolvem a produção de 90 GW de energia limpa, até 2030, tanto dentro quanto fora do país. “O Brasil é um dos países com maior potencial para receber investimentos com esse fim, em energias renováveis, como o hidrogênio verde”, diz a nota do governo. De acordo com o governo, Lula convidou o líder saudita a visitar o Brasil e conhecer a Amazônia.

Os dois líderes ainda projetam que as transações comerciais entre os dois países possam saltar dos atuais US$ 8 bilhões (R$ 39 bilhões) para US$ 20 bilhões (R$ 97,4 bilhões) até 2030.

Lula, num discurso durante o encerramento de um seminário de empresários em Riad, insistiu que quer dos sauditas um novo modelo de aproximação. “Não queremos apenas vender. Queremos parcerias de verdade”, disse o presidente, destacando a necessidade de que se crie postos de trabalho em ambos os países.

Para ele, não se trata apenas de quanto o fundo soberano saudita vai investir no Brasil. Mas também quanto os empresários nacionais vão atuar no mercado saudita. “Esse é o novo jeito de fazer política externa”, defendeu.

Sauditas com aportes ao Banco dos Brics e exportação de US$ 1 tri até 2030
Lula ainda comemorou a adesão dos sauditas aos Brics e quer, agora, que Riad ajude a fortalecer o Banco dos Brics. A meta seria a de “mudar as facetas dos bancos multilaterais”.

Segundo ele, o atual modelo de financiamento por parte de instituições internacionais convive com a aplicação de “taxas de juros escorchantes” que “mata” a possibilidade de desenvolvimento dos países.

Lula ainda apontou que quer o Brasil somando US$ 1 trilhão em exportações até 2030, cifra que já havia sido citada pela Apex no começo do ano como meta para o país. Isso, porém, exigiria drobrar o valor exportado pelo Brasil, a abertura de novos mercados e o aumento das vendas de produtos de maior valor agregado.

Guerra e investimentos em fertilizantes
O presidente brasileiro anda defendeu “investimentos cruzados” entre a Petrobras e empresas sauditas para a produção de fertilizantes e, assim, a redução das incertezas geradas pela guerra na Ucrânia.

Lula ainda usou sua passagem por Riad para criticar a guerra, ainda que não tenha mencionado nem palestinos, israelenses, ucranianos ou russos. Para ele, porém, a guerra é a “falência do diálogo”.

 

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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