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Reunião Xi e Modi: Índia e China dizem que são parceiros, não rivais

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Líderes chinês e indiano se encontraram pela primeira vez em sete anos em evento, que também teve a presença de Vladimir Putin

Índia e China são parceiros de desenvolvimento, não rivais, afirmaram neste domingo (30) o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente chinês, Xi Jinping depois de uma reunião em Tianjin, na China. Os dois líderes disseram que discutiram formas de melhorar os laços comerciais em meio à incerteza tarifária global.

Modi está na China pela primeira vez em sete anos para participar de uma reunião de dois dias do bloco de segurança regional da Organização de Cooperação de Xangai, juntamente com o presidente russo, Vladimir Putin, e os líderes do Irã, Paquistão e quatro Estados da Ásia Central, em uma demonstração de solidariedade do Sul Global.

Analistas dizem que Xi e Modi buscam se alinhar contra a pressão do Ocidente, dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma tarifa de importação punitiva total de 50% sobre os produtos indianos, em parte em resposta à compra de petróleo russo por Nova Délhi.

As medidas de Trump prejudicaram décadas de laços cuidadosamente cultivados entre os EUA e Nova Délhi, que Washington esperava que atuasse como um contrapeso regional a Pequim.

Modi disse a Xi que seu país está comprometido em melhorar os laços com a China e discutiu a redução do crescente déficit comercial bilateral da Índia de quase US$ 99,2 bilhões, ao mesmo tempo em que enfatizou a necessidade de manter a paz e a estabilidade na região de fronteira disputada entre os dois países. Em 2020, um confronto desencadeou um impasse militar de cinco anos.

“Estamos comprometidos com o progresso de nossas relações com base no respeito mútuo, confiança e sensibilidades”, disse Modi durante reunião paralela à cúpula, de acordo com um vídeo publicado em sua conta oficial na rede social X.

O premiê indiano disse que uma atmosfera de “paz e estabilidade” foi criada na disputada fronteira no Himalaia e que a cooperação entre as duas nações está ligada aos interesses de 2,8 bilhões de pessoas dos dois países mais populosos do mundo.

Os vizinhos asiáticos com armas nucleares compartilham uma fronteira de 3.800 quilômetros que é mal demarcada e tem sido disputada desde a década de 1950.

Xi disse que a China e a Índia são oportunidades de desenvolvimento uma para a outra, e não ameaças, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

“Não devemos (…) deixar que a questão da fronteira defina o relacionamento geral entre a China e a Índia”, disse Xi, segundo a Xinhua.

Os laços entre a China e a Índia poderiam ser “estáveis e de longo alcance” se ambos os lados se concentrarem em ver um ao outro como parceiros em vez de rivais, acrescentou Xi.

Problemas na fronteira entre Índia e China

Os laços entre as nações foram rompidos pelo confronto de 2020, no qual 20 soldados indianos e quatro chineses morreram em um combate corpo a corpo, após o qual a fronteira do Himalaia foi fortemente militarizada por ambos os lados.

O Secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, disse a jornalistas no final do dia que a situação da fronteira havia evoluído ao longo do ano passado, após um acordo de patrulhamento em outubro. “A situação na fronteira está caminhando para a normalização”, disse ele.

Em resposta a uma pergunta sobre as tarifas de importação dos EUA, ele disse que Modi e Xi discutiram a “situação econômica” internacional e os desafios que elas criaram.

“Eles tentaram (…) ver como aproveitar isso para construir um maior entendimento entre eles e como (…) levar adiante o relacionamento econômico e comercial entre a Índia e a China”, disse ele.

Os líderes também discutiram a expansão de pontos em comum em questões bilaterais, regionais e globais, e desafios como o terrorismo e o comércio justo em plataformas multilaterais, informou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Índia.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o líder chinês Xi Jinping • Mikhail Svetlov/Gety Images

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o líder chinês Xi Jinping • Mikhail Svetlov/Gety Images

Voos diretos e fim da suspensão de vistos

Os dois líderes tiveram uma reunião na Rússia no ano passado, depois de chegarem a um acordo de patrulha de fronteira, dando início a uma tentativa de descongelamento dos laços que se acelerou nas últimas semanas, à medida que Nova Délhi procura se proteger contra novas ameaças tarifárias de Washington.

Os voos diretos entre as duas nações, que estão suspensos desde 2020, estão sendo retomados, acrescentou Modi, sem fornecer um prazo.

A China concordou em suspender as restrições de exportação de terras raras, fertilizantes e máquinas de perfuração de túneis este mês durante uma visita importante à Índia pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.

A China se opõe às altas tarifas impostas por Washington à Índia e “apoiará firmemente a Índia”, disse o embaixador chinês na Índia, Xu Feihong, neste mês.

Nos últimos meses, a China permitiu que os peregrinos indianos visitassem locais hindus e budistas no Tibete, e os dois países suspenderam as restrições recíprocas de vistos de turistas.

“Vejo a reunião como um passo na direção de uma melhoria gradual. As leituras indicam muita sinalização política mista… Mas também há um senso de necessidade de estabilizar o relacionamento no contexto de correntes geopolíticas mais amplas”, disse Manoj Kewalramani, especialista em relações sino-indianas do grupo de estudo Takshashila Institution, em Bengaluru.

Outras irritações de longo prazo também permanecem no relacionamento.

A China é o maior parceiro comercial bilateral da Índia, mas o déficit comercial de longa data – uma fonte persistente de frustração para as autoridades indianas – atingiu um recorde de US$ 99,2 bilhões este ano.

Enquanto isso, uma megabarragem chinesa planejada no Tibete provoca temores de desvio de água, o que poderia reduzir o fluxo do importante rio Brahmaputra em até 85% na estação seca, de acordo com estimativas do governo indiano.

A Índia também abriga o Dalai Lama, o líder espiritual budista tibetano exilado que Pequim vê como uma perigosa influência separatista. O arquirrival da Índia, o Paquistão, também se beneficia do firme apoio econômico, diplomático e militar chinês.

 

Fonte: CNN

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Austrália: tiroteio deixou 16 mortos e 40 feridos, incluindo policiais

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Um dos suspeitos morreu e o outro foi detido. Tiroteio aconteceu durante evento judaico na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália

O tiroteio que terminou com 16 mortos na Austrália, durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah, neste domingo (14/12), na praia de Bondi, em Sydney, também deixou 40 feridos, incluindo dois policiais e uma criança.

Dois homens atiraram e mataram 15 pessoas que comemoravam a data no local. Um dos suspeitos morreu e o outro foi detido em estado crítico.

Durante uma coletiva de imprensa, o comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, classificou o evento como um “incidente terrorista”. Segundo ele, a polícia investiga se há um terceiro suspeito envolvido e informou que os feridos foram levados para diversos hospitais de Sydney.

“O estado de saúde desses agentes e dos demais feridos é grave”, afirmou Lanyon.

Entre os mortos, está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, noticiaram os jornais britânicos The Guardian e BBC News. Um israelense também morreu durante o ataque.

As autoridades australianas não confirmaram oficialmente que o ataque teve como alvo específico a comunidade judaica, mas o chefe da Associação Judaica da Austrália classificou o ocorrido como “uma tragédia que era totalmente previsível”.

O Itamaraty disse que, até o momento, não há informação sobre brasileiros atingidos.

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Bolsonaro faz ultrassom e médicos recomendam cirurgia, diz advogado

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De acordo com advogado do ex-presidente, foram identificadas duas hérnias inguinais e Bolsonaro terá que passar por cirurgia para tratamento

Fábio Vieira/Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por exames de ultrassonografia na tarde deste domingo (14/12) na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. De acordo com a defesa do ex-mandatário, foram identificadas duas hérnias inguinais e a equipe médica recomendou que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico.

“Os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”, disse o advogado João Henrique de Freitas pelas redes sociais.

Nesse sábado (13/12), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a entrada de um médico com aparelho ultrassom portátil na cela onde Bolsonaro cumpre pena, para a verificação da existência de hérnia inguinal bilateral. A permissão foi requerida pelos advogados do ex-presidente na última quinta-feira (11/12).

A hérnia inguinal é o deslocamento de uma parte do intestino ou de tecido abdominal por uma abertura na região da virilha. Ela costuma causar um inchaço local e pode provocar dor ou desconforto, principalmente ao esforço.

Bolsonaro está preso desde 22 de novembro na Superintendência da PF, na capital federal. Ele começou cumprindo prisão preventiva em regime fechado no local por causa dos episódios da vigília e da tornozeleira. Após o trânsito em julgado do processo, em 25 de novembro, sobre a trama golpista, Jair Bolsonaro passou a cumprir a sentença em regime fechado.

Novo pedido da defesa

O pedido de ultrassom foi feito depois do ministro do STF dizer que os documentos apresentados pelos advogados para pedir nova cirurgia em Bolsonaro eram antigos e determinar que a PF faça perícia médica oficial, no prazo de 15 dias, para avaliar a necessidade de imediata intervenção cirúrgica. O prazo ainda está correndo.

A defesa do ex-presidente apresentou, em 9 de dezembro, petição na qual pede autorização para que ele realize procedimentos cirúrgicos no hospital DF Star, em Brasília. Os advogados também pediram que Bolsonaro ficasse no hospital pelo “tempo necessário” para ter recuperação adequada.

Depois da primeira decisão do ministro, a defesa alegou, na última quinta-feira, que “recebeu pedido médico específico e atualizado, subscrito pelo Dr. Claudio Birolini, requisitando, em caráter de urgência, a realização de ultrassonografia das regiões inguinais direita e esquerda, para constatação de hérnia inguinal bilateral”.

Os advogados ressaltavam na solicitação que o intuito era acelerar e “viabilizar a instrução pericial oficial, fornecendo elementos diagnósticos atualizados sem necessidade de deslocamento”.

O documento solicitava que o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli “ingressasse nas dependências da Superintendência da Polícia Federal portando equipamento portátil de ultrassom, a fim de realizar os exames de ultrassonografia das regiões inguinais direita e esquerda”.

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José Antonio Kast é eleito presidente do Chile

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Ultraconservador José Antonio Kast vence Jeannette Jara no segundo turno e promete endurecer políticas de segurança e imigração

José Antonio Kast foi eleito neste domingo (14/12) presidente do Chile ao vencer o segundo turno das eleições presidenciais contra a candidata de esquerda, Jeannette Jara. O pleito, considerado um dos mais polarizados desde o fim da ditadura militar, confirmou a vantagem apontada pelas pesquisas e sinaliza uma guinada à direita na condução política do país.

O presidente eleito obteve mais de 58,2% dos votos, de acordo com o Serviço Eleitoral (Servel) do país.

Kast assumirá a Presidência em março de 2026 e terá como desafio governar com um Congresso fragmentado, embora agora mais inclinado à direita. O cenário tende a limitar mudanças abruptas e exigirá negociação com forças de centro, o que pode reduzir a margem para a implementação de propostas mais radicais.

Kast foi eleito neste domingo (14/12) presidente do Chile ao vencer o segundo turno das eleições presidenciais contra a candidata de esquerda, Jeannette Jara

Kast e ditadura

A vitória de Kast marca a mais acentuada mudança à direita desde a redemocratização chilena. Durante a campanha, ele defendeu medidas como o envio de militares a bairros considerados críticos, a construção de estruturas físicas na fronteira e a criação de uma força especial voltada à deportação de migrantes em situação irregular.

A relação de Kast com o regime de Augusto Pinochet (1973–1990) esteve no centro da disputa até os últimos dias. No debate final, o então candidato afirmou que avaliaria a redução de penas para militares condenados por violações de direitos humanos, especialmente idosos ou doentes. A declaração gerou críticas de entidades de direitos humanos e reacendeu o debate sobre o período autoritário.

Aos 59 anos, Kast já havia admitido, em ocasiões anteriores, ter defendido a permanência de Pinochet no plebiscito de 1988. Com a vitória, ele se torna o presidente mais identificado com a direita desde o fim da ditadura.

Primeiro turno

No primeiro turno, Kast e Jara terminaram quase empatados. A mudança no cenário ocorreu após o ultraconservador receber o apoio de lideranças influentes da direita, como Johannes Kaiser e Evelyn Matthei. Já Franco Parisi, terceiro colocado, orientou seus eleitores a votarem em branco, mantendo imprevisível o comportamento desse grupo no segundo turno.

Durante a reta final, Kast prometeu expulsar estrangeiros sem documentação em até 90 dias, enquanto Jara acusou o rival de explorar o medo da população e defendeu o conceito de “segurança com humanidade”. A disputa evidenciou dois projetos antagônicos para o país, com diferenças claras em temas como segurança pública, imigração e modelo econômico.

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