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Restos a pagar de gestão de Sebastião deixou governo de Gladson em situação “ruim” e distante de equacionar dividas

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Foto: Gleilson Miranda/Secom

A ideia de que a maior parte dos Estados brasileiros está quebrada não reflete a situação financeira real dos governos locais. Pelo menos é o que revela uma extensa reportagem do jornal Valor Econômico, que mostra, por meio de análise, que dos 26 Estados e o Distrito Federal, 15 tinham as contas em condição entre razoável e muito boa no fim do ano passado, conforme indica um levantamento da RC Consultores. A partir de um conjunto de dez indicadores, foi montado um ranking de saúde financeira, liderado por Paraná e Pará.

O Acre, que por 20 anos foi comandando por governos da Frente Popular do Acre, nesse estudo inédito, ficou em péssima situação, sendo considerado um “aluno ruim”. Até dezembro de 2018, o Estado comandado por Sebastião Viana (PT) era “vendido” como um ente federativo com saúde fiscal “boa”. A situação da capacidade financeira quando se compara a receita disponível com a receita corrente líquida coloca o Acre na 9ª colocação entre os Estados, mas quando se adiciona todas as dívidas, principalmente os restos a pagar, contas deixadas de uma gestão para outra, o governo do Acre fica no antepenúltima colocação, reforçando o discurso do atual governador Gladson Cameli que o Estado de fato está quebrado.

Mesmo recebendo mais de R$ 1 bilhão de recursos em quase três meses de gestão, sendo quase R$ 900 milhões de repasses federais e mais de R$ 300 milhões da arrecadação do ICMS, a situação financeira do Estado é crítica.

“Esse crescimento do repasse é reação da economia nacional, e tem sido o único motivo de ainda não termos ficado totalmente inviabilizado. Essa é a nossa esperança de sobrevivência desse ano, que esse crescimento seja consolidado nos demais meses, só assim nós iremos fechar o ano bem, caso também a Reforma da Previdência de fato seja aprovada, que é algo essencial”, explica o Secretário de Planejamento do governo do Acre, Raphael Bastos ao ac24horas.

Bastos relembra que essa situação “ruim” é creditada em como o Estado foi recebido pelos atuais gestores. “Recebemos o Estado com uma parcela do 13º em Atraso, Folha do Pró saúde de Dezembro atrasada, progressão funcional atrasadas, mais de R$ 234 Milhões de restos a pagar, encargos trabalhistas. Enfim o retrato atual do nosso Estado Economicamente é ruim, e exige muito do Governador e da equipe um exercício de criatividade para manter em dias as nossas obrigações. Uma ordem do Governador é não atrasar a folha e estamos ajustando tudo para garantir isso”, enfatiza o gestor considerando os números apresentados pela Consultoria, através do Valor Econômico, como “reflexos de como recebemos o Estado”.

Doutor em economia, Rubicleis Silva, professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), destaca que os Tribunais de Contas utilizavam para verificar a saúde financeira dos Estados o conceito da Receita Corrente Líquida, que são os impostos que a União, Estados e Municípios arrecadam, porém, percebeu-se que em determinados Estados apresentassem uma elevada RCL ou a Receita Disponível dividida pela fosse bastante alta, como é o caso do Acre, que está em nono no ranking, esses Estados estavam péssima saúde econômica.

“Receita Disponível dividido por Receita Corrente Líquida era um indicador que o governo utilizava para dizer que saúde econômica do Estado estava bem. Como nesse indicador econômico os Estados estão bons, como explicar o porque muitos estão quebrados? Ou seja, será que o indicador utilizado é o indicador correto? Dá para confiar nesse indicador para saber se o Estado tem ou não uma boa saúde financeira. A resposta é não”, enfatiza o estudioso que concorda com a análise da RC Consultores.

“No conceito de Receita Corrente Líquida, os Estados excluíam desse valor um conjunto de despesas com dívidas, juros de dívidas e o restos a pagar já processados. O que são restos a pagar? É a dívida que o governo tem que não vai pagar esse ano e vai pagar ano que vem. Quando você coloca na conta tudo o que precisa pagar, ai que é justifica o Estado do Acre no 25ª colocação com uma situação econômica ruim por considerar um conjunto de despesas que até então não estavam sendo levadas em conta. Por muitos anos, os economistas acreanos afirmavam que o Estado do Acre estava quebrado. O governo do Acre sempre dizia que não havia nenhum problema pelo Estado está obedecendo a Lei de Responsabilidade Fiscal e hoje com o atual governo, você vê o que o governo anterior falava não era verdadeiro”, explicou Rubicleis.

A reportagem do Valor Econômico revela que mesmo entre os sete Estados que decretaram calamidade financeira, a crise fiscal se manifesta de maneira distinta. Enquanto Rio Grande do Norte e Mato Grosso apresentam saúde financeira razoável, Goiás está em situação sofrível. Os quatro Estados restantes foram classificados nas categorias ruim (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul) ou péssima (Roraima).

A decretação do Estado de calamidade financeira tem mais uma função simbólica, de sinalizar para a sociedade e os credores as dificuldades pelas quais passa o governo, enfatiza a reportagem.

Paraná e Pará aparecem no topo do ranking da RC Consultores por já terem equacionado o endividamento e os gastos com pessoal, explica o coordenador do estudo, Everton Carneiro. “O Pará é um Estado relativamente pobre, mas bem administrado”, diz o economista, destacando a importância da mineração e do plantio e exportação de soja.

Para Carneiro, Mato Grosso e Rio Grande do Norte não deveriam estar em situação de calamidade financeira, uma vez que estão razoavelmente enquadrados dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Mato Grosso, por exemplo, é péssimo apenas no quesito despesas de pessoal”, acrescenta o economista.

Os relatórios publicados em atendimento à LRF serviram de ponto de partida para a análise das contas dos Estados e do Distrito Federal, mas, na avaliação de Carneiro, estão longe de refletir a realidade dos governos.

“Começamos a perceber que era possível um Estado estar quebrado e ainda assim permanecer enquadrado dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal”, conta o economista. Apesar de o Rio ocupar a 20ª posição no ranking, o Poder Executivo fluminense terminou o ano passado enquadrado dentro do limite para gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Mesmo sem fazer ajustes no quadro de servidores, o Estado se beneficiou do aumento da sua Receita Corrente Líquida (RCL).

Além da flutuação natural da receita ao longo do tempo, outro fator compromete a mensuração precisa dos gastos com pessoal nos Estados e municípios. De acordo com a LRF, as receitas dos regimes próprios de Previdência Social podem ser abatidas das despesas de pessoal. “Cada Estado interpreta [esse ponto] de uma forma diferente. Só é preciso mudar a interpretação para se reenquadrar”, diz Carneiro.

Indicador fundamental dentro da LRF, a Receita Corrente Líquida é utilizada para estabelecer os limites de endividamento e de gastos com pessoal previstos na lei. Mas, nos últimos anos, vem se mostrando insuficiente para capturar práticas financeiras que acabam por debilitar a saúde financeira dos Estados, argumenta Everton Carneiro. Na RCL são computadas todas as receitas menos as transferências previstas na Constituição para os municípios. “A RCL perdeu a capacidade de retratar as finanças do Estado”, diz.

Ao transferirem para o ano seguinte despesas não pagas num exercício, por exemplo, gestores públicos evitam uma queda na RCL que poderia diminuir o teto para o endividamento e as despesas de pessoal.

São os chamados restos a pagar, despesas assumidas, mas não quitadas até 31 de dezembro. “Não é ilegal, mas é quase uma pedalada fiscal”, resume Carneiro.

Para tentar entender melhor a discrepância entre os dados publicados nos relatórios da LRF e a contabilidade real dos Estados, a consultoria criou uma forma de medir a receita efetivamente disponível para os governos estaduais.

O conceito de receita disponível utilizado no estudo subtrai da RCL os juros e encargos da dívida pagos pelo governo, os repasses do Executivo aos outros poderes e os restos a pagar já processados.

Quanto mais próximas são a RCL e a receita disponível, maior tende a ser a folga financeira do Estado. O Distrito Federal é a unidade da federação com o percentual mais elevado nesse quesito: 88%. No caso do Paraná, líder no ranking, a relação entre os indicadores é de 84%. Para o Espírito Santo, que apresenta contas em boa condição, o percentual foi de 83%.

Já no grupo dos Estados em situação ruim, os percentuais são consideravelmente mais baixos. No Rio de Janeiro, por exemplo, apenas 56% da RCL está efetivamente disponível. Em Minas, o índice está em 49%.

Por Marcos Vinícius

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Buscas entram no segundo dia por criança de 2 anos desaparecida após colisão de barcos no Rio Tarauacá

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Mergulhadores do Corpo de Bombeiros atuam em área de difícil acesso; menina caiu na água após acidente lateral entre embarcações e não foi localizada

Os militares fizeram alguns mergulhos quando perceberam que o nível do rio estava mais baixo ainda no fim da tarde de segunda. Ainda segundo o tenente, a criança ainda não havia sido encontrada até o final da manhã desta terça. Foto: captada 

As buscas pela menina Emily Lorrany, de 2 anos, entraram no segundo dia nesta terça-feira (30) no Rio Tarauacá, no interior do Acre. A criança desapareceu após uma colisão entre duas embarcações na segunda-feira (29) no Seringal São Luís, região de difícil acesso entre os municípios de Tarauacá e Jordão.

De acordo com o tenente Marcelo Monteiro Dias, subcomandante do 7° Batalhão do Corpo de Bombeiros, a mãe e as duas crianças estavam em uma bajola (barco artesanal) que colidiu lateralmente com uma canoa. As duas crianças caíram no rio; uma foi resgatada, mas Emily afundou e não foi localizada. O rio está cheio e com muita vegetação flutuante, o que dificulta a operação.

“As duas crianças caíram no rio. Conseguiram tirar uma criança, e a outra, de dois anos, afundou”, acrescentou.

A equipe de mergulhadores chegou ao local apenas às 17h de segunda-feira devido à distância e às condições do rio. As buscas continuam durante todo o dia desta terça-feira na esperança de encontrar a criança.

O acidente foi no Seringal São Luís. Fica entre o Rio Tarauacá e Jordão. Já é a jurisdição de Jordão, mas o corpo de Bombeiros aqui de Tarauacá faz esse atendimento. Foto: captada 

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Família pede ajuda para encontrar Raquel Nobre, 37 anos, desaparecida há 19 dias em Rio Branco

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Mulher, que tem esquizofrenia e faz uso de medicamentos controlados, foi vista pela última vez no dia 11 de dezembro no bairro Ivete Vargas; parentes suspeitam que ela tenha saído acompanhada

Raquel Nobre não possui celular, o que impede tentativas de contato ou que a localização seja rastreada. A família afirma que a mulher sempre usa vestidos e óculos escuros. Foto: captada 

Há 19 dias, a família de Raquel Nobre de Lima, 37 anos, vive um drama em Rio Branco: a mulher desapareceu sem deixar pistas. O último contato ocorreu no dia 11 de dezembro, e desde então ninguém sabe para onde ela foi. A irmã, Olivia Nobre, relatou ao Portal Acre que Raquel deixou a casa onde mora, no bairro Ivete Vargas, sem que ninguém a visse saindo.

Relatos da família:
  • Raquel foi vista dias antes do desaparecimento com um senhor de idade no bairro João Eduardo;

  • Ela levou alguns pertences, o que faz a família acreditar que possa ter saído acompanhada;

  • Raquel é esquizofrênica e faz uso de medicamentos controlados. “Sem os remédios, ela surta”, alerta a irmã;

  • Ela não possui celular, o que impede tentativas de rastreamento;

  • Costuma usar vestidos e óculos escuros, mas não tem cicatrizes ou tatuagens aparentes.

Busca e apelo:

A família conta com o apoio da Polícia Civil, mas até o momento não há informações concretassobre o paradeiro de Raquel. Parentes e amigos fazem buscas próprias e pedem o apoio da população para qualquer informação que possa ajudar.

Contatos para informações:
  • Olivia Nobre: (68) 99909-4108

  • Fábio Nobre: (68) 99988-0511

Casos de desaparecimento de pessoas com transtornos mentais exigem agilidade nas buscas, já que podem estar vulneráveis a riscos ou sem condições de procurar ajuda sozinhas.

A Polícia Civil deve divulgar um boletim de ocorrência com a foto de Raquel para ampliar a divulgação. Enquanto isso, a família segue na esperança de que alguém a tenha visto nas ruas da capital ou em municípios vizinhos.

Qualquer informação, mesmo que pareça insignificante, pode ser crucial. A família pede que as pessoas fiquem atentas a mulheres com vestido e óculos escuros que pareçam desorientadas.

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Terça-feira será de calor, tempo abafado e chuvas pontuais em todo o Acre

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Sol entre nuvens predomina no estado; temperaturas podem chegar a 34°C em algumas regiões

FOTO: SÉRGIO VALE

O tempo segue quente e abafado em todo o Acre nesta terça-feira (30), com predomínio de sol entre nuvens e ocorrência de chuvas rápidas e isoladas, segundo informações do portal O Tempo Aqui. A influência de instabilidades em áreas da Região Norte e Centro-Oeste do país, especialmente em Rondônia e Mato Grosso, contribui para o cenário climático observado no estado.

Condições por região

No leste e sul do Acre, que abrangem as microrregiões de Rio Branco, Brasileia e Sena Madureira, o dia será marcado por sol, variação de nuvens e pancadas isoladas de chuva, com baixa probabilidade de eventos intensos. A umidade relativa do ar deve variar entre 50% e 60% durante a tarde, chegando a 85% a 95% ao amanhecer. Os ventos sopram fracos ou calmos, predominando do norte, com variações de noroeste e nordeste.

No centro e oeste do estado, incluindo as microrregiões de Cruzeiro do Sul e Tarauacá, o cenário é semelhante, com tempo quente, abafado e chuvas pontuais. A umidade mínima fica entre 60% e 70% à tarde, enquanto a máxima varia de 85% a 95% nas primeiras horas do dia. Os ventos seguem fracos a calmos, também predominando do quadrante norte.

Temperaturas nos municípios

Em Rio Branco, Senador Guiomard, Bujari e Porto Acre, as temperaturas mínimas variam entre 22°C e 24°C, com máximas entre 31°C e 33°C.

Nos municípios de Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba e Assis Brasil, as mínimas ficam entre 21°C e 23°C, e as máximas entre 31°C e 33°C.

Em Plácido de Castro e Acrelândia, os termômetros devem marcar mínimas de 22°C a 24°C e máximas de 31°C a 33°C.

Para Sena Madureira, Manuel Urbano e Santa Rosa do Purus, a previsão indica mínimas entre 22°C e 24°C, com máximas mais elevadas, podendo alcançar entre 32°C e 34°C.

Em Tarauacá e Feijó, as temperaturas mínimas variam entre 22°C e 24°C, e as máximas entre 31°C e 33°C.

No Vale do Juruá, que inclui Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, as mínimas ficam entre 22°C e 24°C, com máximas de 31°C a 33°C.

Já em Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão, a previsão aponta mínimas entre 22°C e 24°C e máximas entre 31°C e 33°C.

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