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Relatório de fuga em presídio no AC aponta falhas de comunicação e em câmeras de segurança

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A reportagem obteve parte do relatório que descreve as falhas identificadas na madrugada quando fugiram 26 do FOC, em Rio Branco.

Vídeo flagra toda a fuga de 26 presos do Complexo Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco — Foto: Reprodução

Por Aline Nascimento, G1 AC

Um relatório elaborado pela coordenação de sistema de Monitoração Prisional do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) revela as falhas registradas na madrugada do último dia 20, quando 26 presos fugiram do Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco.

O G1 teve acesso a parte do relatório. As duas páginas avaliadas descrevem a falta de comunicação entre os policiais penais e o militar que fazia a vigilância na muralha escalada pelos presos. São citados ainda outros relatórios, elaborados em dezembro do ano passado, que já descreviam as falhas no sistema de monitoramento que prejudicavam a vigilância dos presos.

No documento, o gerente de segurança descreve que a câmera posicionada na lateral do pavilhão L, onde houve a fuga em massa, não detectou o movimento dos presos saindo das celas; que a câmera que flagrou os presos pulando a muralha não estava em exibição no monitor, pois havia um policial militar posicionado na área para fazer a vigilância.

Porém, quando os policiais penais perceberam a fuga não conseguiram contato com esse militar via rádio.

“Por volta das 3h31 foi percebido pelas câmeras de monitoramento (câmeras 55,57 e 61) a movimentação de presos próximo ao antigo pavilhão feminino. De imediato, tentamos fazer contato via rádio comunicador HT digital com a muralha, porém, os mesmos não copiavam (único posto de serviço no qual temos comunicação), motivo este ocasionado pelo bloqueadores de aparelhos eletrônicos e similares”, destaca o início do relatório.

O Iapen-AC disse que não vai se posicionar sobre o relatório.

Dos 26 foragidos, 10 já foram recapturados e outros 16 seguem foragidos do presídio. O último a ser capturado foi Jaciel Batista do Nascimento, no último dia 31 no bairro Belo Jardim.

Na semana passada, a Rede Amazônica Acre teve acesso, com exclusividade, a um vídeo que mostra o momento exato da fuga do presos do pavilhão L.

Pontos vulneráveis

O documento detalha também que o monitoramento capta imagens de 168 câmeras, responsáveis pela entrada e saída das unidades prisionais. Essas 168 câmeras são distribuídas em seis aparelhos de televisão, porém, só é possível visualizar nove imagens em cada monitor.

“Podendo alcançar até 54 imagens no total. Desse modo, não se atinge nem um terço das câmeras disponíveis para visualização. Há possibilidade de aumentar o número de imagens no mosaico das telas, todavia, perde a eficiência na visualização por causa do tamanho em que ficam dispostas, razão pela qual evitamos operar o sistema visual desse modo”, confirma.

Em outro ponto é relatado que o sistema de vídeo monitoramento ainda está em teste, uma vez que passou a funcionar há pouco mais de um mês na escala de 24 horas. Além disso, o documento afirma que não é possível fazer o acompanhamento das imagens ao mesmo tempo devido à quantidade de televisores.

“Destacando-se ainda que por vezes as configurações das câmeras são alteradas em virtude de constantes quedas de energias, conforme relatórios em anexo. Por fim, não é possível acompanhar em tempo real a movimentação integral do sistema penitenciário, antes as dificuldades técnicas e de pessoal citadas em linhas pretéritas”, conclui.

Presos fugiram do maior presídio do Acre no último dia 20 — Foto: G1 Reprodução

Fuga em massa

Para escapar do presídio no último dia 20, os detentos fizeram um buraco na parede da cela e improvisaram cordas com lençóis. Os presos são da facção criminosa denominada Bonde dos 13, aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua em vários estados brasileiros.

Logo após a fuga, o secretário de Segurança Pública em exercício, Ricardo dos Santos, não descartou uma possível ligação entre a fuga em massa no FOC e o caso dos 76 detentos que fugiram de um presídio no Paraguai, no último dia 19.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou um procedimento administrativo para investigar as fugas no FOC. O promotor Tales Tranin acompanha as investigações das polícias Civil, Militar e do Iapen-AC para saber se houve facilitação de algum servidor público nas fugas.

Sentença

A reportagem teve acesso a um levantamento da sentença dos 26 presos que fugiram do FOC. Somadas, as penas dos detentos ultrapassa mil anos. Entre os crimes praticados estão: roubo, furto, homicídio, corrupção de menores, latrocínio, tráfico de drogas, tentativa de homicídio, entre outros.

Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o presidente da Asmac, Danniel Gustavo Bomfim, reafirmou que o Poder Judiciário tem um papel colaborativo e em apoio à Segurança Pública do estado. Ela falou ainda sobre a nota que a associação divulgou, na terça (21), em resposta a algumas críticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

“Serviu mais como esclarecimento para a população sobre o trabalho incansável dos magistrados na área criminal. O problema na segurança pública não seria o atraso na análise de 200 pedidos de mandados. Temos, pelo dados, quase três mil mandados que foram expedidos pela Justiça e ainda não foram cumpridos”, complementou.

Dezesseis presos continuam foragidos — Foto: Divulgação/IAPEN-AC

Confira os nomes dos presos que seguem foragidos:

  1. Francisco Santos Braga
  2. Rogério Furtado dos Santos
  3. Ariclene Firmiano da Silva
  4. Dheyci de Angelo Lima e Lima
  5. Aloísio Lucas Mesquita
  6. Mirleson Nascimento da Silva
  7. Saymon Wallace Fonseca do Nascimento
  8. Valber de Aguiar Morais
  9. Ezimar Menezes Teixeira
  10. Raimundo Nonato dos Santos Fonseca
  11. Wellington de Souza Lima
  12. Joel Menezes de Queiroz
  13. Ronicley Ribeiro da Silva
  14. José Valdenes Viana da Silva
  15. Gerilto Caetano da Silva
  16. Sebastião Weverton Lima de França.

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PM prende dois suspeitos armados após tentativa de invasão de residência em Brasiléia

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Dupla foi flagrada com dois revólveres municiados no bairro Leonardo Barbosa e, segundo a polícia, pretendia atacar integrantes de facção rival

A Polícia Militar através do Grupo de Intervenção rápida Ostensiva – GIRO, prendeu dois homens por porte ilegal de arma de fogo na noite do dia 25 de dezembro, no município de Brasiléia, no interior do Acre. A ocorrência foi registrada por volta das 21h50 da noite, no bairro Leonardo Barbosa.

A guarnição foi acionada após denúncias de que dois suspeitos estariam circulando armados pela região com a intenção de cometer ataques contra uma facção rival.

Durante o patrulhamento, os policiais visualizaram os suspeitos caminhando pela via pública portando armas de fogo e, em seguida, tentando forçar o portão de uma residência.

Com a aproximação da viatura, os homens fugiram e se esconderam no quintal de um imóvel próximo. Após buscas na área, a equipe conseguiu localizar e prender os suspeitos.

Com eles, foram apreendidos dois revólveres, ambos municiados, sendo um com numeração suprimida.

Os dois foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Epitaciolândia, onde permanecem à disposição da Justiça.

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Cortes no orçamento das universidades federais ameaçam funcionamento da UFAC em 2026; redução será de quase R$ 400 milhões

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Por Dell Pinheiro

As universidades federais brasileiras enfrentarão um novo cenário de restrição financeira em 2026, com a redução de quase R$ 400 milhões no orçamento discricionário aprovada pelo Congresso Nacional. Entre as instituições impactadas está a Universidade Federal do Acre (UFAC), que já lida com limitações orçamentárias e vê agravadas as dificuldades para manter atividades essenciais.

O orçamento discricionário é responsável por custear despesas básicas do funcionamento universitário, como pagamento de água, energia elétrica, segurança patrimonial, limpeza, manutenção de prédios e apoio a atividades acadêmicas. Com o corte, a UFAC poderá ter comprometida a rotina dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, afetando diretamente o ensino, a pesquisa e as ações de extensão desenvolvidas junto à comunidade acreana.

Uma das áreas mais sensíveis é a assistência estudantil. Programas de auxílio permanência, moradia, alimentação e transporte, fundamentais para estudantes em situação de vulnerabilidade social, correm risco de sofrer redução. Na UFAC, esses auxílios são considerados estratégicos para garantir o acesso e a permanência de alunos do interior do estado, de comunidades indígenas, ribeirinhas e de baixa renda.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação com o cenário e alertou que o orçamento previsto para 2026 será inferior ao de 2025. Segundo a entidade, a queda ocorre em um contexto de inflação acumulada e de reajustes contratuais, o que reduz ainda mais a capacidade das universidades de manter seus compromissos financeiros.

Para a UFAC, os cortes representam um desafio adicional em um Estado onde a universidade federal desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento regional. Gestores e a comunidade acadêmica alertam que a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade depende de um financiamento compatível com as demandas reais das instituições.

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VÍDEO: Segundo envolvido no assassinato de Moisés Alencastro é preso pela DHPP em Rio Branco

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Nataniel Oliveira teve prisão preventiva decretada pela Justiça; outro suspeito já havia sido preso e confessado o crime

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, apontado como o segundo envolvido no assassinato do colunista Moisés Alencastro, ocorrido no último domingo (22), em Rio Branco.

A prisão aconteceu em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado, durante uma ação de investigadores da especializada. Contra Nataniel havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Estadual das Garantias, após representação feita pelo delegado Alcino Ferreira Júnior. No mesmo endereço, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão.

Ainda na madrugada desta quinta-feira, a DHPP já havia prendido Antônio de Souza Morães, de 22 anos, que confessou a autoria do crime. No entanto, os detalhes sobre a dinâmica e a motivação do homicídio não foram divulgados oficialmente.

Moisés Alencastro, que era servidor do Ministério Público do Acre e atuava como colunista, foi morto dentro do próprio apartamento, localizado no bairro Morada do Sol. O caso causou grande repercussão no meio jornalístico e institucional do estado.

Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta para um crime de natureza passional. As investigações continuam para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação de cada envolvido.

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