Acre
Registros oficiais do Acre sobre dengue e zika vírus podem estar sendo mascarados pela Sesacre
“A demora é porque há muita demanda sendo encaminhada para o laboratório referência”, diz Sesacre
Menos de 10% dos exames enviados a Rio Branco para análise do Laboratório Central (Lacen) voltam em tempo oportuno para que os casos suspeitos de dengue, zika vírus ou febre chinkungunya sejam detectados ou descartados.
Esta é a afirmação de um dos médicos que atende na cidade de Brasileia, localizada na fronteira com o departamento de Pando, na Bolívia, onde se enfrenta um surto das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Na ausência da confirmação exata do números de casos da doenças, o Acre pode está tendo o real panorama dos registros das infecções mascarados, haja vista que os exames que seguem para análise nem sempre voltam para constarem nos registros oficiais. Seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, os casos de suspeita de dengue, zika vírus ou febre chikungunya são concluídos com 60 dias, com ou sem o resultado laboratorial.
A informação do médico, que prefere não se identificar, é confirmada pela secretária de Saúde de Brasileia, Maria Luzia Marinho, que afirmou à ContilNet que há uma imensa demora na entrega dos exames enviados para análise, e que isto dificulta obter o real número de casos das doenças.
“O Lacen demora demais a entregar estes exames de suspeitas de dengue, zika e febre chikungunya que enviamos para serem analisados. Assim fica difícil demais confirmar as doenças e, portanto, não temos números reais”, diz ela.
Apesar da dificuldade de se chegar ao número exato de infecções, a procura médica para diagnóstico de casos suspeitos é grande. “De duas a três pacientes por dia que chegam ao consultório se queixam de sintomas de uma das doenças, e tudo o que podemos fazer é solicitar o exame, mas como demora tudo que podemos fazer é tratar paliativamente, até mesmo os casos mais graves”, explica o médico.
O funcionário da Saúde do município de Brasileia, Antônio Oliveira, 47 anos, conhece de perto a demora na espera por um diagnóstico. Antônio afirma que ele e a esposa dele foram vítimas da demora do laboratório e até hoje não receberam o resultados dos exames. “Procuramos uma unidade de saúde com os sintomas da dengue em 2013, o material foi colhido colhido para o exame que foi enviado para análise em Rio Branco, mas até agora não recebemos o resultado “, diz.
“Até hoje eu estou esperando o resultado do exame e ainda não chegou. Gente que enfrenta o mesmo caso que o meu, da não entrega do resultado de exames, se conta às centenas por aqui”, afirma ele.
O que boa parte dos pacientes não sabe é que, após 60 dias, o caso de suspeita das doenças transmitidas pelo Aedes precisa ser concluído. Na ausência do resultado do exame que confirme ou descarte a transmissão do vírus, o que constará no relatório final será uma negativa para a suspeita, mesmo que o paciente tenha morrido por consequência de uma das três doenças transmitidas pelo mosquito. “Sem exame o caso é considerado negativo. É assim que trabalhamos aqui”, diz Francisco Oliveira, membro da equipe da Saúde municipal.
A Secretária de Saúde informou que os exames de casos de suspeita de dengue, chikungunya e Zika vírus não são realizados no Acre, mas que a demora na entrega deles não afeta os índices nem o tratamento.
“A demora é porque há muita demanda sendo encaminhada para o laboratório referência. O laboratório é no Pará e recebe demanda de todo o País. A demora não afeta os índices, pois os casos notificados já entram nos boletins de índices que divulgamos semanalmente. A confirmação é que vem posterior” diz a assessoria.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Acre, a expectativa é que a partir de fevereiro os exames comecem a ser realizados no Acre.
Com relação a ações integradas de combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, no último dia 19 a secretaria organizou uma reunião em Brasileia, que contou com a presença de autoridades bolivianas para debaterem ações integradas de enfrentamento ao mosquito.
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Acre
Associação Família Azul deve suspender atendimentos e cobra apoio do poder público ao autismo; mais de 100 crianças ficarão sem acompanhamento
Dell Pinheiro
A falta de recursos financeiros levou a Associação Família Azul do Acre a suspender integralmente seus atendimentos a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O anúncio foi feito pela presidente da entidade, Heloneida da Gama, em um vídeo divulgado nas redes sociais, no qual ela faz um apelo direto às autoridades e denuncia a ausência de apoio do poder público à causa do autismo no Estado.
Segundo Heloneida, o encerramento das atividades deixou mais de 100 crianças sem acompanhamento especializado, sem qualquer previsão de retomada. A dirigente afirma que, apesar da relevância social do trabalho desenvolvido pela associação, não houve até o momento articulação concreta para garantir a continuidade dos serviços.
Durante o desabafo, a presidente questionou a destinação das emendas parlamentares dos deputados estaduais. De acordo com ela, cada parlamentar dispõe de aproximadamente R$ 4,5 milhões, sendo cerca de R$ 2,5 milhões obrigatoriamente direcionados à saúde e à Educação, enquanto o restante pode ser aplicado conforme a escolha de cada deputado.
Para Heloneida, pequenas parcelas desses recursos seriam suficientes para manter o atendimento de entidades que atuam diretamente com famílias atípicas. “O que custa combinar com outro deputado e dizer: cada um contribui com R$ 50 mil ou R$ 80 mil?”, questiona, ao destacar que valores considerados modestos dentro do orçamento parlamentar poderiam assegurar a continuidade de serviços essenciais.
A presidente também fez um apelo às famílias e aos eleitores, lembrando que 2026 será ano eleitoral. Ela orienta que a população cobre dos candidatos, durante a campanha, quais ações efetivas foram realizadas em favor do autismo e se houve destinação concreta de recursos para associações como a Família Azul.
Outro ponto levantado foi a fragilidade da rede pública de atendimento no Acre. Segundo Heloneida, atualmente há mais de 5 mil crianças e adolescentes aguardando a primeira consulta, além de outras 4 mil na fila da segunda avaliação. Ela também denuncia a escassez de psiquiatras, especialmente para o acompanhamento de adolescentes acima dos 17 anos, e a demora excessiva no diagnóstico, fatores que comprometem o tratamento precoce.
A dirigente destacou ainda o peso financeiro enfrentado pelas famílias e pela própria associação. Somente a folha de pagamento mensal da entidade gira em torno de R$ 20 mil, valor inviável de manter sem apoio institucional. Mesmo diante do fechamento dos atendimentos, segundo ela, nenhum deputado estadual se manifestou publicamente em defesa da associação.
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Ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morre aos 63 anos
O ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morreu no final da tarde deste domingo (14), aos 63 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Ele estava internado no Hospital João Câncio Fernandes, onde realizava tratamento contra um câncer de pulmão. O óbito foi confirmado por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atenderam a ocorrência na unidade hospitalar.
Nilson Areal teve trajetória marcante na política acreana. Foi prefeito de Sena Madureira por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, período em que conduziu importantes ações administrativas no município. Além da atuação no Executivo municipal, também exerceu o cargo de deputado estadual.
O ex-prefeito deixa esposa, dois filhos e três netos. A morte causou grande comoção em Sena Madureira e entre lideranças políticas do Acre.
O governador Gladson Cameli divulgou uma nota de pesar, na qual lamentou a morte do amigo de longa data e destacou a contribuição de Nilson Areal para a vida pública e o desenvolvimento do município.
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Acre
Mailza arrecada mais de 2 mil brinquedos para crianças com Corrida Solidária
A Corrida Solidária com Mailza, realizada neste sábado, 13, reuniu milhares de corredores em um grande ato de solidariedade, esporte e celebração da vida. Promovida pela vice-governadora Mailza Assis, em comemoração ao seu aniversário, a iniciativa arrecadou mais de 2 mil brinquedos, que serão destinados a crianças em situação de vulnerabilidade neste Natal.
Com clima favorável, sol aparecendo ao longo do percurso e muita animação, a corrida transformou-se em uma verdadeira festa popular. Antes da largada, os participantes cantaram parabéns para a vice-governadora. Ao final, além da entrega das medalhas, teve bolo de aniversário e um animado banho de mangueira garantido pelo Corpo de Bombeiros, fechando o evento em clima de alegria e confraternização.
Mailza agradeceu a participação do público e destacou o significado da ação. “Quero agradecer a cada pessoa que colaborou, que sonhou comigo esse momento, que trouxe um brinquedo e participou dessa corrida. É um gesto que simboliza compartilhar, solidarizar com as famílias que mais precisam, especialmente as nossas crianças. Também é cuidar da saúde, rever amigos e viver um momento de descontração. Esse evento foi preparado com muito amor e carinho, e juntos vamos fazer um Natal diferente para muitas crianças”, afirmou ela que também é secretária de Assistência Social e Direitos Humanos.
Entre os participantes, histórias de inclusão e afeto marcaram o evento. Regimar Souza do Nascimento e Leide Fernandes prestigiaram a corrida acompanhados da filha Jayane, de 24 anos, que tem paralisia cerebral.
“Ela quis vir, disse: ‘mãe, eu quero ir’. Trouxemos ela para participar e também homenagear o aniversário da vice-governadora”, contou Leide.
Regimar também parabenizou a iniciativa. “É uma ação linda. Ela transforma o próprio aniversário em um presente para quem mais precisa, para as crianças. Isso é algo que Deus abençoa, e que inspira outras pessoas a fazerem o bem”, afirmou.
Entre os grupos que mais chamaram atenção pelo entusiasmo esteve o Funcional da Polícia Militar do Acre, formado exclusivamente por mulheres, que chegaram animadas e abrilhantaram ainda mais a festa.
“Foram mais de 100 mulheres aqui. As meninas estavam muito ansiosas para participar, porque é um evento solidário. Nós trabalhamos em bairros periféricos, como Cidade do Povo, Taquari e também na Arena da Floresta. Ao todo, são 106 mulheres, todas muito alegres e felizes por estarem aqui hoje”, relatou a instrutora Halida Prado.
Resultados da corrida
Na categoria masculina, o grande vencedor foi Kauan Vitor, seguido por Jefferson Ramos em segundo lugar e Manoel Cunha em terceiro.
Kauan parabenizou a vice-governadora e ressaltou a importância do esporte aliado à solidariedade.
“Sou da corrida amadora há dois anos. Além de promover o esporte, essa ação ajuda as crianças do nosso Acre. Nem todo mundo consegue dar um presente no Natal, então é maravilhoso poder ajudar fazendo o que a gente ama”, disse.
Jefferson Ramos, corredor amador há dez anos, destacou os benefícios da prática esportiva.
“Qualquer esporte é importante para a nossa saúde. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se cuidar mais. E hoje, além disso, estamos fazendo o bem”, ressaltou.
Na categoria feminina, Dalvanir Alves conquistou o primeiro lugar, seguida por Fran Melo em segundo e Juliane Souza em terceiro. Dalvanir celebrou a iniciativa.
“Uma oportunidade maravilhosa de incentivar o exercício físico e, ao mesmo tempo, proporcionar um Natal mais feliz para as crianças. A vice-governadora festejou seu aniversário da melhor forma, junto à população”, destacou.
Fran Melo, corredora profissional há oito anos, também elogiou o evento. “Foi uma ação linda. Quem ganha de verdade são as crianças, porque as doações foram brinquedos. Parabéns à vice-governadora por essa iniciativa”, afirmou.


















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