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Acre

Projeto Cidadão e TRE-AC disponibilizam atendimento voltado para pessoas em situação de rua

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O trabalho colaborativo seguirá em andamento até o dia 4 maio, quando encerra o cadastro eleitoral

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), por meio do Projeto Cidadão, juntamente com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Centro POP disponibilizaram atendimento para pessoas em situação de rua no Fórum Barão de Rio Branco. A medida considerou a proximidade na localização do fórum com o Centro POP como uma estratégia para facilitar o acesso ao serviço de emissão e regularização do título de eleitor.

A desembargadora Eva Evangelista explicou que foi traçado um plano de ação a partir das orientações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), porquanto em 2021 foi instituída a Resolução n° 425, que estabeleceu a Política Nacional Judicial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua e suas interseccionalidades. Deste modo, estão sendo tomadas providências para assegurar o amplo acesso à Justiça, unindo ações do programa Fazendo Justiça e Projeto Cidadão.

O desembargador-presidente do TRE-AC Francisco Djalma assinalou que a instituição sempre manteve parceria com o TJAC nas ações do Projeto Cidadão para garantir que as pessoas possam regularizar a situação civil. Então, até o dia 4 de maio, além do atendimento do Fórum Barão de Rio Branco, haverá mutirão no Ginásio do Sesc.

Desembargadora Eva Evangelista segurando título de eleitor de participante da ação

Toda a equipe do Centro POP está envolvida nesta atividade. A gestora Beth Pinheiro explicou que a instituição tem a missão de acompanhar, referenciar e implementar a política de assistência social. “As pessoas em situação de rua precisam de um olhar diferenciado por parte do Poder Público. O Centro POP atende diariamente cerca de 125 pessoas e para nós é muito importante inseri-los em ações que possam garantir direitos. Por isso, incluímos na nossa rotina essa conversa sobre a importância de tirar o título e então estamos verificando quais estão sem documentos e outros encaminhamentos necessários”.

Cadastro eleitoral

As eleições de 2022 já têm data definida: 2 de outubro e, se houver segundo turno, no dia 30 de outubro. O voto é obrigatório para brasileiras e brasileiros entre 18 e 70 anos de idade, sendo facultativo para analfabetos e jovens com 16 e 17 anos.

Portanto, quem não votou e não justificou a ausência nas últimas eleições pode estar com o título eleitoral cancelado ou suspenso. A regularização envolve a quitação de multas, por isso um destaque importante é que nesse atendimento realizado pelo Projeto Cidadão as pessoas preenchem a Declaração de Insuficiência Econômica e são isentos das taxas, regularizando o documento e tornando-se aptos para participar do momento democrático.

O atendimento da Justiça Eleitoral emite instantaneamente o título eleitoral, visto que desde 2017 o documento passou a ser impresso em papel comum (e não mais em papel moeda). Também é possível realizar o alistamento, transferência e solicitação do nome social no documento.

“Acolher para transformar”

Paulo Roberto Alves é nascido no Rio de Janeiro, mas já está no Acre há 25 anos, então brincou que se sente “acrioca”. A última vez que votou foi em 2018, logo tinha uma pendência por não ter justificado o voto nas eleições de 2020. “A gente já vive do jeito que é né?! Todos temos que cair em si, porque nós temos o direito de colocar, mas nós também temos o direito de retirar, por isso temos que participar”, disse.

Nesta manhã, Hudson Nunes também saiu com o título em mãos.  Ele contou que a situação de rua se tornou uma condição permanente há 20 anos. Hoje, aos 50 anos de idade, trabalha na noite vendendo escultura de balões para as famílias que estão em restaurantes e praças públicas. Hudson é o representante do Movimento Acreano das Pessoas em Situação de Rua (MAPSI).

“O MAPSI foi criado em 19 de agosto de 2016 – uma data simbólica ao combate à violência, porque foi quando ocorreu o Massacre da Sé”. O Massacre da Sé refere-se a uma série de atentados violentos feitos na praça da Sé, situada no centro da cidade de São Paulo, no ano de 2004.  Sete pessoas foram executadas e outras seis ficaram com sequelas irreversíveis, vítimas de golpes na cabeça, enquanto dormiam – o episódio é conhecido como a maior chacina contra a população em situação de rua.

Ele veio regularizar seu título de eleitor porque entendeu que se trata de uma reinserção social: “esse é um momento de resgate, onde a gente sai da invisibilidade, porque o meu voto é igual ao de qualquer um. Todos têm o poder, como cidadão, de mudar a história e se todos tivessem essa consciência talvez o país não tivesse como está”, disse Hudson.

Construir uma sociedade justa e solidária envolve muitos pilares. Assim, combater a descriminalização e marginalização é uma forma de materializar os direitos humanos.  “O fato da pessoa estar na rua não quer dizer que necessariamente vive num mundo de drogadição. Hoje nas ruas de Rio Branco temos pessoas com problemas de alcoolismo, depressão, soropositivas, pobreza extrema – são várias vulnerabilidades. A rua é muito diversa e heterogênea, temos negros, índios, homossexuais, mulheres”, contextualizou.

O mutirão de atendimento tem um resultado muito maior que um papel impresso, pois a cooperação institucional promove, acima de tudo, o respeito à dignidade da pessoa humana.

 

 Miriane Teles | Comunicação TJAC

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Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco

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Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.

Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.

A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.

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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro

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Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada 

A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.

Comparativo anual:
  • 2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões

  • 2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões

  • Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados

  • Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados

Principais tributos pagos pelos acreanos:
  • Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS

  • Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)

  • Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA

  • Taxas de comércio exterior e outros encargos

Destinação dos recursos:

Os valores arrecadados são utilizados para:

  • Custeio da máquina pública (salários e manutenção)

  • Financiamento de obras e infraestrutura

  • Execução de programas governamentais

  • Pagamento de servidores públicos

  • Quitação de dívidas do estado e municípios

O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.

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Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

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Foto: Cedida

Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.

A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.

Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.

“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.

A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.

Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.

A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.

Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.

Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.

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