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Professora da rede pública promove gosto pela leitura com projetos de sucesso entre moradores da Vila Caquetá

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“Você só se torna invisível se acreditar nisso. Imaginário ou não.” A citação foi extraída do livro preferido da adolescente Vitória Fontenele, a obra Confissões de um Amigo Imaginário, de Michelle Cuevas.

Vitória é uma das estudantes alcançadas pelos projetos Clube de Leitores e Bicicleta Itinerante do Caquetá, que já incentivou a prática e o gosto pela leitura para mais de 600 pessoas, entre crianças, jovens e moradores em geral da pequena vila situada na zona rural de Porto Acre, a 60 km da capital, Rio Branco.

Vitória Fontenele é membra do Clube de Leitores. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Os projetos foram implantados pela professora Maria da Conceição Silva, a Ceiça, uma entusiasta da leitura que revolucionou a Vila Caquetá e impactou a comunidade, inspirando e disseminando o amor pela literatura.

“Sei da importância da leitura na minha vida, na vida dos meus filhos e sobrinhos. Eu queria acrescentar algo, mesmo que fosse uma semente, à comunidade onde moro. A vida só faz sentido quando a gente faz sentido na vida dos outros”, diz Ceiça, que também é escritora, com duas obras publicadas, e mestre em Letras, Linguagem e Identidade pela Universidade Federal do Acre (Ufac).

O projeto da bicicleta da leitura teve início durante a pandemia, em 2020, quando Ceiça, docente do quadro efetivo da Escola Estadual Rural de Ensino Fundamental e Médio União e Progresso, coordenadora da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e responsável pela biblioteca da instituição, para não ver os alunos tão presos às telas dos celulares no período de isolamento, levava livros às suas casas.

“A vida só faz sentido quando a gente faz sentido na vida dos outros”, diz Ceiça. Foto: Marcos Vicentti/Secom

“Eu higienizava sacolas e ia de casa em casa, entregando livros. Depois do sucesso, achei que a ideia precisava ser melhorada, e foi então que meu amigo, o professor Renaxon Oliveira, deu a ideia de comprar uma bicicleta e adaptá-la”, conta.

Foi então que a professora elaborou um projeto, com apoio técnico da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), e  recebeu aprovação por meio da Lei Adir Blanc. Com o recurso, foi possível comprar a bicicleta, um carreto e mais livros. A educadora ainda teve que fazer um investimento pessoal para finalizar o projeto. “Alguns livros são muito caros”, relata.

Ceiça doou todos os livros que tinha em casa e começou a pedir mais livros aos amigos. Alguns exemplares mais volumosos ficam armazenados na biblioteca da escola, que, antes abrigando apenas volumes didáticos, passou a guardar também livros de literatura.

Quando o projeto ficou pronto, os estudantes viraram parceiros. Além de lerem as obras, pedalam a “bicicletinha da leitura”, como gostam de chamar, para levar livros para outras pessoas, em vários pontos da comunidade.

“Bicicletinha da leitura” percorre a comunidade Vila Caquetá. Foto: Marcos Vicentti/Secom

E assim, a iniciativa se tornou uma rede do bem, com os alunos-leitores instigando também pais, avós, primos, amigos e vizinhos a fazer o mesmo, causando uma verdadeira revolução da leitura na comunidade.

A professora afirma que muitos alunos chegam de outras escolas, mesmo de Rio Branco, com grave deficiência na leitura e “só há um jeito de aprender a ler, que é lendo”. Ela narra que lê muito, pois também se ensina pelo exemplo e dessa forma consegue “indicar o livro certo para a pessoa certa”.

Exemplos do impacto positivo da leitura na comunidade

Os alunos mostram-se cativados pela leitura. O menino Gustavo Severino é um dos que mais pedalam a bicicleta. No seu olhar, é fácil identificar o contentamento por estar contribuindo com o projeto.

A recordista do Clube de Leitores é Fernanda Maia, de apenas 11 anos. Só no ano passado, leu 56 obras. “Cada vez que leio, me emociono, me inspiro. As histórias são muito bonitas, e os livros me ensinaram a ter respeito e ajudar as pessoas”, diz.

Fernanda Maia é recordista do Clube de Leitores: leu 56 obras em 2022. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Andréia, irmã de Fernanda, não fica longe: leu, no mesmo período, 52 livros. O marceneiro Alexandre, pai das meninas, não teve o mesmo incentivo e oportunidades na infância e, por isso, se emociona ao falar das filhas. “Elas preferem ler um livro do que estar com o celular. Isso não tem preço, a educação, o aprendizado que elas estão tendo vão levar para a vida. Eu me sinto feliz e orgulhoso”, declara.

Alexandre Maia, pai de Fernanda e Andréia, sobre as filhas: “Me sinto feliz e orgulhoso”. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Já Thayla Vieira, que mora em um ramal distante 2 km da escola, ficou apaixonada pelas obras do pintor Vincent Van Gogh, que descobriu por meio dos livros. “Estou conhecendo coisas novas, admirando coisas novas, acreditando que o impossível é capaz de acontecer. O meu sonho é ter a minha a minha própria biblioteca, com livros incríveis como o da Bela e a Fera”, informa.

Thayla sonha em ter uma biblioteca no futuro. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Clube de Leitores

O Clube de Leitores existe desde 2015, gerenciado por Ceiça na Escola União e Progresso, com o apoio da direção. Nele, os membros do clube leem os livros indicados pela professora e no fim do mês se reúnem, também com a diretora, Eliana Alves, para falar sobre a obra escolhida e indicar o livro para mais leitores.

 

Clube de Leitores do Caquetá realiza atividade ao ar livre. Foto: Marcos Vicentti/Secom

São oferecidos livros de ficção, romances, aventuras, contos, obras de autoajuda e de diversos gêneros. Ex-alunos da escola e outras pessoas da comunidade também participam do Clube de Leitores.

Incentivo do Estado

O projeto Bicicleta Itinerante do Caquetá foi aprovado na Lei Aldir Blanc, obtendo o auxílio financeiro de R$ 20 mil, por meio da FEM. A iniciativa federal buscou apoiar profissionais da área da cultura que sofreram com o impacto das medidas de distanciamento social, em virtude da pandemia.

“Temos a intenção de ampliar o apoio a projetos assim, pois uma de nossas diretrizes é viabilizar a inclusão crescente de quem está mais distante da capital acreana”, ressaltou o presidente da FEM, Minoru Kinpara.

As estudantes do Clube de Leitores levam exemplares para ler durante recesso escolar. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Segundo Kinpara, existe um horizonte de otimismo envolvendo gestores de cultura também com os trabalhos de regulamentação da Lei Paulo Gustavo: “O decreto de regulamentação tratará de diretrizes sobre a aplicação da lei e o Ministério da Cultura disponibilizará diversos canais de orientação, manuais, modelos de decretos e editais”.

Como doar livros

As pessoas que queiram contribuir com o Bicicleta Itinerante podem doar livros. Basta entrar em contato com a professora Ceiça, via WhatsApp: (68) 9 9961-2050.

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Jovem escapa por pouco de assalto a mão armada em frente à sua casa em Cobija

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Câmeras de segurança flagraram momento em que criminosos (suspeitos de serem brasileiros) se aproximaram da vítima; ação rápida do morador frustrou roubo

De acordo com o relatório apresentado pelas autoridades policiais, dois criminoso tentaram assaltar um jovem que chegava em sua residência de moto, e estaciona em frente a casa da família. Foto: captada 

Um jovem morador de Cobija, capital do departamento de Pando, na Bolívia, escapou por pouco de um assalto a mão armada nas proximidades da Avenida Otto Felipe Braun, na área central da cidade. O fato ocorreu quando a vítima chegava de moto em sua residência e estacionava em frente à casa da família, sem perceber a aproximação de dois criminosos.

As imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que um dos assaltantes, suspeito de ser de nacionalidade brasileira, sacou uma arma de fogo e apontou em direção ao jovem.

Câmera de segurança registrou o momento exato em que a vítima estaciona o seu veículo e entra em casa, momento que os agressores (supostamente de nacionalidade brasileira) se aproximam. Foto: captada 

Alertado pelo movimento, o morador conseguiu fechar o portão a tempo, assustando os delinquentes, que fugiram correndo pela rua do bairro. A ação rápida do jovem frustrou mais uma tentativa de roubo na região de fronteira.

As autoridades policiais de Cobija investigam o caso e buscam identificar os criminosos, que, segundo relatos, estariam agindo na área central da cidade. O incidente reforça a preocupação com a segurança na fronteira e a necessidade de maior patrulhamento para coibir esse tipo de crime.

O jovem consegue fechar a tempo o portão salvando sua vida e seu patrimônio dos assaltantes que aparentemente são brasileiros. Foto: captada 

Veja vídeo TVU Pando:

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Polícia Civil prende mulher por tráfico de drogas em Cruzeiro do Sul

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Condenada a 7 anos de prisão, Maria Ágila dos Santos Gomos, 42, foi detida em casa e enviada ao sistema penitenciário

A Polícia Civil efetuou a prisão de Maria Ágila dos Santos Gomos, de 42 anos, nesta segunda-feira (7), por tráfico de drogas. A detenção ocorreu em sua residência, no bairro Remanso, após a expedição de mandado de prisão. Condenada a sete anos de reclusão em regime fechado, a acusada havia recorrido em liberdade, mas agora será encaminhada à unidade penitenciária para cumprir a pena. A ação reforça o combate ao narcotráfico na região.

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SEE atua para que medidas sejam adotadas após morte de vigilante

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Foto: Mardilson Gomes/SEE

A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) emitiu nota pública na manhã desta segunda-feira, 7, para lamentar o trágico episódio ocorrido na Escola Maria Raimunda Balbino, situada no bairro Palheiral, em Rio Branco. Durante uma tentativa de assalto à unidade de ensino, o vigilante Raimundo de Assis Souza Filho, de 52 anos, morreu.

De acordo com informações preliminares, dois indivíduos armados invadiram a escola com o objetivo de subtrair a arma do profissional.

“A SEE reafirma seu compromisso com a segurança da comunidade escolar e está atuando de forma integrada com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp) e autoridades pertinentes para que todas as medidas cabíveis sejam adotadas com rigor, celeridade e transparência”, diz a nota assinada pelo gestor da SEE, Aberson Carvalho.

O órgão garante estar acompanhando os desdobramentos da ocorrência e contribuindo com as investigações. “Ao mesmo tempo, em que mantemos a prioridade no cuidado com os estudantes, professores e demais profissionais da Educação, reafirmando a escola como um espaço de aprendizado, proteção e cidadania. Neste momento de dor, nos unimos à família, aos amigos e colegas para expressar nossa solidariedade e profundo respeito”, conclui Carvalho.

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