Brasil
Preço dos alimentos volta a subir após quatro meses em queda
Alta foi impulsionada pelo encarecimento de batata, cebola, frutas, arroz e carnes, mostra IBGE
A sequência de quatro deflações consecutivas no valor dos alimentos foi interrompida e tornou as refeições dos brasileiros mais salgadas em outubro. No mês, o preço dos itens que integram o grupo subiu 0,31%, mostram dados publicados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A variação positiva foi impulsionada pelo encarecimento da batata-inglesa (+11,23%), da cebola (+8,46%), das frutas (+3,06%) e do arroz (+2,99%). O preço das carnes subiu 0,53%, a primeira alta desde dezembro do ano passado (+0,64%).
André Almeida, gerente responsável pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), observa que o arroz, que acumula alta de 13,58% somente neste ano, é influenciado pela menor oferta devido ao período de entressafra e à maior demanda de exportação.
“No caso da batata e da cebola, a menor oferta é resultado do aumento de chuvas nas regiões produtoras, que prejudicou a colheita”, analisa o pesquisador. Por outro lado, outros itens básicos na mesa do brasileiro também tiveram queda em outubro, como o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).
A alimentação fora do domicílio também ficou mais cara em outubro (+0,42%), com o aumento da refeição (0,48%) e do lanche (0,19%). A alta corresponde a uma aceleração em comparação com a variação de 0,12% apurada em setembro.
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Brasil
BNDES vai ofertar R$ 70 bilhões em crédito para a agropecuária
As linhas dolarizadas, criadas em abril de 2023, já atingiram cerca de R$ 9 bilhões em 5,3 mil operações aprovadas, sendo mais de 95% destinadas à aquisição de máquinas e equipamentos, informou o BNDES

Para as regiões Norte e Nordeste, o BNDES destinará R$ 532 milhões exclusivamente para crédito da agricultura familiar nessas regiões. Foto: internet
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai ofertar R$ 70 bilhões em financiamentos ao setor agropecuários no Plano Safra 2025/26, informou a instituição em nota. O valor é 5% superior ao oferecido ao setor agropecuário na temporada anterior.
“A expressiva evolução desses números reafirma o forte compromisso do BNDES com o setor agropecuário brasileiro”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante, ao citar que a cifra é recorde.
Do montante, R$ 39,7 bilhões serão ofertados em recursos equalizados que poderão ser acessados por meio dos programas agropecuários do governo federal, 19% mais que na safra anterior. Esses recursos equalizados têm prazos e taxas de juros diferenciados.
Do total de recursos equalizáveis, R$ 26,3 bilhões serão destinados a financiamentos da agricultura empresarial em nove programas com juros de 8,5% a 14% ao ano. Outros R$ 13,4 bilhões em recursos equalizados serão destinados a financiamentos de pequenos produtores da agricultura familiar com juros entre 0,5% e 8% ao ano por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A cifra destinada à agricultura familiar é 9% superior ao oferecido na temporada anterior.
Para as regiões Norte e Nordeste, o BNDES destinará R$ 532 milhões exclusivamente para crédito da agricultura familiar nessas regiões, 80% mais que o montante aplicado no Plano Safra anterior. “Essa medida está alinhada à estratégia do BNDES e do governo federal de ampliar os financiamentos que viabilizem a redução das desigualdades socioeconômicas e territoriais no País”, disse o banco em nota.
O BNDES também vai ofertar ao setor agropecuário R$ 30,3 bilhões em recursos próprios por meio da linha BNDES Crédito Rural na safra 2025/26, sendo R$ 14,4 bilhões em linhas dolarizadas com custo financeiro em dólar ao setor exportador. As linhas dolarizadas, criadas em abril de 2023, já atingiram cerca de R$ 9 bilhões em 5,3 mil operações aprovadas, sendo mais de 95% destinadas à aquisição de máquinas e equipamentos, informou o BNDES.
O BNDES Crédito Rural é destinado a projetos de investimento, aquisição isolada de máquinas, custeio, apoio a cooperativas e emissão de Cédulas de Produto Rural Financeira (CPR-F) ou Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) lastreados em direitos creditórios do agronegócio. De acordo com o banco, as aprovações do BNDES Crédito Rural já alcançaram aproximadamente R$ 23,4 bilhões em cerca de 37 mil operações firmadas desde 2020.
Os financiamentos do BNDES ao setor agropecuário ocorrem na modalidade direta, com os recursos sendo contratados diretamente com o banco de fomento, e na modalidade indireta, na qual a contratação de recursos é feita com 80 instituições financeiras repassadoras.
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Governo vai trabalhar para reverter taxação dos EUA, diz Alckmin
O governo federal vai trabalhar para reverter a imposição de tarifas comerciais sobre as exportações do Brasil aos Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (9) pelo presidente Donald Trump.
“Nós vamos trabalhar para reverter isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela, inclusive, prejudica também o consumidor norte-americano. Nós entendemos que ela é inadequada, ela não se justifica. Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC)”, afirmou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, após a inauguração do Novo Viaduto de Francisco Morato, em São Paulo, neste domingo (13).
Segundo Alckmin, o governo se reunirá nos próximos dias com o setor privado, e também está sendo analisada a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual, em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira.
“Os Estados Unidos têm conosco superávit na balança comercial, tanto de serviços quanto de bens. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm déficit na sua balança. E o Brasil e os Estados Unidos têm uma integração produtiva. Nós temos 200 anos de amizade com os Estados Unidos. Então, não se justifica e o mundo econômico precisa de estabilidade e de previsibilidade”, disse Alckmin.
O líder norte-americano anunciou uma taxa de 50% sobre todos os produtos importados dos brasileiros. A informação foi feita por meio de uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As tarifas passam a valer a partir do dia 1º de agosto.
No documento, Trump justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O presidente norte-americano também destacou ordens do STF emitidas contra apoiadores do ex-presidente brasileiro que mantêm residência nos Estados Unidos. Trump cita ainda supostos “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e a violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar imediatamente!”, escreveu Trump.
IPI zero
Alckmin lembrou ainda do início da aplicação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) zero para o carro sustentável, medida anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana, que retira o imposto do valor dos carros de entrada, ou seja, torna-os mais baratos.
“Isso pode reduzir o preço do carro de entrada em R$ 10.000, R$ 12.000. É uma medida importante que ajuda a população a ter acesso àquele carro mais barato e sustentável, um carro que não polui. Privilegia a eficiência energética, a questão da sustentabilidade e também é social”, disse Alckmin.
O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (10)abrange veículos compactos produzidos no Brasil e com alta eficiência ambiental e integra o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), lançado no ano passado, visando a descarbonização da frota automotiva do país, por meio de incentivos fiscais, especialmente em relação às alíquotas do (IPI).
Para ter direito ao IPI zero, o carro sustentável deve atender a quatro requisitos: emitir menos de 83 gramas de gás carbônico (CO₂) por quilômetro, conter mais de 80% de materiais recicláveis, ser fabricado no Brasil (etapas como soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem), se enquadrar em uma das categorias de carro compacto (veículo de entrada das marcas).
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MPF recomenda suspensão do Enare por irregularidades em regras para candidatos indígenas

Thiago Gomes/Agência -Pará
Após identificar irregularidades no edital do Exame Nacional de Residência (Enare), o Ministério Público Federal (MPF) recomendou a suspensão imediata do processo seletivo, organizado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). As falhas dizem respeito às exigências para a habilitação de candidatos indígenas nas vagas reservadas.
O MPF quer que o processo seja reaberto caso a recomendação, seja acatada, garantindo prazo adequado para a inscrição dos candidatos indígenas. A investigação começou após uma denúncia apontar que as regras do edital, na prática, impediam a participação desses candidatos.
Entre as irregularidades, o MPF destaca a exigência de documentos como registro civil com identificação étnica, certidão expedida pela Funai, comprovante de residência em terra indígena ou registro que informe o local de nascimento. Para o MPF, a condição de indígena depende apenas do reconhecimento pessoal e da própria comunidade, não podendo ser determinada por órgãos públicos ou pela Justiça.
O MPF também considerou inadequado o prazo de apenas 48 horas para a entrega dos documentos e o pedido de isenção da taxa de inscrição. Segundo o órgão, o edital ignorou as dificuldades enfrentadas por muitas comunidades indígenas, como o acesso limitado à internet e a falta de familiaridade com documentos digitais.
Além disso, o MPF recomendou que a Ebserh e a FGV suspendam o processo seletivo, alterem o edital em até 30 dias, retirando as exigências apontadas, e reabram o prazo para inscrição e isenção da taxa, com pelo menos sete dias de duração.
As duas instituições têm cinco dias para informar se vão acatar a recomendação. Caso contrário, o MPF poderá adotar medidas judiciais.
Com informações do MPF
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