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Cotidiano

Pesquisadores da UFSM descobrem fóssil precursor dos pterossauros

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Descoberta foi publicada na revista científica Nature

Descoberta de fóssil precursor dos pterossauros. Fóssil de Venetoraptor Gassenae. Foto: Janaína Brand Dillmann

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) descobriram no município de São João do Polêsine, no Rio Grande do Sul, um fóssil que faz parte do grupo precursor dos pterossauros, ou répteis voadores. “Só que esse animal [descoberto] não era voador”, informou nesta quarta-feira (16) à Agência Brasil o paleontólogo do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa), Rodrigo Temp Müller, líder do grupo. A descoberta foi publicada na edição de hoje da revista científica Nature, o que representa, segundo Müller, uma conquista bastante importante para o Brasil, em termos de ciência de maneira geral. “São poucos os estudos do Brasil que foram publicados nela [Nature], revista mais importante do mundo acadêmico”. No mesmo local, já foram encontrados fósseis de dinossauros primitivos, parentes de crocodilos com placas dérmicas, outros precursores de pterossauros e répteis herbívoros chamados rincossauros.

Müller explicou que havia pouca informação até então a respeito da anatomia desses animais, principalmente do crânio e das mãos, e destacou que “esse material descoberto traz muita informação nova”. Os pesquisadores constataram que ele teria um bico raptorial, que lembra as aves de rapina atuais, “que é algo totalmente inesperado naqueles animais”. Já as mãos são proporcionalmente grandes, com garras bem desenvolvidas. Os cientistas estimam que essas garras poderiam servir para escalar árvores ou manusear presas. O paleontólogo salientou que esse é o fóssil de um precursor dos pterossauros mais bem preservado. “Agora, pela primeira vez na história, a gente está conseguindo ter uma visão mais clara de que foram essas formas primitivas aos pterossauros. Ele é um fóssil muito importante, porque mostra onde foi que surgiram os pterossauros. Até então, isso era muito turvo. A gente não tinha uma ideia clara de como eles eram. E, agora, a gente está conseguindo ver.”

Descoberta de fóssil precursor dos pterossauros. Fotos do local da escavação - Buriol Site (São João do Polêsine, Brazil). Foto: Janaína Brand Dillmann
Local da escavação do fóssil no município de São João do Polêsine – Janaína Brand Dillmann

De acordo com a equipe do Cappa/UFSM, dinossauros e pterossauros são alguns dos organismos fósseis mais populares, tendo dominado a Terra durante a Era Mesozoica por aproximadamente 165 milhões de anos, sendo extintos 66 milhões de anos atrás, após o impacto de um enorme asteroide.

Morfologia

Juntando os dados desse fóssil com outros precursores de pterossauros e dinossauros de outros lugares do mundo, Müller informou que os paleontólogos conseguiram quantificar a diversidade morfológica desses precursores. “E, quantificando, a gente reparou que ela é mais alta do que o dos dinossauros do período triássico e se equipara à dos pterossauros. É interessante porque mostra que aquela ideia de que formas primitivas seriam simples, não muito complexas, cai por água abaixo. Porque a gente vê que, na verdade, há uma diversidade muito grande quando esses animais estavam surgindo, que a gente não conhecia até então.”

Sob a liderança de Rodrigo Temp Müller, o estudo envolveu também os cientistas Martín D. Ezcurra, Federico L. Agnolín e Fernando E. Novas, do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia, Argentina; Mauricio S. Garcia, da UFSM; Michelle R. Stocker e Sterling J. Nesbitt, do Virginia Tech, Virginia, Estados Unidos; em Marina B. Soares e Alexander W. A. Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “A gente precisava de mais dados de outros animais para desenvolver análises mais aprofundadas e poder colocar o fóssil em um contexto evolutivo mais amplo”, disse Rodrigo Temp Müller.

Descoberta de fóssil precursor dos pterossauros. Reconstrução do esqueleto do Venetoraptor Gassenae. Foto: Rodrigo Temp Müller
Reconstrução do esqueleto do Venetoraptor Gassenae – Rodrigo Temp Müller

Serão feitas réplicas do fóssil, batizado de Venetoraptor gassenae, para exibição nas instituições participantes do estudo. Venetoraptor significa o raptor de Vale Vêneto, em referência a uma localidade turística chamada de Vale Vêneto, no município de São João do Polêsine. Já o nome gassenae homenageia Valserina Maria Bulegon Gassen, uma das principais responsáveis pela criação do Cappa/UFSM.

Esculturas do esqueleto do fóssil já estão no centro de pesquisas da UFSM e na Argentina. Outra réplica dos ossos do esqueleto será doada para o Museu Nacional do Rio de Janeiro que, em contrapartida, doará uma réplica em vida da nova espécie. O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, destacou a importância da participação no estudo, “inclusive pelo fato de haver uma troca de réplicas que ficarão expostas tanto na nossa instituição, como também no Cappa”.

Importância

Venetoraptor gassenae é único no mundo, embora tenha parentes próximos em outros lugares, como Argentina e Estados Unidos. Mas não são tão bem preservados. Não se conseguia ver neles boa parte do esqueleto, afirmou Müller. Os pesquisadores vão continuar fazendo trabalho de campo nesse sítio para ver se encontram mais indivíduos da mesma espécie ou outras partes do esqueleto do fóssil. O precursor do pterossauro teria um metro de comprimento e pesaria entre quatro e oito quilos. Os cientistas descobriram que o animal não voava pelo estudo da anatomia do membro anterior dele que não suportaria uma membrana, ou couro, que forma a asa.

Segundo o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, a descoberta reforça a ideia que o Brasil está conseguindo produzir ciência de ponta, assim como os países desenvolvidos. “É importante mostrar que, em meio a tudo, o Brasil consegue fazer pesquisas. Daí a importância de se financiar pesquisa aqui no país”

O estudo teve financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), da Agencia Nacional de Promoción Científica y Técnica e da Paleontological Society.

Edição: Juliana Andrade

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Fluminense vira sobre o Sport com gol no fim e volta a vencer no Brasileiro

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Everaldo comemora gol da vitória do Fluminense sobre o Sport, no Maracanã • Lucas Merçon/Fluminense

O Fluminense venceu o Sport de virada por 2 a 1 na noite deste sábado (3), no Maracanã, em confronto válido pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Os pernambucanos abriram o placar ainda na primeira etapa, com o centroavante Pablo, que cabeceou firme após cruzamento de Lucas Lima. O triunfo momentâneo tirava o Sport da lanterna e jogava o Santos para a última colocação do Brasileirão.

Contudo, no segundo tempo, os donos da casa chegaram ao empate, com Serna, também de cabeça depois de assistência de Jhon Arias.

O colombiano ainda sofreria um pênalti, mas que foi anulado pelo árbitro Rafael Rodrigo Klein após revisão no VAR, gerando muita reclamação dos jogadores do Tricolor.

Já nos minutos finais, aos 51, Arias fez boa jogada pelo lado direito e cruzou na cabeça de Everaldo, que testou para virar o jogo.

Com esse resultado, o Fluminense do técnico Renato Gaúcho vai a 13 pontos e volta a vencer no Brasileiro após um empate (Vitória) e uma derrota (Botafogo).

O Sport, que ainda não venceu em sua volta à Série A, vai a 2 pontos e permanece na lanterna da competição.

Na próxima rodada, o Tricolor enfrenta o Atlético-MG, na Arena MRV, no próximo domingo (11). Também no domingo, o Sport recebe o Cruzeiro, na Ilha do Retiro.

 

 

Fonte: CNN

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Com hat-trick de Yuri Alberto, Corinthians bate Inter pelo Brasileirão

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Yuri Alberto fez hat-trick contra o Inter • Foto: ETTORE CHIEREGUINI/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Na noite deste sábado (3), Corinthians e Internacional protagonizaram um grande duelo pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. Na Neo Química Arena, o Timão contou com noite inspirada de Yuri Alberto, que anotou um hat-trick na vitória alvinegra por 4 a 2.

O primeiro tempo foi praticamente dominado pelo Corinthians. O time de Dorival Júnior esteve mais presente no campo de ataque e abriu o placar aos 25 minutos, com um belo gol de Yuri Alberto após assistência de Memphis Depay.

Quando a partida parecia ir para o intervalo com vitória parcial do Timão, o Inter apareceu para jogo e conseguiu uma virada relâmpago. Aos 38. após falha generalizada da defesa do Corinthians, Braian Aguirre apareceu no segundo pau, sozinho, para empatar o jogo. Três minutos mais tarde, o Colorado empatou com Wesley, depois de grande jogada coletiva e (mais uma) assistência de Alan Patrick.

No começo da segunda etapa, o Corinthians chegou a empatar rapidamente com Yuri Alberto, mas o lance foi anulado após recomendação do VAR por conta de uma falta de Matheuzinho no começo da jogada. Aos 16 minutos, Bruno Henrique fez falta em Raniele, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso.

Com um a mais, o Corinthians pressionou e logo conseguiu empatar o duelo. Após Matheus Bidu escorar cruzamento para o meio da área, Yuri Alberto completou de cabeça para fazer o segundo do Timão. Aos 35 minutos, o Timão chegou a virada com Memphis Depay, mas, mais uma vez, o VAR encontrou falta na origem da jogada e o lance foi anulado.

Aos 45 minutos da segunda etapa, Matheus Bidu foi solado por Oscar Romero na área. Após mais uma recomendação do VAR, o árbitro assinalou pênalti. Na cobrança, Yuri Alberto bateu forte e fez seu terceiro gol na partida contra seu ex-clube.

Já nos acréscimos, aos 57 minutos, Igor Coronado ainda fez o quarto do Timão. O camisa 77 saiu cara a cara com Anthoni e deu uma cavadinha para fechar o placar.

Próximos jogos

As duas equipes voltam a jogar no meio de semana, em compromissos internacionais.

Na Neo Química Arena, o Corinthians recebe o América de Cali, em jogo válido pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. A bola rola às 21h30 (de Brasília), na terça-feira (6).

O Inter descansa um pouco mais e só volta a entrar em campo na quinta (8). Na Colômbia, o Colorado encara o Atlético Nacional, pela Libertadores.

 

Fonte: CNN

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Zelensky diz que discutiu defesa aérea e sanções com Trump no Vaticano

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Serviço de Imprensa Presidencial Ucraniano/Divulgação via REUTERS

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que discutiu sistemas de defesa aérea e sanções à Rússia com Donald Trump durante o funeral do Papa Francisco no Vaticano, no que ele chamou de o melhor encontro que os dois já tiveram.

Em comentários divulgados por sua administração presidencial, Zelensky também disse que ele e o presidente dos EUA concordaram que um cessar-fogo de 30 dias entre Kiev e Moscou era o primeiro passo correto para acabar com a guerra na Ucrânia.

Ele disse que levantou o assunto das sanções com Trump na reunião improvisada da semana passada, e que a resposta de Trump a essa questão foi “muito forte”. Zelensky não deu detalhes.

Ele também disse que o acordo sobre minerais essenciais assinado pelos dois países na quarta-feira foi mutuamente benéfico e que permitiria à Ucrânia defender futuros investimentos dos EUA, bem como seu próprio território e povo.

O acordo, amplamente divulgado por Trump, dará aos Estados Unidos acesso preferencial a novos acordos de minerais ucranianos e liberará investimentos americanos na reconstrução da Ucrânia.

Zelensky disse que o dinheiro seria, pelo menos inicialmente, reinvestido e não sairia da Ucrânia.

“Só se as partes, no futuro, concordarem que em 20 anos o fundo estará bem, as coisas estarão sendo construídas, haverá produção”, disse ele, aparentemente se referindo à possibilidade de retiradas a longo prazo.

O acordo visa estabelecer um fundo para gerir investimentos e reter lucros. Zelensky afirmou que haverá uma divisão de 3-3 entre os indicados ucranianos e americanos no conselho de supervisão do plano, que escolherá seu diretor.

Sobre o elemento de segurança do acordo, Zelensky destacou a importância de defesas aéreas mais eficazes, que continuaram sendo um dos principais pedidos de Kiev aos seus aliados durante a invasão em grande escala da Rússia, que já dura três anos.

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