Acre
Peixes da Amazônia S.A. é arrematada por mais de R$ 13 milhões no Acre; grupo pretende reativar complexo
Avaliada inicialmente em mais de R$ 19 milhões, incluindo os bens móveis e imóveis, indústria foi adquirida pelo grupo OZ Earth. Foram necessários três leilões até empresa ter novos proprietários

Além das instalações físicas, a venda inclui máquinas, equipamentos, móveis e utensílios da Peixes da Amazônia. Foto: Divulgação/Secom
Após três tentativas, complexo industrial Peixes da Amazônia S.A. foi arrematado por mais de R$ 13 milhões em leilão que começou na quarta-feira (26) e seguiu até a manhã desta sexta (28).
Avaliado inicialmente em mais de R$ 19 milhões, incluindo os bens móveis e imóveis, o grupo empresarial OZ Earth arrematou a indústria com lance de R$ 13.151.000. Este foi o terceiro leilão promovido para vender o complexo.
A reportagem, um dos sócios do grupo, que pediu para não ser identificado, disse que os novos proprietários têm interesse em reativar o polo, que chegou a ter capacidade de produção em 12 milhões de alevinos por ano.
“Eles não pretendem desmontar nem levar os equipamentos que estão no lugar para fora do estado”, resumiu.
Segundo o juiz Romário Divino Faria, da Vara Cível de Senador Guiomard, o imóvel com área de mais de 60 hectares poderá ser parcelado com entrada de 50% do valor total, e o restante, pago em até 24 meses. A arrematação parcelada deverá ser garantida por hipoteca sobre o próprio imóvel.
O local conta ainda com laboratório de alevinagem, frigorífico, fábrica de ração para peixes e cerca de 122 tanques e o perímetro total do lote é de 4.251,83 metros. A venda incluiu máquinas, equipamentos, móveis e utensílios da massa falida, que dão um valor total avaliado em mais de R$ 7 milhões.
Foram feitos 74 lances conforme o edital, e seguiram a escala abaixo:
- 26 de novembro: lance mínimo para arrematação em mais de R$ 19 milhões;
- 27 de novembro: lance mínimo em mais de R$ 10 milhões;
- 28 de novembro: [último dia de leilão] lance mínimo em R$ 9 milhões.
Determinações
Em agosto desse ano, a Justiça do Acre havia determinado a venda, em bloco único, do complexo e demais ativos. Já em novembro de 2024, a Justiça decretou a falência da empresa, que tinha entrado com processo de recuperação, mas descumpriu o plano estabelecido, deixando de pagar credores e até mesmo os honorários do administrador judicial.
Ainda na decisão, o juiz pontuou que a venda fosse feita na modalidade ad corpus, ou seja, no estado de conservação e funcionamento em que se encontram, não cabendo qualquer reclamação posterior em relação a vícios, defeitos ocultos ou diferenças de metragens.
Falência
Em 11 de novembro de 2024, a Justiça do Acre decretou a falência da empresa. Segundo a decisão, o complexo industrial da empresa havia sido furtado diversas vezes, em razão do estado de “total abandono das instalações físicas, o que reafirma a ausência de qualquer sinal de recuperação da Peixes da Amazônia S.A.”.
À época, o juiz também considerou a manifestação do Ministério Público do Acre (MPAC), apontando que o comportamento da empresa, registrado nos autos do processo, “beira o descaso” para com o procedimento de recuperação judicial formulado e homologado pela justiça.
Complexo tinha 2,5 mil produtores
Criada em 2011, empresa do setor público-privado tinha como sócios o próprio executivo através da Agência de Negócios do Acre (ANAC), e a Central de Cooperativas dos Piscicultores do Acre (Acrepeixe), que detinha 25% das ações e representava 2,5 mil famílias de pequenos piscicultores da região.
O complexo de piscicultura foi inaugurado em 2013 na gestão Tião Viana (PT) em uma cerimônia que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao passar dos anos, o negócio se tornou uma grande potência econômica.
Em 2017, o governo do estado chegou a anunciar o interesse de um grupo de investidores estrangeiros na empresa. Naquele ano, além dos 2,5 mil produtores, o complexo tinha mais de 200 funcionários.
Entretanto, a situação da Peixes da Amazônia S.A, acabou mudando e em 2018, ela entrou em processo de recuperação judicial. Naquele ano, a dívida da empresa era estimada em R$ 12 milhões, a maior parte por causa de empréstimos bancários e dívidas trabalhistas.
Uma reportagem publicada em 2020 mostrava que o Acre havia saído de uma produção de 8,5 mil toneladas de peixe em 2018 para 4,4 mil toneladas em 2019, uma redução de 48%. Os dados constavam em um estudo publicado no Anuário Brasileiro de Piscicultura (Peixe BR).
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Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.
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Acre receberá R$ 6,3 milhões para conservação e manutenção de rodovias em 2026

A Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário, vinculada ao Ministério dos Transportes, publicou a Portaria nº 939, de 16 de dezembro de 2025, que aprova os Programas de Trabalho apresentados pelos estados e pelo Distrito Federal para aplicação dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustíveis) no exercício de 2026. O decreto foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU).
O ato foi assinado pela secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, e tem como base a Lei nº 10.336/2001 e a Portaria nº 228/2007, que regulamentam a destinação dos recursos da Cide. A portaria também estabelece que eventuais alterações nos programas deverão seguir rigorosamente as normas previstas na legislação vigente.
No caso do Acre, foi aprovado o Programa de Conservação e Manutenção de Rodovias Estaduais para 2026, conforme processo administrativo nº 50000.029129/2024-53. O plano prevê investimentos voltados à conservação, manutenção e recuperação de importantes trechos da malha rodoviária estadual.
Entre as rodovias contempladas estão a AC-010, no trecho entre Rio Branco e Porto Acre; a AC-040, ligando Rio Branco a Plácido de Castro; a AC-090, no trecho entre Rio Branco e o km 100; além das rodovias AC-475, AC-485, AC-380, AC-445, AC-407 e AC-405, que atendem municípios como Xapuri, Bujari, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.
O valor total destinado ao programa no Acre soma R$ 6.337.978,18, com execução financeira distribuída ao longo dos quatro trimestres de 2026. Os recursos serão aplicados de forma contínua, garantindo a manutenção e recuperação das vias estaduais ao longo de todo o ano.
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No Acre, casamentos duram cerca de 11 anos, ficando abaixo da média nacional

Os casamentos estão durando menos em todo o Brasil, e o Acre aparece entre os estados com menor tempo médio de duração das uniões, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto, no país, os matrimônios duram, em média, 13,8 anos, no Acre esse período cai para 11,1 anos, ficando abaixo da média nacional e regional.
No ranking dos estados brasileiros, o Acre ocupa uma das posições mais baixas em relação à duração dos casamentos, ficando atrás apenas de unidades da Região Norte e Centro-Oeste, como Rondônia (11 anos) e Roraima (10,2 anos). Os dados fazem parte da Estatística do Registro Civil, divulgada pelo IBGE em dezembro, e se referem às uniões formalizadas em 2024.
Apesar da redução na duração média dos casamentos, o IBGE registrou, em 2024, a primeira queda no número de divórcios desde 2019, com redução de 2,8% em relação ao ano anterior.

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