Cotidiano
Paulo Serra, filho do criador do Santo Daime, morre aos 85 anos no Acre: ‘Referência de acolhimento’
Paulo Assunção Serra, filho adotivo do Mestre Irineu Serra, fundador da doutrina do Santo Daime, faleceu no início da tarde desta segunda-feira (8) em Rio Branco, devido a um tipo de câncer na medula óssea

Líder comunitário por cerca de 10 anos, na década de 1990, Paulo Serra ajudou a estruturar o bairro que leva o nome do pai. Foto: Arquivo pessoal
Por Walace Gomes
Morreu, aos 85 anos, Paulo Assunção Serra, filho adotivo do Mestre Irineu Serra, fundador da doutrina do Santo Daime, no início da tarde desta segunda-feira (8) em Rio Branco.
A reportagem, Walmicleia Alves Serra Oliveira, filha de Seu Paulo, como era conhecido, disse que o pai faleceu de mieloma múltiplo, um tipo de câncer na medula óssea que afeta as células de defesa do corpo que produzem anticorpos.
“Ele começou a reclamar de uma dor no joelho, então resolvemos fazer um check-up, e descobrimos, em março desse ano, que ele estava com mieloma múltiplo. Papai enfraqueceu e ficou bem debilitado”, disse.
Paulo deixa 10 filhos, 22 netos e 14 bisnetos, e morreu no dia de Dia de Nossa Senhora da Conceição, considerada a padroeira dos adeptos da doutrina.
O velório está marcado para às 16h desta segunda no Centro de Iluminação Cristã Luz Universal (Ciclu Alto Santo), localizado no bairro Irineu Serra, parte alta de Rio Branco, Acre. O sepultamento, será nesta terça-feira (9) às 10h no Cemitério Palmeiral.
Depois da morte do pai, Paulo passou a ser uma das pessoas que cuidam do Centro de Iluminação Cristã Luz Universal do Alto Santo (Ciclu), junto com a viúva de Irineu, Peregrina Gomes Serra, a Madrinha Peregrina. Em 2006 o túmulo e o Ciclu foram tombados como Patrimônio Histórico e Cultural do Acre pelo governador Jorge Viana.

Em abril desse ano, Paulo comemorou 56 anos de casado com Altina Alves Serra. Foto: Arquivo pessoal
Passagem
Ainda segundo Walmicleia, mesmo após a descoberta da doença ele não deixava se abater. A alegria de viver e a paixão pela dança estão entre as principais marcas deixadas por Paulo, que era considerado pelos amigos um homem muito feliz.
“Papai sempre teve uma vida muito ativa, ele caminhava todos os dias. Era muito brincalhão e amava dançar forró, valsa e bolero. Ele gostava muito de brincar, era festivo e gostava de recepcionar as pessoas. A casa dele sempre foi cheia. Foi uma referência de acolhimento”, declarou.
A passagem, como é chamada a transição da vida para a morte na religião, aconteceu de maneira calma e tranquila, com os familiares ao redor do homem, que teve o último pedido atendido: morrer em casa, perto da família.
“Todos nós familiares, nos reunimos, atendendo a um pedido dele, que não queria ir para o hospital. Queria ficar em casa, então cantamos e rezamos por toda a madrugada. A passagem do papai foi um momento maravilhoso, ele segurando nas mãos da gente,
Em abril desse ano, um mês após a descoberta do câncer, ele comemorou 56 anos de casado com Altina Alves Serra, a comemoração com que usa como representação, a pedra malaquita mostrou a resistência da união do casal, numa tarde que inesquecível aos familiares e amigos.
Líder comunitário por cerca de 10 anos ainda na década de 1990, Paulo Serra ajudou a estruturar o bairro que leva o nome do pai, Irineu Serra, trazendo aos moradores, infraestrutura e mobilidade.
“Meu pai foi líder comunitário. Conseguiu abrir e dar nome a essas ruas aqui do Irineu Serra, conseguiu trazer linha de ônibus, luz elétrica e linha telefônica. Uma vez ele fez um bolo de 3 metros no dia das mães”, recordou emocionada.
Comentários
Cotidiano
Mulher tem osso de galinha removido do esôfago por endoscopia em Cruzeiro do Sul
Paciente engoliu acidentalmente o objeto no sábado (6) e passou por dor intensa; procedimento evitou cirurgia aberta e ela recebeu alta no mesmo dia

Uma mulher passou por momentos de risco em Cruzeiro do Sul, depois de engolir acidentalmente um osso de galinha, que ficou alojado em seu esôfago. Foto: captada
Uma mulher passou por um susto no último sábado (6), em Cruzeiro do Sul, após engolir acidentalmente um osso de galinha, que ficou alojado em seu esôfago. O objeto causou dor intensa e dificuldade para engolir, exigindo atendimento de urgência.
O procedimento de remoção foi realizado pela equipe da Endoscopia Vale do Juruá, coordenada pelo Dr. Marlon Holanda, na manhã de domingo (7). A paciente foi submetida a uma endoscopia digestiva alta após jejum total, medida necessária para evitar riscos de vômito e broncoaspiração durante a intervenção.
A remoção foi bem-sucedida e não houve necessidade de cirurgia aberta. A paciente recebeu alta hospitalar no mesmo dia, com orientações médicas para recuperação. Casos como esse reforçam a importância do atendimento especializado rápido para evitar complicações mais graves, como perfurações ou infecções.

A paciente foi submetida a uma endoscopia digestiva alta após jejum total, medida necessária para evitar riscos de vômito e broncoaspiração durante a intervenção. Foto: captada
Comentários
Cotidiano
PIB per capita do Acre chega a R$ 31,6 mil em 2023, acima de Pará e de estados do NE, mas abaixo da média do Norte
Dados do IBGE mostram que economia acreana avança, mas ainda fica distante de vizinhos como Rondônia, Amazonas e Roraima; especialistas apontam dependência do setor público e baixa industrialização

O resultado posiciona o estado acima de parte da região Norte e próximo da média regional, mas ainda distante dos desempenhos mais elevados do país. Foto: art
O PIB per capita do Acre atingiu R$ 31,6 mil em 2023, de acordo com dados do Sistema de Contas Regionais do IBGE divulgados nesta semana. O valor coloca o estado acima do Pará (R$ 31,3 mil) e de parte do Nordeste, mas ainda abaixo da média da região Norte, que foi de R$ 36 mil.
Em comparação com os vizinhos, o desempenho acreano fica atrás de Rondônia (R$ 48,3 mil), Tocantins (R$ 42,5 mil), Amazonas (R$ 41 mil), Roraima (R$ 39,4 mil) e Amapá (R$ 38,1 mil). O resultado reflete uma evolução gradual da economia local, mas ainda limitada por uma estrutura produtiva concentrada no setor público, serviços e atividades extrativistas, com reduzida presença industrial.
Segundo economistas consultados, o crescimento do PIB per capita é positivo, mas mostra que o estado continua dependente de setores de menor valor agregado e com menor capacidade de geração de renda e emprego em comparação com líderes regionais. A superação desse cenário exigiria maior diversificação produtiva, investimentos em infraestrutura e atração de indústrias com maior impacto na economia.
Comparativo regional
- Rondônia: R$ 48,3 mil
- Tocantins: R$ 42,5 mil
- Amazonas: R$ 41 mil
- Roraima: R$ 39,4 mil
- Amapá: R$ 38,1 mil
- Acre: R$ 31,6 mil
- Pará: R$ 31,3 mil
Contexto nacional
- Média Brasil: R$ 53,8 mil (crescimento de 8,56% em 2023)
- Distrito Federal: R$ 129,7 mil (maior do país)
- Sudeste: R$ 69 mil (influenciado por SP e RJ)
- Centro-Oeste: Mato Grosso com R$ 74,6 mil
- Nordeste: Maranhão com R$ 22 mil (menor)
Análise econômica
- Estrutura produtiva: Concentrada em setor público, serviços e extrativismo
- Desafio: Menor presença industrial comparada a líderes regionais
- Recomendações: Diversificação produtiva, atração de investimentos e fortalecimento de infraestrutura
Os números refletem a histórica dependência do Acre de atividades tradicionais e do setor público, com menor capacidade de geração de valor agregado em comparação a estados mais industrializados. Apesar de avanços graduais, o estado precisa superar limitações estruturais para reduzir a distância econômica em relação às regiões mais desenvolvidas do país.

No Acre, analistas apontam que ampliar a diversificação produtiva, atrair novos investimentos e fortalecer a infraestrutura são fatores essenciais para elevar o nível de renda e reduzir as desigualdades em relação às regiões mais industrializadas do país.
Comentários
Cotidiano
82% das famílias acreanas seguem endividadas, aponta Fecomércio-AC
Pesquisa mostra estabilidade entre setembro e novembro de 2025; altas taxas de juros são apontadas como principal fator de manutenção do endividamento

Redução no número de famílias com contas em atraso sinaliza cautela dos consumidores. Foto: ilustrativa
O percentual de famílias acreanas endividadas se manteve em 82% entre setembro e novembro de 2025, segundo dados regionais analisados pela Fecomércio-AC. Apesar da estabilidade geral, houve redução significativa em indicadores específicos: 41.963 lares declararam ter dívidas em atraso (queda de 4,08%) e 13.779 famílias relataram não ter condições de pagar suas contas (redução de 4,57%) – ambos os menores índices desde maio.
Perfil do endividamento
- Maior impacto: Famílias com renda de até 10 salários mínimos (35,4% das entrevistadas)
- Tendência: Redução para 41.963 lares (menor índice desde março/2025)
Fatores explicativos
- Taxas de juros: SELIC elevada impacta capacidade de pagamento
- Comportamento: Famílias evitam novas dívidas e buscam regularizar existentes
- Perspectiva: 13º salário deve reduzir endividamento nos próximos meses
Análise institucional
“Essa continuidade reflete o momento econômico atual, as altas taxas de juros” – Egídio Garó, assessor da Fecomércio-AC
A estabilidade no endividamento reflete o cenário econômico nacional de juros elevados, enquanto as reduções nos indicadores de inadimplência sugerem maior cautela dos consumidores acreanos. A expectativa é que o 13º salheiro traga alívio às famílias no final do ano.

Você precisa fazer login para comentar.