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Pandemia gera impacto na saúde mental de estudantes de medicina

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Psiquiatra manitesta preocupação com tentativas de suicídio na área

Além da saúde mental da população, em geral, a pandemia de covid-19 impactou as condições dos profissionais de saúde e dos estudantes de medicina. O debate sobre o tema é importante por causa da alta prevalência de transtornos mentais que esses grupos apresentam, afirmou hoje (8) a psiquiatra Grasiela Marcon, ao participar, em Fortaleza, do 39º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)

Segundo a médica, as tentativas de suicídio de colegas representam um desafio na profissão.

De acordo com Grasiela, desde 2017, percebe-se uma preocupação com os desfechos relacionados com a saúde mental. A partir daquele ano, veículos nacionais e internacionais voltados para o tema passaram a se preocupar com as possibilidades de suicídio.

Um dos casos relatados foi o de uma estudante de medicina de universidade norte-americana que, já na fase final do curso, acabou se matando, ao jogar-se do alojamento. “Foi uma comoção e levantou a questão relevante de que o suicídio acontece e, muitas vezes, acontece mais próximo do que se imagina.”

O trágico evento levou à adoção de medidas para prevenir tais situações, disse a psiquiatra. Centros de apoio psicológico e psiquiátrico começaram a se espalhar pelos campi universitários depois da morte da estudante, e os professores perceberam que, após as intervenções, caíram os índices de suicídio ou de tentativa de suicídio na instituição.

Pré-pandemia

Pesquisa realizada antes da pandemia com 130 mil estudantes de 47 países revelou prevalência de 11% de manifestações psíquicas nessa população, e 15,7% buscaram atendimento psiquiátrico. Foi encontrada prevalência de sintomas depressivos de quase 30%. “A procura por auxílio não é feita pela maioria dos estudantes, e isso vale para os médicos também”, destacou Grasiela.

Também no Brasil, desde 2017, a Universidade de São Paulo (USP) registrou seis tentativas de suicídio entre estudantes de medicina, tendência que acabou sendo verificada em outras universidades. Um estudo feito na época encontrou prevalência de depressão de 30% entre os estudantes de medicina, prevalência de ansiedade de quase 33%, baixa qualidade de sono e sonolência matinal que atingiam quase metade dos alunos, cada.

Em 2019, em tese de mestrado, Grasiela tentou entender quais eram os estudantes de medicina com tendência suicida e encontrou prevalência de quase 9% em uma amostra de cerca de 5 mil estudantes que já tinham tentado suicídio. Entre os fatores de risco nessa população, aparecem homossexualidade, bissexualidade, baixa renda baixa, traumas na infância ou na fase adulta, bullying na universidade, história familiar de tentativa de suicídio ou de suicídio consumado, uso diário de tabaco e consumo excessivo de álcool.

Existem ainda fatores de vulnerabilidade. Entre as dificuldades encontradas estão idade precoce, dependência financeira da família, a própria saída da casa dos pais, distância da família, solidão, diferenças culturais, maior exposição a fatores estressantes, como as demandas acadêmicas. Grasiela destacou que 90% dos pacientes que tentam suicídio têm comorbidades psiquiátricas não tratadas ou tratadas de forma incorreta.

Covid-19

No início da pandemia de covid-19, o isolamento social gerou impacto na saúde mental da população em geral e, também, dos estudantes de medicina. O fato foi agravado pelo próprio adoecimento, pela doença de familiares e morte de parentes e amigos. O ponto positivo foi no aprendizado. Do grupo de 41 estudantes que participaram da experiência, 37,9% mostraram prevalência de depressão e 33,7% de ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 25% dos sintomas depressivos e de ansiedade aumentaram durante a pandemia e no período pós pandemia.

Estudo feito no Brasil apurou que 62% da massa de estudantes de medicina estavam em procedimento psíquico, 55% acabaram relatando perda de interesse, quase 40% sentiram-se inúteis, quase 20% sentiram-se incapazes de desempenhar um papel útil na vida e 9% demonstraram tendência suicida.

Na população médica, pesquisa efetuada na fase pré-pandemia, na China, em 2020, publicada na revista Lancet, revelou que 46% dos médicos tiveram sintomas de depressão grave; 41%, sinais de ansiedade e 70%, sintomas moderados a graves. Para prevenir o suicídio tanto entre estudantes de medicina e profissionais mais velhos, a psiquiatra disse que é preciso identificar precocemente os sintomas e oferecer assistência em relação a isso. Um dos fatores que mexem com os profissionais é a aposentadoria futura, disse Grasiela.

Entre as motivações encontradas em 200 médicos que se suicidaram nos Estados Unidos, durante a pandemia, a médica citou a incapacidade de trabalhar ante a deterioração da saúde, o uso de substâncias químicas, conflitos de relacionamento, estresse financeiro, questões trabalhistas e institucionais.
Segundo Grasiela, a saída para garantir a saúde mental é buscar o equilíbrio, contrabalançando as dificuldades com momentos prazerosos, de modo que os médicos possam exercer a profissão de forma perfeita, com ética, mas também com saúde.

*A repórter viajou a convite da Associação Brasileira de Psiquiatria

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Acidente entre carro e moto é registrado na Avenida Brasil, em Sena Madureira

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Uma das vítimas permaneceu no local aguardando atendimento e, posteriormente, foi encaminhada ao Hospital João Câncio Fernandes para receber os cuidados médicos necessários.

Na tarde desta sexta-feira (07), um acidente envolvendo um carro e uma moto foi registrado na Avenida Brasil, em Sena Madureira. Foto: cedida 

Na tarde desta sexta-feira (07), um acidente envolvendo um carro e uma moto foi registrado na Avenida Brasil, em Sena Madureira.

Até o momento, não há informações sobre as circunstâncias que levaram à colisão. Uma das vítimas permaneceu no local aguardando atendimento e, posteriormente, foi encaminhada ao Hospital João Câncio Fernandes para receber os cuidados médicos necessários.

As autoridades competentes devem investigar o ocorrido para esclarecer as causas do acidente.

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Na posse do presidente do Tribunal de Justiça, Nicolau Jr defende parcerias entre os poderes

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Convidado para compor a mesa de honra na solenidade que deu posse ao desembargador Laudivon Nogueira como presidente do Tribunal de Justiça do Acre, realizada na tarde desta sexta-feira,7, na sede do Tribunal, em Rio Branco, o presidente da ALEAC,deputado Nicolau Júnior defendeu o fortalecimento de parcerias entre os poderes.

O presidente do legislativo acreano parabenizou toda a corte empossada e adiantou que fará em breve uma visita institucional ao novo presidente, onde pretende iniciar novas tratativas com o judiciário estadual.

“Não poderia deixar de mencionar o brilhante trabalho desempenhado pela desembargadora Regina Ferrari, marcado por investimentos e transformações. Desejo ao novo presidente, sucesso na gestão, pois seu conhecimento e experiência irão agregar na condução dos rumos dessa corte. O legislativo estadual está a disposição do judiciário para toda iniciativa que tenha o bem comum e coletivo como principal meta. Em nome de todos os parlamentares, agradeço o convite para este ato e reitero nosso respeito “, disse Nicolau.

Laudivon Nogueira assumiu o lugar da desembargadora Regina Ferrari, que passou a ocupar a vice presidência. Ao assumir o mais alto cargo do judiciário estadual, o desembargador disse que todos os poderes constituídos do estado precisam atuar em consonância, com independência e defendendo os interesses da sociedade.

“Os poderes são harmônicos e independentes entre si. Posso dizer que existe hoje no Acre um bom relacionamento entre o executivo, legislativo e judiciário, algo inclusive que é reverenciado por todos os magistrados e servidores da instituição. Farei uma visita ao presidente Nicolau, inclusive já conversei com ele, e irei dar continuidade a essa relação harmoniosa”, disse o desembargador.

Laudivon Nogueira é 31• desembargador a assumir a presidência do TJ. Ele vai comandar a corte no biênio 2025/2027.

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Policial acusado de estuprar crianças da própria família é condenado a mais de 30 anos de cadeia

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Em outras condenações anteriores, ele já havia recebido 48 anos de prisão; agora, sua pena subiu para 78 anos, pagamento de multas e perda do cargo público

As condenações cabem recurso, mas o réu não pode recorrer em liberdade/Foto: Reprodução As condenações cabem recurso, mas o réu não pode recorrer em liberdade/Foto: Reprodução

A juíza de Direito Andréa da Silva Brito, da 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Rio Branco (AC), condenou, nesta quinta-feira (6), a mais 30 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, o policial penal Everton Martins da Silva, de 47 anos.

Preso preventivamente desde abril de 2024, quando a investigações foram iniciadas, o policial já recebeu duas condenações anteriores, uma de 30 anos e outra de 17 anos, por estupro de vulneráveis, crimes praticados contra crianças as quais o condenado tinha ascendência na condição de avô – ele era casado com a avó das crianças.

Com a nova sentença, sua condenação chega a 78 anos e ainda há outros processos que ele responde pelos mesmos crimes, contra outros membros da família. Nos três casos em que foi condenado, os crimes tinham como vítimas duas meninas, hoje com idade em torno de 13 anos, e um menino de 12.

Há ainda denúncias de que pelo menos uma mãe dessas crianças, quando tinha a idade que seus filhos têm agora, também foi estuprada pelo homem, já identificado como um predador sexual de crianças. No caso que gerou sua primeira condenação, os crimes foram praticados de forma reiterada contra uma criança que, à época dos fatos, tinha apenas cinco anos de idade. O réu, padrasto da mãe da vítima, era considerado avô pela proximidade e pelo papel que desempenhava nos cuidados diários, já que a criança residia com ele.

As condenações incluem também  o pagamento  por danos morais em quantias que já superam os R$ 50 mil em danos morais à vítima. Além disso, as condenações também determinam a  perda do cargo público exercido pelo réu.

As condenações cabem recurso, mas o réu não pode recorrer em liberdade.

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