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Nos 122 anos do Tratado de Petrópolis, Acre celebra história, tradição e protagonismo nacional

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Tratado de Petrópolis é um marco da diplomacia brasileira. Foto: Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação Elias Mansour

O  Acre volta seus olhos para um de seus capítulos mais decisivos: o Tratado de Petrópolis, acordo que afirmou o destino do povo acreano e reafirmou sua identidade no cenário nacional. A celebração deste marco, lembrado todo 17 de novembro, torna-se um chamado à memória e um tributo ao caminho que consolidou o território no coração do Brasil. Em cada linha dessa história, escrita com coragem e bravura, pulsa a força de um povo que nunca deixou de lutar por sua terra e por seu lugar no mapa.

Muito antes do acordo firmado entre Brasil e Bolívia em 1903, o território que viria a ser o Acre já era palco de disputas e definições territoriais. O primeiro marco relevante dessa trajetória remonta ao Tratado de Madri, assinado em 1750, que reformulou as fronteiras dos territórios de Portugal e Espanha no continente sul-americano. Embora não remetesse diretamente da região acreana, o tratado abriu caminho para a ocupação portuguesa em áreas mais próximas ao oceano Pacífico, inaugurando uma nova dinâmica geopolítica na Amazônia.

Mais de um século depois, o Tratado de Ayacucho, assinado em 23 de novembro de 1867, na Cidade de la Paz de Ayacucho, definiu as novas fronteiras entre Brasil e Bolívia, estabelecendo que a região acreana pertencia ao país vizinho. Apesar disso, a intensa migração de brasileiros para os seringais e as explorações econômicas locais começaram a transformar o cenário.

A  tensão crescente entre posse legal e ocupação real culminou na Revolução Acreana, movimento liderado por seringalistas e figuras emblemáticas como Plácido de Castro. Entre 1899 e 1903, os revolucionários protagonizaram batalhas e acordos que expressavam o desejo de integração ao Brasil. A luta política e militar levou o governo brasileiro a negociar diretamente com a Bolívia.

Tratado encerrou de vez o período da Revolução Acreana. Foto: Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação Elias Mansour

Como resultado, o Tratado de Petrópolis foi assinado em 17 de novembro de 1903, incorporando definitivamente o território do Acre ao Estado nacional e garantindo os direitos da população que já habitava a região. O acordo se tornou um dos capítulos mais simbólicos da história diplomática do país e um marco de afirmação para o povo acreano.

Acre vira estado

Décadas mais tarde, outro momento histórico marcou a presença do Acre dentro da Federação. Em 15 de junho de 1962, o então presidente João Goulart sancionou a Lei nº 4.070, que elevou o território à categoria de Estado. A data é celebrada anualmente como o aniversário do Acre, reforçando a importância de reconhecer e valorizar a evolução política, econômica e social alcançada desde então.

Em 15 de junho de 2025, Acre comemorou 63 anos desde que foi elevado à categoria Estado. Foto: Pedro Devani/Secom

O chefe do Executivo estadual, Gladson Camelí, destaca que, desde que assumiu o governo, o Acre tem avançado de forma significativa e, para o futuro, espera garantir mais oportunidades, desenvolvimento e dignidade aos cidadãos.

“O povo acreano é guerreiro e lutou para ser brasileiro. Nestes 122 anos da assinatura do Tratado de Petrópolis, reforço meu compromisso de seguir trabalhando para cuidar de todas as pessoas que vivem em nosso estado. Celebrar esta data enquanto governador me enche de orgulho, porque ela representa não apenas a nossa história, mas também a força e a união que moldaram o Acre. Ver o estado crescer, fortalecendo suas tradições e avançando com responsabilidade, é um privilégio que levo comigo todos os dias”, afirma o governador.

Governador Gladson Camelí demonstra amor e orgulho do estado. Foto: José Caminha/Secom

Construção da identidade acreana

Datas como o aniversário do Tratado de Petrópolis carregam significados que vão muito além da celebração simbólica. Elas funcionam como lembretes fundamentais da trajetória que moldou o Acre e reforçam a importância de manter viva, no cotidiano das pessoas, a verdadeira história do estado. Revisitar esses marcos históricos é uma forma de preservar a identidade acreana e fortalecer o sentimento de pertencimento entre as novas gerações.

Identidade e cultura acreana podem ser vistas por todo o estado. Foto: Alice Leão/Secom

Segundo a historiadora e professora do programa Pré-Enem Legal, Manuely Costa, um dos pontos centrais desse processo é garantir que esses ensinamentos estejam sempre presentes na sala de aula. Ela destaca que o conhecimento histórico é uma ferramenta poderosa para despertar nos estudantes o entendimento sobre as lutas, conquistas e desafios que marcaram o povo acreano.

“Para construirmos essa ideia de memória e pertencimento a este local, é fundamental que tenhamos conhecimento sobre a nossa história. Nada melhor do que datas como esta para promovermos discussões e levá-las para a sala de aula. Dessa forma, o aluno pode refletir, o que é muito importante para a constituição da nossa identidade”, frisa Manuely.

Manuely fala sobre a importância de manter o estudo da história do Acre nas escolas. Foto: Alice Leão/Secom

A historiadora ressalta ainda que manter datas como o Tratado de Petrópolis vivas no ambiente escolar e no cotidiano dos acreanos cria um vínculo natural entre história, identidade e amor à pátria. Para ela, quando o aluno compreende o passado, passa também a valorizar a trajetória que permitiu ao Acre ocupar o lugar que tem hoje no cenário nacional.

“A história é feita de memória e de elementos que nos fazem retornar ao passado. Precisamos revisitar esse passado, pois, caso contrário, não conseguiremos construir o futuro. Lembrar uma data histórica é justamente trazer de volta a lembrança de um acontecimento que foi importantíssimo para a formação do nosso estado”, observa Manuely.

Estado avança

Em todas as áreas do poder público, o Acre vem registrando avanços significativos que refletem diretamente na qualidade de vida da população. Educação, saúde, segurança, meio ambiente e administração têm recebido investimentos contínuos e ações estruturantes que impulsionam resultados reais. O governo destaca que essas melhorias fazem parte de uma estratégia integrada que busca modernizar o estado, fortalecer políticas públicas e ampliar oportunidades.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan) mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do Acre alcançou R$ 26,3 bilhões em 2023, registrando um crescimento real de 14,7%. Esse resultado não apenas representa o maior desempenho desde o início da série histórica, em 2002, como também evidencia a solidez do avanço econômico do estado. O ritmo de crescimento acreano foi 11,5 pontos percentuais superior à média nacional, que ficou em 3,2%.

Agropecuária é a principal responsável pelo aumento no PIB do Acre. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Esse movimento de forte expansão dá continuidade ao desempenho positivo observado em 2022, quando o Acre já havia registrado um crescimento de 6,0%, sendo o quinto maior do país naquele ano. A combinação de investimentos estratégicos e fortalecimento de setores produtivos consolida um ambiente favorável para o desenvolvimento sustentável. Esses números comprovam que o Acre está no caminho certo, avançando de maneira consistente e se posicionando como referência de crescimento na região amazônica.

A vice-governadora, Mailza Assis, ressalta que o dia 17 de novembro é uma data para relembrar as raízes do Acre, fortalecer a identidade do povo acreano e reafirmar o compromisso do governo do Estado com as futuras gerações.

“A história do Acre é marcada por emoção, coragem e superação. O Brasil inteiro precisa conhecer e reconhecer como o povo acreano lutou para fazer parte deste país, com garra, determinação e um profundo amor à pátria. Essa data é muito mais do que uma simples celebração. Ela representa aquilo que há de mais valioso em nossa terra, a força de um povo que nunca desistiu. Esse é o verdadeiro símbolo de patriotismo”, pontua Mailza.

Vice-governadora Mailza: “Nosso Acre é um orgulho para todos.” Foto: Neto Lucena/Secom

Preservação ambiental

O Acre também se destaca nacionalmente pela forma como cuida de suas florestas e de seus recursos naturais. Inserido no coração da Amazônia, o estado desenvolveu ao longo dos anos uma relação de profunda responsabilidade com o meio ambiente, compreendendo que sua riqueza natural é um patrimônio que precisa ser protegido hoje para garantir futuro às próximas gerações.

Com 84% de sua cobertura florestal preservada, o Acre figura entre os líderes em conservação ambiental no Brasil. Esse indicador revela não apenas a força das políticas públicas implementadas, mas também o compromisso da população acreana com práticas sustentáveis e com o uso responsável dos recursos naturais.

Rio Croa, em Cruzeiro do Sul, exibe toda a sua exuberância; local é morada de comunidades tradicionais da floresta. Foto: Pedro Devani/Secom

Ao adotar um modelo de governança verde reconhecido nacional e internacionalmente, o estado tem conciliado desenvolvimento econômico com preservação. Programas de controle, monitoramento e valorização da floresta em pé têm guiado ações que fortalecem cadeias produtivas sustentáveis, como a borracha, a castanha e o manejo florestal comunitário.

“Esse esforço coletivo demonstra que é possível crescer sem abrir mão da cultura amazônica. O Acre reafirma diariamente seu papel de guardião da floresta, mostrando ao Brasil e ao mundo que desenvolvimento e conservação podem, e devem, caminhar lado a lado”, salienta Gladson Camelí.

Ao focar na preservação ambiental, governador reafirma compromisso com os povos originários que vivem no Acre. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Acre no protagonismo nacional

Com o constante crescimento econômico e social, o Acre consolida seu lugar no protagonismo nacional. Os olhos do Brasil se voltam cada vez mais para o estado, que tem mostrado capacidade de avançar sem perder suas raízes, seus valores e sua identidade.

Palácio Rio Branco é um símbolo da cultura e do turismo acreano. Foto: Diego Gurgel/Secom

No centro de todas as políticas públicas permanece um princípio que orienta cada ação do governo: cuidar das pessoas. É essa dedicação que impulsiona o Acre a seguir adiante, fortalecendo sua presença no país e projetando novos horizontes para sua população.

“Nosso estado merece ser celebrado todos os dias. Nossa história precisa permanecer viva na memória e no imaginário de todos os brasileiros. Somos um povo aguerrido, resiliente e profundamente conectado às riquezas que a nossa natureza oferece. Seguimos juntos, lapidando o diamante que é o Acre”, finaliza o governador.

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Acre

Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

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Foto: Cedida

Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.

A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.

Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.

“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.

A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.

Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.

A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.

Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.

Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.

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Acre receberá R$ 6,3 milhões para conservação e manutenção de rodovias em 2026

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A Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário, vinculada ao Ministério dos Transportes, publicou a Portaria nº 939, de 16 de dezembro de 2025, que aprova os Programas de Trabalho apresentados pelos estados e pelo Distrito Federal para aplicação dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustíveis) no exercício de 2026. O decreto foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU).

O ato foi assinado pela secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, e tem como base a Lei nº 10.336/2001 e a Portaria nº 228/2007, que regulamentam a destinação dos recursos da Cide. A portaria também estabelece que eventuais alterações nos programas deverão seguir rigorosamente as normas previstas na legislação vigente.

No caso do Acre, foi aprovado o Programa de Conservação e Manutenção de Rodovias Estaduais para 2026, conforme processo administrativo nº 50000.029129/2024-53. O plano prevê investimentos voltados à conservação, manutenção e recuperação de importantes trechos da malha rodoviária estadual.

Entre as rodovias contempladas estão a AC-010, no trecho entre Rio Branco e Porto Acre; a AC-040, ligando Rio Branco a Plácido de Castro; a AC-090, no trecho entre Rio Branco e o km 100; além das rodovias AC-475, AC-485, AC-380, AC-445, AC-407 e AC-405, que atendem municípios como Xapuri, Bujari, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.

O valor total destinado ao programa no Acre soma R$ 6.337.978,18, com execução financeira distribuída ao longo dos quatro trimestres de 2026. Os recursos serão aplicados de forma contínua, garantindo a manutenção e recuperação das vias estaduais ao longo de todo o ano.

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Acre

No Acre, casamentos duram cerca de 11 anos, ficando abaixo da média nacional

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Os casamentos estão durando menos em todo o Brasil, e o Acre aparece entre os estados com menor tempo médio de duração das uniões, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto, no país, os matrimônios duram, em média, 13,8 anos, no Acre esse período cai para 11,1 anos, ficando abaixo da média nacional e regional.

No ranking dos estados brasileiros, o Acre ocupa uma das posições mais baixas em relação à duração dos casamentos, ficando atrás apenas de unidades da Região Norte e Centro-Oeste, como Rondônia (11 anos) e Roraima (10,2 anos). Os dados fazem parte da Estatística do Registro Civil, divulgada pelo IBGE em dezembro, e se referem às uniões formalizadas em 2024.

Apesar da redução na duração média dos casamentos, o IBGE registrou, em 2024, a primeira queda no número de divórcios desde 2019, com redução de 2,8% em relação ao ano anterior.

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