Acre
No Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, governo do Acre pontua avanços e desafios da defesa dos direitos LGBTQIA+
“O falar não se restringe ao ato de emitir palavras, mas de poder existir”, difunde a filósofa brasileira Djamila Ribeiro e sua fala dialoga com os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ em todo o mundo. E refletindo sobre eles e reivindicando direitos, no dia 17 de maio é celebrado o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia.

A data é uma oportunidade para destacar a importância da igualdade, do respeito e da aceitação para todos, além de apoiar e amplificar as vozes da comunidade composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexo, assexuais e outras, promovendo a inclusão.
Para a construção de uma sociedade mais inclusiva, o governo do Acre busca fazer sua parte na busca por garantia de direitos e conscientização da população.
No último ano, em agosto, o governo sancionou e publicou no Diário Oficial do Estado (DOE) a Lei nº 4.158, de 9 de agosto de 2023, instituindo no Acre oficialmente o Dia de Valorização, Respeito à Diversidade LGBTQIA+ e Combate à LGBTfobia.

A data estimula o Poder Executivo, a sociedade civil e movimentos a promoverem atividades educativas, culturais, esportivas e de mobilização social, com o intuito de disseminar informações, combater preconceitos, promover o diálogo, a inclusão e a igualdade de direitos para todas as pessoas LGBTQIA+.
Com caráter educativo, outra lei sancionada pelo governador Gladson Cameli determina a afixação de cartazes em comércios e prédios públicos, informando sobre a criminalização de atos discriminatórios motivados por qualquer tipo de preconceito, seja de raça, cor, etnia, sexo, religião, entre outros.

Desde 2019, a homofobia é criminalizada em todo o Brasil, por meio de uma determinação atrelada à Lei de Racismo nº 7.716, de 1989, que prevê como crimes discriminação ou preconceito por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. A mais recente atualização da lei contempla atos de “discriminação por orientação sexual e identidade de gênero”.
Promovendo a diversidade
Por intermédio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), o governo do Acre busca fortalecer a comunidade LGBTQIA+ por meio de diversas políticas públicas, principalmente com o desempenho da Divisão de Promoção da Diversidade Sexual.
Desde novembro de 2023, Germano Marino assumiu um compromisso com um plano de ação para fortalecer a comunidade LGBTQIA+ no estado do Acre, e define: “Estamos com muitas ações a longo prazo, todas visando um objetivo maior no futuro e buscando atender uma demanda reprimida que temos em mãos”.

O gestor estadual aponta algumas das políticas executadas, como a realização de conferências regionais e estaduais a serem realizadas este ano, alavancando políticas públicas essenciais para a garantia de direitos.
Também destaca a articulação com parlamentares da bancada acreana no Congresso Nacional, em Brasília, objetivando a implementação do Centro Estadual de Assistência e Cidadania LGBTQIA+. O planejamento do centro está previsto no Plano Plurianual (PPA) e será dedicado a implementar ações e serviços destinados a melhorar a qualidade de vida da população em situação de vulnerabilidade social, prevenindo riscos e fortalecendo os vínculos comunitários.

“O centro é uma das ferramentas que mais almejamos para poder materializar esse acolhimento, para receber de maneira temporária pessoas vulnerabilizadas e ser um apoio para que consigam se estruturar numa sociedade que muitas vezes nega o apoio”, especifica Marino.
Para o futuro, um feirão de empregabilidade para abrir as portas do mercado de trabalho para pessoas vulnerabilizadas também está sendo vislumbrado pelo Estado, tendo em vista a necessidade de colocação profissional para a autonomia da população LGBTQIA+.
A SEASDH também realiza diversas atividades educativas sobre os direitos e vivências, como a mais recente oficina de letramento, intitulada “Os Direitos Humanos da População LGBTQIA+”, ministrada pelo professor Toni Reis.

Frente ao poder do conhecimento, Marino finaliza: “Conscientização é a palavra-chave para a luta contra o preconceito. Uma sociedade fica cada vez mais rica quando é construída com base no respeito e na diversidade. A diversidade é enriquecedora”.
Inclusão para todas
A Secretaria de Estado da Mulher (Semulher) também é uma importante ferramenta na propagação de direitos para mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis, por meio da Divisão de Diversidade de Orientação Sexual e de Identidade de Gênero. Gerida por Luar Maria Fernandes, a divisão executa diversos projetos de promoção de políticas públicas de autonomia econômica e ações de conscientização.

Um dos projetos desenvolvidos foi o lançamento e panfletagem da cartilha “Sou A Travesti, Existo” para maior compreensão da sociedade civil, com o objetivo de promover a visibilidade e combater a discriminação pela orientação sexual e identidade de gênero. Rodas de conversas em centros de referência de assistência social também são realizadas para difundir e melhor acolher a população específica.

A Semulher também realiza busca ativa com mulheres trans em situação de vulnerabilidade, apresentando as políticas públicas já executadas, como os cursos do Impacta Mulher, disponibilizados pelo Senac, fundamentais no objetivo de proporcionar empregabilidade, por meio de cursos profissionalizantes para mulheres vítimas de violência.

Para maior conhecimento do público-alvo, no início do ano, a secretaria disponibilizou uma pesquisa de mapeamento para desenvolver políticas públicas direcionadas às mulheres LBT+ do estado.
Orgulho de existir
Considerando a importância de ouvir e exaltar pessoas LGBTQIA+ na data em questão, conheça a história de Cristian Moraes de Oliveira. Natural de Rio Branco e formado em Artes Cênicas, ele compõe o quadro de servidores da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE).

Sempre com aptidão para o meio artístico, Christian se dedica à arte desde os 14 anos, quando começou a se aprofundar, por meio de cursos de formação que abriram oportunidades para os palcos como ator e dançarino. Paralelo a isso, ele se diz fascinado com o ato de lecionar e com o ambiente escolar. “Na universidade eu entendi que a docência era o meu caminho. Os meus interesses principais são constituídos pela educação, a arte e a gestão. Esses três pilares constroem a minha carreira profissional”, conta.
E além dos talentos voltados para as artes, outro aspecto que ele carrega desde o nascimento é sua sexualidade. Atualmente, com 34 anos de idade, Christian se identifica como um homem cisgênero gay e orgulhoso da sua trajetória de vida.
Ele compartilha: “Desde criança eu me sentia diferente e com o meu amadurecimento eu passei a me entender melhor. Sempre tive a necessidade de me expressar e na dança eu encontrei esse meu lado criativo que me ajudou a ter maior compreensão própria”.

Na atual sociedade, pessoas LGBTQIA+ encontram contextos de opressão e dificuldades de integralização plena na sociedade, questões superadas por Christian com o apoio da sua maturidade.
“Com a minha personalidade e meu profissionalismo eu adquiri muito respeito e aprendi a nunca mais esconder quem eu realmente sou”, conta.
Ele relata que vez ou outra se depara com comentários depreciativos, que evidenciam o valor da instituição de leis e da atuação do poder público na repressão de atos criminosos e na promoção de atos educativos em combate ao preconceito enraizado na sociedade.
Atendimento humanizado
Na realização de denúncias de violências de gênero, violência doméstica e vítimas de crimes com motivação LGBTfóbicas, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) desempenha um valoroso papel como instituição defensora dos direitos dos cidadãos e garantia de pessoas vulnerabilizadas.

Tal acolhimento acontece principalmente com o desempenho dos profissionais do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), um órgão auxiliar criado em junho de 2016 e de coordenadoria geral da procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo.
Os atendimentos acontecem de maneira humanizada, por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais jurídicos, de assistência social e psicologia, os quais atuam por oferta e demanda, seja de maneira presencial ou virtual. “Trabalhamos com o objetivo de dar total atenção às vítimas e a seus familiares, garantindo a segurança e resolutividade do problema”, garante Solene Costa, coordenadora de administração do CAV.

Especificamente com a população LGBTQIA+, o centro atua desenvolvendo diversas atividades de garantia de direitos, com orientações de retificação de nome e gênero, ações educativas e atendimento de pessoas vítimas de violências.

Recém-chegado no órgão, Moisés Alencastro acrescenta à equipe com apoio jurídico e com sua vivência profissional e pessoal. Em sua visão, como membro da comunidade, ele pontua a relevância de promover a educação e, principalmente, a realização de denúncias frente a atos de violência.
Ele defende: “Não podemos ser omissos às opressões. A nossa coletividade já conquistou leis que nos respaldam. Temos profissionais de excelência que se desdobram para proteger aqueles que tiveram seus direitos tolidos”. E indo além da atuação de instituições, ele expressa: “A família também é essencial para um acolhimento apropriado. É o apoio mais importante que um indivíduo pode ter”.
Caso sofra ou presencie algum tipo de violência, acione o centro de atendimento, pelos números: (68) 3212-2051 e (68) 99993-4791, pelo e-mail: [email protected], ou também de maneira presencial, no Centro de Rio Branco, localizado na Rua Marechal Deodoro, 472. As denúncias podem ser realizadas de maneira segura e anônima.
O que é LGBTfobia?
A LGBTfobia pode ser definida como a rejeição, o medo, o preconceito, a discriminação, a aversão ou o ódio contra aqueles que sentem desejo ou têm práticas sexuais com indivíduos do mesmo sexo, assim como contra pessoas que não se conformam com o papel de gênero predeterminado socioculturalmente para o seu sexo biológico.
O comportamento reflete uma construção social moldada no pensamento apenas na exaltação de uma forma de sexualidade, a heterossexual, e de uma única forma de identidade de gênero, a cisgênero, em detrimento de outras formas de existir.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), desde 2018 publica dossiês que compilam informações de violência contra pessoas trans brasileiras, e, mais recentemente, concluiu que em 2023 houve um aumento de mais de 10% nos casos de assassinatos de pessoas trans em relação a 2022, totalizando 145 assassinatos.
Seja um aliado
A luta pela igualdade e pelo respeito à comunidade LGBTQIA+ é uma jornada contínua, impulsionada por vozes corajosas e por ações concretas de governos, instituições e cidadãos comprometidos com a justiça social. E a construção deste futuro mais inclusivo não se restringe a legislações e políticas públicas, é uma responsabilidade coletiva que envolve a educação, a conscientização e o fortalecimento de vínculos comunitários e familiares.
Fonte: Governo AC
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Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco
Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.
Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.
A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.
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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro
Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada
A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.
Comparativo anual:
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2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões
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2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões
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Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados
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Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados
Principais tributos pagos pelos acreanos:
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Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS
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Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)
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Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA
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Taxas de comércio exterior e outros encargos
Destinação dos recursos:
Os valores arrecadados são utilizados para:
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Custeio da máquina pública (salários e manutenção)
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Financiamento de obras e infraestrutura
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Execução de programas governamentais
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Pagamento de servidores públicos
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Quitação de dívidas do estado e municípios
O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.
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Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.





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