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Na Capital: com Educação Emocional e Social, 74% dos alunos de Rio Branco se tornaram mais comunicativos e carinhosos
Prefeitura da capital é pioneira no Brasil com inovação pedagógica, da Inteligência Relacional que já reduziu de maneira significativa o bullying e os comportamentos agressivos nas escolas municipais
Com Folha do Acre
O programa Liga Pela Paz vem transformando completamente a vida de milhares de estudantes da rede municipal de ensino de Rio Branco. Ao longo de cinco anos de implantação – de 2013 a 2018 – pesquisa realizada através de questionários validados pelo Conselho Federal de Psicologia e Literatura Psicométrica mostram que 74% dos alunos melhoraram suas habilidades de relacionamento, ou seja, os estudantes estão mais comunicativos, empáticos e carinhosos, o que contribui para a melhoria da convivência. Além disso, a pesquisa mostra que 71% aumentou as habilidades assertivas, com educandos menos violentos consigo próprio e com os outros na hora de comunicar suas necessidades, auxiliando na prevenção de comportamentos violentos e do bullying – considerado o mal do século nas escolas do mundo inteiro.
No ano passado, a Consultora Pedagógica da Inteligência Relacional – a organização que trata da implementação do Liga Pela Paz em Rio Branco – Lauren Ribeiro esteve na capital do Acre para acompanhar de perto uma ação muito importante no contexto da inteligência emocional. Entre os dias 25 e 29 de setembro de 2017, Lauren monitorou o programa com gestores, coordenadores, educadores e alunos através do Acompanhamento Pedagógico Presencial, que avaliou a evolução do programa em doze escolas.
Neste período, uma atenção especial e priorização foi dada às escolas rurais. Os encontros foram muito proveitosos. Eliana de Lima, da Escola Rural Mauricília Santana, trabalha com a Liga Pela Paz há três anos, e disse que o Acompanhamento Pedagógico Presencial foi muito produtivo e especial. “Na presença da consultora, as crianças se sentiram importantes e acolhidas. Tudo aconteceu como uma troca de afeto. Foi maravilhoso ver o entusiasmo delas em mostrar como estão desenvolvendo as atividades da Liga Pela Paz. Um dia comum de aula se transformou em um dia especial. Foi incrível”, relatou Eliana à época.
A Prefeitura de Rio Branco, através da Secretaria Municipal de Educação (SEME), tem sido pioneira com a implantação da educação socioemocional nas escolas, que só no ano passado, em 2017, foi inserida pelo Ministério da Educação na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em três das dez diretrizes vigentes. O Secretário de Educação, Marcio Batista, diz que o Acompanhamento Pedagógico Presencial é o momento de receber um feedback de como a Cultura de Paz está sendo desenvolvida nas escolas, com as crianças, há quase cinco anos. “Desde 2013 na nossa rede de ensino, a Metodologia Liga Pela Paz já é uma das principais linhas da nossa educação e hoje nos dá a convicção de que nossas crianças têm ferramentas para transformar a si próprias e suas famílias, que passam a ser agentes multiplicadores e até mesmo suas comunidades. Quando recebemos o Acompanhamento Pedagógico é como se pudéssemos nos olharmos no espelho e vermos o reflexo desse empenho em oferecer a educação socioemocional para milhares de crianças que sabem a importância de aprender Matemática, Português e também sobre o perdão, o diálogo e o respeito pelo próximo”, disse Marcio Batista.
Acompanhamento mostrou efeitos positivos da Liga Pela Paz na rede municipal de ensino
O Acompanhamento Pedagógico Presencial na Escola Ione Portela também despertou o interesse das crianças naquela ocasião. “Eles aproveitaram o momento para mostrar como realizam as dinâmicas e como trabalham o Emocímetro. As crianças se sentiram muito prestigiadas e os professores também, afinal, foi uma ótima oportunidade para trocar informações e conhecimentos. Estou encantada com a metodologia”, comentou Keury Costa, professora do 5º ano.
Na Escola Professor Mário Lobão, que atende à população rural, o Acompanhamento Pedagógico Presencial agregou novos valores e conhecimentos aos educadores e gestores. A professora do 4º ano, Keylla Cristina Coelho Saldanha, conta que seus alunos estavam trabalhando o exercício do Respirar, Pensar e Agir (RPA), quando receberam a visita da consultora pedagógica da Inteligência Relacional.
“A chegada dela despertou ainda mais vontade em realizar a dinâmica. As crianças ficaram muito curiosas com esse olhar diferenciado, com o conhecimento e domínio dela em falar sobre a metodologia”, comenta Keylla. Ainda no mesmo dia, a professora conta que houve um conflito em sala de aula e que, a partir da mediação da consultora, no dia seguinte, os alunos envolvidos já estavam mais calmos e tranquilos.
Para a consultora pedagógica da Inteligência Relacional, a experiência nas escolas de Rio Branco foi enriquecedora. “Foi possível me certificar da integração dos conceitos da Educação Emocional e Social já arraigados ao ensino nas escolas públicas do município desde 2013. Pude vivenciar todas as possibilidades e crescer com os educadores, observando as estratégias psicopedagógicas sugeridas pela Liga Pela Paz e como os conteúdos são transmitidos aos alunos. Fiquei muito feliz em ver a dedicação e o empenho de todas as escolas e da Secretaria Municipal de Educação em trabalhar a Cultura de Paz”, relatou Lauren Ribeiro.
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Saúde alerta sobre a importância da vacinação contra a COVID-19 após mortes no Juruá
A Secretaria Estadual de Saúde reafirma o chamado para que a população busque a imunização e permaneça atenta aos sintomas respiratórios, contribuindo para a proteção coletiva contra a COVID-19
A Secretaria Estadual de Saúde reforçou a importância da vacinação contra a COVID-19 após a confirmação de pelo menos sete mortes causadas pela doença na região do Vale do Juruá. Segundo Diane Carvalho, coordenadora regional de saúde, a equipe segue monitorando atentamente a situação local e orientando a população sobre medidas preventivas necessárias.
A vacinação tem mostrado resultados positivos na redução da transmissão e da gravidade da COVID-19. Carvalho destaca que, apesar do aumento de casos nesta temporada, o número de internações e agravamentos tem sido baixo, refletindo a adesão da população às vacinas.
O estado também se preparou para a temporada sazonal de síndromes gripais, com um dia específico de vacinação em outubro do ano passado, o que ajudou a manter os números confortáveis em comparação ao ano anterior. “É importante que as pessoas com comorbidades, como problemas cardíacos e pulmonares, continuem se protegendo, pois ainda estão em risco”, explica Carvalho.
Além da vacinação, recomendações incluem o uso de máscaras em locais públicos e a higienização frequente das mãos. A Secretaria Estadual de Saúde reafirma o chamado para que a população busque a imunização e permaneça atenta aos sintomas respiratórios, contribuindo para a proteção coletiva contra a COVID-19.
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Polícia Civil do Acre participa de curso de capelania e celebra formação do primeiro capelão da instituição
A capelania é um serviço de apoio espiritual e emocional realizado por capelães treinados, que atuam em hospitais, forças de segurança, escolas, presídios e outras instituições, levando conforto e orientação às pessoas que enfrentam momentos difíceis
Nesta sexta-feira, 31, a Polícia Civil do Acre (PCAC) participou do curso de capelania promovido no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Rio Branco. Durante a solenidade, 39 formandos de diversas instituições receberam a certificação e a entrega das insígnias, que simbolizam o compromisso dos capelães em prestar assistência espiritual em diferentes contextos.
A capelania é um serviço de apoio espiritual e emocional realizado por capelães treinados, que atuam em hospitais, forças de segurança, escolas, presídios e outras instituições, levando conforto e orientação às pessoas que enfrentam momentos difíceis.
Entre os formandos estava o agente de polícia Gesly Alves da Rocha, que se tornou o primeiro capelão da PCAC. “Esse é um momento histórico na minha vida, pois vejo um mover de Deus em direção às pessoas por meio de um amor genuíno pelo próximo. Encaro esse desafio como ímpar, pois irei levar mensagens de amor aos que mais precisam. Toda a equipe da nossa instituição estará disponível para oferecer apoio espiritual e emocional”, destacou o capelão.
O delegado Adjunto, Cleylton Videira, presente na solenidade, ressaltou a importância desse marco para a Polícia Civil: “A capelania traz um suporte essencial para nossos policiais, que lidam diariamente com desafios intensos. A nomeação do primeiro capelão da PCAC representa um avanço no cuidado com o bem-estar emocional e espiritual de nossos servidores e da população atendida pela instituição.”
O coronel e diretor do Ministério Pão Diário, responsável pelo curso, Ailton Bastos também enfatizou a relevância do apoio às capelanias em todo o Brasil. “O trabalho dos capelães é fundamental para fortalecer aqueles que enfrentam desafios físicos e emocionais. Nosso compromisso é continuar apoiando e capacitando esses profissionais, garantindo que mais instituições possam contar com esse suporte essencial”, afirmou.
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Baseada em lei federal, Justiça do Acre nega liminar que autorizaria transporte de passageiros por motociclistas de aplicativo
Juíza Zenair Bueno considerou que a abrangência da legislação não inclui os motociclistas. Por conta do impasse, a magistrada e o superintendente da RBTrans foram alvos de ameaças de morte, que serão investigadas pela Polícia Civil.
A Justiça do Acre negou uma liminar que autorizaria o transporte de passageiros por motociclistas de aplicativo nessa quarta-feira (30). A decisão é mais um capítulo no impasse entre os condutores e a Superintendência de Trânsito de Rio Branco (RBTrans) ao redor da legalidade da atuação desses profissionais.
O advogado que representa a categoria, Saulo Ribeiro, havia tentado garantir a legalidade dessa atividade. Porém, a juíza Zenair Bueno, da 2ª Vara de Fazenda Pública de Rio Branco, considerou que a abrangência da Lei 13.640/2018, que trata sobre o transporte de condutores vinculados a plataformas online, não inclui os motociclistas.
“É de se observar que a legislação pertinente ao caso possui natureza restritiva, não podendo ser interpretada de modo a ampliar seu sentido ou alcance. Ressalte-se que a possibilidade da exigência de autorização para o exercício de atividade econômica, trabalho, profissão ou ofício tem assento constitucional (art, 5º, XIII e art. 170, parágrafo único) e, neste caso concreto, a norma que exige autorização está expressa no artigo 11 da Lei 12.587/2012 [alterada pela lei de 2018]”, citou a magistrada.
Após a decisão, o advogado informou que vai entrar com recurso. “Haja visto o indeferimento. iremos manejar um agravo de instrumento para o Tribunal de Justiça, buscando a reforma da decisão do Juízo”, informou.
Ameaças
Sem dar detalhes, a Polícia Civil informou que está investigando ameaças de morte à juíza Zenair Bueno e ao superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, em meio ao impasse sobre o transporte de motociclistas por aplicativos.
Por meio de nota assinada pelo delegado geral José Henrique Maciel, a corporação informou que trabalha para identificar os responsáveis pelas ameaças.
“Desde a última quinta-feira, 30, a instituição iniciou as primeiras diligências investigativas para identificar os responsáveis e garantir a segurança das autoridades ameaçadas”, diz o texto.
Impasse
No dia 22, a Prefeitura de Rio Branco publicou uma portaria que regulamenta o serviço de transporte de passageiros por meio de aplicativos. O documento destaca que apenas condutores que possuam Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B ou superior estão autorizados a exercer a profissão na capital acreana, excluindo motociclistas da função.
A regulamentação se baseia na Lei Federal nº 13.640/2018, que proíbe o uso de motocicletas, por meio de aplicativos, para o transporte privado remunerado de passageiros. A medida foi sancionada durante o governo Michel Temer, três anos após a chegada de uma das maiores plataformas desse tipo de serviço ao Brasil.
A legislação estabelece como categoria mínima de habilitação para o motorista exercer a atividade a categoria B, que permite a condução de automóveis. O entendimento diz que motos, que estão na categoria A não são adequadas para o serviço por causa da falta de segurança.
O RBtrans disse que vai cumprir o que determina a lei e que os condutores flagrados no exercício ilegal da profissão, serão autuados e multados.
“Não existe nenhuma contravenção na lei, o que existem são interpretações de alguns leigos. As leis dizem que o transporte por aplicativo tem que ser com veículo de quatro rodas, carteira categoria B acima, em nenhum momento diz categoria A. Enquanto a fiscalização da prefeitura, continua da mesma forma dos últimos quatro anos”, disse o superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas.
Ele ainda justificou dizendo que apenas uma nova legislação federal poderia mudar a situação. “O que a gente lamenta é que essas pessoas, de fato, são trabalhadoras. É uma legislação da União, não cabe o Município dizer que não vai fiscalizar e nem aplicar a lei podendo responder por prevaricação e omissão”, ressaltou.
Ele acrescentou que, por recomendação do Ministério Público do Acre (MP-AC), as fiscalizações serão intensificadas contra os motoristas irregulares. “Temos nos reunido no MP constantemente, nos reunido também com os legalizados, que são os mototaxistas e motoristas de ônibus, bem como o pessoal do transporte de aplicativo
Penalidades para os motoristas flagrados na ilegalidade:
- Multa gravíssima (R$ 293,47 e 7 pontos na carteira);
- Condução para delegacia;
- Prisão do condutor em caso de reincidência, com abertura de processo criminal e enquadramento nas normas de segurança e transporte público.
Ação contra portaria
O advogado Saulo Ribeiro, que representa alguns motociclistas por aplicativo, disse que ingressou com uma ação judicial com o objetivo de suspender os efeitos da medida imposta, até que haja uma regulamentação que garanta o livre exercício da atividade pelos motoristas de aplicativo.
Ele destacou que a ação é baseada, justamente, pela falta de regulamentação. “A RBTrans não poderia simplesmente excluir a categoria de motorista tipo moto por aplicativo. Hoje temos uma decisão em Rondônia, por meio de mandando de segurança, que assegura a atividade dessa categoria. Posteriormente, o mandado de segurança foi concedido no mérito. Estamos usando também como base legal a Lei nº 12.587/2012 e jurisprudência”, argumentou.
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