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Na 2ª fase da Série D, Independência completa neste sábado (2) 79 anos de histórias

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Independência – Campeão Acreano de 1985. Em pé, da esquerda para a direita: Cardosinho, Adalberto Ferreira (diretor), Paulo Roberto, Paulão, Ronivon Santiago (técnico), César, Klowsbey, Emilson Brasil, Valdir Silva (diretor), Carvalho Neto (preparador físico) e Saturnino (massagista). Agachados: Carlos, Erivaldo, Mariceudo, Isaac, Merica, Carlinhos Bonamigo e Paulinho Rosas. Foto/Acervo Manoel Façanha

Na 2ª fase da Série D, Independência completa neste sábado (2) 79 anos de histórias
MANOEL FAÇANHA – NA MARCA DA CAL

Um dos clubes mais tradicionais do Acre, o Independência FC, chamado por seus torcedores pelo glorioso epíteto de Tricolor de Aço, completa nesta sexta-feira, 2 de agosto, 79 anos de existência. O clube foi fundado no ano de 1946 por um grupo de empresários da cidade de Rio Branco, , sendo que inicialmente a agremiação foi chamada de Ypiranga Futebol Clube. O seu primeiro presidente foi o jornalista Tufic Asmar e o uniforme o primeiro uniforme foi constituído de camisa com listras verticais vermelhas, verdes e brancas, calção branco e meias brancas. Os desenhos do uniforme e do escudo fazem referência ao Fluminense, do Rio de Janeiro.

Nestas quase oito décadas de existência, o clube do Marinho Monte, ao lado de Juventus, Rio Branco e Atlético Acreano, forma o quarteto dos times mais tradicionais do futebol do Acre, inclusive, apontado como o clube de maior torcida do futebol local durante as décadas de 1970, 1980 e 1990. No entanto, aos poucos, pela ausência de títulos, a torcida tricolor diminuiu de forma considerável. Acredita-se, porém, que  com o bicampeonato acreano (2024/2025) e o retorno da participação do clube nas competições nacionais (Copa do Brasil, Copa Verde e Campeonato Brasileiro da Série D), o torcedor tricolor, aos poucos, está voltando a frequentar as arquibancadas.

Neste domingo (3), a partir das 17h, na Arena da Floresta, o Tricolor de Aço tem compromisso pela segunda fase do Campeonato Brasileiro da Série D.  O adversário será o Altos, do Piauí. O técnico Ivan Mazzuia espera conseguir um bom resultado diante da equipe piauiense para chegar no jogo da volta com a possibilidade de brigar pela vaga na terceira fase da competição.

Na década de 1970, o Tricolor de Aço formou grandes esquadrões

Independência – 1973. Em pé, da esquerda para a direita: Melquíades, Clérman, Chicão, Jorge Floresta, Deca, Flávio, Chico Alab, Manoel, Pitéo, Eró, Otávio e José Augusto. Agachados: Lelê, Mané Garrincha, Mundoca, Carlinhos, Euzébio, Bico-Bico, Rui Macaco, Bebé e Júlio César. Acervo Manoel Façanha.

Numa viagem no tempo, fica evidente que a época mais gloriosa do clube ocorreu durante as décadas de 1970/1980. Neste período, o Tricolor de Aço conquistou cinco estaduais (1970/1972/1974/1985/1988) e era um clube que formou vários esquadrões com atletas de altíssimo nível, entre os quais podemos citar alguns jogadores que figuraram no clube na década de 1970: Aldemir Lopes, ponta de lança que parecia levitar em campo; Escapulário, armador bailarino que dançava com a bola nos pés; Bico-Bico, ponteiro veloz e driblador e lendário pela vida boêmia; e Palheta, zagueiro ao mesmo tempo duro (no combate ao adversário) e clássico (com a bola nos pés), além do goleiro José Augusto, verdadeira muralha tricolor. O clube do Marinho Monte, no ano de 1973, contou numa partida amistosa, contra o Atlético-AC, com a presença do lendário bicampeão mundial Mané Garrincha vestindo a camisa da agremiação. Na mesma partida, Garrincha, já aposentado, jogou um tempo de partida pelo Galo Carijó.

Independência 1973. Em pé, da esquerda para a direita: Zé Augusto, Lelé, Flávio, Palheta, Melquíades e Eró. Agachados: Bico-Bico, Sílvio, Aldemir Lopes, Nostradamus e Bolinha. Foto/Acervo Francisco de Assis Muniz Ribeiro.

Independência – 1974. Em pé, da esquerda para a direita: Chico Alab, Escapulário, Palheta, Deca, Zé Augusto e Flávio. Agachados: Bico-Bico, Aldemir Lopes, Rui Macaco, Augusto e Júlio César. Foto/Acervo Zacarias Fernandes.

Independência – 1978. Em pé, da esquerda para a direita: Belo, Pedrinho, Mário Sales, Aníbal e Chiquinho. Agachados: Ilzomar, Tom, Da Guia, Valdir Silva, Torôco e Litro. Foto/Acervo Francisco Dandão.

Independência – 1982.Em pé, da esquerda para a direita: Milton, Deca, Pintão, Marroco, Aníbal e Lércio. Agachados: Rose, Salvador, Dadão, Ney e Neivo. Foto/Acervo Milton Ferreira

Na década de 1980, o Independência ainda montou boas equipes. Tanto que levantou o “caneco” de campeão acreano em duas oportunidades: 1985 e 1988. Vários jogadores de ótimo nível técnico vestiram a camisa tricolor nessas campanhas. Casos, por exemplo, de Paulinho Rosas, Emilson Brasil, Klowsbey, Sabino, Antônio Júlio, Paulo Roberto, Mariceudo, Isaac, Paulão etc.

O maestro Mariceudo foi um dos grandes jogadores da história do Independência. No Marinho Monte, ele conquistou um tricampeonato estadual (1985-1988-1993). Na imagem, o craque assina contrato com o Tricolor de Aço para a temporada de 1985. Foto/Manoel Façanha

Independência – 1985. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto, Klowsbey, Jaime, Paulão, Erivaldo e Merica. Agachados: Agachados: Carlos, Erivaldo, Mariceudo, Isaac, Merica. Agachados: Isaac, Cardosinho, Carlinho Bonamigo, Mariceudo e Paulinho Rosas. Foto/Acervo Francisco Dandão.

Independência – campeão estadual de 1985. Da esquerda para a direita: Merica, Carlinhos Bonamigo, Paulão, Paulinho Rosas, Erivaldo, Emilson Brasil, Mariceudo, Paulo Roberto Oliveira, Cardosinho, César e Klowsbey. Foto: Acervo Manoel Façanha

Independência – 1985. Em pé, da esquerda para a direita: Joãozinho, Cézar, Kiko, Tonho, Zé Alberto, Ronivon (técnico), Merica, Carlos, Valdir Silva (diretor) e Macapá (presidente). Agachados: Marroco, Erivaldo, Mariceudo, Carlinhos Bonamigo, Paulinho Rosas, Marquinhos Araújo, Cardosinho e Carvalho Neto (preparador físico). Sentado: Klowsbey. Foto/Acervo Manoel Façanha

Independência – 1988. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto (repórter), Sabino, César, Anderson, Klowsbey, Merica e Paulão. Agachados: Venícius, Mariceudo, Paulinho e Antônio Júlio. Foto/Acervo Francisco Dandão.

Jogadores e torcedores do Independência posam com a taça de campeão estadual de 1988. Foto/Acervo Manoel Façanha.

Cinco títulos na era do profissional

Na era do profissionalismo (1989  para cá), o Independência conquistou apenas quatro títulos em 31 disputados, três deles pela elite do futebol acreano (1993,1998, 2024 e 2025) e um pela segunda divisão (2018). O Independência ficou ausente do futebol profissional em cinco temporadas (2013, 2016, 2017, 2020 e 2021).

Independência – campeão estadual de 1993. Em pé, da esquerda para a direita: Rocha, Henrique, Waltemir, Alex Chinha, Marcelo e Sérgio Cabeção. Agachados: Paulinho (mascote), Pitiú, Mariceudo, Milton, Cézar Limão e Ivo. Foto/Acervo Manoel Façanha.

Independência FC – campeão estadual de 1998. Em pé, da esquerda para a direita: Jorge Cubu, Milson, Dedé, Klowsbey e Redson. Agachados: Claudinho, Papelim, Artemar, Getúlio, Marquinho Paquito e Dênis. Foto/Acervo Manoel Façanha.

O Independência conquistou o título de campeão acreano da segunda divisão 2018. Foto/Manoel Façanha

O Independência conquistou o título estadual da temporada 2024. Foto/Manoel Façanha

Na temporada 2025, o Independência conquistou o segundo bicampeonato da sua história. Foto/Manoel Façanha

Os grandes cartolas e a torcida apaixonada

Entre os grandes dirigentes do clube do Marinho Monte podemos citar Adalberto Aragão, Darci Pastor, Adherbal Maximiano Caetano Correa, Eugênio Mansour, Hélio Amaral, José Esteves, Gersinho, Orlando Sabino, Valdir Silva, Jose Eugênio Leão Braga, o Macapá, e entre outros.

A hoje colunista social Rubedna Braga e os irmãos com Mané Garrincha, vestido com a camisa do Independência, em 1973. Foto/Acervo Pessoal Manoel Façanha

Independência, campeão acreano de 1974. José Ambrósio (massagista), Graça Cunha (torcedora), Júlio César, Deca, Augusto, Dona Moura (torcedora) e Valtinho (filho do técnico Valter Félix). Foto/Acervo Augusto Barros.

Independência – 1984. Em pé, da esquerda para a direita: Valdir Silva, Auzemir, Adrian, Marinho, Marcos Almeida e Zé Ambrósio. Agachados: Zequinha, Klinger, Casquinha e Pedrinho. Foto/Acervo Pedro Peixoto.

Equipe de handebol do Independência – Meados dos anos de 1980. Em pé, da esquerda para a direita: Raimundo Janelinha (in-memória), Deca, Orlando, Hernandes, Carlão, Zé Alcir (in-memória) e Magide. Agachados: Afrânio, Raimundo Martins, Amiraldo, Mustafa e Zé Vieira. Foto/Acervo Manoel Façanha

Com a torcida do tricolor, o presidente Adalberto Aragão comemora o título estadual de 1985. Foto/Manoel Façanha

Walter Felix de Souza (Té), o “Velho Feiticeiro”, carregado por jogadores e torcedores do Independência, em 1988. Foto/Acervo Manoel Façanha

Na saída do Stadium José de Melo, torcedores comemoram o título estadual de 1998. Na imagem, aparecem ainda os cronistas esportivos Manoel Façanha (à esquerda) e Washington Aquino (à direita). Foto/Acervo Manoel Façanha.

Em 2019, o ex-craque e diretor Valdir Silva foi homenageado com uma comenda e uma camisa personalizada do Independência. Foto/Manoel Façanha

Fac símile do jornal O Rio Branco, de 1974.

No currículo histórico de títulos, consta que o Tricolor de Aço ergueu por 22 vezes o troféu de campeão na categoria principal. Doze deles pelo campeão acreano da elite (1954, 1958, 1959, 1963, 1970, 1972, 1974, 1985, 1988, 1993, 1998, 2024 e 2025); Três vezes do Torneio Início (1958, 2001, 2004); Três vezes da Taça Cidade de Rio Branco (1969, 1971 e 1972); Três vezes do Torneio do Povo(1981, 1982, 1986) e uma vez da segunda divisão (2018).

Independência de 1972 – Em pé, da esquerda para a direita: Illimani, Chico Alab, Jorge Floresta, Palheta, Melquiades, Zé Augusto, Flávio e Moura. Agachados: Manoel Pezão, Bico-Bico, Bebé, Aldemir Lopes, Escapulário e Tonho. Mascotes: Yokanan (de branco) e Klowsbey (com a camisa tricolor). Foto/Acervo: Zequinha Moura.

Veja alguns depoimentos de personalidades

O Tricolor de Aço completa neste sábado (2), 78 anos de história. O site na Marca da Cal/Acre News resolveu pegar o depoimento de alguns personagens que fizeram parte ou vivenciaram momento riquíssimos da história de títulos e conquistas da agremiação.

O eclético lateral e técnico Paulo Roberto Oliveira

Em 2005, Paulo Roberto Oliveira comando o Independência na disputa do Campeonato Acreano. Foto: Manoel Façanha

O eclético Paulo Roberto Oliveira, ex-jogador e técnico do Independência lembra com felicidade da sua passagem pelo Tricolor de Aço, onde conquistou o vice-campeonato de 1984 e o título da temporada 1985. Oliveira, que ainda treinou o clube em duas oportunidades (1993 -2005), comentou que o Independência  teve contribuição importante na sua trajetória de atleta, elogiando a diretoria da época e a apaixonada torcida tricolor. “Eu tenho muito carinho e lembranças positivas da minha passagem por essa agremiação história que é o Independência” comentou o ex-lateral direito e hoje funcionário público aposentado da Universidade Federal do Acre (Ufac), professor da Escolinha do Rei Artur  e comentarista do programa esportivo “Bancada da Bola”, da TV5.

Do Tricolor de Aço para o Remo e a Europa

Um dos grandes craques da história do futebol acreano, o atacante Artur Oliveira, lembra com gratidão da sua passagens pelo Independência. “Eu sou muito grato ao Tricolor de Aço e aos dirigentes do clube da época (alguns deles já em outro plano espiritual, como Hélio Amaral, Raimundo Ferreira e Campos Pereira), mas que foram importantíssimos na minha saída do estado para o Clube do Remo”, disse o ex-jogador que trabalha comissionado na prefeitura de Rio Branco-AC, além de comentarista esportivo da Bancada do Esporte  – TV5, emissora filiada a Rede Bandeirantes.

Independência FC – 1991. Em pé, da esquerda para a direita: Ricardo, Toninho, Rocha, Klowsbey, Anderson e Paulão. Agachados: Marcelo Carioca, Marcelinho, Gilmar, Rol e Artur. Foto/Acervo Francisco Dandão

Cronista enaltece a história do Independência

O cronista esportivo Francisco Dandão durante cobertura no estádio Arena da Floresta. Foto/Manoel Façanha

O experiente cronista esportivo Francisco Dandão, colunista do site Na Marca da Cal, acompanhou boa parte da história do clube durante essas quase oito décadas de existência do clube. Segundo ele, a história do Independência se confunde com a própria história do Acre, tantas as figuras importantes da política, da sociedade e dos esportes que, de alguma forma, contribuíram para o sucesso do clube. Certamente, sem o Independência o futebol acreano seria outro bem menor.

Da Princesinha do Acre para o Tricolor de Aço

Independência – 1984. Em pé, da esquerda para a direita: Klowsbey, Paulo Roberto, Paulão, Jaime, Emilson e Erivaldo. Agachados: Paulinho, Gilmar, Julinho, Carlinhos Bonamigo e Medeirinho. Foto/Acervo Gilmar Sales.

O xapuriense Julinho, atacante do Independência no vice-campeonato de 1984, perdido para o Juventus por 1 a 0, gol do atacante Antônio Júlio, em final arbitrada pelo renomado árbitro Jose Roberto Wrigth, explicou que desde criança tinha um sonho de jogar num clube da capital Rio Branco e, apesar de escutar jogos transmitido por rádio do eixo Rio-São Paulo, tinha como ídolos craques do futebol local, como Emilson, Mariceudo e Carlinhos Bonamigo. O artilheiro foi outro a falar da apaixonada torcida do Tricolor de Aço. “A torcida do Independência era coisa ímpar. Eu ficava emocionado quando entrava em campo e via a massa tricolor nos apoiando a cada minuto de jogo. Era de emocionar a alma de qualquer jogador”, lembra com saudosismo o ex-jogador e hoje professor de Educação Física.

4ª partida: a história da maior polêmica do futebol acreano

Fechando a reportagem dos 78 anos de fundação do Independência FC não poderíamos deixar de falar da maior polêmica do futebol acreano, conhecida no meio esportivo raiz como a “quarta partida”. O episódio transcorreu durante a disputa do Campeonato Acreano de 1972 e o desfechou final ocorreu somente em dezembro de 1973, quando o Independência venceu o Juventus nas cobranças de pênaltis, na qual ficou conhecida como o quarto e decisivo jogo daquela competição. Veja abaixo como foi essa história de batalha jurídica e disputa em campo pelo título estadual de 1972.

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Menina de 9 anos pede cadeira de rodas para a avó em cartinha para o Papai Noel em Rio Branco: ‘Vai ficar muito feliz’

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Maria Diana abriu mão de ganhar patins para poder ajudar a avó que chegou a cair quatro vezes. Pedido foi atendido pelo programa Papai Noel dos Correios, com direito ao brinquedo para ela e aos irmãos

Por ser alfabetizada, a criança, que mora com os pais e os irmãos de 8 e 12 anos, teve a iniciativa de escrever a carta sozinha. Foto: captada 

“Meu sonho era ganhar um patins, mas abro mão do meu presente e peço uma cadeira de rodas para minha avó, pois ela cuida de mim e dos meus dois irmãos”.

O trecho acima foi retirado da cartinha de Maria Diana Ribeiro da Rocha, de 9 anos, enviada ao Papai Noel dos Correios. O bom velhinho, então, atendeu ao pedido da criança e fez a entrega tanto da cadeira de rodas para a avó como dos patins para a menina na última quarta-feira (12), no bairro Cidade Nova, no Segundo Distrito de Rio Branco.

Diana viu o anuncio da Campanha Papai Noel dos Correios enquanto a avó Carmosa Fernandes de Oliveira, de 52 anos, assistia o jornal. Por ser alfabetizada, a criança, que mora com os pais e os irmãos de 8 e 12 anos, teve a iniciativa de escrever a carta sozinha.

A pedido de dona Carmosa, um primo da menina fez a entrega pessoalmente na agência do órgão. Contudo, a avó não imaginava o conteúdo da carta da menina que passa a manhã aos cuidados dela, que mora ao lado.

A reportagem, a pequena Diana disse que é de ‘saltar o coração’ o sentimento em receber o presente em dose dupla.

“Estou muito feliz em ver o meu sonho e o da minha avó realizados. Quis fazer essa surpresa porque sabia que ela ia ficar emocionada, ela não sabia de nada. Agora, com meu patins, vou andar para cima e para baixo”, celebrou.

Sinceridade de Diana chamou a atenção de um grupo de amigos que doaram a cadeira de rodas para a avó, além dos patins à criança. Foto: captada 

‘É o que me movimenta’

Carmosa é goiana, mora no Acre há 35 anos e trabalhava como empregada doméstica quando precisou passar pelo procedimento de amputação da perna direita em 2013 após desenvolver trombose.

Ela disse que recebeu o presente com surpresa e gratidão, uma vez que já chegou a cair cerca de quatro vezes na cadeira que utilizava para se deslocar e que estava danificada. Em uma dessas quedas, Carmosa bateu a cabeça na parede.

“Não esperava essa atitude da Diana que é uma criança. Só tenho a agradecer a Deus. Com a nova cadeira de rodas, vou ser muito mais feliz. Sou muito grata por esse presente que veio da minha neta e que foi possível através dessas pessoas maravilhosas. A cadeira é minha perna que falta”, garantiu.

A avó de Diana sobrevive por conta do Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma renda assistencial do governo a pessoas com deficiência que não têm meios de se sustentar. Ela havia comprado sua cadeira de rodas em 2020 com a ajuda de parentes.

A cadeira é o que me movimenta. Mesmo nessa situação, eu limpo casa, faço comida, dou banho nos meus netos e até consigo rastelar [limpar] meu quintal. Essa cadeira de rodas nova vai me ajudar bastante, pois é muito importante para mim, sem ela eu não faria nada”, finalizou agradecida pelo presente.

A mãe de Diana, Nair Oliveira da Mota, de 30 anos, disse que ela não imaginava que a cartinha da menina fosse ser respondida.

“É uma menina atenciosa e muito carinhosa. Nesta semana, o rapaz dos Correios veio até aqui perguntar qual a numeração que ela calçava. Foi quando ela ficou muito feliz e ansiosa”, afirmou emocionada.

Avó Carmosa e neta Diana se emocionaram com entrega de presentes em Rio Branco. Foto: Captada

‘Transformar lágrimas em sorrisos’

A sinceridade da criança que está concluindo o ensino fundamental na escola Madre Hildebranda da Prá, no bairro Cidade Nova, chamou a atenção da dentista Railda dos Santos Alexandre Oliveira que resolveu doar a cadeira de rodas para a avó e o tão sonhado patins para Diana.

A madrinha, que cresceu vendo o costume dos pais de ajudar, disse que busca colocar em prática, por onde passa, os ensinamentos sobre altruísmo que recebeu.

A maior prova disto, segundo Railda, foi a mobilização em torno desta ação, uma vez que a dentista formou um grupo de nove amigos para realizar o sonho da Diana, da avó e dos demais netos.

“Quando vi a carta, fiquei sem palavras para a mentalidade da Diana. Poder ajudá-las não tem preço, sobretudo por transformar lágrimas em sorrisos e impactar vidas. Carinho, amor, solidariedade, caridade, é uma mistura de todos os sentimentos, sabendo que ainda há esperança nesse mundo”, afirmou.

Na ocasião, o irmão mais novo de Diana que também escreveu uma cartinha ao bom velhinho, teve a correspondência selecionada por um outro padrinho e acabou ganhando uma bola de futebol. Já o governo contribuiu com outros presentes avulsos, um deles ainda foi entregue à prima de Maria Diana.

Entrega foi feita por meio da campanha Papai Noel dos Correios, em Rio Branco. Foto: captada 

Papai Noel dos Correios

De acordo com a subcoordenadora da campanha, Tatiane Castro, mais de 1,3 mil cartinhas já foram escolhidas no Acre este ano e os presentes começaram a ser entregues na última segunda-feira (15) em escolas selecionadas pelos Correios, com previsão de finalização no dia 22 de dezembro.

As crianças que tiveram cartas escolhidas serão chamadas para retirar o presente na agência localizada na Avenida Epaminondas Jácome, no centro da capital.

Somente em 2024, quando o projeto completou 35 anos, foram 2,5 mil cartas adotadas no estado e cerca de 350 mil em todo o país.

“Esse projeto é muito especial. Todo ano uma cartinha chama a nossa atenção. Nesse ano foi a da Diana, que abriu mão do sonho dela pela necessidade da avó. Tudo isso acabou ganhando nosso coração. Através da madrinha, realizamos o son

Leia abaixo a íntegra da cartinha de Diana:

✉️🎅“Meu sonho era ganhar um patins, mas eu abro mão do meu presente e peço uma cadeira de roda para minha avó, pois ela cuida de mim e dos meus dois irmãos enquanto meu pai e minha mãe trabalham para comprar comida para nós. A cadeira da minha avó está velhinha, e ela senta na cama esperando arrumar, eu tenho muita dó. Eu estudo para comprar, mas eu sou uma criança e não posso comprar. Eu sei que ela vai ficar muito feliz, pois ela não sabe que estou escrevendo essa carta para ela.”

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Professor e diretor de escola estadual em Tarauacá são afastados por suspeita de assédio a alunas

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Caso foi revelado após vazamento de conversas entre os profissionais; Secretaria de Educação confirmou afastamento e abriu processo administrativo

Um professor e um diretor de uma escola estadual de Tarauacá, no interior do Acre, foram afastados por suspeita de assédio sexual a alunas. Foto: captada 

Um professor e um diretor de uma escola estadual de Tarauacá, no interior do Acre, foram afastados de suas funções por suspeita de assédio sexual a alunas. O afastamento foi confirmado pela Secretaria Estadual de Educação (SEE) na última quinta-feira, dia 18, após o vazamento de conversas no WhatsApp entre os dois em que aparentemente discutiam estratégias para se aproximar de estudantes.

Nas mensagens, às quais a reportagem teve acesso, o diretor pede ao professor contatos de alunas, dizendo: “Você é cheio delas”. O professor responde que vai “agilizar” e menciona o nome de uma aluna. Em seguida, o diretor questiona: “Também quero, só depende de ser sigiloso e ela queira. Você tocou no assunto com ela?”. Em outro trecho, o diretor comenta: “Verdade, e elas precisam de algo, aí que a gente entra”.

A SEE afirmou, em nota, que as mensagens representam “conduta incompatível com o exercício da função” e que os servidores responderão a processo administrativo disciplinar (PAD). A pasta também informou que está em diálogo com as famílias das possíveis vítimas, oferecendo acolhimento e medidas de proteção previstas em lei.

O caso veio a público após o vazamento de conversas no WhatsApp entre os dois profissionais nas quais eles aparentam falar sobre encontros com estudantes. Foto: captada 

O caso está sob investigação interna e pode ter desdobramentos nas esferas penal e cível, dependendo do resultado das apurações. A secretaria reforçou o compromisso com a integridade dos estudantes e a rigorosa apuração de denúncias envolvendo profissionais da educação.

Veja abaixo os trechos das conversas:

Conversas entre professor e diretor levaram ao afastamento deles por suspeita de assédio a alunas. Foto: Reprodução

Suposta discussão de professor e diretor sobre táticas para despertar interesse de alunas. Foto: Reprodução

Suposta conversa de professor e diretor cita estudante que terminou ensino médio em escola de Tarauacá. Foto: Reprodução

Nota da SEE

A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) informa que, acerca da denúncia envolvendo possível conduta incompatível com o exercício da função por parte de um profissional da rede estadual de ensino.

A SEE já adotou as providências administrativas cabíveis, incluindo o afastamento preventivo do servidor de suas atividades, como medida de proteção à comunidade escolar, e a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para a devida apuração dos fatos, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

Paralelamente, a gestão está em diálogo com as famílias envolvidas, prestando o acolhimento necessário e adotando todas as medidas de proteção previstas na legislação vigente.

Aberson Carvalho de Sousa

Secretário de Educação e Cultura do Acre

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Campeonato Acreano Absoluto terá 35 nadadores na disputa

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Foto Maycon Cacau: Joaquin Assaf disputa o Absoluto com objetivo de baixar suas marcas

A temporada de 2025 da natação acreana será fechada neste sábado, 20, a partir das 8 horas, na piscina da AABB, com a disputa do Campeonato Acreano Absoluto. A competição vai reunir 35 nadadores.

“Vamos ter boas disputas. Tivemos poucas competições em piscina custa nesta temporada e fecharemos 2025 com um grande evento”, disse o presidente da Federação Aquática do Estado do Acre (FAEA), professor Ricardo Sampaio.

Fernando Weber é atração

Fernando Weber, atleta do Fluminense, será uma das atrações do Acreano Absoluto. O nadador passa férias em Rio Branco e vai disputar 4 provas.

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