Acre
Moisés Diniz faz denúncia no MP contra preços abusivos das passagens aéreas
O deputado federal Moisés Diniz (PCdoB) deu entrada numa representação no MPF para fins de instauração de inquérito civil para apuração da prática de atos de abuso do poder econômico das empresas GOL Linhas Aéreas e LATAM Airlines.
Segundo o parlamentar acreano, a empresa GOL vem cobrando preços de passagens abusivos e incompatíveis com a regra geral do mercado nos trechos Rio Branco – Brasília – Rio Branco e Cruzeiro do Sul – Rio Branco – Cruzeiro do Sul.
Como forma de comprovar a denúncia, o parlamentar solicitou a empresa GOL o valor de passagens em alguns trechos, nacionais e internacionais, para comparar com trechos aonde se praticam os preços abusivos.
“Uma passagem no trecho Rio Branco – Cruzeiro do Sul – Rio Branco, com ida em 1º de março e retorno em 3 de março, de 2018, custa r$ 460,00, ficando o valor da hora de voo em r$ 418,00, enquanto uma passagem na mesma empresa e no mesmo período, entre Rio Branco – Porto Velho – Rio Branco, custa r$ 239,00, ficando a hora de voo em r$ 240,00”.
Moisés apresentou, também, preços do período de alta temporada, quando os voos estão sempre lotados.
Rio Branco – Porto Velho – Rio Branco, com ida em 18 de dezembro e volta em 28 de dezembro, de 2017, custa r$ 554,00, ficando a hora de voo a um custo de r$ 560,00, enquanto Rio Branco – Cruzeiro do Sul – Rio Branco fica em r$ 1.557,00, ficando a hora de voo a um custo de r$ 1.600,00.
O deputado apresentou ao MPF alguns trechos, com ida em 1º de março e retorno em 3 de março, de 2018, na mesma empresa e, em alguns trechos, em aeronaves maiores e mais modernas.
Brasília – Manaus – Brasilia custa r$ 395,00, voo com duração de 2h56m, ficando a hora de voo a um custo de r$ 154,00.
Brasília – Palmas – Brasilia custa r$ 218,00, voo com duração de 1h15m, ficando a hora de voo a um custo de r$ 189,00.
Brasília – Porto Alegre – Brasilia custa r$ 336,00, voo com duração de 2h33m, ficando a hora de voo a um custo de r$ 142,00.
Brasília – Bogotá – Brasilia custa r$ 1.716,00, voo com duração de 9h34m, ficando a hora de voo a um custo de r$ 183,00.
Brasília – Lima – Brasilia custa r$ 2.183,00, voo com duração de 14h28m, ficando a hora de voo a um custo de r$ 152,00
Brasília – Rio Branco – Brasília custa r$ 983,00, voo com duração de 3h10m, ficando a hora a um custo de r$ 322,00.
“O que se observa é que o valor da hora de voo para o Acre e no interior do Acre, em qualquer época, é 100% maior do que o valor dos trechos de todas as outras regiões”, explica Moisés.
Sobre os preços praticados pela empresa LATAM AIRLINES, o deputado apresentou dois trechos e seus respectivos valores, em período de alta temporada, como forma de comprovar o abuso contra os passageiros do Acre.
Brasília – Rio Branco – Brasilia, com saída em 18 de dezembro e volta em 28 de dezembro, de 2017 custa r$ 3.668,00, voo com duração de 3h20m, ficando a hora de voo a custo de r$ 1.146,00.
Brasília – Porto Alegre – Brasília, com saída em 18 de dezembro e volta em 28 de dezembro custa r$ 1.673,00, voo com duração de 2h33m, ficando a hora de voo a custo de r$ 718,00.
Moisés diz que o único argumento vinculado ao custo operacional se desmorona, quando se apresenta dois trechos que são utilizados: a mesma aeronave, os mesmos comissários e o voo sendo realizado no mesmo dia, sendo um trecho uma sequência de outro, como é o caso do voo que sai de Cruzeiro do Sul, faz escala em Rio Branco e segue para Porto Velho.
“Fizemos questão de apresentar exemplos do período de alta temporada, como forma de demonstrar que também não se sustenta o argumento das empresas aéreas de que o valor alto nos trechos para o Acre e para Cruzeiro do Sul se deve ao fato de existir voos com baixa densidade de passageiros”, argumenta.
O deputado do PCdoB pede que o Ministério Público Federal solicite um relatório de voo dos últimos 12 meses, nos trechos Brasília – Rio Branco – Brasília e Cruzeiro do Sul – Rio Branco Cruzeiro, para identificar que a quantidade de passageiros, maior ou menor, não interferiu no preço das passagens.
Ao fim, o parlamentar pede, na ação judicial, a redução dos preços das passagens nos trechos Brasília – Rio Branco – Brasília e Cruzeiro do Sul – Rio Branco – Cruzeiro do Sul, de acordo com o custo da hora de voo praticado nas outras regiões do país, a devolução da diferença paga aos passageiros que compraram passagens nesses trechos mencionados, nos últimos cinco anos, e a aplicação de multa diária, em caso de reincidência.
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Acre
Ações integradas e fortalecimento das instituições fazem Acre reduzir taxas de homicídios e conquistar destaque nacional

Pela primeira vez em 108 anos, governador empossa uma mulher no Comando da PM. Foto: Felipe Freire/Secom
O estado do Acre, através das ações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) alcançou avanços notáveis na segurança pública, conforme dados divulgados no Atlas da Violência 2025, elaborado e divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Segundo o documento, o Acre registrou uma das maiores quedas na taxa de homicídios do país, de 50,5%, além da expressiva redução de 53,7% na taxa dos homicídios de mulheres.
A coronel Marta Renata, primeira mulher no Comando da Polícia Militar do Acre (PMAC) em 108 anos de história da instituição, afirma que a PM tem atuado diuturnamente para garantir a segurança de todos os cidadãos. “As taxas de redução de homicídios evidenciam os esforços que a instituição tem empregado através de cada policial militar, juntamente com o apoio do estado. Também destacamos a redução na taxa de feminicídio, mas enquanto houver uma mulher em situação de violência doméstica não teremos concluído a nossa missão”, reforça.
Acre reduziu taxa de homicídios em 50,5%
Com a publicação do Atlas da Violência, o estado do Acre tem se destacado nacionalmente pela significativa redução nos índices de homicídios nos últimos anos. Dados do relatório revelam que o Acre reduziu a taxa de homicídios em 50,5% entre 2018 e 2023. Em números absolutos, foram registrados 217 homicídios em 2023, uma queda de 46,9% em relação aos 409 casos de 2018.

Policiamento rural também é realizado em todo estado. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Esse avanço coloca o estado em uma posição de destaque nacional, revertendo um cenário crítico que o colocava entre os mais violentos do país. O desempenho é resultado direto de políticas públicas integradas, como o fortalecimento da inteligência policial, a valorização da polícia comunitária e a articulação com o sistema de justiça.
Em relação à violência de gênero, o Acre também se destaca positivamente. Segundo o levantamento, o estado reduziu em 48,6% o número de homicídios de mulheres no intervalo de cinco anos, de 35 casos em 2018 para 18 em 2023. A secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa, afirmou que este resultado é fruto de cooperação entre as diversas pastam que visão proteger todas a mulher. “Esse resultado é fruto do trabalho incansável de muitas mãos — das equipes das Delegacias, do poder público, dos Centros de Referência, das casas de acolhimento, das campanhas de conscientização e, principalmente, da coragem das mulheres que denunciam”, destacou.

Desde sua implantação, em 2024, o Grupo de Apoio ao Estudante Vítima (Gaev) já acompanhou mais de 20 estudantes. Foto: Joabes Guedes/PMAC.
O documento aponta que o Acre está entre os estados que mais reduziram a letalidade feminina, um indicador que reflete não apenas o combate direto ao feminicídio, mas também ações preventivas, como o funcionamento das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), a ampliação de campanhas de conscientização e a rede de proteção social. A presença ativa da Patrulha Maria da Penha, por exemplo, tem desempenhado papel fundamental na garantia de medidas protetivas e na contenção da reincidência da violência doméstica.

Equipe da Patrulha Maria da Penha. Foto: Sargento Silva Barbosa/PMAC
Entre mulheres negras, analisando um período maior de 2013 a 2023, a redução foi de 58,8% entre 2013 e 2023, conforme revelado na análise. Isso demonstra que o estado tem conseguido avançar no enfrentamento às desigualdades raciais e estruturais que historicamente vitimam a população negra, sobretudo as mulheres, por meio de políticas de enfrentamento ao racismo e de promoção da equidade de gênero e raça.
Resultados sentidos
Essa tendência de declínio é corroborada por levantamentos locais. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) divulgou que, em 2024, a taxa de homicídios caiu para 17,71 por 100 mil habitantes, a menor registrada nos últimos 16 anos, superando até mesmo a taxa de 2011, que foi de 17,73.

Para o secretário de Segurança esses resultados demonstram o comportamento do Estado com a segurança. Foto: Dharcules Pinheiro/ Sejusp
Para o secretário de Segurança, esses resultados demonstram o comportamento do Estado com a segurança. “Esse conjunto de resultados evidencia o comprometimento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública com a segurança da população acreana e a implementação de políticas que visam não apenas a diminuição da violência, mas também a promoção da paz para toda a população do estado”, destacou.

Policiamento dos eventos públicos acontecem simultaneamente em ao menos nove munícipios acreanos. Foto: Joabes Guedes/PMAC
Além da queda nos homicídios, o Acre também apresentou redução em outros indicadores de violência. Nos três primeiros meses de 2025, houve uma diminuição de 29,31% nas mortes violentas intencionais no estado e de 33,33% em Rio Branco, comparado ao mesmo período de 2024. Roubos e furtos também apresentaram quedas significativas, evidenciando a eficácia das operações de combate a esses crimes.

Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) vigia dia e noite vários pontos das cidades do Acre. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
O Atlas da Violência 2025 destaca que, no cenário nacional, o Acre figura entre os estados que mais reduziram seus índices de homicídios ao longo dos últimos anos, juntamente com Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Atlas da violência e o Brasil
Segundo o site do IPEA, o Atlas da Violência é o resultado de uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O documento tem por objetivo retratar a violência no Brasil, principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.
As informações sobre homicídios são analisadas da perspectiva de gênero, raça e faixa etária, entre outras. Além disso, o Atlas auxilia pesquisadores, jornalistas e interessados em geral na temática da criminalidade e violência no país.

Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp). Foto: Mariana Moreira/Sejusp
Em matéria publicada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, o Brasil registrou, em 2023, a menor taxa de homicídios dos últimos 11 anos: foram registradas 45.747 mortes, o equivalente a 21,2 casos por 100 mil habitantes. Entre 2022 e 2023, houve redução de 2,3% na taxa de homicídio por 100 mil habitantes no país. Depois de uma estagnação nas taxas de homicídio entre 2019 e 2022, que estacionou no patamar de 21,7%, volta a se observar uma tímida trajetória de queda iniciada em 2018.
Esses resultados refletem o compromisso das autoridades acreanas em promover a segurança pública e reduzir a criminalidade, consolidando o estado como referência nacional na área.
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Acre
Ponte da Sibéria deve ser concluída até setembro deste ano em Xapuri

Foto: reprodução/Deracre
Após mais de 30 anos de espera, a Ponte da Sibéria, em Xapuri, está finalmente ganhando forma. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), a obra segue em ritmo acelerado e a previsão atual de entrega é para setembro deste ano.
Com 363 metros de extensão, a ponte vai interligar a região da Sibéria ao centro urbano de Xapuri, garantindo mais mobilidade, segurança e conectividade para moradores e visitantes. Segundo o Deracre, mais de 70 trabalhadores estão envolvidos na construção, que se encontra na fase de concretagem da laje inferior por meio do sistema de balanço sucessivo.
O investimento total na obra ultrapassa R$ 40 milhões, com recursos do governo do Estado e de emenda parlamentar do senador Márcio Bittar. A construção é considerada estratégica para o município, que hoje depende de travessia fluvial para acesso à outra margem do rio Acre. A expectativa é que a nova estrutura beneficie diretamente a economia local, a prestação de serviços públicos e a qualidade de vida da população.
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Acre
Quase todos os cortes bovinos subiram de preço em maio
Um levantamento do Programa de Educação Tutorial (PET Economia) do curso Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac) realizado entre os dias 8 e 12 de maio revelou uma leve alta no preço médio da carne bovina no Acre. Em comparação ao mesmo período do mês anterior, o aumento geral foi de 2,93%.
O corte com maior variação foi a fraldinha, que subiu 4,88%. Também tiveram elevação significativa a pá com osso (4,72%), a picanha (3,95%), a agulha (3,89%), o filé (3,53%) e o coxão mole (3,51%). A única queda registrada foi no preço do fígado, com variação negativa de -0,05%.
A pesquisa foi realizada em 50 estabelecimentos comerciais, entre açougues e supermercados, nos municípios de Rio Branco e Assis Brasil.
Em relação ao tipo de estabelecimento, os preços continuam mais baixos nos açougues, onde, apesar de um aumento médio de 3,44%, os valores ainda são 10,82% inferiores aos praticados nos supermercados. Nestes, os preços apresentaram uma queda média de 2,68%.
Entre os cortes com maior diferença de preço entre açougues e supermercados estão o patinho (R$ 31,78 nos açougues e R$ 39,11 nos supermercados), a alcatra (R$ 39,62 contra R$ 48,04) e o coxão mole (R$ 30,73 contra R$ 32,74).
O levantamento também identificou variações entre os municípios pesquisados. O corte de músculo apresentou a maior diferença, R$ 21,00 em Assis Brasil e R$ 26,61 em Rio Branco, uma variação de 21,08%. Outros cortes, como filé, pá com osso e agulha, também apresentaram oscilações significativas entre as cidades.
O PET Economia realiza periodicamente esse tipo de levantamento com o objetivo de oferecer informações que ajudem os consumidores a fazer escolhas mais conscientes, além de estimular a transparência e a concorrência no mercado local.
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