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Lado a lado com o ex-inimigo: Ex-PCC, ex-CV e ex-B13 revelam rotinas de facções no Acre
Os três vivem juntos na igreja do pastor Arnaldo Barros, criador do projeto Paz para o Acre, que acolhe ex-integrantes de facções para tentar reintegrá-los à sociedade.

Samuel Silva de Souza, 35, Clabison Amadeu de Souza Paiva, 31, e Anderson da Silva Andrade, 35, dificilmente apareceriam abraçados meses atrás. Antes de largarem o crime organizado, os três pertenciam e defendiam facções criminosas distintas, que disputam o território do Acre, estado brasileiro que faz divisa com Peru e Bolívia, países produtores de cocaína —o principal negócio do crime organizado brasileiro.
Samuel foi gerente-geral do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas ruas de Rio Branco. Clabison integrou a facção CV (Comando Vermelho) e presenciou de perto a expectativa de um massacre na capital acriana, nos moldes dos que ocorreram no Norte e Nordeste do país nos últimos dois anos. Anderson pertenceu ao B13 (Bonde dos 13), facção local que tem forte —e violenta— atuação no Norte do país.
Atualmente, Samuel é cabeleireiro; Clabison, agente de viagens e estudante de direito; e Anderson, auxiliar de serviços gerais. Os três vivem juntos na igreja do pastor Arnaldo Barros, criador do projeto Paz para o Acre, que acolhe ex-integrantes de facções para tentar reintegrá-los à sociedade.
Anuário divulgado na última terça-feira (10) aponta que a única região do país que teve crescente no número de mortes violentas intencionais em 2018 foi a Norte. Os únicos estados em que a taxa de mortes subiu foram Amapá, Pará, Tocantins e Roraima, todos na mesma região. Investigadores locais apontam que a violência tem aumentado, desde meados de 2014, por conflitos entre facções, na disputa pelo território, que é estratégico porque é uma das principais portas para a entrada de drogas no Brasil.
“Se considerarmos a dinâmica do crime organizado e os esforços feitos pelos governos locais, veremos que as mortes da região Norte indicam um quadro ainda muito intenso de instabilidade e de conflitos”, afirma Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Para o presidente do GNCOC (Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas), Alfredo Gaspar de Mendonça, o Norte se tornou rota internacional de tráfico. “Temos o eixo da introdução da droga no país por esses novos corredores da região Norte, que aumentou —e muito— essa guerra de facções, com número significativo de homicídios”, conta.
Mas, para que as facções se fortaleçam, precisam de pessoas dispostas a integrá-las. A reportagem entrevistou três ex-integrantes de três facções criminosas diferentes, que revelam a rotina dos grupos, apontados pelos especialistas como os principais agentes atuantes para a crescente da violência na região. Abaixo, os relatos de Samuel, Clabison e Anderson, em primeira pessoa.
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Sebrae promove evento para conectar artesãos acreanos à lojistas do Sudeste e Nordeste

Evento integra o Projeto Comprador e conta com apoio de parceiros
Nos dias 3 e 4 de novembro, o Sebrae realiza o encontro de negócios do Projeto Comprador, com foco em conectar talentos do Acre a novas oportunidades de mercado. O evento acontece no formato B2B (Business to Business) e conecta 14 lojistas do Sudeste e Nordeste diretamente aos artesãos acreanos.
O Projeto Comprador contou com uma fase anterior, de capacitação com duração de quatro meses, beneficiando mais de 100 artesãos de dez municípios acreanos, incluindo representantes das etnias indígenas Puyanawa, Shanenawa, Apuriã, Huni Kuin e Marubo.
De acordo com o analista do Sebrae no Acre, Aldemar Maciel, o projeto contou com uma metodologia específica desenvolvida para os artesãos. “As capacitações consistem na modelagem de negócios, gestão da produção, precificação e comercialização, preparando o artesão para fazer negócios com esses compradores”, explicou.

A líder indígena Eni Shanenawa destacou sua satisfação em participar da iniciativa para que as pessoas conheçam a ancestralidade do Povo Shanenawa. “Agradeço ao Sebrae por esse momento tão importante em que nós estamos aqui, como indígenas, para mostrar os nossos artesanatos. É de grande importância para nós que as pessoas levem nossos produtos para fora do estado, porque a sociedade vai ter esse conhecimento da importância do artesanato indígena e do artesanato acreano”, disse.
Pela primeira vez no Acre, a representante da Loja do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Adélia Borges, destacou as belezas da produção acreana. “Essa bioeconomia que a gente vê aqui é uma produção muito linda, cheia de significados culturais. Cada peça que vemos aqui é um trabalho enorme que o artesão faz. Nós somos uma loja em um museu importante e os produtos acreanos fazem um sucesso enorme, principalmente com os estrangeiros”, destacou.

O encontro conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Rio Branco, Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (SETE), Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ), Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a GolLog.
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Polícia Civil deflagra Operação “Desmonte 4” e prende 12 integrantes de organização criminosa no Acre e em Mato Grosso
A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), deflagrou nesta quinta-feira, 4, a Operação “Desmonte 4”, ação que reforça o combate ao avanço e à estruturação de organizações criminosas no estado. A ofensiva contou com apoio estratégico da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diop) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), além da parceria da Draco da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJCMT).

Ao todo, 12 pessoas foram presas preventivamente, sendo 11 em Rio Branco-AC e uma em Várzea Grande-MT, esta última localizada com apoio das equipes especializadas mato-grossenses. As prisões atingem diretamente uma célula criminosa ligada à expansão territorial da facção criminosa.
Segundo as investigações, o grupo atuava na ampliação do domínio territorial, na realização de cadastros de novos integrantes, além de coordenar invasões em áreas da cidade e organizar a venda de drogas em pontos estratégicos de Rio Branco. As ações tinham como objetivo fortalecer a presença da facção e ampliar sua capacidade de atuação criminosa.
O delegado titular da Draco, Gustavo Henrique da Silva Neves, destacou que as prisões representam mais um importante passo na contenção do avanço da organização criminosa no estado. Segundo ele, o trabalho integrado entre as forças de segurança tem sido determinante para enfraquecer a atuação das facções.

Em coletiva de imprensa, o delegado Gustavo Neves destaca que a Operação Desmonte 4 representa mais um duro golpe contra o crime organizado no Acre. Foto: assessoria/ PCAC
“A Operação Desmonte 4 reflete o esforço contínuo das instituições de segurança pública em desarticular o crime organizado. O compartilhamento de informações e a atuação conjunta são fundamentais para impedir o avanço dessas organizações, que tentam expandir seu território e suas práticas ilícitas”, afirmou o delegado.
A Operação “Desmonte 4” integra as ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A rede reúne delegados titulares de unidades especializadas em combate ao crime organizado em todo o país, promovendo o trabalho conjunto, a troca de informações e o desenvolvimento de estratégias de inteligência.
A atuação da Renorcrim, por meio da Diop/Senasp, tem como principal objetivo fortalecer o enfrentamento nacional e duradouro ao crime organizado, garantindo respostas rápidas e integradas às ações das facções criminosas, que têm atuação interestadual.

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Americano recém-chegado ao Acre é brutalmente assaltado no Segundo Distrito de Rio Branco

Vítima foi atacada por quatro criminosos, teve documentos e dinheiro roubados e acabou gravemente ferida
Um cidadão norte-americano, identificado como Joseph Thomas Fratantoni, de 43 anos, foi vítima de um assalto seguido de agressão na noite desta quarta-feira (3), no bairro Cidade Nova, no Segundo Distrito de Rio Branco. O homem havia acabado de chegar ao Brasil no mesmo dia, entrando pela fronteira do Acre.
Segundo informações, Joseph foi surpreendido por quatro homens que levaram cerca de R$ 1 mil, além de seu celular e passaporte. Após o roubo, os criminosos passaram a espancá-lo com pedras, chutes e ripas, causando cortes profundos na cabeça e fortes dores na região das costas e costelas. Em seguida, fugiram.

Mesmo ferido, o estrangeiro conseguiu correr até um hotel próximo para pedir socorro. Funcionários acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que realizou os primeiros atendimentos e o encaminhou ao Pronto Socorro de Rio Branco. Ele está estável.
A Polícia Militar fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi encontrado. O caso segue em investigação.





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