Cotidiano
IDAF dá os últimos passos para a retirada da vacina contra febre aftosa no Acre
O momento é um dos mais esperados dos últimos 20 anos para o setor produtivo do estado. A retirada da vacina contra a febre aftosa representa a passagem do Acre para o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que representará a elevação da pecuária acreana a um novo patamar no mercado de exportação de carnes. Atualmente, o estado produz 100 mil toneladas de carnes por ano, sendo que desse total apenas 30% fica no mercado acreano.
Nesta semana, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf/Ac) está recebendo a visita de representantes da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron). A vinda dos fiscais agropecuários do estado vizinho ao Acre tem por objetivo contribuir com as ações do órgão acreano para o recebimento da auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), programada para ocorrer no mês de março.
A auditoria do Ministério da Agricultura é uma das últimas e fundamentais etapas para o Acre sem tornar zona livre de febre aftosa sem vacinação. A visita da agência defesa rondoniense é resultado de um pedido de apoio do governador Gladson Cameli ao governo do estado vizinho, que foi recém-auditado pelo Mapa. A respeito dessa agenda, o presidente do Idaf, Rogério Melo, recebeu, na última terça-feira, 18, o vice-governador, Major Rocha, o deputado Neném Almeida, o secretário de Produção e Agronegócios, Edivan Maciel e o presidente da Idaron, Júlio Peres.
O encontro teve o intuito de alinhar as ações técnicas de defesa agropecuária entre os dois estados, tendo como foco a retirada da vacina contra a febre aftosa e a importância do fortalecimento do Idaf como órgão protagonista do processo de retirada da vacinação. Além disso, de acordo com o presidente Rogério Melo, a visita do presidente da Idaron representa a disposição do governo do estado de Rondônia em contribuir com a transição do status acreano.
“Precisamos passar a segurança para o Mapa, assim como para o setor produtivo, deixando claro que o Idaf é protagonista nesse processo. Apesar de ser o órgão que faz o trabalho de fiscalizar, o que muitas vezes insatisfaz as pessoas, o Instituto de Defesa Agropecuária do Acre é o guardião do agronegócio. Nós precisamos conscientizar os produtores do Acre que sem o trabalho eficiente e dentro das normas legais que o Idaf faz toda a cadeia que forma o setor produtivo se torna inviável”, comentou o presidente do Idaf, Rogério Melo.
Os fiscais agropecuários Adeildes Gomes, Flávia Ward e Rafael Oliveira são os médicos veterinários do Serviço Veterinário Estadual em unidades de Rondônia que estão no Acre fazendo as orientações que antecedem a vistoria do MAPA. O trabalho busca a uniformização de todos os procedimentos realizados nos escritórios de atendimento do Idaf, de diretrizes no reporte de suspeitas de doenças à organização física dos arquivos e equipamentos.
A fiscal destacada para Xapuri é a médica veterinária Flávia Ward, do município rondoniense de Presidente Médici. De acordo com ela, a visita da Idaron ao Acre, a convite do governador Gladson Cameli, tem uma importância muito grande para o processo por que passa o Idaf em razão de Rondônia já ter superado esta etapa e estar apto a contribuir com orientações essenciais para os profissionais das unidades de defesa acreanas.
“Temos o maior prazer em poder contribuir com a preparação do Idaf para a vistoria do MAPA, uma vez que fazemos parte do mesmo bloco e o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação será, sem dúvidas, uma conquista muito importante para a nossa região que consiste no interesse comum dos dois estados”, afirmou a fiscal agropecuária de Rondônia.
A médica veterinária Ane Gabrielle Cardoso Lima, chefe da unidade do Idaf em Xapuri, considerou ser de extrema importância o trabalho que vem sendo realizado com a visita dos fiscais agropecuários de Rondônia em uma troca de experiências sobre a preparação para a auditoria do Mapa.
“A nossa expectativa para a semana de auditoria é muito boa, de grande responsabilidade, porém é apenas o momento de comprovar o quanto trabalhamos para alcançar esse status tão almejado. E como a doutora Flávia citou, nós somos um bloco, então unidos seremos mais fortes em vários aspectos”.
Ane Gabrielle afirmou ainda que a cooperação entre os estados vizinhos vai criar mais vínculos para que as experiências positivas na defesa agropecuária continuem a ser compartilhadas, podendo até ser ampliadas para parcerias socioeconômicas.
Zona Livre sem vacinação
Há 14 anos, o Acre é reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como zona livre de aftosa com vacinação. Com a retirada da vacina nos países vizinhos, Peru há 5 anos e Bolívia há 2, o estado ficou sob risco de fechamento de mercados e de barreira sanitária para animais vivos.
O estágio em que o estado se encontra atualmente é resultado de políticas exitosas de defesa e inspeção animal, como, por exemplo, a realização de duas campanhas anuais nos últimos 20 anos. O próximo passo, a retirada da vacinação, colocará o Acre em um outro patamar no mercado exportador de carnes.
Para que isso ocorra até o mês de maio de 2020, governo tem tomado uma série de medidas para cumprir com todas exigências impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para que o estado se torne zona livre sem vacinação.
Entre as principais ações estão a realização de um novo concurso público para cadastro de reserva do IDAF, para a contratação de engenheiros agrônomos, engenheiros florestais, médicos veterinários e técnicos em defesa agropecuária e florestal, além da reforma da estrutura física e modernização das unidades de defesa agropecuária em todo o estado.
Entre os dias 9 e 16 de março, o Mapa realizará a auditoria nas unidades de defesa agropecuária do estado para certificar o Acre como zona livre de febre aftosa. Os auditores irão avaliar quatro componentes críticos, considerados como fundamentais pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que são: recursos humanos, físicos e financeiros; autoridade e competência técnica; interação com as partes interessadas e capacidade de acesso a mercados, além da conformidade com as normas existentes.
Reforma das Unidades de Defesa Agropecuária
As reformas das unidades do IDAF no interior do estado já começaram a ficar prontas. A ação do governo do estado junto com o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (Fundepec) faz parte do conjunto de medidas de reestruturação do órgão para a retirada da vacina contra a febre aftosa no Acre.
As obras de restauração de todas as unidades do IDAF no estado fazem parte do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa – PNEFA – que tem o objetivo de garantir ao Brasil o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres da doença sem vacinação.
O PNEFA
O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) tem como estratégia principal a manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A execução do PNEFA é compartilhada entre os diferentes níveis de hierarquia do serviço veterinário oficial com participação do setor privado, cabendo a cada um as responsabilidades específicas.
Os governos estaduais, representados pelas secretarias estaduais de agricultura e instituições vinculadas, responsabilizam-se pela execução do PNEFA no âmbito estadual.
*Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Comentários
Cotidiano
Bocalom evita compromisso automático com Mailza e defende união “ideal” da direita, mas lembra: “Quem tem medo, não entra”
Prefeito de Rio Branco relembra apoio decisivo a James, marido da vice-governadora, em 2008, mas ressalta que “política é dinâmica”; em entrevista, aponta obras e educação como prioridades

Ao tratar do ambiente eleitoral, Bocalom deixou claro que a união é desejável, mas não pode ser imposta. As declarações foram dadas durante entrevista ao programa Bar do Vaz. Foto: captada
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), afirmou nesta terça-feira (16) que não se sente obrigado a apoiar a vice-governadora Mailza Assis na disputa pelo governo do Acre em 2026. Em entrevista ao programa Bar do Vaz, do ac24horas.com, ele defendeu a união da direita como “cenário ideal”, mas ressaltou que eleições são competitivas por natureza.
— O ideal é que o grupo não se desfaça. Mas eleição é eleição. Quem tem medo, não entra — disse Bocalom, ao ser questionado sobre um possível apoio a Mailza. — Eu tenho [obrigação de apoiá-la] ao mesmo tempo que ela também tem.
O prefeito relembrou ter ajudado James, então marido de Mailza, a ser eleito prefeito de Senador Guiomard em 2008 — mesmo ano em que ele perdeu a disputa por Rio Branco. Contou que recusou mudar seu título eleitoral para ser vice de James, mas articulou a migração do PSDB, mobilizou recursos e fez campanha pessoalmente no município.
— Tirei o partido da mão de um vereador, botei na mão do James e ajudei ele a montar o partido lá. Deixei aqui três ou quatro vezes a minha eleição na capital e passava o dia inteiro com ele lá — relatou. — Brasília me arrumou um dinheirinho para fazer minha campanha. Dividi metade para mim e metade mandei para o interior, para ele.
Sobre a relação atual com Mailza, Bocalom afirmou ter “carinho muito grande”, mas ponderou que “política é dinâmica”. Ele também destacou o orgulho de comandar a capital e citou ações na educação e obras urbanas como marcas de sua gestão.
Declarações estratégicas
“O ideal é que o grupo não se desfaça”
“Eleição é eleição. Quem tem medo, não entra”
“Eu tenho [obrigação de apoiar] ao mesmo tempo que ela também tem”
“Ela hoje é vice-governadora, e política é dinâmica”
Relembrando 2008
- Articulação: Bocalom ajudou James a montar PSDB em Senador Guiomard
- Recursos: Dividiu verba de campanha entre capital e interior
- Resultado: James eleito prefeito, Bocalom perdeu em Rio Branco
Gestão atual
- Obras: Revitalização de praças, fontes interativas, “cara de capital”
- Educação: Entrega de uniformes e tablets a alunos municipais
- Aprovação: Vitória no 1º turno com quase 55% dos votos em 2024
As declarações ocorrem em momento crucial de articulação pré-eleitoral, com Mailza Assis e Alan Rick como principais nomes da sucessão estadual.
A postura cautelosa de Bocalom reflete complexidade das alianças na direita acreana, onde históricos pessoais e projetos políticos nem sempre se alinham automaticamente.

Bocalom citou o resultado das urnas como indicativo de aprovação popular. “Ganhar no primeiro turno, com quase 55% dos votos, mostra que as pessoas estão satisfeitas”, afirmou Bocalom. Foto: captada
Comentários
Cotidiano
Prefeitura de Rio Branco intensifica vacinação antirrábica até 19 de dezembro em pontos estratégicos da cidade
A população também pode vacinar seus animais no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que funciona das 7h30 às 16h30, e na Urap Roney Meireles, das 8h às 12h

Rio Branco tem índice de vacinação de 80%, que é a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Foto: cedida
A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, segue intensificando a vacinação antirrábica para cães e gatos em diferentes pontos da cidade até o dia 19 de dezembro, com o objetivo de ampliar o acesso da população ao serviço e manter os índices de cobertura vacinal acima do recomendado pelo Ministério da Saúde.
Atualmente, a vacinação está sendo ofertada no Arasuper do bairro Aviário, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30. Além disso, a população também pode vacinar seus animais no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que funciona das 7h30 às 16h30, e na Urap Roney Meireles, das 8h às 12h.
Após o dia 19 de dezembro, todos os pontos de vacinação antirrábica serão temporariamente suspensos. O serviço será retomado a partir do dia 5 de janeiro de 2026, exclusivamente em dois pontos fixos: o Centro de Controle de Zoonoses e a Urap Roney Meireles.
De acordo com o agente de Vigilância em Zoonoses, Joel Pereira, a estratégia adotada pelo município tem sido fundamental para alcançar resultados positivos.
“Este ano conseguimos alcançar cerca de 80% de cobertura vacinal, que é a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, graças às estratégias de busca ativa e à ampliação dos pontos de atendimento. Em 2026, esse trabalho continua, com a manutenção dos pontos fixos e a retomada das ações itinerantes, inclusive nas áreas ribeirinhas. A vacinação é fundamental para proteger os animais e prevenir a raiva na nossa cidade”, destacou o agente.
A importância da vacinação também é reconhecida pela população. A Vitória Santos, aproveitou a ida ao mercado para vacinar suas cachorras e aproveitou para destacar os benefícios da ação.
“Essa vacinação antirrábica é muito importante porque a raiva é uma doença grave, tanto para o ser humano quanto para o animal. Quando aparecem os sintomas, infelizmente não tem cura. Então, vacinar é uma forma de proteger o nosso animal e também a nossa família”, afirmou Santos.
Comentários
Cotidiano
PF deflagra operação contra tráfico de drogas em voos comerciais partindo do Acre
Esquema usava funcionário terceirizado do aeroporto e CNHs falsas para enviar cocaína a outros estados; uma prisão foi realizada e nove quilos da droga foram apreendidos

O esquema criminoso utilizava voos comerciais regulares, partindo do Aeroporto de Rio Branco com destino a diversos estados da Federação. Foto: captada
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (16) a Operação Queda Livre para combater um esquema de tráfico interestadual de drogas realizado por meio de voos comerciais regulares que partiam do Aeroporto de Rio Branco. Foram cumpridos seis mandados judiciais — cinco de busca e apreensão e um de prisão preventiva — nas cidades de Rio Branco (AC) e João Pessoa (PB).
Investigação apontou que uma organização criminosa vinculada a uma facção do Acre, com comando a partir do sistema prisional, contava com a ajuda de um funcionário de empresa terceirizada do aeroporto para enviar entorpecentes a outros estados. Os traficantes usavam Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) digitais falsas para comprar passagens e embarcar com identidades adulteradas, burlando os controles aeroportuários.
Ao longo das apurações, a PF apreendeu cerca de nove quilos de cocaína em duas remessas. Os investigados podem responder por tráfico interestadual, associação criminosa, falsificação de documento e organização criminosa. As investigações seguem para identificar outros envolvidos.





Você precisa fazer login para comentar.