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Governo publica MP que permite reajustes no preço de medicamentos

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Governo publica MP que permite novos reajustes no preço de medicamentos - Kenneth Lambert/Associated Press

Governo publica MP que permite novos reajustes no preço de medicamentos – Kenneth Lambert/Associated Press

Da Folha

O presidente Michel Temer publicou nesta terça-feira (20) uma medida provisória que permite aumentar ou reduzir os preços de medicamentos “excepcionalmente”, e não apenas com base nos índices máximos de reajuste definidos pelo governo para esses produtos.

A medida abre espaço para que o conselho de cinco ministros vinculados à Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) possa autorizar alterações “excepcionais” no preço a qualquer momento, e não apenas no fim de março, período em que o governo anuncia o percentual máximo permitido de reajuste nos preços após cálculos que envolvem inflação, produtividade e concorrência no setor.

O texto foi publicado no Diário Oficial da União. A medida gerou reação de membros da indústria farmacêutica, que temem a possibilidade de redução nos preços dos remédios.

Membros do governo, no entanto, dizem que a medida foi motivada pelo oposto: a possibilidade de aumento nos preços para estimular a produção de alguns medicamentos com valores tidos como “defasados” e em situação de desabastecimento ou baixos estoques no mercado.

O principal exemplo é a penicilina, utilizada para tratamento da sífilis, doença que vem avançando no país. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, diz que a mudança deve estimular a produção do medicamento.

“A emergência que temos é a sífilis, mas também temos problemas em obter alguns medicamentos para tratamento de câncer. Com isso, viabilizaremos a produção de vários medicamentos que são hoje inviáveis economicamente e que são de interesse do poder público”, justifica.

Questionado, ele nega que o aumento já em estudo pela pasta no preço de alguns produtos possa afetar o consumidor. “São produtos de aplicação hospitalar, que não são de venda de varejo, então não há preocupação”, afirma. Além da penicilina, poderão ter preços ajustados nos próximos meses, por exemplo, os medicamentos benzonidazol, L-asparaginase e dactinomicina, usados para tratamento de câncer, informa o ministério.

Ainda de acordo com a pasta, o novo mecanismo deve ser usado apenas em situações “como potencial risco de desabastecimento ou epidemiológico no Brasil; falta de alternativa terapêutica que supra o mercado nacional e nos casos de medicamentos essenciais que integrem as listas de dispensação ou de procedimento do SUS”. Tais situações, no entanto, não foram especificadas no texto da MP.

CRÍTICAS

A ausência dessas especificações no texto da medida provisória gerou críticas de representantes da indústria. Para Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma, sindicato que representa algumas das maiores farmacêuticas do país, a MP é “populista” e traz riscos ao setor.

“A previsibilidade do nosso setor desaparece completamente. Como vou investir em uma nova fábrica se não sei se o valor do mercado de hoje é o mesmo de amanhã? O fator ‘excepcional’ é completamente subjetivo”, afirma ele, que diz que já estuda recorrer à Justiça para evitar a mudança.

Segundo ele, o texto da medida abre brecha para uma maior interferência em todo o mercado de medicamentos —tanto para aumento quanto para redução nos preços. “Ficou uma medida extremamente ampla. Se algum produto sofrer redução nos preços, ele pode vir a sumir do mercado, o que também traz riscos ao consumidor”, afirma Mussolini.

Já o ministro Ricardo Barros nega prejuízos e afirma que qualquer decisão de mudança nos preços deve ser feita de forma unânime pelos cinco ministros. Segundo o ministro, os critérios serão definidos por meio de uma regulamentação através da Cmed. “Nossa expectativa é termos isso definido até o fim deste ano”, diz.

 

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Três meses após seca severa, município de Feijó decreta emergência retroativa; entenda

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Conforme decreto, pontos do Rio Envira chegaram a registrar 1,5 metro em agosto, impossibilitando a navegação de barcos que abastecem comunidades locais. De acordo com a Defesa Civil Municipal, recursos para assistência já foram recebidos

Prefeitura de Feijó publicou um decreto retroativo a agosto, que reconhece emergência devido a seca. Foto: assessoria 

Três meses após uma seca severa, a prefeitura de Feijó, no interior do Acre, publicou um decreto retroativo a agosto que declara situação emergência no município. O documento foi divulgado no Diário Oficial do Estado (DOE) de quinta-feira (6).

Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal Adriano Souza, o município fez um plano de trabalho no qual foi possível aprovar pouco mais de R$ 1 milhão em recursos federais que serão utilizados na assistência das famílias afetadas pela seca.

“O recurso será usado em assistência às famílias dos ramais, BR-364, Alto e Baixo Envira. Vamos distribuir mais de 4 mil cestas básicas até o final do ano”, disse.

De acordo com o decreto, alguns pontos do Rio Envira chegaram a registrar 1,5 metro em agosto, impossibilitando a navegação de barcos que abastecem as comunidades locais. Já neste início do mês de novembro, o cenário já é bem diferente do período de estiagem.

“O nível do rio [Envira], hoje, está dentro da normalidade em relação à seca. O período de estiagem, onde forma cachoeiras no rio, está ultrapassado. Há bastante chuva, permitindo assim, boa navegação”, completou o coordenador.

Ainda de acordo com Souza, a publicação levou três meses para ser feita por conta de questões burocráticas, mas a Secretaria Nacional de Defesa Civil já liberou o recurso.

“Apesar da burocracia para o recurso ser liberado, demos toda a assistência para as comunidades mais afetadas. Nesse período, fizemos a distribuição de água potável e insumos”, afirmou o coordenador.

O prefeito do município, Railson Ferreira (Republicanos), ponderou que o valor recebido é significativo, entretanto, não é capaz de resolver totalmente o problema da escassez de água.

“Precisamos de uma política pública que traga poços artesianos para atender sobretudo as comunidades rurais e mais isoladas. Pela crise hídrica, as pessoas não tinham água nem pro banho, nem pra tomar, e isso, mesmo estando na Amazônia”, disse.

Alto desmatamento

Segundo uma pesquisa feita em novembro, pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon, Feijó está no ranking dos 10 municípios que mais desmataram na Amazônia entre agosto de 2024 e julho deste ano segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto.

O levantamento mostrou que a cidade teve 78 km² de área desmatada, o equivalente a, aproximadamente, 7.222 campos de futebol. A terra do açaí, como é conhecida, ocupa a sétima posição à frente de Itaituba, no Pará, com 67 km², e União do Sul, no Mato Grosso, com 65 km².

Já em agosto, o governo do Acre sancionou, um decreto que colocou o Acre em situação de emergência por causa da seca nos rios que cortam o estado. A publicação foi feita em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) e assinado pelo governador Gladson Camelí.

Com a estiagem, o estado enfrenta temperaturas elevadas, baixo percentual de umidade relativa do ar e outros efeitos da seca severa, como as ocorrência de queimadas descontroladas e principalmente os incêndios florestais.

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DNIT devolve R$ 45 milhões ao Acre para obras da BR-364 após remanejamento temporário

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Sub-título: Superintendente estadual garante que prazo de dez dias para restituição foi cumprido e que obras não foram paralisadas. Recursos são para trecho entre Sena Madureira e Feijó

Os R$ 45 milhões estão ligados aos lotes 4, 5 e 6 da rodovia, trecho considerado um dos mais desafiadores entre Sena Madureira e Feijó. Foto: captada 

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) confirmou, nesta sexta-feira (7), a devolução de R$ 45 milhões ao Acre que haviam sido temporariamente remanejados para outro estado. Os recursos são destinados à recuperação da BR-364, com foco no trecho entre Sena Madureira e Feijó.

De acordo com o superintendente do órgão no estado, Ricardo Araújo, a restituição foi realizada dentro do prazo de dez dias, o que impediu atrasos no andamento das obras. Araújo esclareceu que a decisão de transferir os recursos partiu da direção nacional do DNIT por motivos administrativos e descartou qualquer envolvimento do presidente Lula. Ele afirmou ainda que, mesmo durante o período do remanejamento, as frentes de trabalho permaneceram ativas e o cronograma foi mantido.

“Não tivemos prejuízos nem atrasos até o momento. Caso o reembolso não fosse feito dentro do prazo, poderíamos enfrentar dificuldades com as empresas. Felizmente, o valor foi devolvido e as obras seguem normalmente”, afirmou o superintendente.

Ainda segundo ele, os R$ 45 milhões estão ligados aos lotes 4, 5 e 6 da rodovia, trecho considerado um dos mais desafiadores entre Sena Madureira e Feijó. Araújo também destacou que as intervenções entre Rio Branco e Sena Madureira já apresentam resultados visíveis, com boa parte do pavimento restaurado e em condições adequadas de tráfego.

A restituição dos recursos garante a continuidade de uma das obras rodoviárias mais importantes do estado, essencial para o transporte de mercadorias, passageiros e para a integração das regiões do Acre.

A restituição dos recursos garante a continuidade de uma das obras rodoviárias mais importantes do estado. Foto: captada 

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TSE retoma julgamento que pode cassar mandato do governador de Roraima em 11 de novembro

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Antonio Denarium e o vice Edilson Damião são acusados de abuso de poder político e econômico nas eleições estaduais

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para o dia 11 de novembro a retomada do julgamento que pode resultar na cassação do mandato do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e do vice-governador, Edilson Damião (Republicanos). Ambos são acusados de abuso de poder político e econômico, por supostamente utilizarem a máquina pública e recursos financeiros para influenciar o resultado das eleições.

A pauta foi publicada nesta quinta-feira (6) no sistema do TSE. A sessão está prevista para começar às 19h (horário de Brasília), no plenário do tribunal, em Brasília (DF).

O processo tramita há mais de um ano e estava paralisado desde 26 de agosto de 2025, quando o ministro André Mendonça pediu vista para análise mais detalhada do caso. O magistrado devolveu o processo ao plenário nesta quarta-feira (5), permitindo a retomada do julgamento.

Essa será a segunda vez que o caso volta à pauta. A primeira suspensão ocorreu em 13 de agosto de 2024, logo no início do julgamento, também a pedido do ministro Mendonça, que integra o colegiado responsável pela análise da ação.

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