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Governo do Acre prepara reação contra ambientalistas

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Secretário diz que Serra do Divisor não é o Jardim do Éden e que estrada para Pucallpa precisa ser construída

Foto Marcos Santos/Secom

Por Tião Maia

Levado às cordas do ringue da luta pela construção ou não de uma estrada em torno de 200 quilômetros de extensão ligando o Brasil, através da cidade de Mâncio Lima, no Vale do Juruá, ao Peru, via Pucallpa, cidade do departamento (equivalente a Estado no Brasil) de Yucayalle, na região da Serra do Divisor, o governo do Acre deve começar a próxima semana reagindo. A reação será contra militantes do movimento ambientalista internacional, cujos rostos mais visíveis são os dos ex-senadores Jorge Viana e Marina Silva, além do líder indígena Francisco Pìãnko, do povo Ashaninka do Rio Amonea, terra indígena localizada no município de Marechal Taumathurgo, que vieram a público com manifestações contrárias à obra.

A estrada é defendida pelo senador Márcio Bittar (MDB) e conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que autorizou as tratativas de seu governo com a embaixada do Peru, em Brasília. Na mesma semana em que lideranças indígenas internacionais se manifestaram contra a construção da obra, autoridades peruanas ligadas à área de meio ambiente também vieram a público com declarações de que a rodovia não interessa ao governo do Peru. Dos 200 quilômetros a serem construídos, caberia ao Brasil construir a metade, em território brasileiro, e o Peru prosseguir com o resto em seu território.

Estrada é defendida pelo senador Márcio Bittar / Foto: ContilNet

Diante da pressão para que o projeto da obra, cujo debate se arrasta ao longo de mais de 30 anos, seja mais uma vez esquecido nos escaninhos da administração pública, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) esteve na região do Juruá, na semana passada, e pediu apoio dos prefeitos e de lideranças políticas e empresariais locais para que não o deixem só no enfrentamento aos ambientalistas contrários à ideia da obra. Os ambientalistas, índios e brancos, são contra a rodovia porque seu traçado passaria por dentro do parque ambiental apontado como berçário de bichos, insetos e plantas que formariam a maior biodiversidade do planeta. O prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, defensor da estrada, chegou a ensaiar um movimento regional em favor da obra, mas ainda está isolado.

A reação do Governo do Estado com apoio ao enfrentamento aos ambientalistas partiu do secretário extraordinário de assuntos estratégicos do governo Gladson Cameli, Moisés Diniz, ex-deputado estadual e federal e ex-aliado do movimento, inclusive indígena.

Secretário Moisés Diniz / Foto: Cedida

Num manifesto em que compara a Estrada para Pucallpa a um Jardim do Éden, Diniz defende a obra dizendo que trata-se de “um caminho curto que pode unir dois povos irmãos e gerar riqueza, emprego, turismo e cooperação, além de garantir a preservação do Parque da Serra do Divisor e sua biodiversidade”. O ex-deputado lembrou que a ofensiva contra a estrada de fato tem lideranças como Marina Silva e líderes indígenas, como Francisco Piãko, e atores da esquerda peruana.

“Os argumentos que eles utilizam devem ser ouvidos, analisados, filtrados, respeitados no que deve ser respeitado, mas, não podem ser sacramentalizados, porque não estamos tratando de religião, mas, de desenvolvimento humano e preservação ambiental e etnográfica”, disse Diniz. “Acredito que Gladson Cameli pode liderar um diálogo franco, e com base na ciência, com as duas visões mais destacadas sobre a Estrada de Pucallpa, uma liderada por Marcio Bittar e outra por Marina Silva”, propôs.

De acordo com Moisés Diniz, “é plenamente possível equacionar as divergências, através de consultas às populações envolvidas (ribeirinhas, indígenas e urbanas), estudos de impacto ambiental e consultoria internacional (envolvendo exemplos de estradas-parques em funcionamento na Europa e em outros países desenvolvidos”.

Moisés Diniz disse que não entraria em detalhes sobre exigências de uma estrada-parque, como a instituição de pelotão florestal especial para proteção da área do parque cortada pela estrada ou aprovação de legislação rigorosa sobre cuidados básicos com a biodiversidade e com as populações tradicionais. “Não vou entrar em discurso ingênuo de que estradas, na Amazônia, viram corredores de droga, porque há milhares de estradas líquidas (de tráfico de droga), desprotegidas, enquanto a Marinha do Brasil tem milhares de homens cuidando do nosso turístico litoral”, afirmou. “O que deve valer é a capacidade de diálogo entre as duas opiniões que estão mais consolidadas, do contrário, pode se tornar um debate meramente ideológico, sem o mínimo de ciência, e ainda enterrar biografias, numa guerra sem vencedores”, acrescentou.

Por fim, na condição de ex-seminarista, Moisés Diniz propôs: “Que a história do Jardim de Éden nos sirva de lição, porque Adão e Eva não souberam usar com sabedoria os seus recursos naturais e, até hoje, seus filhos vivem nas periferias, desempregados, famintos, controlados por facções, enquanto as araras cantam nos galhos da Árvore da Vida”.

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Relatório aponta avanço na igualdade social no Acre após 38,6 mil pessoas saírem da pobreza e 17 mil empregos formais serem gerados

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Em relatório divulgado pelo governo federal nesta segunda-feira, 29, que destacou as principais conquistas dos estados em 2025 por meio de ações integradas entre União e entes federativos, o Acre apresentou avanços significativos. No período, 38,6 mil pessoas deixaram a situação de pobreza, 29 mil adolescentes foram beneficiados pelo programa Pé-de-Meia e R$ 9,9 bilhões foram destinados ao orçamento do governo estadual e das prefeituras, montante 29% superior ao repassado em 2022.

Acre tem indicadores que apontam queda na desigualdade social. Foto: Alefson Oliveira/Secom

No recorte estadual, os dados também evidenciam investimentos importantes na Saúde. Foram R$ 17,7 milhões destinados ao Samu local e à retomada do programa Farmácia Popular, que voltou a oferecer medicamentos gratuitos e distribuir fraldas geriátricas. Em 2025, 12,2 mil acreanos foram atendidos, quase o dobro do registrado em 2022.

O programa Mais Médicos contribuiu para reduzir as filas de espera, com quase 250 profissionais atuando no estado. Em dois anos, 27,5 mil gestantes realizaram pré-natal pelo SUS e, em dois anos e meio, as mulheres acreanas passaram por 128 mil exames de prevenção e combate ao câncer.

Redução da pobreza

O avanço do emprego no Acre também contribuiu para a redução da desigualdade. Em 2025, o Brasil registrou o menor patamar de pobreza da história, e no estado 38,6 mil pessoas deixaram essa condição.

Atualmente, 122 mil famílias acreanas recebem o Bolsa Família, programa reconhecido mundialmente no combate à desigualdade e que prioriza o atendimento às mulheres. Paralelo a isso, desde 2023, foram gerados 17 mil empregos formais para a população local.

Com o apoio do programa Desenrola, 20 mil pessoas conseguiram renegociar dívidas e retomar o equilíbrio financeiro. Além disso, a previsão do governo federal é de que 42 mil contribuintes com renda de até R$ 5 mil sejam beneficiados pela política de Imposto de Renda Zero.

Editais beneficiam artistas locais. Foto: Luan Moura/FEM

Educação e Cultura

O programa Pé-de-Meia está incentivando 29 mil adolescentes acreanos a permanecerem na escola. Como reflexo desse esforço, o Brasil registrou em 2025 um recorde de estudantes da rede pública inscritos no Enem. Além disso, foram investidos R$ 26,6 milhões para garantir a alimentação escolar de 248 mil alunos da rede pública.

O Acre também contará com 102 novos empreendimentos educacionais viabilizados pelo Novo PAC, incluindo a instalação de um novo Instituto Federal.

Na área da cultura, a Lei Paulo Gustavo e a Política Nacional Aldir Blanc asseguraram R$ 58,8 milhões para apoiar trabalhadores e artistas acreanos.

Aumento de obras no estado também impacta na geração de emprego. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Desenvolvimento regional

Até 2027, três mil famílias acreanas devem realizar o sonho da casa própria por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Além disso, R$ 3 bilhões em crédito rural estão sendo destinados para impulsionar o agronegócio e fortalecer a agricultura familiar no estado.

Em 2024, o governo do Brasil transferiu R$ 9,9 bilhões para complementar o orçamento do governo estadual e das prefeituras do Acre, valor 29% superior ao repassado em 2022.

Com o Novo PAC, o investimento previsto para o Acre é de R$ 5,7 bilhões, voltados para acelerar áreas estratégicas como saúde, educação, cultura, sustentabilidade, transporte e infraestrutura. Até 2030, serão 250 novos empreendimentos em todo o estado.

Governador Gladson Camelí reforçou a importância da união nos esforços para o Acre. Foto: Diego Gurgel/Secom

Governar com união

O governador do Acre, Gladson Camelí, avaliou os indicadores como resultado de uma política de união que tem dado certo e proporcionado avanços em diversos setores do estado.

“Sempre digo que não se governa sozinho. É preciso contar com o apoio da nossa bancada, do governo federal, dos prefeitos e de todos aqueles que assumem o compromisso político e social de transformar a realidade do Acre para melhor. Recebo esses números como a coroação de ações integradas que são o diferencial da minha gestão. O povo está acima de qualquer divergência política e, por isso, todo investimento e ajuda que o nosso estado recebe eu agradeço, como democrata que tem como prioridade reduzir as desigualdades.”

Camelí também agradeceu à equipe de governo, destacando o papel das secretarias na execução dos recursos.

“Não adianta ter o recurso e não saber aplicar. Por isso, agradeço aos secretários e a toda a equipe governamental, que honra nosso compromisso e se dedica para que esse dinheiro seja revertido em melhorias reais na vida das pessoas. Nossa intenção é unir forças, governar com responsabilidade e consciência de que, juntos, conseguimos alcançar mais pessoas e fazer o Acre crescer.”

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Deputado Tadeu Hassem destina R$ 410 mil para ações preventivas contra chuvas em Brasiléia

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Com o objetivo de prevenir alagamentos e danos à infraestrutura urbana durante o período chuvoso, o deputado estadual do Acre, Tadeu Hassem, destinou, nesta segunda-feira, 29, R$ 410 mil para a Prefeitura de Brasiléia. O valor, que já está disponível na conta municipal, será destinado exclusivamente aos serviços de limpeza e desobstrução de bueiros e drenagem de ruas em todo o município.

A emenda aprovada prioriza a manutenção de bueiros e canais de escoamento, para assegurar o fluxo adequado das águas da chuva. Trata-se de uma ação preventiva, que visa reduzir os riscos de inundações tanto em vias públicas quanto em áreas residenciais. Com essa medida, o município estará mais preparado para períodos de chuva intensa, o que garante mais segurança e qualidade de vida à população.

Em declaração, o parlamentar ressaltou a importância do investimento e destacou sua confiança na administração municipal para a aplicação correta dos recursos.

“Sei que nosso prefeito, Carlinhos do Pelado, cuida bem do dinheiro público, e sei também que cada centavo investido retorna em qualidade de vida, segurança e dignidade à nossa população”, afirmou.

Este montante específico para a drenagem integra um conjunto mais amplo de investimentos realizados pelo mandato do deputado, sendo somado a um valor de R$ 5 milhões já investidos pelo parlamentar em áreas como saúde, educação e infraestrutura no município de Brasiléia.

A prefeitura fica responsável por executar os serviços, assegurando que a cidade esteja mais preparada para enfrentar o período chuvoso.

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Energisa reforça as orientações sobre os cuidados com energia elétrica no período de enchente 

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Distribuidora segue com monitoramento contínuo e reforçando orientações de segurança para a população 

Com o transbordamento de igarapés e rios, a Energisa acionou seu Plano de Contingência e mantém o monitoramento contínuo das áreas afetadas em articulação permanente com a Defesa Civil.

Dependendo do nível da água, a rede elétrica precisa ser desativada em locais pontuais e específicos para evitar riscos de acidentes. Sendo restabelecido assim que houver condições seguras. As equipes da Energisa seguem realizando inspeções nas áreas alagadas.

Nesse período a população deve redobrar os cuidados com energia elétrica. O coordenador da Energisa Acre, Jhony Poças faz um alerta.

“Durante enchentes, é fundamental redobrar os cuidados com a energia elétrica. Em casos de inundação em residências ou estabelecimentos, não deve haver contato com instalações elétricas, sendo indispensável desligar o disjuntor interno para evitar curtos-circuitos e choques elétricos”, comentou.

Também é recomendado retirar da tomada equipamentos eletroeletrônicos, não manusear bombas d’água e jamais se aproximar de fios partidos, especialmente em locais com presença de água.

Em qualquer situação de risco envolvendo a rede elétrica, como fios caídos ou água próxima ao medidor, a população deve acionar imediatamente a Energisa pelos canais de atendimento: 0800-647-7196, Gisa através do Whatsapp 68-99233-0341 ou pelo aplicativo Energisa On.

Cuidados com a energia elétrica

A população deve ficar alerta e redobrar os cuidados, tanto dentro de casa quanto na rua durante as chuvas e enchentes. Por isso é importante:

  • Fique longe de árvores;
  • Evite ficar próximo de estruturas altas como torres de telefone ou de energia elétrica;
  • Jamais se aproxime de fio partidos ou caídos.
  • Não mexa em bomba d’agua;
  • Não entre em áreas alagadas perto de postes, caixas de energia ou medidores.
  • Se a água entrar em casa, desligue o disjuntor geral, se for seguro.
  • Não toque em tomadas, fios ou aparelhos molhados.
  • Tire da tomada TVs, geladeiras, micro-ondas e outros eletrônicos.
  • Não tente ligar a energia sozinho depois da enchente. Espere pela equipe da Energisa.
  • Evite subir em telhados, muros ou lajes durante a enchente, principalmente perto de fios.

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