Brasil
FMI vê economia do Brasil moderamente frágil
O Estado de S. Paulo
Relatório do Fundo sobre 28 economias também calcula que moeda brasileira estava sobrevalorizada em até 15% no ano passado

Para enfrentar o desequilíbrio nas contas externas, os economistas do Fundo sugerem que o Brasil adote medidas que aumentem a poupança
A situação das contas externas do Brasil é “moderadamente frágil” e corre o risco de se deteriorar rapidamente em um cenário de acentuada e prolongada queda no preço das commodities, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório sobre o setor externo de 28 grandes economias, divulgado na manhã desta terça-feira, 29. No mesmo documento, a entidade estimou que a moeda brasileira estava sobrevalorizada em até 15% em 2013.
Segundo o Fundo, o déficit nas transações do Brasil com o restante do mundo também pode crescer se houver expansão dos investimentos -que estimulam as importações-, a menos que isso seja acompanhado do aumento da poupança interna.
No ano passado, a conta corrente brasileira fechou no vermelho em 2,9% do PIB, na estatística ajustada a fatores cíclicos. Os técnicos do FMI acreditam que o percentual deveria ser de -1% a -2,5%, o que seria consistente com a adoção de políticas adequadas para manter os fundamentos da economia em posição saudável.
Os grandes desequilíbrios entre países com déficit ou superávit excessivos em suas contas externas, que estiveram na origem da crise financeira global de 2008, estão sendo corrigidos de maneira “modesta”, depois do forte ajuste registrado até 2010, afirmou o relatório do Fundo. Mas sua natureza mudou, com a redução do déficit em grandes economias, como os Estados Unidos, e sua migração para países emergentes, entre os quais o Brasil.
“Mesmo que tenham diminuído, os desequilíbrios ainda são muito grandes. Em linhas gerais, se somarmos todo mundo, eles são o dobro do que esperávamos ver. Isso não é razão para alarme. É razão para preocupação”, disse Steven Phillips, do Departamento de Pesquisa do FMI, em conferência telefônica sobre o relatório, divulgado em conjunto com outro estudo sobre contágios econômicos.
O documento prevê que parte do déficit das transações do Brasil com o restante do mundo continuará a ser financiado por “forte” entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED), mas alerta que outros fluxos de capitais podem ser voláteis. “A composição dos fluxos tem um perfil de risco favorável, mas isso pode mudar rapidamente. Administrar os fluxos deve continuar a ser um desafio”, avaliaram os técnicos do Fundo.
No ano passado, a taxa de câmbio real da moeda brasileira ficou entre 5% a 15% acima do patamar considerado desejável, disse o estudo. Em 2014, até o mês de abril, houve apreciação adicional de 1 ponto percentual em relação à média de 2013.
Para enfrentar o desequilíbrio nas contas externas, os economistas do Fundo sugerem que o Brasil adote medidas que aumentem a poupança, entre as quais reformas no sistema previdenciário, e alterem a estrutura dos gastos públicos, com redução dos dispêndios relacionados ao consumo.
Phillips ressaltou que a equipe do FMI não defende mudanças “radicais” e “abruptas” para correção dos desequilíbrios globais. “Uma abordagem gradual é o mais desejável”, ponderou. Segundo ele, ajustes fiscais drásticos podem ser recessivos para o país que os adote e para a economia mundial.
As economias superavitárias, como a chinesa, devem estimular a demanda doméstica, caminhar na direção de taxas de câmbio determinadas pelo mercado e reduzir restrições na conta de capitais, receitou o Fundo.
Os desequilíbrios globais chegaram ao auge em 2006 e 2007, quando o excesso de poupança nos países com superávit financiavam a extravagância financeira dos deficitários. China e Estados Unidos eram os dois extremos dessa equação. Com enorme saldo positivo em suas transações com o restante do mundo, o país asiático acumulou volume recorde de reservas internacionais, que foram usadas para a compra de títulos do Tesouro dos Estados Unidos. O movimento ajudou a manter a taxa de juros em patamar baixo, o que estimulou o crédito e inflou a bolha de ativos que explodiu em 2008.
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Mulher trans é brutalmente agredida durante confraternização em Rio Branco
Paloma sofreu socos e chutes, ficando com ferimentos no rosto e cabeça; agressor fugiu do local e PM ainda não foi acionada

O agressor fugiu logo após a violência e, até o fechamento desta matéria, a Polícia Militar ainda não havia sido acionada para investigar o caso. Foto: cedida
Uma violenta agressão contra a mulher trans identificada pelo nome social Paloma, marcou uma confraternização entre amigos na tarde deste domingo (6), na Rua Eldorado, no bairro Jorge Lavocat, região alta de Rio Branco. Segundo testemunhas, o encontro, que tinha consumo de bebidas alcoólicas, terminou em discussão e culminou com Paloma sendo brutalmente agredida por um dos participantes.
A vítima foi alvo de socos e chutes, resultando em ferimentos no rosto, sangramento nasal e um hematoma na cabeça. Mesmo machucada, Paloma conseguiu caminhar alguns metros até desmaiar em frente a uma parada de ônibus.
Populares que passavam pelo local acionaram o SAMU, que prestou os primeiros atendimentos e a levou ao Pronto-Socorro da capital. De acordo com os socorristas, seu estado de saúde estava estável no momento da remoção.
O agressor fugiu do local e, até o fechamento desta reportagem, a Polícia Militar não havia sido acionada para registrar ocorrência.
O caso reacende o debate sobre a violência contra a população LGBTQIA+ e a necessidade de medidas eficazes para coibir crimes de ódio no estado. A sociedade civil e organizações de direitos humanos cobram apuração rigorosa e punição aos responsáveis.

A vítima teve ferimentos no rosto, incluindo um sangramento nasal e um hematoma na cabeça. Foto: ilustrativa
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Bebê baleada na cabeça em ataque criminoso deixa UTI após um mês internada em estado grave
Maitê Valentina, de 1 ano e 4 meses, foi transferida para reabilitação após cirurgia e traqueostomia; caso chocou o Acre após tiroteio no bairro Santa Inês

A bebê foi atingida por uma bala perdida durante um tiroteio no bairro Santa Inês, Segundo Distrito da Capital, ocorrido na noite do último dia 8 deste. Foto: cedia
Após quase um mês lutando pela vida, a pequena Maitê Valentina Pereira, de apenas 1 ano e 4 meses, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança em Rio Branco. A bebê foi vítima de um ataque criminoso no bairro Santa Inês, Segundo Distrito da capital, no dia 8 de março, quando foi atingida por uma bala perdida durante um tiroteio.
Socorrida às pressas, Maitê passou por uma delicada cirurgia na cabeça e enfrentou dias críticos na UTI. Seu quadro começou a apresentar melhora após um procedimento de traqueostomia, que estabilizou sua respiração. Agora, ela foi transferida para o Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), onde continuará o tratamento e iniciará o processo de reabilitação.

Bebê foi atingida por uma bala perdida durante um tiroteio no bairro Santa Inês, Segundo Distrito da Capital. Foto: captada
O caso comoveu a população acreana. A família de Maitê segue acompanhando de perto sua recuperação, enquanto aguarda justiça pelo crime que quase tirou a vida da criança. As investigações sobre o tiroteio continuam em andamento pela Polícia Civil.

Maitê permaneceu internada na UTI, enfrentando um período crítico, mas apresentou melhora no quadro clínico após um procedimento de traqueostomia. Foto: cedida
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Barranco desaba após fortes chuvas em Boca do Acre e obriga remoção de famílias em área de risco
Deslizamento na Praia do Gado expõe problema crônico de erosão no município; prefeitura busca recursos emergenciais com governo estadual

A Prefeitura reforça o alerta para que a população evite se aproximar de barrancos e áreas de risco, especialmente durante o período de chuvas. Foto: cedida
Um trecho de barranco às margens do Rio Purus desmoronou entre quarta (2) e quinta-feira (3) na Praia do Gado, comunidade ribeirinha de Boca do Acre (AM), após uma forte chuva atingir a cidade. O deslizamento foi provocado pela combinação entre a intensidade da chuva e os resquícios das recentes cheias dos rios Acre e Purus, que deixaram o solo encharcado e instável.
De acordo com a Defesa Civil do município, nenhuma pessoa ficou ferida. No entanto, por medida de precaução, famílias que moravam próximas à área do deslizamento foram retiradas de suas casas e levadas para locais seguros.

O deslizamento foi provocado pela combinação entre a intensidade da chuva e os resquícios das recentes cheias dos rios Acre e Purus. Foto: cedida
O terreno continua sendo monitorado para evitar novos desmoronamentos. O incidente:
Ocorreu em área já fragilizada pelas recentes cheias dos rios Acre e Purus
Não deixou vítimas, mas exigiu remoção preventiva de famílias
Expôs a vulnerabilidade de comunidades ribeirinhas à erosão fluvial
Ações emergenciais:
A Defesa Civil municipal atuou em três frentes:
- Isolamento da área afetada
- Remoção segura dos moradores próximos
- Monitoramento contínuo do terreno
Busca por soluções:
O prefeito Frank Barros se deslocou a Manaus para:
• Solicitar apoio técnico e financeiro ao Governo do Estado
• Viabilizar intervenções emergenciais
• Elaborar plano de contenção de encostas
Contexto histórico:
A Praia do Gado apresenta:
Solo instável por formação geológica
Histórico de deslizamentos no período chuvoso
Erosão acelerada após eventos extremos de cheia
Recomendações à população:
• Evitar aproximação de barrancos e margens instáveis
• Reportar novas fissuras ou movimentações de terra
• Acompanhar alertas oficiais da Defesa Civil
A Secretaria Municipal de Obras está atuando junto à Defesa Civil para avaliar os danos e planejar possíveis intervenções. A área afetada é considerada crítica, e o problema da erosão de barrancos é antigo em Boca do Acre, especialmente em regiões ribeirinhas como a Praia do Gado, onde o solo sofre maior desgaste após períodos prolongados de cheia.
O prefeito Frank Barros está em Manaus em busca de apoio do Governo do Estado e da Defesa Civil Estadual para viabilizar recursos e soluções emergenciais que ajudem a conter o avanço da erosão em áreas vulneráveis do município.
A Prefeitura reforça o alerta para que a população evite se aproximar de barrancos e áreas de risco, especialmente durante o período de chuvas, enquanto segue monitorando outros pontos da cidade que podem apresentar instabilidade no solo.

A Secretaria de Obras estuda medidas paliativas enquanto aguarda recursos para soluções estruturais, com prioridade para as áreas mais críticas mapeadas no município. Foto: cedida
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