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Família teme que homem acusado de matar os pais saia do presídio no AC: ‘Ele pode matar novamente’
Alisson Vieira de Araújo tem transtornos mentais e aguarda avaliação de incidente de sanidade mental. Crime ocorreu em 2019 em Sena Madureira e agora a família teme que ele seja solto.

Alisson Vieira de Araújo matou os pais em 2019 – Foto: Arquivo pessoal
Por Alcinete Gadelha
A família de Alisson Vieira de Araújo, acusado de matar os pais em setembro de 2019 na cidade do interior do Acre, teme que ele seja solto a qualquer momento. Segundo a família, a soltura dele coloca em risco, inclusive, os vizinhos porque ele poder surtar novamente. Gecileuda Araújo, irmã do acusado, é quem faz o apelo e pede que ele seja mantido preso e em tratamento.
A preocupação é desde a decisão do juiz de direito Fábio Alexandre de Farias, da Vara Criminal de Sena Madureira, que havia expedido no último dia 1, o alvará de soltura de Araújo. Porém, em nova decisão, dois dias depois, ele decidiu manter o acusado preso no Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde até que saia novo laudo comprovando ou não a sanidade dele.
“Ele não tem capacidade de tomar a medicação sozinho, nem de viver sozinho. Quando ele vivia com os meus pais, ele já não tomava a medicação, eu passava por lá todos os dias e dava. No começo ele tomava, mas depois chegou a um ponto que fingia que tomava e jogava fora. Se sair, ele pode matar novamente por surtar sem tomar o medicamento”, diz a irmã.
Na nova decisão, assinada na sexta-feira (3), o juiz explica que o réu foi condenado a medida de segurança e tratamento psiquiátrico constante, já que o laudo anexado ao processo mostra que Araújo tem esquizofrenia. Por isso, o magistrado pede um novo laudo psiquiátrico para confirmar a real condição de saúde do acusado.
“Lá dentro do presídio, ele se mantém calmo porque está tomando a medicação todos os dias. Sou eu quem levo a medicação e não deixo faltar. Como família, sei que vai surtar aqui fora, por isso que não quero que ele seja solto. Não é que queira o mal dele, pelo contrário, mas que ele faça o tratamento. Aqui fora ele corre mais risco e oferece risco também tanto para a família quanto para quem mora perto, os vizinhos porque ele vai morar só. Não tenho coragem de colocar ele dentro da minha casa. Tenho dois filhos pequenos”, revela.

Durval Batista e Diva Vieira foram mortos a facadas em Sena Madureira, interior do Acre, em 2019 – Foto: Arquivo da família
Recomendação
Uma recomendação do Ministério Público Estadual (MP-AC), de 17 de agosto deste ano, feita ao Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), determina que seja informado imediatamente ao setor de assistência social sobre recebimento de alvará de soltura em favor de reeducandos que tenham doença mental, portadores de necessidades especiais ou que morem em local que queiram alguma atenção especial.
“Que o setor de assistência social diligencie para que a soltura de reeducandos nas condições mencionadas seja efetivada mediante prévia comunicação à família e na presença de pessoa que possa auxiliar no transporte para o local onde irá residir. Por fim, em se tratando de presos orientados e em bom estado de saúde, que seja disponibilizada uma linha telefônica, para que os egressos tenham a oportunidade de estabelecer contato com pessoa da família ou terceiros, comunicando acerca da soltura e visando garantir auxílio no momento em que estiver deixando o complexo penitenciário”, diz a recomendação.
O Iapen informou que no caso específico de Araújo, a família foi comunicada sobre o alvará de soltura, mas que se negou a recebê-lo. Foi então informado ao juiz que suspendeu o alvará e ele permanece na ala de saúde do presídio.
Uma equipe técnica do presídio deve fazer um relatório para que seja informado ao juiz e ele tome uma nova decisão a respeito de uma possível internação do acusado no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac). Estes pontos seguem a recomendação do MP, relacionada aos casos de presos que tenham problemas de saúde mental.
“Conversei com o advogado de defesa e ele explicou que o juiz tinha chamado para falar da soltura e argumentei que ele matou duas pessoas e se ele continuar matando vai continuar sendo solto? Porque só foi visto o lado do paciente em si, não foi visto o da família. Nossa preocupação não é em querer que fique preso, mas que continue tomando a medicação porque aqui fora, ele não tem condição de tomar sozinho. O crime foi bárbaro e por falta de uso do medicamento e a gente não tem coragem de ir lá para fazer isso todo dia. Queremos ele em tratamento e não solto”, acrescenta a irmã sobre o medo.
Prisão
Araújo está preso em Rio Branco desde outubro de 2019, quando foi transferido da Unidade Evaristo de Moraes, em Sena Madureira, porque o presídio da cidade não oferecia estrutura adequada de acompanhamento e tratamento.
Em fevereiro deste ano, o processo contra ele foi arquivado pela juíza Ana Paula Lima, já que existe um processo de insanidade mental para o acusado. Os laudos apontam que ele tem pensamentos desconexos e diz ouvir vozes.
Na última decisão do juiz, ele afirma que o laudo apontou que o acusado é incapaz de entendimento e autodeterminação frente ao caráter criminoso do fato. Mas, que não determinava a internação dele.
“Vale frisar que o laudo recomendou tratamento ambulatorial com uso de psicofármacos e reavaliações periódicas. Outrossim, consta no laudo que não é necessária a internação do réu, o qual não se beneficia de internação. Por oportuno, a defesa informou que o acusado não possui condições e necessita de tratamento contínuo com acompanhamento por profissionais psiquiátricos, suscitando dúvida acerca da recomendação”, destaca o juiz em sua nova decisão.
Com isso, disse que se faz necessário novo laudo. “Com vistas a sanar a dúvida acerca necessidade ou não de internação do acusado como medida mais adequada, em especial ante as novas informações trazidas pela defesa acerca do estado de saúde mental do réu.”
Crime bárbaro
Araújo matou a mãe, Diva Vieira de Araújo, e o pai, Durval Batista de Araújo, 75 e 78 anos, respectivamente. O crime bárbaro foi registrado nas primeiras horas do dia 12 de setembro na casa do casal em Sena Madureira.
Os idosos foram mortos a golpes de faca na casa em que moravam com o filho, na Travessa Otávio Joaquino. De acordo com o 8° Batalhão da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência na época, Araújo foi preso em flagrante próximo ao Polo Moveleiro do município.
Com diagnóstico de esquizofrenia, Araújo foi transferido do Presídio Evaristo de Moraes, em Sena Madureira, para o Francisco D’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco. A transferência foi autorizada pelo Judiciário e Ministério Público por falta de ala psiquiátrica no município.
Quando o caso ocorreu, a sobrinha dos idosos, Aldileide Vieira, chegou a afirmar que Araújo era agressivo com a família, batia na mãe, e tinha tentado matar um primo a facadas antes da tragédia.
Segundo Aldileide, o rapaz evitava tomar os remédios e a família estava revoltada com o crime e os parentes temiam que ele fosse solto.
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Indígena Huni Kuin é baleado por engano durante tentativa de assalto no centro de Rio Branco
Adolescente de 16 anos foi atingido por tiros disparados por policial à paisana durante perseguição a assaltante próximo ao Palácio do Governo
Um adolescente indígena da etnia Huni Kuin (Kaxinawá), identificado pelas iniciais I.T.B.F.K., de 16 anos, foi baleado por engano na noite desta sexta-feira (11) nas proximidades do Palácio do Governo do Estado do Acre, na Avenida Getúlio Vargas, região central da capital.
De acordo com a Polícia Militar, o jovem foi vítima de bala perdida durante uma tentativa de assalto. Duas mulheres e uma criança caminhavam pela via quando foram abordadas por um criminoso armado com uma faca, que roubou um celular e fugiu em seguida. Um policial à paisana que presenciou a cena reagiu e efetuou dois disparos em direção ao assaltante. No entanto, os tiros atingiram o indígena, que passava pelo local no momento da ação.
A vítima foi alvejada com um tiro na região do trapézio — com saída nas costas — e outro no pescoço. O policial, ao perceber que havia acertado a pessoa errada, deixou o local antes da chegada do socorro.
Uma ambulância de suporte avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, e os paramédicos prestaram os primeiros socorros ao adolescente, que foi encaminhado ao pronto-socorro de Rio Branco. Seu estado de saúde é estável.
Guarnições do 1º Batalhão da PM estiveram no local, coletaram informações e realizaram buscas pela região, mas o assaltante não foi localizado. O caso será investigado pela Polícia Civil, que deverá apurar tanto a tentativa de roubo quanto a conduta do policial envolvido na ocorrência.
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Motociclista sofre fratura ao colidir com quebra-molas na Avenida Sobral, em Rio Branco
Caio Filomeno foi arremessado ao solo e fraturou o braço após impacto com redutor de velocidade próximo ao 1º BPM
O motociclista Caio Filomeno Moraes Araújo, de 29 anos, ficou ferido na noite desta sexta-feira (11) após colidir com um quebra-molas e ser arremessado ao solo nas proximidades do 1º Batalhão da Polícia Militar, na Avenida Sobral, bairro Plácido de Castro, região da Baixada da Sobral.
De acordo com testemunhas, Caio conduzia uma motocicleta modelo Honda Biz, de cor branca, quando não percebeu o redutor de velocidade e bateu de forma abrupta, sendo lançado violentamente ao asfalto. Na queda, sofreu uma fratura no braço esquerdo, com risco de exposição óssea, além de múltiplas escoriações pelo corpo.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e enviou uma ambulância de suporte básico. A equipe prestou os primeiros atendimentos no local, imobilizou o membro afetado e encaminhou o motociclista ao pronto-socorro de Rio Branco. Seu estado de saúde foi classificado como estável.
A motocicleta foi retirada da pista e armazenada em local seguro, para que possa ser devolvida à vítima após sua recuperação. Ainda não há informações se o local da colisão possuía sinalização adequada para indicar o quebra-molas.
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Juiz converte prisão em flagrante de ex-presidente do PP Jovem para preventiva
O juiz federal Jair Araújo Facundes, da 3ª Vara Federal Cível Criminal da Seção Judiciária do Acre decidiu, nessa quinta-feira (10), pela conversão da prisão em flagrante para preventiva do ex-presidente do PP (Partido Progressista) Jovem, Hélio Nascimento Júnior e outros 7 investigados numa operação da Polícia Federal no Acre que apura tráfico internacional de drogas e lavagem de capitais.
Além de Hélio, também foram presos na operação: Marineuza do Nascimento Pereira; Ronay Silva de Araújo; Márison Queiroz da Silva; Marcelo Gondim de Moraes; Carlos Daniel Rodrigues Barreto; Angelino Campos Bezerra e David de Lima Martins.
Sara Archanjo da Silva, que é companheira de Marcelo Gondim, foi para prisão domiciliar, já que possui um filho de 4 anos.
Na apreciação do pedido de defesa de Hélio Nascimento Júnior, o juiz avaliou que estão presentes indícios suficientes de autoria e
materialidade, a par da movimentação financeira e bancária que liga o investigado a vários outros investigados, como depósitos e transferências bancárias de elevado valor, além de ter sido encontrado com munição e carregador de fuzil. Ele é mantido preso na
superintendência da Polícia Federal.
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