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Exército reforça poder de fogo e adota tecnologia contra crime na Amazônia

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Nos exercícios militares para manter a tropa sempre preparada para o combate se tornou frequente apreensão de drogas, armas, material e garimpo e outros usados em desmatamento

Combate simulado em área de floresta da Amazônia: Exército enfrenta o crime organizado na região. Foto: CCOMSEx/Exército Brasileiro/Divulgação

Com Atual

Força militar de defesa nacional, o Exército trava uma “guerra civil” na fronteira da Amazônia. O inimigo tem poder de fogo, recurso tecnológico para fugir ao cerco e um ambiente favorável para atuar: rios que formam, em alguns trechos, verdadeiros labirintos e uma floresta instransponível para se entrincheirar.

Trata-se do crime organizado com grupos de narcotraficantes, grileiros e garimpeiros com maior atuação na região. Para o general Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, comandante militar da Amazônia, o combate às facções criminosas se tornou inevitável na região. Nos exercícios militares para manter a tropa sempre preparada para o combate se tornou frequente apreensão de drogas, armas, material e garimpo e outros usados em desmatamento.

“Considerando a peculiaridade da floresta amazônica, o Exército não pode se restringir a uma só atividade”, diz Costa Neves. Ele enfatiza que a atuação do Exército é de apoio aos órgãos de segurança civis – polícias Civil, Militar e Federal

Em entrevista ao ATUAL, o general Costa Neves explica que enfrentar o crime organizado levou o Exército a reforçar armamentos e adotar a tecnologia, que auxilia também em trabalhos sociais na região.

Costa Neves assumiu o CMA no dia 31 de julho de 2022. Ele exerceu as funções de comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, em Rondônia; comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro; e foi condecorado com a Ordem do Mérito Militar Medalha do Serviço Amazônico.

General Costa Neves: CMA age em apoio às forças de segurança civis na Amazônia. Foto: Milton Almeida/AM ATUAL

ATUAL General, o crime organizado passou a ser uma ameaça constante na fronteira da Amazônia, seja com o narcotráfico, seja com crimes ambientais. Como o Exército tem lidado com essa mudança na segurança na região?

General Costa Neves – O narcotráfico é uma triste realidade das nossas fronteiras e na Amazônia. Organizações criminosas se instalaram nas nossas fronteiras, algumas vezes em parcerias com organizações criminosas do outro lado da fronteira, e, realmente, cometem crimes transfronteiriços e ambientais também. Uma das vocações estratégicas do CMA (Comando Militar da Amazônia) é o combate aos crimes transfronteiriços e aos delitos ambientais na faixa de fronteira. Nós temos mais de 8.800 soldados que estão desdobrados na faixa de fronteira e realizamos operações diurnas e noturnas para manter a nossa soberania e combater esses crimes.

Além disso, nós fazemos operações juntando esforços com outras agências federais, estaduais e, às vezes, até municipais, para que nós não tenhamos delitos ambientais e crimes transfronteiriços acontecendo nas nossas fronteiras. A vigilância tem que ser 24 por 7 [24 horas nos sete dias da semana], porque realmente não tem como negar que nós estamos falando de uma área enorme. Só o CMA tem mais de 9.700 quilômetros de fronteira, quase 62% das fronteiras terrestres do Brasil.

Portanto, é um desafio enorme e é por isso que nós buscamos trabalhar em coordenação, em sinergia com as agências federais e estaduais.

ATUAL – O senhor falou também de ciência e tecnologia. O que nós percebemos é que o crime organizado se reinventou e usa a tecnologia para escapar das forças de segurança. Como é combater grupos criminosos com poder tecnológico?

Costa Neves – O CMA tem recebido muito apoio do Comando do Exército para prover capacidades operacionais para que nós possamos cumprir as nossas tarefas. Portanto, nós temos recebido muitos materiais modernos. Vou dar um exemplo. No ano passado foi dado o primeiro tiro com armamento anticarro (destruir carros de combate blindados) lá em Roraima. Um armamento desenvolvido pelo Exército Brasileiro e que estamos utilizando nas nossas operações.

Lá na terra indígena Yanomami, também nós utilizamos o drone Nauru-500, de alta tecnologia e empregado nessas atividades. Estamos utilizando radares de vigilância terrestre, também modernos, nacionais. Tudo isso mostra como o Exército Brasileiro valoriza a ciência e a tecnologia e a aplica nas operações militares.

No ano passado, nós inauguramos aqui o Instituto de Pesquisas do Exército na Amazônia. É uma parte do IME (Instituto Militar de Engenharia), lá do Rio de Janeiro, que nós trouxemos para cá, para fazer parcerias com as universidades, com os centros de produção de conhecimento da Amazônia e, portanto, tenhamos ciência e tecnologia à altura do que nós precisamos.

Destruição de pista clandestina na Operação Catrimani II, de combate ao garimpo ilegal. Foto: CMA/Divulgação

ATUAL – É conhecida a dificuldade geográfica da Amazônia, seja pelas centenas de rios ou pela floresta que favorecem o tráfico de drogas. Embora essa seja uma atribuição da Polícia Federal, como o crime organizado ameaça a soberania na Amazônia?

Costa Neves – Nós temos sobre a nossa responsabilidade mais de 9.700 quilômetros, ou seja, 62% das fronteiras terrestres do Brasil estão aqui na área do Comando Militar da Amazônia. Então, é um desafio muito grande. E nós atuamos de acordo com a lei da faixa de fronteira, que é uma distância de 150 quilômetros a partir da linha de fronteira. É onde nós temos o amparo legal para atuarmos.

É por isso que nós temos 23 pelotões especiais de fronteira e estamos o tempo todo lá, nos locais mais longínquos da nossa nação e realizamos as nossas operações estratégicas. O crime organizado é uma atividade criminosa relacionada à segurança pública.

ATUAL – O Exército faz exercícios táticos para manter a tropa preparada para o combate. Diante do avanço do crime organizado na Amazônia, o Exército vai intensificar esses treinamentos, mesmo que o combate ao crime não seja sua atribuição direta?

Costa Neves – Nós temos os órgãos do Estado brasileiro que são responsáveis para combater essas atividades criminosas. E as Forças Armadas, por intermédio das leis complementares 97, 117 e 136, atua na faixa de fronteira em cooperação, em coordenação, em reforço a esses órgãos estaduais e federais que são responsáveis por fazer o combate dessas atividades criminosas. E nós estamos sempre prontos.

O Comando Militar da Amazônia se caracteriza por uma intensa atividade de patrulhamento das nossas fronteiras e de proteção do meio ambiente. Trabalhamos e temos parcerias com a Polícia Federal, fazemos operações juntos. A Operação Ágata, por exemplo, é uma grande reunião de esforço.

São as Forças Armadas, Polícia Federal, até a Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Funai, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), todos nós nos unimos para apresentar resultados à sociedade brasileira. O CMA não para nunca. Neste ano de 2025, nós continuaremos com os mesmos objetivos e buscando resultados cada vez melhores.

ATUAL – O Exército atua também em missões sociais de assistência a indígenas e ribeirinhos. Como são as missões militares humanitárias na região.

Costa Neves – Nós temos os hospitais militares que ajudam muito a população. Vou dar o exemplo de São Gabriel da Cachoeira. Trata-se de uma parceria do Exército Brasileiro com o governo do Estado e lá nós fazemos o atendimento à população. Mais de 75% dos atendimentos naquele hospital é dedicado aos povos originários. Em 2024, nós fizemos lá em São Gabriel da Cachoeira mais de 800 partos no hospital. Mais de 90% desses partos são de indígenas. Então nós utilizamos toda a nossa estrutura para dar apoio.

Nós temos um outro hospital, em Tabatinga, que também realiza um trabalho de muita parceria com o governo do Estado para levar a assistência ao nosso pessoal. Além disso, tem sido uma característica do CMA que todas as operações realizadas que fazemos, quer seja de defesa, quer seja de combate aos delitos transfronteiriços e os ambientais, tenha ao mesmo tempo ações cívicas e sociais. O Exército realiza atendimentos médicos, odontológicos, distribuição de alimentos, distribuição de roupas, de medicamentos, sempre próximo da nossa população. No ano passado nós fizemos mais de 140 operações deste tipo.

Como eu disse, o Exército Brasileiro, em função da nossa presença em toda a Amazônia e de uma estrutura logística muito boa, nós temos condições de ser um agente de entregas positivas para a nossa população. O CMA é responsável por mais de 25% do território nacional.

Trata-se do crime organizado com grupos de narcotraficantes, grileiros e garimpeiros com maior atuação na região. Para o general Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, comandante militar da Amazônia. Foto: CMA/Divulgação

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Bombeiros encerram buscas por diarista desaparecido no Rio Purus, no Acre

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Paulo do Graça foi visto pela última vez em uma canoa; embarcação foi encontrada abandonada, mas vítima não foi localizada.

A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia. Foto: cedida 

O Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelo corpo de Paulo do Graça, diarista que desapareceu nas águas do Rio Purus, em Sena Madureira, no Acre, na última segunda-feira (24). As operações, que incluíram buscas subaquáticas e superficiais, não obtiveram sucesso em localizar a vítima.

De acordo com relatos de moradores, Paulo foi visto pela última vez saindo do porto da comunidade Silêncio em uma canoa. No dia seguinte, o barco foi encontrado abandonado nas proximidades do seringal Regeneração, aumentando as preocupações sobre o seu paradeiro.

As equipes de resgate trabalharam por dias na região, mas as condições do rio e a falta de pistas concretas dificultaram as operações. A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia.

O Corpo de Bombeiros informou que, por enquanto, as buscas estão suspensas, mas podem ser retomadas caso novas informações surjam. Enquanto isso, familiares e amigos aguardam por respostas sobre o destino do diarista.

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Juiz da execução penal pode mandar monitorar conversa de advogado e preso

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As conversas gravadas mostram que a advogada mencionou que “quem a enviou foi o pessoal de fora”, com referências à organização criminosa, e que ela usou códigos e mensagens cifradas

A defesa impetrou Habeas Corpus para sustentar que o juiz da execução penal não tem competência para autorizar as escutas e que elas representam prova ilegal por violarem as prerrogativas da advocacia. Foto: internet 

O juiz da execução penal é competente para iniciar procedimentos de ofício, ou a pedido de autoridades como o Ministério Público, sempre que houver interesse na manutenção da segurança e da ordem no estabelecimento prisional.

Com esse entendimento, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou provimento a recurso em Habeas Corpus ajuizado por uma advogada que teve suas conversas com um preso monitoradas pela Justiça de Goiás.

As escutas foram feitas no parlatório da unidade prisional, a pedido do MP, por indícios de que as atividades do preso, membro de uma organização criminosa, estavam sendo facilitadas pela advogada.

A defesa impetrou Habeas Corpus para sustentar que o juiz da execução penal não tem competência para autorizar as escutas e que elas representam prova ilegal por violarem as prerrogativas da advocacia relacionadas ao sigilo entre advogado e cliente.

Juiz da execução penal é competente

No entanto, a relatora do recurso, ministra Daniela Teixeira, observou que o Tribunal de Justiça de Goiás identificou motivos suficientes para justificar o monitoramento das conversas entre advogada e preso.

Isso porque ela não possuía vínculo formal com ele, como procuração para atuar em seu nome nos processos. E não foi designada pela família do detento.

As conversas gravadas mostram que a advogada mencionou que “quem a enviou foi o pessoal de fora”, com referências à organização criminosa, e que ela usou códigos e mensagens cifradas.

“A inviolabilidade do sigilo profissional pode ser mitigada em situações excepcionais, como quando há indícios da prática de crimes por parte do advogado”, explicou a ministra Daniela ao citar a jurisprudência do STJ sobre o tema.

Além disso, ela apontou que o juízo da execução penal é competente para iniciar procedimentos de ofício, ou a pedido de autoridades como o MP, sempre que houver interesse na manutenção da segurança e da ordem no estabelecimento prisional.

“No caso em questão, o pedido do Gaeco foi motivado por indícios de que as atividades de um dos presos, líder da organização criminosa, estavam sendo facilitadas pela advogada”, concluiu ela. A votação foi unânime.

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Briga generalizada entre menores viraliza nas redes durante festa de Carnaval em Cobija

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Confronto ocorreu na Praça do Estudante durante tradicional jogo com balões e água; vídeos mostram momento de descontrole

O vídeo, no entanto, continua a viralizar, gerando debates sobre a segurança durante as festas de Carnaval e a necessidade de maior supervisão em eventos públicos que envolvem jovens. Foto: captada 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma briga descontrolada entre menores de idade durante as comemorações de Carnaval na Praça do Estudante, em Cobija, Bolívia, nesta segunda-feira. O confronto aconteceu enquanto os jovens participavam de um jogo tradicional boliviano que envolve balões e água, comum durante a festividade.

Nas imagens, é possível ver o momento em que a briga se inicia, com empurrões, socos e correria, deixando os espectadores em choque. Apesar da natureza lúdica da atividade, a situação rapidamente escalou para a violência, chamando a atenção de moradores e autoridades locais.

Até o momento, não há informações sobre feridos ou intervenção policial no local. O vídeo, no entanto, continua a viralizar, gerando debates sobre a segurança durante as festas de Carnaval e a necessidade de maior supervisão em eventos públicos que envolvem jovens. As celebrações, que costumam ser marcadas por alegria e diversão, foram manchadas pelo episódio de descontrole.

Veja vídeo com TV Unitel:

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