Os sintomas da bronquiolite começam, muitas vezes, com manifestações típicas de um resfriado comum, como coriza, espirros, febre baixa e tosse. Com a progressão da doença, podendo se agravar rapidamente

A Secretaria de Saúde já está trabalhando para a abertura de 10 novos leitos, e caso seja necessário, outros 10 poderão ser instalados, totalizando até 70 leitos pediátricos na unidade. Foto: cedida
A capital acreana, Rio Branco, vive um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças, fazendo com que os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e leitos clínicos pediátricos do Hospital da Criança estejam beirando a capacidade máxima. Entre as doenças que registraram elevação está a Bronquiolite.
Conforme dados disponibilizados no painel de monitoramento da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), no Hospital da Criança, dos 20 leitos de UTI, 19 já estão ocupados, enquanto que dos 50 leitos clínicos, apenas dois estão livres.
Diante da situação, a Secretaria de Saúde já está trabalhando para a abertura de 10 novos leitos, e caso seja necessário, outros 10 poderão ser instalados, totalizando até 70 leitos pediátricos na unidade.
Bronquiolite: sintomas
A bronquiolite é uma infecção respiratória que atinge, principalmente, crianças com menos de dois anos de idade. A condição é causada pela inflamação dos bronquíolos — pequenas estruturas pulmonares que fazem a conexão entre os brônquios e os alvéolos. Esses canais são extremamente estreitos em bebês, especialmente nos menores de seis meses, o que facilita o bloqueio da passagem de ar.
Quando ocorre o inchaço dessas vias, o ar tem dificuldade para sair dos pulmões, provocando um som característico semelhante a um assobio ou chiado no peito. Esse estreitamento é ainda mais preocupante em bebês muito pequenos, pois seus bronquíolos já são naturalmente diminutos.
Os sintomas da bronquiolite começam, muitas vezes, com manifestações típicas de um resfriado comum, como coriza, espirros, febre baixa e tosse. Com a progressão da doença, no entanto, o quadro pode se agravar rapidamente.

No Hospital da Criança, dos 20 leitos de UTI, 19 já estão ocupados, enquanto que dos 50 leitos clínicos, apenas dois estão livres. Foto Art
Entre os sinais mais preocupantes estão:
- Respiração acelerada e superficial
- Chiado ou assobio no peito
- Aumento do esforço para respirar
- Tosse persistente
Diante desses sintomas, especialmente se o bebê for muito pequeno, é importante buscar atendimento médico o quanto antes, já que alguns casos podem evoluir de forma grave e exigir internação.
- Leitos de UTI Pediátrica: 19/20 ocupados (95% da capacidade)
- Leitos Clínicos: 48/50 em uso (apenas 2 vagas)
- Principal Causa: Surto de bronquiolite entre crianças
Medidas Imediatas
Expansão de Leitos:
- 10 novos leitos sendo abertos esta semana
- Possibilidade de +10 leitos extras (totalizando 70)
Monitoramento Ativo:
- Painel da Sesacre atualizado diariamente
- Equipes em plantão 24h no Hospital da Criança
Recomendações à População:
- Evitar aglomerações com bebês
- Higienização reforçada de mãos e brinquedos
- Atenção a sintomas como:
✓ Dificuldade respiratória
✓ Chiado no peito
✓ Febre persistente
Dados Epidemiológicos
- SRAG: Aumento de 68% nos últimos 15 dias
- Faixa Etária Mais Atingida: 0 a 2 anos (73% dos casos)
- Vírus Identificados:
- VSR (Vírus Sincicial Respiratório) – 55%
- Rinovírus – 30%
- Influenza A – 15%
Fluxo de Atendimento
- Primeira avaliação em UPAs
- Casos graves encaminhados ao Hospital da Criança
- Ambulatório pós-alta para acompanhamento
Declaração Oficial
“Estamos em estado de atenção máxima. A população deve procurar unidades básicas para casos leves e evitar a sobrecarga do pronto-socorro” – Secretária de Saúde do Acre
Formas de prevenção
A prevenção da bronquiolite está relacionada à redução do risco de infecções respiratórias virais, principais responsáveis por desencadear a doença em crianças pequenas.
Uma das medidas mais eficazes é a higiene frequente das mãos, especialmente com o uso de álcool em gel, o que ajuda a evitar a propagação de vírus. Também é essencial manter os bebês longe de pessoas resfriadas ou gripadas, já que eles são mais vulneráveis a complicações.
Outro cuidado importante é adotar boas práticas ao tossir ou espirrar, cobrindo a boca e o nariz com um lenço descartável ou com o antebraço, para evitar a disseminação de partículas no ar.

Rio Branco, vive um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças, fazendo com que os leitos (UTI), e leitos clínicos pediátricos estejam beirando a capacidade máxima. Foto: captada
Para casos específicos, como o de prematuros extremos ou com doenças respiratórias crônicas e cardiopatias congênitas, pode-se utilizar a imunoglobulina hiperimune, aplicada nas épocas do ano com maior circulação do vírus sincicial respiratório (VSR).
Além disso, em alguns países já está disponível a vacina contra o VSR para gestantes, que promove a produção de anticorpos capazes de atravessar a placenta e proteger o bebê nos primeiros meses de vida.
Com Suene Almeida
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