Acre
Dados do Governo Federal demonstram a fraqueza da agropecuária no estado do Acre
Publicação da SPA/MAPA apontam que o setor agrário do Estado está praticamente estagnado e a produção rural acreana é apenas 25% da Rondoniense
RÉGIS PAIVA
Nos últimos dias a questão da produção agropecuária tem pautado os debates na Assembleia Legislativa do Estado (Aleac), onde os dois grupos antagônicos, oposição e situação, alternam entre ataques e defesas. Os primeiros afirmam não haver produção real e em volume significativo, enquanto os governistas dizem que apesar dos problemas o Estado tem melhorado muito.
Os dois lados envolvidos na discussão se valem de informações conflitantes, com a base do governo apresentando alguns números e os oposicionistas trazendo fatos e alegando serem os dados diferentes da realidade do setor rural.
De forma a lançar alguma luz sobre a discussão, a ContilNet teve acesso aos últimos dados de produção agropecuária no país, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e tabulados pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (SPA/MAPA). Todos os valores apresentados deflacionados pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Clique aqui para conferir o documento integral.
Pecuária estagnada e pequena
Com base nas informações da SPA/MAPA, devidamente adaptado para o estudo, foi possível verificar ter havido um forte crescimento da pecuária acreana quando comparada com o ano de 2007, primeiro ano da amostra publicada. Em termos de Amazônia, o Acre teve o maior incremento percentual, com 117% nos últimos dez anos.
Contudo, os valores apresentados pelo Acre ainda são considerados muito fracos em termos totais quando comparados com o faturamento do vizinho Estado de Rondônia. A produção acreana é representa apenas um quinto da registrada no outro Estado. Ou seja, cresceu muito em termos percentuais, mas em valores absolutos está muito longe da produção rondoniense.
Os dados revelam que, apesar do ufanismo governista, o Acre não tem muito a comemorar em termos de pecuária. A isso se soma o fato do setor apresentar uma estagnação nos últimos anos. Esta estagnação também foi registrada nos demais estados da região.
Aqui convém destacar que a pecuária extensiva é uma atividade concentradora de renda, dada as grandes extensões de terra utilizadas no sistema de criação regional, com baixa geração de empregos diretos e pouca contribuição assessória nas comunidades e cidades.
Em se tratando de agricultura, tratado como “lavouras” pela SPA/MAPA, a Região Norte como um todo vem apresentando crescimento. Na contramão da média está o industrializado e turístico Amazonas e o Acre. Até mesmo Amapá e Roraima apresentaram crescimentos.
Em termos de volumes totais para a agricultura, o gigantesco Pará tem a maior geração de valores, com Rondônia e Tocantins praticamente empatados logo a seguir. Quando os valores do Acre são comparados com o vizinho Estado de Rondônia, a produção acreana é de pouco menos de 25%. Ou seja, são necessários quatro anos de produção agrícola no Acre para equipar-se a um ano de produção do vizinho.
A isso se soma o fato da produção agrícola do Acre apresentar um leve declínio nos últimos anos, enquanto Rondônia apresenta crescimento. Ocorre que um leve crescimento sobre um valor alto como o rondoniense, tem um impacto muito maior que um grande crescimento sobre um valor pequeno, como no caso da produção acreana.
Além disso, a produção agrícola traz consigo um giro maior de recursos nas cidades, dada a necessidade periódica de insumos como combustível, peças e sementes, além de utilizar maior quantidade de mão de obra direta. Também existe a possibilidade de múltiplas safras no mesmo ano.
Acre produz mandioca, Rondônia produz soja
Para se ter um parâmetro de produção rural, os dados da SPA/MAPA foram usados para comparar o Acre com o vizinho Estado de Rondônia. Os dados também apresentam um indicativo do estágio de desenvolvimento agrícola e tecnológico de cada Estado.
Analisando os principais produtos e com maior peso na geração de riqueza, é possível verificar ser a produção agrícola acreana baseada na pequena propriedade e com baixo nível tecnológico. Isso se explica pelos dois principais produtos serem macaxeira e banana. Ainda assim, a produção de macaxeira caiu no período estudado e vem apresentando tendência de queda.
Os dois principais produtos agrícolas do Estado de Rondônia são a soja – em franca expansão e cuja produção acreana é insignificante – , e o café. Esse último apresenta uma tendência de redução nos últimos anos. Os dois produtos demandam tecnologia e investimentos em volumes consideráveis.
Até mesmo o milho, terceiro item na pauta de produção e anunciado como tendo um grande crescimento nos últimos anos, possui uma produção muito pequena em termos gerais. A produção de milho em Rondônia é sete vezes maior e esse produto também ocupa o terceiro posto naquele Estado.
A produção de arroz e feijão no Acre vem apresentando comportamento negativo nos últimos anos e uma tendência de queda. Em Rondônia, a produção de feijão caiu, mas a de arroz cresceu e vem subindo nos últimos anos. Mesmo assim a produção de arroz no vizinho Estado é 21 vezes maior e a de feijão é de quase quatro vezes.
Pecuária cresce, mas ainda é pequena regionalmente
Em termos de pecuária, o estudo da SPA/MAPA não computou aves e peixes, este para ambos os Estados e aquele somente para o Acre. É preciso ressaltar que, na atualidade, estes itens uma considerável contribuição para o Estado do Acre. Em relação aos outros produtos, o Acre apresentou crescimento, com destaque para os suínos, os quais já começam a aparecer com significância nos índices.
Em se tratando de pecuária, verifica-se ser este o grande item na formação da renda rural do Estado, com cerca de 60% dos valores gerados pelo setor rural e cerca de 97% do total da agropecuária. Apesar de registrar crescimento, suínos, lacticínios e frangos representam pouco em termos gerais.
Em termos de comparação, Rondônia tem um faturamento quatro vezes maior em pecuária e ovos, 50 vezes em laticínios e perde somente em suínos na proporção de 1,73 para um.
Em termos gerais, a produção agropecuária acreana, excluídos peixes e frangos, é cerca de três vezes menor que a registrada pelo Estado de Rondônia. Com o incremento da produção de soja e milho naquele Estado, é possível haver um crescimento mais acentuado da produção de pequenos animais nos próximos anos.
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Acre
PGE publica diretrizes para concessão de auxílio financeiro a procuradores e servidores

Foto: Procuradoria-Geral do Estado do Acre
A Procuradoria-Geral do Estado do Acre (PGE) publicou, nesta sexta-feira, 5, duas portarias que estabelecem as diretrizes para concessão de bolsas de auxílio financeiro e ressarcimento destinados à participação de procuradores e servidores em eventos de capacitação no exercício de 2026. As medidas constam nas portarias PGE nº 816/2025 e PGE nº 817/2025, ambas assinadas pela procuradora-geral do Estado, Janete Melo d’Albuquerque Lima de Melo.
Bolsa para Procuradores – Portaria PGE nº 816/2025
A Portaria nº 816 estabelece o valor máximo do auxílio financeiro para participação dos procuradores no 52º Congresso Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, que será realizado de 9 a 12 de novembro de 2026, em Curitiba (PR), promovido pela ANAPE. O valor fixado é de R$ 10 mil, destinado a custear inscrição, transporte, hospedagem e alimentação, conforme prevê a Resolução PRES/CPGE nº 10/2010.
Segundo o documento, todos os procedimentos referentes à seleção e concessão do auxílio serão regulamentados pelo Centro de Estudos Jurídicos da PGE, seguindo os critérios previstos na normativa interna da instituição. O pagamento será feito pelo Fundo Orçamentário Especial da Procuradoria, conforme legislação vigente.
Bolsa para Servidores – Portaria PGE nº 817/2025
A Portaria nº 817 define as regras para concessão de auxílio financeiro voltado aos servidores do quadro de apoio da PGE que participarem de cursos, seminários e eventos de qualificação profissional ao longo de 2026. O valor máximo para essas bolsas será de R$ 2.500 por servidor, cobrindo inscrição, deslocamento, hospedagem e alimentação.
A concessão obedecerá critérios de proporcionalidade conforme o número de servidores em cada órgão interno:
órgãos com até 5 servidores: 1 bolsa disponível;
órgãos com 6 a 10 servidores: 2 bolsas;
órgãos com mais de 10 servidores: 3 bolsas.
Os eventos deverão ter relação direta com as atribuições exercidas pelos servidores em suas unidades de lotação. A seleção será preferencialmente feita por edital, considerando a disponibilidade financeira do Fundo Orçamentário Especial e o número de interessados.
Planejamento e transparência
As duas portarias se baseiam no Programa Anual de Capacitação 2026 da PGE, já aprovado e previsto no Plano Plurianual 2024–2027, além da proposta orçamentária do Estado para o próximo ano. Os documentos destacam ainda a política de valorização profissional e a necessidade de promover gestão por competências e capacitação contínua.

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Acre
Acre tem sexta-feira de tempo instável e risco de chuvas fortes em todas as regiões do estado
Previsão indica clima abafado, alta umidade e precipitações pontuais, algumas intensas, de leste a oeste do Acre; temperaturas variam entre 22°C e 32°C.

Foto: Sérgio Vale



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