Acre
Coiotes já lucraram US$ 60 milhões com tráfico de imigrantes no Acre
Com informações de Josias de Souza da Uol
O governo federal decidiu adotar um lote de providências para tentar coibir a entrada ilegal de haitianos no Brasil. Fará isso depois de negligenciar o problema por quatro anos e meio. Nesse período, os coiotes, como são chamados os traficantes de seres humanos, faturaram cerca de US$ 60 milhões com a exploração do desespero que levou 38,4 mil cidadãos do Haiti a cruzarem as fronteiras do Estado do Acre sem um visto de entrada no Brasil. A cifra foi estimada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e revelada ao blog pelo governador acriano Tião Viana (PT).
Viana participou, na noite desta quinta-feira (21), da reunião em que foram delineadas as medidas. Deu-se no Palácio do Planalto. Além do governador, estavam presentes os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Mauro Vieira (Itamaraty). Eis as principais novidades, segundo o relato do governador do Acre:
1. Vistos: a embaixada brasileira em Porto Príncipe, capital do Haiti, passará a conceder 2 mil vistos mensais para haitianos interessados em tentar a sorte no Brasil. Em 2010, emitiam-se mensalmente cerca de 100 vistos. Hoje, são carimbados algo entre 600 e 700 passaportes.
2. Fronteira: simultaneamente à elevação do número de vistos, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça, vai colocar em pé um plano de controle das porosas fronteiras do Acre. “A minha expectativa é que sejam medidas duras”, disse Tião Viana.
Segundo o governador, a intenção é desestimular a ação dos coiotes e mandar uma mensagem aos haitianos. “O Brasil vai dizer: venham pela via legal e não sejam vítimas do banquete dos coiotes.” Hoje, entram ilegalmente pelo Acre cerca de 900 haitianos por mês, uma quantidade menor do que o número de vistos que o Itamaraty se dispõe a conceder.
3. Vizinhos: José Eduardo Cardozo viajará aos países utilizados como rota pelos coiotes. Segundo Tião Viana, o ministro da Justiça informou que visitará o Equador, o Peru e a Bolívia. Vai oferecer cooperação para combater os traficantes de seres humanos. Hoje, as autoridades desses países fingem-se de mortas.
4. Abrigo: independentemente da eficácia das medidas esboçadas em Brasília, Tião Viana decidiu adotar uma regra que só depende do governo do Acre. O Estado será mais seletivo no controle da portaria do abrigo que acolhe os haitianos ilegais. A partir de julho, não serão mais admitidos no abrigo os haitianos adultos do sexo masculino —só mulheres e crianças. “Não queremos que essas pessoas continuem vítimas de coiotes. E a melhor via de proteção é a via legal”, reiterou o governador.
5. São Paulo: Tião Viana deixou claro na conversa com o blog que, enquanto chegarem haitianos ilegalmente no Acre, eles serão embarcados em ônibus que os levarão para os destinos de sua escolha —inclusive, a despeito da crescente chiadeira, a cidade de São Paulo. Petista como o prefeito da capital paulista, Viana estranhou a crítica feita por seu companheiro de partido Fernando Haddad ao reclamar que o Acre não avisa sobre o envio de haitianos.
“Eles sabem que já entraram mais de 38 mil [haitianos ilegais] no Brasil. Isso é amplamente divulgado pela imprensa. Se eles sabem que passam por ano 9,1 mil pessoas [pelas fronteiras do Acre], como é que querem se sentir supresos?…Esse problema não é do Acre, é um problema do Brasil. E cada um faça a sua parte. Não vou prender as pessoas no Acre. Elas têm o direito de ir para onde querem.”
Suprema ironia: as passagens de ônibus usadas pelos haitianos para se deslocar até São Paulo e outros Estados são pagas com verbas federais, repassadas pelo governo da presidente Dilma, petista como Viana e Haddad. Segundo Tião Viana, o aparato de acolhimento dos imigrantes ilegais custou ao erário nos últimos quatro anos R$ 25 milhões. Desse total, R$ 15 milhões foram bancadas pelo contribuinte acriano e R$ 10 milhões foram cobertos pelo Tesouro Nacional.
No Acre, os “ilegais” recebem três refeições diárias —noves fora dois lanches—, assistência médica e o teto provisório de um abrigo. A pasta do Trabalho e a Polícia Federal lhes entregam, em até 48 horas, o papelório necessário para que trabalhem no Brasil. Tanta gentileza converteu o Acre numa oportunidade que os coiotes aproveitam.
“Temos 15 países usando essa rota internacional”, lamentou Tião Viana. “Já externei minha preocupação para os órgãos de inteligência: nós não sabemos quem é que está chegando.” O governador diz estar confiante nos efeitos das medidas que o governo promete adotar. “Pode ser um freio desse caminho, que é crescente, assustador e que nós não sabemos a consequência que vai ter para o Brasil.”
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Acre
Prefeitura de Epitaciolândia leva atendimento médico e social a moradores do Ramal Piçarreira
113ª edição do Programa Saúde na Comunidade ofereceu consultas, medicamentos e serviços odontológicos gratuitos neste sábado (12)

A ação contou com vários atendimentos médicos, odontológicos, dispensação de medicamentos e serviços sociais. Foto: cedida
A Prefeitura de Epitaciolândia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizou neste sábado (12) a 113ª edição do Programa Saúde na Comunidade. A ação foi realizada na Igreja Assembleia de Deus Celebração Familiar, no Ramal Piçarreira, e ofereceu diversos serviços gratuitos à população.
Serviços oferecidos
Atendimentos médicos
Consultas odontológicas
Dispensação de medicamentos
Acompanhamento social
A iniciativa reforça o compromisso da gestão do prefeito Sérgio Lopes em levar saúde pública de qualidade e promover cidadania aos moradores das áreas mais afastadas do município.
Próximas edições
O Programa Saúde na Comunidade é realizado periodicamente em diferentes localidades do município, garantindo acesso a serviços básicos de saúde para quem mais precisa.
“Nosso objetivo é cuidar das pessoas e facilitar o acesso à saúde, principalmente nas comunidades mais distantes”, destacou o Secretario de Saúde Sérgio Mesquita de Castro.

A ação reafirma o compromisso da gestão do Prefeito Sérgio Lopes com a cidadania e saúde da população. Fotos: cedida
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Acre
Sebrae/AC promove 1º Encontro Empresarial do MOVE+ Vendas 2025 para impulsionar negócios na fronteira
Evento gratuito em Brasiléia e Epitaciolândia reunirá micro e pequenas empresas em rodadas de negócios e networking no próximo dia 15 de julho

O evento é uma etapa estratégica do programa e tem como principal objetivo promover aproximações comerciais, networking e fortalecimento de parcerias. Foto: captada
Empresários e empreendedores de Brasiléia, Epitaciolândia e região terão a oportunidade de ampliar redes de contato e fechar novos negócios no 1º Encontro Empresarial do Programa MOVE+ Vendas 2025, promovido pelo Sebrae/AC. O evento será realizado na próxima terça-feira (15 de julho), com expectativa de atrair um grande público de compradores e parceiros estratégicos.
Programa gratuito para alavancar vendas
O MOVE+ Vendas é uma iniciativa sem custos que capacita micro e pequenas empresas para melhorar performance comercial e conectar-se a novos mercados. Por meio de treinamentos práticos e mentorias, os participantes recebem orientação de Agentes de Mercado do Sebrae em estratégias de vendas, comunicação e negociação.

Escritório do SEBRAE em Brasileia – localizado na Av. Rui Lina / Bairro: Raimundo Chaar
O que esperar do evento?
Rodadas de apresentação das empresas participantes
Espaço de networking para gerar parcerias
Distribuição de portfólios com catálogos de produtos e serviços
Oportunidades comerciais com compradores locais e regionais
A participação é aberta a todos os empresários, independentemente do segmento. Interessados podem comparecer no dia do evento ou obter mais informações junto ao Sebrae/AC.
Briefing do Programa Move Mais Vendas e Encontro Empresarial:
Data do Evento: 15 de julho (terça-feira)
Horário: 14h30 às 18h
Local: Escritório do SEBRAE em Brasileia
Sobre o Programa:
O Move Mais Vendas é uma iniciativa do SEBRAE voltada ao fortalecimento comercial de micro e pequenas empresas. O programa oferece apoio estratégico com foco em marketing, vendas e desenvolvimento de mercado.
Desde março, 10 empresas da regional do Alto Acre estão sendo acompanhadas pelo SEBRAE, com as atividades conduzidas pela consultora Glenda Abreu.
Sobre o Encontro Empresarial:
O evento do dia 15 de julho ( terça-feira) é uma etapa estratégica do programa e tem como principal objetivo promover aproximações comerciais, networking e fortalecimento de parcerias.
As empresas participantes apresentarão condições comerciais específicas e diferenciadas, voltadas ao perfil do público presente, com foco em potenciais compradores e parceiros.
Abrangência:
Além de Brasileia, o Encontro Empresarial também será realizado em outras regiões do estado, como Rio Branco (Baixo Acre) e na Regional do Juruá, fortalecendo o empreendedorismo e os negócios em todo o Acre.
Por que esse evento é importante?
Fortalecimento da economia local na região de fronteira
Integração entre empresas de diferentes setores
Capacitação gratuita para aumentar competitividade
Convite
Se você é empresário ou empreendedora de Brasiléia, Epitaciolândia e região, participe! Venha conhecer outras empresas, trocar experiências e impulsionar seus negócios com novas parcerias comerciais.
Veja vídeo:
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Acre
Após morte do marido, mãe com três filhos consegue pensão com apoio da Defensoria Pública

Trabalho jurídico e técnico da Defensoria garantiu, por meio de recurso, decisão do Tribunal de Justiça em favor de família em situação de vulnerabilidade
Depois que o companheiro morreu em um acidente de trânsito, uma mulher teve que deixar a casa onde vivia com os filhos e recomeçar a vida em um pequeno quarto alugado em Rio Branco. A mudança não foi apenas de endereço: sem renda fixa, sem trabalho e com três crianças pequenas para cuidar, ela passou a depender do programa Bolsa Família e da ajuda eventual de parentes para garantir a alimentação dos filhos.
A situação de vulnerabilidade, agravada pela ausência do pai, que era o responsável pelo sustento da casa, levou a mãe a procurar a Defensoria Pública do Estado do Acre. A instituição entrou com uma ação pedindo indenização e pensão por morte para garantir o sustento da família. O pedido foi negado na primeira decisão judicial. O juiz entendeu que seria necessário ouvir a outra parte e reunir mais provas antes de autorizar qualquer valor.
Para mudar esse entendimento, a Defensoria apresentou um recurso chamado agravo de instrumento. Esse tipo de medida é usada quando a parte discorda de uma decisão provisória do juiz e pede que o Tribunal analise o caso antes do fim do processo. O Tribunal de Justiça do Acre aceitou o pedido e concedeu uma liminar favorável, ou seja, uma decisão provisória com efeito imediato. A decisão garantiu o pagamento mensal de um salário mínimo para os filhos e meio salário para a mãe.
Consequências emocionais e sociais
O acidente aconteceu na BR 364. De acordo com o laudo da perícia, o motorista que causou a colisão dirigia em velocidade acima do permitido e sem a devida atenção. A moto da vítima, que havia passado por manutenção pouco antes, foi atingida por trás. O motorista admitiu em depoimento à polícia que atingiu o homem, mas tentou justificar o acidente alegando falta de sinalização na moto, o que foi descartado pelos documentos do processo.
Com a morte do pai, a família perdeu sua única fonte de renda. Durante visita realizada pela equipe técnica da Defensoria, formada por assistente social e psicóloga, foram registrados o impacto emocional nas crianças e as dificuldades materiais enfrentadas pela mãe. Ela chegou a vender os móveis que possuía para conseguir alugar o espaço onde hoje mora com os filhos. Todos dormem juntos em uma única cama.
A mulher chegou a trabalhar como cuidadora, mas perdeu o emprego pouco tempo depois. Além da dificuldade para se alimentar e manter os filhos, a equipe da Defensoria constatou sinais de sofrimento emocional e ausência de uma rede de apoio estruturada. A mãe relatou que o filho mais velho passou a apresentar mudanças de comportamento. Por isso, foi encaminhada ao CRAS, o Centro de Referência de Assistência Social, que oferece serviços gratuitos às famílias em situação de vulnerabilidade.
A atuação conjunta das áreas jurídica e social da Defensoria Pública foi decisiva para a vitória no Tribunal. A 9ª Defensoria Cível, sob responsabilidade do defensor público Celso Araújo e de seu assessor jurídico Adelino Jaunes de Andrade Júnior, foi a unidade responsável por ajuizar a ação inicial. Diante do indeferimento da tutela de urgência pelo juízo de primeiro grau, a equipe interpôs o recurso de agravo de instrumento que resultou na concessão da medida.
Além da atuação jurídica, a Defensoria acionou sua equipe multidisciplinar para avaliar a situação da família. O trabalho foi realizado pela psicóloga Jéssica Liz Bussons Souza e pela assistente social Jamilse Mesquita, que realizaram visita domiciliar, emitiram parecer técnico e prestaram suporte direto à fundamentação do recurso.
“A decisão não resolve todos os problemas, mas garante o mínimo necessário para que essa mãe possa continuar”, afirma o defensor Celso Araújo. “É um caso que mostra como o acesso à Justiça e à proteção social faz diferença em situações de perda repentina e injusta.”
A partir desta nova fase do processo, a responsabilidade pela defesa técnica dos assistidos será assumida pela 20ª Defensoria Cível, de titularidade do defensor público Gerson Boaventura de Souza, assegurando a continuidade da proteção jurídica prestada à família.
Entenda seus direitos
Quando a morte de uma pessoa é causada por outra, a família pode pedir judicialmente uma indenização, inclusive uma pensão temporária para quem era dependente da vítima. Esse direito pode ser garantido mesmo antes do fim do processo, desde que haja provas da responsabilidade e necessidade urgente. A Defensoria Pública oferece esse tipo de atendimento a pessoas que não têm condições de arcar com os custos de um processo particular.
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